Número Especial — Estudos de Gênero e Interseccionalidades em Educação Matemática

04-09-2025

Nos últimos anos, os Estudos de Gênero em Educação Matemática têm emergido como um campo profícuo de pesquisas no âmbito da virada sociopolítica da Educação Matemática, ao considerarem que marcadores sociais da diferença como gênero e sexualidade impactam as relações que as pessoas desenvolvem com Matemática. Para além das discussões, ainda muito importantes, que denunciam a pouca representatividade de mulheres na Matemática, os Estudos de Gênero ajudam a entender os porquês dessa ausência e dos estereótipos de gênero que ainda são perpetuados tanto no campo da pesquisa em Matemática quanto da docência desta disciplina. Os Estudos de Gênero têm focalizado que corpos estão autorizados a fazer Matemática, indo além dos binarismos e incluindo, de maneira interseccional, outros marcadores sociais da diferença. Por meio dos Feminismos, dos Estudos Queer, das Mulheridades e Masculinidades, das Epistemologias Trans e demais temas associados, os Estudos de Gênero em Educação Matemática têm se consolidado como uma linha de pesquisa relevante para o campo da Educação Matemática Inclusiva. Neste sentido, a partir e em conjunto com as discussões sobre diferença e inclusão, currículo e formação docente, considerar a Interseccionalidade como categoria analítica nas pesquisas que envolvem estudos com pessoas e suas formas de produzir, ensinar e aprender Matemática é fundamental, uma vez que ela, a Interseccionalidade, não é ornamento teórico: é urgência. Uma urgência que atravessa o chão da escola, o corpo docente, o gesto de ensinar, as possibilidades/oportunidades de aprender. Uma urgência que nomeia o mundo para transformá-lo. Porque só ao escutarmos os entrecruzamentos entre classe(s), gênero(s), raça(s), sexualidade(s), território(s)... poderemos imaginar outros currículos, outras Matemáticas, outros mundos, outros modos de vida. Nos posicionamos frente à Interseccionalidade como necessidade ética, teórica e política, pois não há neutralidade possível diante das exclusões E sim, os currículos de Matemáticas podem operar nas fissuras das colonialidades herdadas do nosso processo colonizatório. Em síntese, a Interseccionalidade, nesse campo, não é um luxo teórico. É uma exigência do real. Uma ética da implicação. Uma política da (re)existência. Uma teoria encarnada. Assumi-la como eixo implica reconhecer que não se trata apenas de ensinar Matemática. Trata-se de decidir, todos os dias, com quem se faz isso. Contra o quê. E a favor de quem.

Serão aceitos artigos que apresentem resultados de pesquisas que versem sobre os Estudos de Gênero e Interseccionais em Educação Matemática, explorando o campo de forma plural, não se limitando a pesquisas que tensionem apenas as relações de gênero e sexualidade como marcadores únicos e isolados de outras características que carregamos em nossos corpos e que historicamente nos marginalizam na sociedade, na escola e no campo da (Educação) Matemática.

Não serão aceitos relatos de experiência e revisão de literatura (ou gênero similar).

Serão aceitos artigos em português, inglês e espanhol. Os artigos devem ser originais e podem ter natureza teórica, metodológica ou empírica.

Sobre o trâmite de avaliação das propostas submetidas, embora as pessoas autoras possam submeter à apreciação da Educação Matemática Debate quantos artigos desejarem, cada pessoa só poderá ter um artigo efetivamente publicado no número especial, seja na autoria ou coautoria.

Os textos devem ser submetidos diretamente na plataforma OJS do periódico, na qual estão também disponíveis as normas para elaboração dos artigos e o template.

O artigo deve ser elaborado no template, disponível neste link.

No Passo 1 do processo de submissão on-line, é preciso escolher a seção Estudos de Gênero e Interseccionalidades em Educação Matemática, para que o artigo seja encaminhado à editoria convidada. Caso não haja essa identificação, o artigo passará pelo processo de avaliação regular do periódico.

As pessoas autoras que submeterem propostas ao Número Especial atuarão na avaliação (emissão de parecer) dos artigos enviados para o referido Número.

Todos os artigos aprovados serão revisados por profissional contratado pela editoria do periódico, com financiamento do CNPq/Capes e da Fapemig.

Alguns artigos serão selecionados pela editoria convidada para serem traduzidos para o inglês, sendo a publicação bilíngue.

Cronograma

  • Lançamento da Chamada: setembro de 2025
  • Prazo Final para Submissão: março de 2026
  • Previsão de Publicação: agosto 2026

 Editoria Convidada