As políticas de ações afirmativas por dentro: Um relato de (sobre)vivência e a fuga como lugar de produção de conhecimento

Affirmative action policies from the inside: An account of “(sobre)vivência” and escape as a place of knowledge production

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v28n2p27-49

Palavras-chave:

Fuga, Produção de conhecimento, Antropologia do conhecimento, Ações afirmativas

Resumo

Este texto apresenta algumas breves reflexões teóricas-políticas-vivenciais das ações afirmativas a partir de uma perspectiva de ume pesquisadore prete reparade por essa política desde a sua graduação. Deste modo, tomo a minha própria trajetória como exemplo de análise e descrição do cotidiano de estudantes negres nas universidades, sem cair no conto perigoso da universalidade e/ou da romantização. Deste modo, coloco-a no seio da movimentação histórica para, enfim, pontuar as transformações ocorridas no ambiente universitário e, sobretudo, argumentar que as políticas de ações afirmativas promovem uma quebra (Mombaça, 2021) na forma de se pensar a universidade e a dinâmica de produção de conhecimento. Assim, finalizo o texto realizando uma discussão inicial a respeito do fenômeno da fuga como (mais) um lugar (possível) de produção de conhecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

zwanga adjoa nyack, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorande do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bolsista CAPES. ORCID: 0000-0001-9551-823X. E-mail: zwanga.nyack@outlook.com

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara. 2014

COLLINS, Patricia Hill. “Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro”. Revista Sociedade e Estado, vol 31, n. 1, p. 99-127, 2016.

CRUZ, Felipe Sotto Maior. “Indígenas antropólogos e o espetáculo da alteridade”. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, v. 11, n. 2, p. 93-108, 2017.

________. “Povos indígenas, racialização e políticas afirmativas no ensino superior”. In: OLIVA, Anderson Ribeiro; MARONA, Marjorie Corrêa e FILICE, Renísia Cristina Garcia (org.). Tecendo redes antirracistas: Áfricas, Brasis, Portugal. -- Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

DA SILVA, Denise Ferreira. “O evento racial ou aquilo que acontece sem o tempo”. Histórias afro-atlânticas, v. 2. 2016.

__________. A dívida impagável: lendo cenas de valor contra a flecha do tempo. São Paulo: Oficina de Imaginação Política, 2019.

DA SILVA, Denise Ferreira; OTOCH, Janaína Nagata. “Em estado bruto”. ARS (São Paulo), v. 17, n. 36, p. 45-56, 2019.

DE OLIVEIRA DIAS, Luciana. “Reflexos no Abebé de Oxum: por uma narrativa mítica insubmissa e uma pedagogia transgressora”. Articulando E Construindo Saberes, v. 5, p. 2020.

EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza edições, 2003.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Porto: Paisagem, 1975.

FIGUEIREDO, Angela; GROSFOGUEL, Ramón. “Por que não Guerreiro Ramos? Novos desafios a serem enfrentados pelas universidades públicas brasileiras”. Ciência e Cultura, v. 59, n. 2, p. 36-41, 2007.

FIGUEIREDO, Angela. “Epistemologia insubmissa feminista negra decolonial”. Revista Tempo e Argumento, v. 12, n. 29, p. e0102, 2020.

GILROY, Paul. The black Atlantic: Modernity and double consciousness. Verso, 1993.

GOMES, Nilma Lino. “Educação, relações étnico-raciais e a Lei nº 10.639/03: breves reflexões”. Modos de fazer, p. 19, 2010.

GONÇALVES, Petronilha Beatriz et al. LEI Nº 10.639/2003–10 ANOS”. Interfaces de Saberes, v. 13, n. 1, p. 1-13, 2013.

GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. Editora Filhos da África, 2018.

HARAWAY, Donna. “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos pagu, n. 5, p. 7-41, 1995.

hooks, bell. Feminist theory: From margin to center. Pluto Press, 2000.

_________. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

MALUF, Sônia Weidner. “A antropologia reversa e “nós”: alteridade e diferença”. Ilha Revista de Antropologia, v. 12, n. 1, 2, p. 41-58, 2010.

MOMBAÇA, Jota. Não vão nos matar agora. Editora Cobogó, 2021.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Editora Perspectiva SA, 2016.

NASCIMENTO, Beatriz. “O conceito de quilombo e a resistência cultural negra (1985)”. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza, 2006.

nascimento, uã flor. Webinar “As cotas raciais e o cenário de 2022: o que avaliar”. Canal Pensar Africanamente. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8gPoT7lTc9o&t=4406s> acesso em 01/03/2022.

NJERI, Aza. “Educação afrocêntrica como via de luta antirracista e sobrevivência na maafa”. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, n. 31, p. 4-17, 2019.

nyack, zwanga. “Radiografias institucionais do campo (?) das relações étnico-raciais na antropologia feita no Brasil”. Revista de Ciências Sociais: RCS, v. 52, n. 2, p. 69-114, 2021.

__________. “Esboços de racialização: O cânone na antropologia (social) feita no Brasil e construção de sua historiografia intelectual”. Novos Debates, v. 7, n. 2, 2021

__________. A Antropologia no Labirinto de Espelhos: notas acerca da produção de conhecimento antropológico sobre relações étnico-raciais feita no brasil em 5 PPGAS (1968-2000). Dissertação de Mestrado em Antropologia Social - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2021.

PEIRANO, Mariza. “Antropologia no Brasil (alteridade contextualizada)”. O que ler na ciência social brasileira (1970-1995), v. 1, p. 225-266, 1999.

RODRIGUES, Gabriela Machado Bacelar. (Contra)mestiçagem negra: pele clara, anti-colorismo e comissões de heteroidentificação racial. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Salvador, 2021.

SANTOS, Mariza Fernandes dos; RATTS, Alecsandro José Prudêncio. “Trajetórias negras discentes no espaço acadêmico: o quadro da Universidade Federal de Goiás diante das ações afirmativas”. 2015. Educere et Educare, Paraná, v. 10, n. 20, p. 641-652, 2015.

SANTOS, Neusa de S. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

Downloads

Publicado

2022-12-20

Como Citar

ADJOA NYACK, zwanga. As políticas de ações afirmativas por dentro: Um relato de (sobre)vivência e a fuga como lugar de produção de conhecimento: Affirmative action policies from the inside: An account of “(sobre)vivência” and escape as a place of knowledge production. Revista Desenvolvimento Social, [S. l.], v. 28, n. 2, p. 27–49, 2022. DOI: 10.46551/issn2179-6807v28n2p27-49. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6117. Acesso em: 20 abr. 2024.