https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/issue/feed Revista Desenvolvimento Social 2023-09-12T16:06:33+00:00 Comissão Editorial da RDS revista.desenvolvimento@unimontes.br Open Journal Systems <p align="justify">A Revista Desenvolvimento Social (RDS) é um periódico eletrônico vinculado ao <a href="https://www.posgraduacao.unimontes.br/ppgds/" target="_blank" rel="noopener">Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (PPGDS/Unimontes)</a>. Criada em 2008, a revista tem por objetivo publicar artigos, dossiês, ensaios, resenhas e demais formatos de textos acadêmicos que apresentem abordagens teóricas e experiências empíricas sobre os impactos e as controvérsias do desenvolvimento social em diferentes contextos.</p> https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6836 Terras da União: A comunidade quilombola Bom Jardim da Prata e as disputas territoriais no Vale Médio do São Francisco/MG 2023-07-13T15:32:25+00:00 Amaro Sérgio Marques amarosergiomarques@gmail.com Alessandro Borsagli borsagli@gmail.com Brenda Melo Bernardes brenda.mbernardes@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Desde o processo de colonização do Brasil, o Rio São Francisco tem atraído povos tradicionais, que habitam, sobretudo suas margens, devido às facilidades associadas ao transporte fluvial, à possibilidade de uso de suas águas para atividades cotidianas e à fertilidade dos solos situados próximos ao curso d’água para cultivo. Apesar dessa dependência direta das comunidades tradicionais do Rio São Francisco como fonte de subsistência, verifica-se, ao longo da história, conflitos entre esses povos e outros grupos sociais que também têm mostrado interesse em usufruir dos benefícios do rio e da fertilidade de suas terras, por meio da exploração predatória dos recursos naturais para fins econômicos. Contudo, tais terras são legalmente pertencentes à União, o que torna ainda mais problemático os conflitos territoriais existentes. Desse modo, é proposto como objetivo deste artigo compreender a problemática existente vinculada ao processo de ocupação de terras da União por grupos sociais distintos e os interesses econômicos existentes. A análise apresentada tem como recorte de estudo a região do Vale Médio do São Francisco, com ênfase para os conflitos territoriais vinculados à comunidade quilombola de Bom Jardim da Prata, situada em região rural do município de São Francisco. </span></p> 2023-09-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Amaro Sérgio Marques, Alessandro Borsagli, Brenda Melo Bernardes https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6690 Os desafios da participação no âmbito do Sistema Nacional de Unidades de Conservação: Estudo de caso sobre o Conselho da Reserva Biológica do Gurupi, Maranhão, Brasil 2023-07-08T15:19:55+00:00 Laís Gonçalves de Souza lais.gsouza@usp.br <p><span style="font-weight: 400;">O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza prevê a criação de conselhos gestores para auxiliar na gestão das áreas protegidas. Apesar dessa garantia legal, isso não assegura que na prática haja uma participação efetiva da população. Assim, o objetivo deste artigo é discutir sobre o processo de constituição e funcionamento desses espaços, mediante o estudo de caso do conselho da Reserva Biológica do Gurupi, Maranhão, Brasil. Para tanto, analisamos as atas das reuniões desse conselho, realizadas entre 2012 e 2017. Os resultados dessa análise demonstram que após a criação do conselho as discussões acerca da reserva, antes restritas ao âmbito institucional, foram ampliadas. Todavia, constatamos que as diretrizes que regem o conselho, assim como as disputas que se estabelecem nesse espaço, impõem diversos limites à participação da população nos processos decisórios envolvendo seu funcionamento e atuação. A partir do exposto, concluímos que são necessárias mudanças para tornar o espaço do conselho mais participativo e democrático.</span></p> 2023-09-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Laís Gonçalves de Souza https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6843 Atos de Estado e disputas de poder na execução da Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais: Construções, desafios e limitações 2023-08-28T13:29:19+00:00 Gabriel Costa Ribeiro gabrielcostaribeiro@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;"> O objetivo deste artigo é estabelecer, a partir da perspectiva analítica-metodológica dos estudos sobre Estado e relações de poder, uma genealogia da Comissão Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais (CEPCT-MG), instância política consultiva e deliberativa responsável pelo acompanhamento e fiscalização da execução da Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais (Lei Estadual nº 21.147/2014). Os procedimentos metodológicos consistem em análises empíricas, pesquisa documental e aplicação de referencial teórico inscrito no campo das Ciências Sociais. O estudo de caso apresentado fornece elementos valiosos para a compreensão de qual forma a condução dos trabalhos da Comissão é resultante de intensas disputas pelo monopólio do poder simbólico, bem como das estruturas que possibilitam o controle exercido pelos agentes de Estado na execução de políticas públicas de reconhecimento étnico, diante do prisma das garantias e direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais.</span></p> 2023-09-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Gabriel Costa Ribeiro https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6412 Cogestão da Reserva Extrativista Acaú-Goiana: Análise de 15 anos de êxitos e desafios 2023-07-08T15:20:28+00:00 João Paulo Gomes de Oliveira joaopaulo.g.o@outlook.com <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo apresenta uma revisão qualitativa da literatura sobre a Reserva Extrativista Marinha Acaú-Goiana, criada em 2007 com o propósito de promover o uso sustentável e coletivo dos recursos naturais pelas comunidades pesqueiras nos estados da Paraíba e Pernambuco. O objetivo deste estudo é analisar a cogestão da Reserva Extrativista Acaú-Goiana após 15 anos de sua instituição (2007-2022), destacando seus progressos e obstáculos. Os resultados identificaram diversos obstáculos à cogestão, incluindo a vasta extensão territorial da reserva, a escassez de recursos humanos e financeiros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, os impactos causados por empreendimentos dos setores agroindustriais, destilarias e indústrias cimenteiras que estão em proximidade à área, bem como conflitos relacionados à sobre-exploração dos recursos pesqueiros e à degradação dos recursos hídricos. Diante disso, a revisão ressalta a importância de promover uma participação social contínua em todos os processos decisórios, adaptando os instrumentos e ferramentas de cogestão à realidade local e levando em consideração a história das comunidades, as práticas tradicionais de manejo, a cultura local e as formas de organização social dos beneficiários. Além disso, é crucial a elaboração de um plano de manejo para a Resex Acaú-Goiana, visando facilitar a organização e participação das comunidades beneficiárias na cogestão.</span></p> 2023-09-12T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 João Paulo Gomes de Oliveira https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6844 Perspectivas sobre a captura do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) em Marapanim/PA: Técnica do gancho 2023-08-28T13:24:22+00:00 Ewerton Domingos Tuma Martins ewertontuma@yahoo.com.br Michelly Silva Machado mih.machado02@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo visa descrever a prática de captura do caranguejo-uçá realizada através do gancho, uma ferramenta artesanal, utilizada no município de Marapanim/PA; e verificar as perspectivas socioambientais dos extrativistas acerca dessa atividade. O estudo possui abordagem </span><span style="font-weight: 400;">socioantropológica</span><span style="font-weight: 400;">, realizada através de entrevistas semiestruturadas e conversas informais, com campo realizado em 2021, em colaboração com especialistas na captura de moluscos e crustáceos nos manguezais marapanienses. O argumento central está voltado na perspectiva de um extrativista acerca da forma de captura do caranguejo-uçá. Como resultados, destacamos duas técnicas tradicionais de captura, a técnica do gancho e a técnica de captura no braço, práticas de subsistência que contribuem para a conservação, renovação dos estoques pesqueiros e a comercialização. </span></p> 2023-09-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Ewerton D. Tuma Martins, Michelly Silva Machado https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6842 Ecologia política da construção sócio-institucional das Reservas Extrativistas nos maretórios do Pará 2023-09-12T16:06:33+00:00 Éder Victor Oeiras Leite oeirasleite@gmail.com Carlos Valério Aguiar Gomes valeriogomes@ufpa.br <p><span style="font-weight: 400;">As Reservas Extrativistas Marinhas (REMs) são Unidades de Conservação costeiras que têm entre seus objetivos a proteção dos modos de vida e cultura das comunidades tradicionais residentes e melhorias econômicas com o uso sustentável da sociobiodiversidade. Na região das REMs na Amazônia brasileira, caracterizada por estuários e manguezais, os atores locais resistem à noção terrestre de território, para, em vez disso, promoverem o maretório (derivado das palavras em português para mar e território) como conceito espacial e institucional. A institucionalização dessas REMs ocorreu a partir da mobilização das comunidades diante de conflitos socioambientais, tais como a violação de regras de costume. Este artigo busca identificar, i) as principais razões que levaram à criação e ampliação das REMs e, neste contexto, ii) as evidências de normas de Direito costumeiro das comunidades tradicionais. Foram analisados processos administrativos oficiais que contêm informações fornecidas por atores das comunidades apontando para a ocorrência de um conflito comum: a ameaça à pesca artesanal tradicional. Esse conflito envolve principalmente práticas de pescas predatórias que ameaçam o ecossistema do mangue e a pressão externa da pesca industrial. Por fim, evidenciou-se a relação direta da violação do Direito costumeiro, o surgimento de conflitos socioambientais e as demandas pela institucionalização do maretório.</span></p> 2023-09-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Éder Victor Oeiras Leite, Carlos Valério Aguiar Gomes https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/6850 Comunidade indígena Xavante da aldeia Tsorempré: Gestão de recursos e aproveitamento de serviços ecossistêmicos 2023-08-28T12:30:05+00:00 João Gomes Júnior juniordailhadococo@yahoo.com.br Odorico Ferreira Cardoso Neto kikoptbg@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo aborda a gestão de recursos naturais e produzidos na aldeia Tsorempré, terra indígena Sangradouro-Volta Grande, nos municípios de General Carneiro, Novo São Joaquim e Poxoréu, estado de Mato Grosso. Para coletar e compreender os dados relacionados aos serviços ecossistêmicos realizados pelos indígenas e garantir a assertividade das observações realizadas durante as vivências na aldeia, foram elaborados e aplicados questionários temáticos, divididos por categorias. Esta pesquisa tem caráter etnográfico e qualitativo, sem o propósito de quantificar os aspectos investigados. De acordo com as observações feitas em campo, foi possível verificar que a população da aldeia Tsorempré utiliza os serviços ecossistêmicos (recursos naturais), principalmente para alimentação e para manutenção da cultura. Boa parte dos alimentos consumidos na aldeia são oriundos dos serviços ecossistêmicos. O povo Xavante é coletor e caçador; a coleta é uma atividade de responsabilidade das mulheres e a caça compete aos homens. Na relação entre produção, compra e venda existe uma prática complexa onde o que é produzido envolve condições climáticas e, especialmente, a cultura Xavante. O que é vendido considera, principalmente, as necessidades dos indígenas, ficando, os preços, estabelecidos em segundo plano, sem considerar o mercado. Percebe-se, assim, modos outros de os seres humanos se relacionarem uns com os outros, com a natureza, e com o consumo.</span></p> 2023-09-25T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 João Gomes Júnior, Odorico Ferreira Cardoso Neto