Política de Cotas no Ensino Superior: percepções de professores e estudantes

Autores

  • Simone Monteiro Ribeiro Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Maria Tereza Carvalho Almeida Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
  • Fernanda Alves Maia Universidade Estadual de São Paulo - UNESP
  • Déryk Patrick Oliveira Amaral Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
  • Maria Rachel Alves Universidad Tecnológica Intercontinental - UTIC

Palavras-chave:

Sistema de Cotas; Ações Afirmativas; Políticas Sociais; Equidade

Resumo

Objetivo: essa pesquisa objetivou conhecer a percepção de professores e estudantes sobre a adoção
da Política de Cotas. O cenário utilizado foi uma universidade estadual localizada na mesorregião do Norte de
Minas e a população-alvo foi constituída por professores e estudantes do curso de Medicina. Metodologia:
utilizou-se a escala de Likert, constando de sete assertivas relacionadas ao assunto. Resultados: a análise
da percepção de professores e estudantes sobre a Política de Cotas na universidade permitiu identificar que
ambas são distanciadas. Os estudantes não fazem discriminação entre o desempenho de estudantes cotistas
e não cotistas; discordam que os cotistas tenham mais dificuldades para o acompanhamento das atividades
acadêmicas, além de atribuir que as cotas não interferem na qualidade de formação profissional. Por outro
lado, a maior parte dos professores discorda de que a Política de Cotas contribua para a promoção da equidade
social, além de concordar que ela atrapalha o acesso da população à Universidade. Eles consideram que os
estudantes cotistas tenham mais dificuldades no desempenho das atividades acadêmicas, e que essa política
interfere na formação profissional. Conclusões: destaca-se, por fim, a importância no aprofundamento
de se pesquisar e se discutir o que as percepções identificadas em professores e estudantes em relação à
Política de Cotas significam e as atitudes que desencadeiam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. SANTOS, S. A. et al. Ações afirmativas:
Polêmicas e possibilidades sobre igualdade racial
e o papel do Estado. Revista Estudos Feministas.
Florianópolis: V.16, N.3, setembro/dezembro de
2008.
2. MOEHLECKE, S. Ação afirmativa: história
e debates no Brasil. Cadernos de Pesquisa, São
Paulo: Fundação Carlos Chagas, n. 117, p.197-217,
nov. 2002.
3. GUARNIERI, F. V.; MELO-SILVA, L.L.
Perspectivas de estudantes em situação de vestibular
sobre as cotas universitárias. Revista Psicologia e
Sociedade, 22 (3): 486-498, 2010.
4. SANTIAGO, N. E. A.; NORBERTO, A. P.;
RODRIGUES, S.M.C. O Direito a inclusão: a
implantação de ações afirmativas nas IES públicas
brasileiras - experiência na UFC. Revista Pensar.
Fortaleza: v.13, n.1, jan-jun, 2008.
5. HERINGER, R.; FERREIRA, R. Análise das
principais políticas de inclusão de estudantes negros
no ensino superior no Brasil no período 2001-2008.
In: PAULA, M.; HERINGER, R. (Org.). Caminhos
convergentes. Rio de Janeiro: Heinrich Böll Stiftung
e Actionaid, 2009. p.137-196.
6. LORENZO, R. A. As ações afirmativas para
afrodescendentes a partir de parcerias intersetoriais:
uma análise interpretativa do caso geração XXI.
Revista O&S. Salvador: v.19, n.63, out-dez, 2012.
7. PIOVESAN, F. Ações afirmativas da perspectiva
dos Direitos Humanos. Cadernos de Pesquisa, v.
35, n. 124, p. 43-55, jan-abr, 2005.
8. PASQUALI, L. Teoria e métodos de
9. HAAS, C. M.; LINHARES, M. Políticas
públicas de ações afirmativas para ingresso no
Ensino Superior se justificam no Brasil? Revista
Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília: v.93,
n.235, set-dez, 2012.
10. BERNARDINO, J. Ação afirmativa e a
rediscussão do Mito da Democracia Racial no
Brasil. Revista Estudos Afro-Asiáticos, n.2, 2002.
11. HOFBAUER, A. Ações afirmativas e o debate
sobre racismo no Brasil. Revista Lua Nova. São
Paulo: n.68, 2006.
12. BARROZO, P. D. A ideia de igualdade e as
ações afirmativas. Revista Lua Nova, n.63, 2004.
13. BAYMA, F. Reflexões sobre a
constitucionalidade das cotas raciais em
universidades públicas no Brasil: referências
internacionais e o desafio pós-julgamento das
cotas. Ensaio: Avaliação das Políticas Públicas
Educacionais, Rio de Janeiro, v. 20, n. 75, p. 325-
346, abr./jun. 2012.
14. BARROS, F. M. Uma análise sobre cotas
no curso médico da UNIMONTES: desempenho
acadêmico dos estudantes e percepções docentes.
São Paulo, 2010. Dissertação (Mestrado em Ensino
em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de
São Paulo, 2010.
15. SANTOS, J. T.; QUEIROZ, D. M. Sistema
de cotas e desempenho de estudantes nos cursos da
UFBA. In: André Augusto Brandão. (Org.). Cotas
raciais no Brasil: a primeira avaliação. 1ed. Rio
de Janeiro: DP&A Editora, 2007, v. 1, p. 115-135.
16. BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de
1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.
17. BRITO, M. D. A. O sistema de cotas nas
universidades públicas e a diminuição das
desigualdades sociais: um estudo de caso da
Universidade de Brasília. Brasília, 2008. Trabalho
final (Curso de pós-graduação lato sensu em
Ciência Política) - Universidade do Legislativo
Brasileiro (UNILEGIS) e Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul
(UFMS).
18. NEVES, P. S. C.; LIMA, M. E. O. Percepções
de justiça social e atitudes de estudantes prévestibulandos e universitários sobre as cotas para
negros e pardos nas universidades públicas. Revista
Brasileira de Educação, v.12, n.34, 2007.

Publicado

2020-12-06

Como Citar

MONTEIRO RIBEIRO, S. .; CARVALHO ALMEIDA, M. T. .; ALVES MAIA, F. .; OLIVEIRA AMARAL, D. P. .; ALVES, M. R. . Política de Cotas no Ensino Superior: percepções de professores e estudantes. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 64–73, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/1904. Acesso em: 8 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)