Planície do rio Jacareí após os movimentos de massa de 2011: considerações a partir da análise granulométrica de trincheira e mudanças do canal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/rc24482692202106%20

Palavras-chave:

Depósito sedimentar. Aluvio. Colúvio. Aeronave Remotamente Pilotada. Solos soterrados.

Resumo

A planície costeira paranaense foi formada por distintos processos continentais e marinhos. Entre eles, citam-se os movimentos de massa. Um exemplo extremo desse processo foi observado em março de 2011 na serra do mar paranaense, onde uma sequência de deslizamentos, fluxos de lama e detritos e inundações com alta carga sedimentar atingiram a bacia do rio Jacareí (porção central do litoral do Paraná). Objetiva-se analisar a granulometria da deposição sedimentar deixada pelo evento a partir de uma trincheira aberta nas margens do rio Jacareí, bem como investigar as mudanças ocorridas no canal em sua porção de planície, tendo como base os anos de 2011, 2012 e 2019. A análise granulometria foi feita por meio de técnica de pipetagem e peneiramento mecânico, enquanto a análise do canal foi realizada em ambiente de sistema de informações geográficas, com base em imagens orbitais e imagens coletadas por aeronave remotamente pilotada. O rio foi totalmente assoreado nos trechos mais a montante e médio da planície em 2011, sendo o canal reaberto posteriormente. Em 2019, o rio Jacareí apresentou em um trecho um retorno ao padrão sinuoso. A camada deposicional deixada pelo evento apresentou 50 cm de espessura e é composta predominantemente de material mais grosso (areia muito grossa, grânulos e seixos). Foram identificados ambientes de deposição nas camadas sedimentares abaixo da camada deixada pelo evento. Recomendações de análises em maior detalhe do canal do rio e dos depósitos gerados ao longo de toda a planície são apresentadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Otacílio Lopes de Souza da Paz, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Curitiba, Paraná, Brasil

É Graduado e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente é Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).  

Eduardo Vedor de Paula , Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba (PR), Brasil

É Graduado, Mestre e Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente é Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Referências

ALMEIDA, F. F. M.; CARNEIRO, C. D. R. Origem e evolução da Serra do Mar. Revista Brasileira de Geociências, [S./l.], v. 28, n. 2, p. 135–150, 2017.

ANGULO, R. J. Mapa do Cenozóico do litoral do Estado do Paraná. Boletim Paranaense de geociências. [S./l.], v. 55, p. 25-42, 2004. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/geociencias/article/view/4281/3437>. Acesso em: 01 mar. 2021.

BIGARELLA, J. J. Contribuição ao Estudo da Planície Litorânea do Estado do Paraná. Brazilian Archives of Biology and Technology. [S./l.], v. Jubilee, p. 65-110, 2001. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-89132001000500005>. Acesso em: 01 mar. 2021.

BUENO, K. E. M. Aplicação do índice rde para identificar regiões de deposição de fluxos de detritos na bacia do rio Jacareí – Serra do Mar Paranaense. Anais do 11o SINAGEO. Anais...Maringa: 2016. Disponível em: <http://www.sinageo.org.br/2016/trabalhos/2/2-440-671.html>

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: E. Blucher, 1974.

CRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Edgard Blucher, 1981.

CUNHA, R. F.; JARENTCHUK JUNIOR, O.; OLIVEIRA, F. A. Análise sedimentar e geomorfológica para compreensão da dinâmica fluvial local em ambiente de planície costeira na região norte de Santa Catarina. Raega-O Espaço Geográfico em Análise, [S./l.], v. 41, p. 20–36, 2017.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed. Brasília, 2013. 353p. Disponível em: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs>. Acesso em: 01 mar. 2021.

FLORENZANO, T. G. Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.

FOLADOR, R. M.; SILVEIRA, C. T.; FIORI, A. P. Cálculo da Probabilidade e Quantificação do Volume de Material Suscetível a Escorregamentos-Bacia do Rio Jacareí, Morretes-PR. Boletim Paranaense de Geociências, [S./l.], v. 74, n. 1, p. 47-56, 2018. Disponível em: < https://revistas.ufpr.br/geociencias/article/view/50642/35022>. Acesso em: 01 mar. 2021.

FOLK, R. L. A review of grain‐size parameters. Sedimentology, [S./l.], v. 6, n. 2, p. 73–93, 1966. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1365-3091.1966.tb01572.x>. Acesso em: 01 mar. 2021.

GUERRA, A. T.; GUERRA, A. J. T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

MACHADO, W. M. Análise estatística do tempo de recorrência da chuva pelo método de Kimball nos municípios de Morretes, Antonina e Guaratuba, estado do Paraná. 13f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Análise Ambiental) – Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná, Curitiba (PR), 2016. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/54298>. Acesso em: 01 mar. 2020.

MARTINS, L. R. Recent sediments and grain-size analysis. Gravel, [S./l.], v. 1, p. 90–105, 2003.

PAZ, O. L. S.; DAL PAL, M. O.; PAULA, E. V. Proposta metodológica para elaboração de base de dados geoespaciais como subsídio a estudos ambientais: aplicação em unidades de conservação do litoral norte do Paraná. Revista Brasileira de Geografia Física, [S./l.], v. 13, n. 02, p. 613–629, 2020. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/242899>. Acesso em: 12 ago. 2020.

PAZ, O. l. S.; PAULA, E. V. Evolução da paisagem e adaptação do território: o caso da planície do rio Jacareí após o evento extremo “águas de março” de 2011. Caderno de Geografia (PUC Minas). (no prelo), 2021.

PICANÇO, J.; FACCURI, G. G.; TANAKA, H. S.; GUIMARÃES, P. Análise de suscetibilidade à ocorrência de escorregamento tipo fluxo com o uso da morfometria: casos na Serra do Mar Paranaense. Anais do 16o Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental. Anais...São Paulo: 2018. Disponível em: <http://www.schenautomacao.com.br/cbge/envio/files/trabalho_182.pdf>

PICANÇO, J. L.; NUNES, L. H. A severe convective episode triggered by accumulated precipitation in the coast of Paraná state, Brazil. 7th European Conference on Severe Storms. Anais... Helsinki: 2013. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/305699009>Acesso em: 01 mar. 2021.

PINTO, R. C.; PASSOS, E.; CANEPARO, S. C. Movimentos de Massa como Processos Naturais de Evolução das Encostas, Estudo de Caso: Bacia do Rio Jacareí, Municípios de Morretes e Paranaguá–PR. Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia, [S./l.], v. 6, n. 1, p. 23–45, 2014.

SANTOS, R. D. DOS; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G. DOS; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. DOS; SHIMIZU, S. H. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 7. ed. Viçosa: Viçosa, MG, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2015.

SILVEIRA, C. T.; FIORI, A. P.; FERREIRA, A. M.; GÓIS, J. R. DE; MIO, G.; SILVEIRA, R. M. P.; MASSULINI, N. E. B.; LEONARDI, T. M. H. Emprego de atributos topográficos no mapeamento da susceptibilidade a processos geoambientais na bacia do rio Jacareí, Paraná. Sociedade & Natureza, [S./l.], v. 25, n. 3, p. 623–639, 2013.

SILVEIRA, C. T.; FIORI, A. P.; SCHILIPACK, P.; DIAS, S. M. Mapeamento preliminar da suscetibilidade natural a movimentos de massa da Serra do Mar Paranaense apoiado na análise digital do relevo. Revista Brasileira de Geomorfologia, [S./l.], v. 15, n. 1, p. 3-22, 2014. Disponível em: <http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/366>. Acesso em: 01 mar. 2021.

SILVEIRA, R. M. P. Análise digital do relevo como apoio para a cartografia geomorfológica da porção central da Serra do Mar Paranaense. 2015. 124 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná, Curitiba (PR), 2015. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/38845>. Acesso em: 01 mar. 2020.

STEVAUX, J. C.; LATRUBESSE, E. M. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Oficina de Textos, 2017.

STURION, F. O. Caracterização dos fluxos gravitacionais de massa no bairro Floresta (Morretes, PR) durante a megacatastrofe de março/2011. 2013. 83f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Geologia) - Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), 2013. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000937024&opt=1>. Acesso em: 01 mar. 2020.

SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. São Paulo: Blücher, 1973.

ZAPATA, R.; SIMIANO, L. F.; PINHEIRO, E. G. O EVENTO ÁGUAS DE MARÇO E SUA AVALIAÇÃO DE DANOS E PERDAS. In: PINHEIRO, E. G.; PEDROSO, F. F. F. (Eds.). CONSTRUINDO UM ESTADO RESILIENTE: O MODELO PARANAENSE PARA A GESTÃO DO RISCO DE DESASTRES. 1. ed. Curitiba: CEPED/FUNESPAR, 2016. p. 34–51.

Downloads

Publicado

2021-03-01

Como Citar

PAZ, O. L. de S. da .; PAULA , E. V. de . Planície do rio Jacareí após os movimentos de massa de 2011: considerações a partir da análise granulométrica de trincheira e mudanças do canal. Revista Cerrados, [S. l.], v. 19, n. 01, p. 140–159, 2021. DOI: 10.46551/rc24482692202106 . Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/cerrados/article/view/3119. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Categorias