Entre a sociedade, o estado e o capital no campo da Educação a Distância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/ees.v19n21art03

Palavras-chave:

Educação a Distância, Lógicas Institucionais, Hibridismo

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar como as lógicas institucionais proporcionaram a mudança na configuração do campo da educação para institucionalizar a educação superior a distância no Brasil. Foi realizada uma pesquisa histórica, seguida da Análise Axiológica dos normativos, contendo a codificação e Análise de Conteúdo. Como achados, relata-se que a modalidade foi inserida no Brasil sob a lógica da educação como valor social. Contudo, a lógica da educação como mercado despertou interesse dos empresários na modalidade e tornou-se híbrida. Posteriormente, essas lógicas foram combinadas com a educação como direito de todos acompanhado pelo Estado, fortalecendo a formação do mercado da EaD.

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Biografia do Autor

Bruno Eduardo Slongo Garcia, Universidade Federal do Paraná

Doutor em Administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Especialista em Gestão de Negócios pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Professor e pesquisador da área de Gestão na Uniandrade e no MBA em Gestão de Talentos e Comportamento Humano (UFPR), professor associado ao PECEGE USP. experiência nas áreas de Administração e contabilidade.

Mayla Cristina Costa Maroni Saraiva, Universidade de Brasília

Economista pela Universidade Federal de Viçosa (2002), Mestre em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo (2004) e Doutora em Administração pela Universidade Positivo (2012), doutorado sanduíche na Universidade de Alberta, Canadá. É professora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais e do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGA) da Universidade de Brasília. Coordenadora do Curso de Especialização Lato Sensu Orçamento, Governança e Gestão de Riscos no Setor Público. Foi coordenadora do MBA em Auditoria Integral da UFPR (2010-2015) e coordenadora do Curso de Especialização em Gestão Contábil e Tributária da UFPR (2015-2016). Experiência em consultoria em organizações públicas e privadas. Atualmente atua na Divisão de Compliance e Gestão de Riscos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Avaliadora de artigos científicos em eventos e periódicos da área de Contabilidade e Administração. 

Jane Mendes Ferreira, Universidade Federal do Paraná

Possui graduação em Ciências Contábeis (PUCPR), especialização em contabilidade e finanças (UFPR), mestrado (PUCPR) e doutorado em Administração(UP). Atualmente cursa pós-doutorado em Educação (PUCPR), é docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR) atuando nos cursos de graduação e pós-graduação lato e stricto sensu nas disciplinas de Pensamento Administrativo, Pesquisa em Administração e Tópicos Especiais em Administração Pública (Graduação em Adm. Presencial), Estudo e Pesquisa em Administração (Adm. Pública -EaD); Negociação e Gestão de Conflitos (Dere-Pecca). Além disso, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Organizações, Liderança e Decisão (PPGOLD) da UFPR e faz parte do Conselho Editorial da Editora da UFPR. 

Johnny Ribas da Motta, Universidade Federal de Santa Maria

Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM - 2021). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG - 2020). Graduando em Gestão de Recursos Humanos (UMESP - 2024). Especialista em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial (UTP - 2017) e bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP - 2015). Atuou como Professor da disciplina de Comunicação Empresarial Geral na Faculdade de Tecnologia de Sorocaba (FATEC SO - 2021) e de Marketing Digital na Seduc Intec (2021). Atuou como Professor Pesquisador Conteudista na Coordenação de Tecnologias Educacionais do Instituto Federal do Paraná (IFPR - 2017). 

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Arquivos adicionais

Publicado

26.04.2024