EX MACHINE: REFLEXÕES SOBRE O PENSAR - UM ENSAIO DE FILOSOFIA PRAGMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.46551/2448-30952025v30n109Keywords:
Filosofia, Cinema, Pensar, MáquinasAbstract
O presente artigo é um ensaio filosófico sobre o filme: Ex Machine (2014), de Alex Garland. O objetivo do ensaio é retomar aspectos conceituais presentes no filme, especialmente, o conceito de “pensar” aplicado às máquinas. O que é o pensar? O que são máquinas? Máquinas pensam? Retomando estas indagações, passando por uma retomada do pensamento cartesiano e algumas posições teóricas tradicionais sobre o estatuto do pensar e da mente, com destaque para a proposta do
funcionalismo em filosofia da mente, o ensaio constrói um enquadramento geral da questão do pensamento. Em termos mais específicos, no filme, a retomada conceitual do famoso Teste de Turing, em que a robô Ava é submetida por dois programadores: Nathan e Caleb. O ensaio busca relacionar, especialmente, o mote conceitual do funcionalismo com um tratamento pragmático, vinculado a produção do filósofo Ludwig Wittgenstein. Assim, os elementos conceituais envoltos no Teste serão problematizados reflexivamente através do filme por uma compreensão filosófica pragmática de inspiração wittgensteiniana. Neste processo, a reflexão se encaminha para recolocar aspectos básicos do teste, expressos imageticamente no filme, com elementos conceituais da filosofia da psicologia de Wittgenstein, desubstancializando e tirando de um lugar “pneumático” conceitos que balizam o tratamento destes problemas. Mostrando o enraizamento pragmático do conceito pensamento em nossa espécie através da linguagem. Daí ganha dimensão o conceito de simulação do pensamento pelas
máquinas, em comportamento linguístico, como desdobramento de nosso modo de vida. A presença de máquinas simuladoras competentes linguisticamente depende da capacidade de domínio linguístico, que pressupõe história, biografia, introdução e correção em práticas linguísticas de nossa espécie. Isso uma máquina não tem. Contudo, as flexibilizações conceituais conquistadas pelo avanço da tecnologia, como o filme busca apontar, nos forçam a expandir criticamente o conceito de pensar.
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