Revista Poiesis https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis <p>A Revista Poiesis é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, visando abrir espaço para publicação de artigos na área de filosofia em interface com outras áreas do conhecimento. O propósito é estimular a produção acadêmica e o debate filosófico entre pesquisadores, primando sempre pela qualidade na publicação de material que sirva de instrumento de pesquisa ao público especializado e à comunidade acadêmica em geral. Esperamos que o periódico possa contribuir para o desenvolvimento das discussões acerca das temáticas filosóficas, sobretudo na contemporaneidade.</p> Editora Unimontes pt-BR Revista Poiesis 2448-3095 Apresentação - Dossiê Temas de Filosofia - II https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8090 Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 DIALÉTICA E HERMENÊUTICA: A POESIA ENTRE A NEGATIVIDADE E A POSITIVIDADE https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8073 <p>Este artigo realiza uma reflexão sobre a palavra poética a partir do paradigma da Hermenêutica Filosófica de Gadamer. Em específico, analisa-se a dimensão dialética da experiência poética, a qual é exposta em dois momentos: a da sua negatividade e a da sua positividade. A primeira é exemplificada a partir da interpretação de alguns trechos do poeta Paul Celan. A segunda é realizada a partir de uma leitura dos diálogos Fedro e Banquete de Platão. De fato, uma das tarefas fundamentais da Hermenêutica Filosófica é realizar uma nova ontologia da linguagem, na qual desponta a poesia como fenômeno paradigmático. Em geral, a linguagem é considerada por Gadamer como um modo de aparição dos entes, mas que pode (e normalmente está) obstruída por uma sedimentação dos sentidos na cotidianidade. Nesse contexto, a palavra poética aparece como uma forma de desobstrução da capacidade criadora da linguagem. É o caso, inclusive, da chamada poesia hermética, como a de Paul Celan. Por conta do seu fechamento e estranhamento diante da fala cotidiana, ela, nessa negatividade inicial, abre a linguagem para uma dimensão mais fundamental: trazer o inaudito (mesmo o abominável) à palavra. A partir disso, é necessário agora considerar o que é esse “trazer à palavra” poética. Levando em consideração a apropriação compreensiva de Gadamer, o conceito de “belo”, extraído particularmente dos diálogos Fedro e Banquete de Platão, terá um papel decisivo ao articular “ser” e “aparecer” de maneira positiva. Nesse sentido, a função “erótica” da palavra poética desponta, na medida em que ela nos lança em uma indigência criadora.</p> Rodrigo Viana Passos Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n101 ESTÉTICA DA ARTE-MUSICAL EM SCHOPENHAUER: A MÚSICA COMO ESSÊNCIA - SUPERAÇÃO DO PESSIMISMO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DO PRAZER E DA FELICIDADE https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8074 <p>Aprofundando a análise do pessimismo schopenhauriano no livro III d’ O Mundo como vontade e como representação, revelou-se uma “filosofia do otimismo” que perpassa a construção de uma teoria estética e uma filosofia da arte que encontra na Genialidade uma perspectiva de travessia do estado determinista da própria finitude do humano para o estado de superação de todo sofrimento e insatisfação. Encontra-se uma Metafísica da Música elaborada por Schopenhauer como único meio de alcance do conhecimento da essência do mundo e do homem. Desse modo, a música genial torna-se a única via para a libertação do homem que conhece e encontra a si mesmo como sujeito desvelado de qualquer obscuridade e iluminado pela sua própria essência desprovida de vontade.</p> João Roberto de Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n102 A TEORIA MIMÉTICA E A CRÍTICA À ANTROPOLOGIA PSICANALÍTICA https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8077 <p>O presente artigo destaca a violência e a teoria do sagrado de René Girard como um componente natural das sociedades humanas. Procuramos apresentar a crítica girardiana à antropologia psicanalítica de Sigmund Freud, especificamente as análises dos elementos fundadores da cultura humana que ela pretende explicar tendo em vista a teoria mimética do desejo. A análise desenvolvida observa a questão dos mitos e os interditos no processo de culturalização, ou seja, do processo fundador da cultura humana.</p> Monelle da Silva Caldas Wandeilson Silva de Miranda Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n103 O AGORA ATUAL DA CONSCIÊNCIA COMO PONTO-FONTE DO SER VIVENTE: ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE A PROTOIMPRESSÃO NAS ANÁLISES SOBRE A SÍNTESE PASSIVA DE EDMUND HUSSERL https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8078 <p>O objetivo desse artigo é explicar a partir das Husserlianas X e XI a função da protoimpressão na fenomenologia de Edmund Husserl. Observamos que em sua obra inicial sobre a temporalidade fenomenológica, Hua X, intitulada Lições para uma Fenomenologia da Consciência interna do Tempo (Zur Phänomenologie des inneren Zeitbewusstseins), Husserl estabelece que a protoimpressão é a consciência imediata perceptiva da fase atual na experiência, ou seja, é onde se intenciona a fase agora. Contudo, a protoimpressão também é apresentada na Hua XI, Análises sobre a síntese passiva (Analysen zur passiven Synthesis) como o “ponto-fonte” [Quellpunkt] e ao mesmo tempo uma “protofonte” [Urquelle] da experiência. Neste contexto, a protoimpressão inaugura a possibilidade de renovação da vida consciente. Contudo, é necessário destacar a importância<br />fenomenológica tanto da gênese passiva quanto das associações originárias para a fase impressional das vivências.</p> Isabela Carolina Carneiro de Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n104 O SENTIDO-DO-SER NA CONTEMPORANEIDADE: AS RELAÇÕES DO DASEIN COM A QUESTÃO-DIRETRIZ NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8079 <p>O objetivo central do presente trabalho consiste em apresentar a recepção contemporânea da questão-do-ser a partir do pensamento de Martin Heidegger em Sein und Zeit. Com base nas ideias contidas na introdução da obra magna do jovem Heidegger, idealiza-se proporcionar uma mais ampla compreensão a respeito dos três dogmas da metafísica que impedem o progresso da filosofia, quais sejam: a universalidade, a indefinibilidade e a autodeterminação do sentido de ser. Uma vez<br />desconstruída a triplicidade dogmática que obstrui o caminho em direção do entendimento da pergunta-diretriz da tradição, todos os esforços conceituais serão empreendidos na tentativa de evidenciar em que medida o Dasein está no centro da mais expressiva reflexão filosófica, sendo, portanto, um elemento inseparável da problemática fundamental da ontologia. Em termos gerais, através de uma metodologia analítico-descritiva que combina revisão bibliográfica, leitura aproximada<br />e escrita criativa pretende-se obter enquanto resultado desta investigação uma elucidação acerca de como o significado do ser na contemporaneidade está indissociavelmente relacionado à constituição ontológica do próprio Dasein.</p> Jan Clefferson Costa de Freitas Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n105 EDUCAÇÃO E MEIO-AMBIENTE NA FILOSOFIA DE G. H. MEAD: POSSIBILIDADES PARA SE PENSAR O SELF AMBIENTAL https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8081 <p>O presente artigo objetiva explorar o conceito de self a partir da filosofia de George Herbert Mead e suas implicações na educação, apontando contribuições desse importante filósofo social para uma abordagem filosófica da Educação Ambiental, a fim de refletir e fazer uma breve análise das bases epistemológicas do seu pensamento para compreender melhor os conceitos que fundamentam sua teoria no que tange ao processo de desenvolvimento do homem e da sociedade e suas relações com<br>a natureza e com o meio ambiente em geral. Além disso, propõe um trabalho educativo interdisciplinar na escola, no sentido de integrar o tema meio ambiente a todas as áreas do conhecimento, abrangendo todas as etapas de ensino, inclusive a Educação infantil. O trabalho de pesquisa busca por conhecimento em obras pouco exploradas de Mead, como The Philosophy of the Present (1932), The Philosophy of Act (1938), uma vez que almeja colheitas filosóficas promissoras que possam contribuir, de forma relevante, para uma educação mais reflexiva e consciente da grande responsabilidade de cuidar e promover a preservação sustentável do planeta Terra. Por fim, aponta caminhos para escola desenvolver uma proposta de Educação ambiental calcada em princípios filosóficos meadianos, com potencial para possibilitar aos estudantes a constituição de um self ambiental.</p> Shirlene Santos Mafra Medeiros Rejane Edna dos Santos Azevedo Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n106 FILOSOFIA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO: ALGUMAS PERSPECTIVAS A PARTIR DE JACQUES RANCIÈRE https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8082 <p>A política é, para Rancière (1996), a experiência de um acontecimento litigioso que eclode com o rompimento das determinações, a suspensão da ordem social, e que só pode vir à tona por meio da verificação da igualdade. Nessa rota, percorreremos caminhos que passam por ideias centrais da obra ranceriana com o objetivo de pensar a escola entre a política e a educação. Igualdade e desigualdade, emancipação e embrutecimento, política e polícia, serão alguns dos elementos visitados em nosso exercício que, certamente, contribuirá com a descoberta das íntimas relações existentes e por<br />vezes impensadas entre a escola – enquanto instituição encarregada da formação dos sujeitos – e a perpetuação ou a interrupção de uma ordem social fundada na desigualdade. No movimento cíclico da escrita, o texto sempre se volta para O mestre ignorante (2002) para problematizar a natureza política da filosofia da educação, pois nessa obra, Rancière não dissocia a “emancipação intelectual” e a “igualdade de inteligências” de suas dimensões filosóficas e políticas.</p> José Teixeira Neto Raquel Vieira Dias José Marcus Guedes de Araújo Renan Araújo dos Santos Filho Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n107 A SALA DE AULA: LUGAR DA VISITAÇÃO E DO ENCONTRO – ABORDAGENS FILOSÓFICAS https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8083 <p>É notório o descaso que há com relação ao ensino de Filosofia e, de modo mais acirrado, no ensino de temas próprios desta disciplina no Ensino Médio. Para muitos, estes são temas abstratos e sem nenhuma relação com a vida e formação das pessoas. Mesmo para o processo de apreensão da realidade a Filosofia para muitos tem pouco a oferecer (ASPIS, 2009; CAMPANER, 2012; NOVAES, 2010), desconhecendo rapidamente a tradição do pensamento Ocidental que permeiam todas as<br />estruturas da realidade onde estamos apoiados culturalmente. Ou do sentido amplo da existência social ou a tomada de consciência (conscientização). E há muitos que pensam que a aquisição de habilidades em Filosofia está relacionada com um grupo seleto de homens eruditos (GHEDIN, 2009). Assim, o embasamento científico da presente pesquisa está centrado na obra Descobrindo a Existência com Husserl e Heidegger, em particular os textos “O vestígio do Outro”, “Enigma e Fenômeno e<br />Linguagem e Proximidade”, presentes na parte “Ensaios Breves”. Estes demonstraram conceitos levinasianos de Visitação, Encontro e sobre o Outro, apontando para a sua relação no processo de acolhimento da alteridade e o estabelecimento da ética da responsabilidade que surge com a fenomenologia do rosto (LÉVINAS, 1999).</p> Frederico Neri Alves Antônio Alvimar Souza Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n108 DOMÍNIO COMUM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA ABORDAGEM FILOSÓFICA E INTERDISCIPLINAR https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8084 <p>: Este estudo, conduzido com uma abordagem qualitativa e embasado em uma revisão bibliográfica abrangente, propõe-se não apenas a analisar o papel do domínio comum na educação superior, mas também a explorar suas implicações mais amplas para o desenvolvimento de cidadãos críticos e comprometidos com a sociedade contemporânea. Ao examinar as obras de pensadores como Ludwig Wittgenstein, Alfred Tarski, Karl Popper e Thomas Kuhn, o estudo fundamenta suas discussões em sólidas bases teóricas, destacando a importância da filosofia da lógica e da linguagem como pilares para uma participação informada em debates sociais e políticos. Além disso, ao compreender as contribuições epistemológicas de Popper e Kuhn, a pesquisa promove uma visão do conhecimento científico, propondo o questionamento e o pensamento reflexivo. Adicionalmente, ao conceituar a educação integral como um processo holístico que abarca dimensões cognitivas, emocionais e éticas, o estudo busca ressaltar sua importância vital para enfrentar os complexos desafios da contemporaneidade. Discutindo os desafios na implementação do domínio comum e delineando perspectivas futuras, argumenta-se que a educação integral não só molda o indivíduo, mas também é um elemento fundamental para a preservação democrática e a promoção da liberdade individual. Dessa forma, o estudo visa contribuir significativamente para a formação de cidadãos plenos e ativos, capazes de impulsionar mudanças positivas em direção a um mundo mais justo, inclusivo e democrático. Este trabalho se propõe a representar um passo importante rumo à compreensão e promoção de uma educação superior verdadeiramente transformadora e emancipatória, essencial para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.</p> Ivann Carlos Lago Marjorie Bier Krinski Corrêa Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n109 SENTIDO DE FILOSOFIA EM DELEUZE: A CRIAÇÃO DE CONCEITOS https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8085 <p>Neste artigo, perscrutamos as noções de Filosofia que percorrem alguns textos de Gilles Deleuze. Apresentamos o problema tendo como ponto de partida a própria definição de filosofia proposta pelo autor, o qual entende a filosofia como criação de conceitos. O objetivo da investigação bibliográfica é discutir o sentido de filosofia na concepção desse pensador contemporâneo. Analisamos inicialmente o modo pelo qual o autor em questão entende a filosofia, bem como a crítica<br />que ele faz da tradição filosófica, a qual percorreu um caminho buscando uma verdade universalizante do saber. Seguimos a discussão entendendo a criação de conceitos, objeto norteador desse trabalho. Na abordagem, toma-se por base o livro, O que é a Filosofia? publicado em parceria com Félix Guattari em 1991, bem como outros textos em que sua noção de filosofia se explicite, como Conversações, publicado em 1990. No Brasil, consideramos os estudos de Silvio Gallo para auxiliar na abordagem, com destaque para seu livro Deleuze e a Educação, bem como, outros estudiosos da filosofia de Deleuze, tais como Roberto Machado e Renata Lima Aspis. A filosofia deleuziana situa-se no que se chama pensamento da diferença, ou seja, ele não pensa a filosofia como reveladora da verdade, ou a busca por uma representação fixa e imutável da realidade, ao contrário, a sua filosofia se opõe a tudo o que nega o devir e a multiplicidade, além de concentrar os estudos filosóficos na tarefa de produzir conceitos. Assim, a filosofia apresentada por Deleuze não busca soluções transcendentais ou verdades universais, mas devires em um campo de imanência.</p> Ângelo Vandiney Cordeiro Celso Kraemer Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n110 RETORNAR AO PASSADO PARA PENSAR O PRESENTE: MICHEL FOUCAULT E A ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8086 <p>Os últimos cursos ministrados por Michel Foucault no Collège de France intitulados A hermenêutica do sujeito (1982), Governo de si e dos outros (1983) e A coragem da verdade(1984), são balizados em uma ampla investigação histórico-filosófica – do século IV a. C ao século III d. C. – que marca o aprofundamento e a relevância do pensamento antigo para a filosofia foucaultiana. Por meio destes cursos o filósofo percorre momentos do pensamento socrático-platônico e helenísticoromano, analisando e comparando discursos e práticas filosóficas, médicas, políticas e pedagógicas, a fim de compreender as modalidades de relação do sujeito consigo mesmo e com a verdade, por meio das quais o indivíduo é conduzido a exercer sobre si uma forma de governo dotada de certa autonomia e singularidade. Foucault busca, no pensamento grego, novas formas de problematizar nosso presente e a relação do sujeito consigo mesmo, operando cortes transversais nas filosofias da antiguidade, possibilitando o confronto de experiências e estabelecendo marcos para se pensar a atualidade política,<br>ética e filosófica. O filósofo utiliza-se de uma investigação acerca das experiências na antiguidade para rever, de modo crítico, as percepções de nossa época. Desse modo, o objetivo deste artigo é analisar e problematizar as condições e motivos do retorno foucaultiano a filosofia greco-romana.</p> Bianca Kelly de Souza Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n111 A(S) HETEROTOPIA(S) DE FOUCAULT: ANÁLISE DE UM CONCEITO INTERROMPIDO https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8087 <p>Michel Foucault define o espaço como fundamental em todas as formas de vida comunitária e exercício de poder, abordando-o como um conceito socialmente construído que engloba lugares, territórios e populações. O filósofo propôs, na década de 1960, o conceito de heterotopias como lugares que desafiam e contestam outras formas de organização espacial. Diferenciando-os das utopias, Foucault sugere que espaços heterotópicos, tais como o barco, têm a capacidade de transitar entre diferentes realidades, enquanto desempenham um papel fundamental na crítica ao espaço real e nas relações de poder. No entanto, a proposta conceitual de heterotopias parece interrompida pois Foucault não desenvolve completamente esse conceito em suas obras posteriores. Não obstante, o conceito tem sido aplicado desde sua gênese de modo multidisciplinar para discutir o espaço em diversos campos do conhecimento. Diante disso, o objetivo deste trabalho é analisar o conceito de heterotopia considerando sua importância para as relações de poder e seus efeitos em análises posteriores apesar da interrupção de seu uso na obra de Foucault. Como problema, destacamos a oscilação do conceito em domínios diferentes e certa dificuldade em tomá-lo como conceito-chave de leitura da obra em virtude da escassez de análise em textos do filósofo posteriores aos aqui analisados. Metodologicamente, nossa análise parte de uma leitura estrutural dos textos que tratam do conceito de<br>heterotopia, avança para a comparação entre ambos e lança pistas interpretativas em relação aos vários sentidos do conceito. Nossa conclusão é que mesmo com a ausência de análises na obra em seu conjunto, as notas em torno do conceito fornecidas por Foucault permitem a utilização da heterotopologia como uma ferramenta de análise do espaço e das relações sociais a ele associadas.</p> Felipe Cardoso Vale Pires Ildenilson Meireles Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n112 A ÉTICA NO BRASIL E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8088 <p>A ética teológica é distinta da ética filosófica principalmente porque o seu fundamento teórico está associado ao núcleo da pessoa de Jesus de Nazaré. Por essa razão, ela exige um conhecimento de cunho judaico e semítico, e não, somente grego, seja ele na retórica ou na antropologia. Logo, somente os autores que corroboram a perspectiva antropológica que leva em<br>consideração o conceito de alteridade relacional, em lugar de privilegiar o conceito de ser e de identidade, podem ter lugar aqui. O primado semítico não é ontológico, e sim ético, porque compreende o ser humano, antes de tudo, como um ser relacional. Foi a partir da leitura da história do povo de Deus, de uma hermenêutica intersubjetiva, que foi possível, para esse povo, compreender quem era Deus. Essa compreensão dinâmica continua até os dias atuais. Além disso, esse primado<br>ético-relacional diz respeito ao entendimento que o povo de Israel teve do que quer dizer “transcendência”. O povo de Deus percebeu que os eventos mais significativos e importantes da vida humana só acontecem desde a vivência da temporalidade histórica, e não, por meio do processo de abstração, conforme pensa a filosofia. Foi um esforço teórico da teologia, a inserção do conceito de transcendência horizontal/temporal no pensamento do século XX. Sendo assim, por meio deste artigo,<br>pretendemos pensar a ética teológica do Brasil, na atualidade. A ética é pensada a partir dos problemas políticos, sociais e econômicos que o país se nos apresenta. Por essa razão, relembramos o papel da Teologia da Libertação, um pensamento político-intelectual que foi gestado no seio da América Latina e do Brasil, um pensamento peculiar e próprio dessas paragens. Nesse sentido, apresentaremos algumas questões éticas principais da atualidade, tais como: o conceito de solidariedade e<br>vulnerabilidade, a ética das emoções, e também a bioética. Contudo, nenhum desses temas será tratado sem a devida fundamentação filosófica.</p> Marta Luzie de Oliveira Frecheiras Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n113 A RELAÇÃO ENTRE RESPONSABILIDADE E JUSTIÇA EM EMMANUEL LÉVINAS https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/8089 <p>O objetivo deste texto é estudar a relação entre responsabilidade e justiça em Emmanuel Lévinas como pressuposto para uma ética da justiça social. De acordo com a obra de Lévinas, Totalidade e Infinito, esse trabalho procura também mostrar o paradigma filosófico da alteridade. Assim, o escrito tenta refletir a passagem da ontologia à ética como filosofia primeira, e, posteriormente, colocar a questão social e política na perspectiva do EU-Outro-Terceiropara EuOutro-Estado.</p> Oziel da Rocha Copyright (c) 2024 Revista Poiesis https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-08-29 2024-08-29 28 1 10.46551/2448-30952024v28n114