O cinema como metodologia para uma prática de ensino de filosofia

Autores

  • Adhemar Santos de Oliveira Universidade do Estado da Bahia
  • Alex Fabiano Correia Jardim Universidade Estadual de Montes Claros

Palavras-chave:

Ensino de filosofia. Cinema. Criação. Pensamento. Prática de ensino.

Resumo

As conversações deste artigo visam focar como trabalhar a filosofia articulada ao cinema no Ensino Médio, além de pensar as condições - favoráveis ou não - ao estudante, para a promoção da interatividade e do pensamento crítico para, dessa forma, superar as dificuldades relacionadas ao processo do pensar filosófico. Além disso, o artigo tem a intenção de investigar as imagens cinematográficas como prática metodológica de ensino-aprendizagem aplicada à disciplina de filosofia, no âmbito escolar da educação básica regular com base no pensamento do filósofo Gilles Deleuze. Buscamos neste artigo fazer o encontro entre a filosofia, o cinema e a educação. Seguindo o pensamento deleuziano, a filosofia em conjunto com o cinema, indo ao encontro da educação, vem desenvolver uma metodologia prática do ensino de filosofia na educação básica, pois, ambas podem desenvolver na educação o processo de problematizar o pensamento e dar ao estudante secundário a capacidade de ler as imagens e desenvolver o pensamento e também dando-lhe instrumentos para que ele possa desenvolver a capacidade de criar conceitos conforme pensou Deleuze e Guattari na obra O que é a Filosofia?. Não obstante, ao fazer o encontro da filosofia com o cinema, não propomos fazer com que a filosofia interprete o cinema, mas que a filosofia trabalhe e pense com o cinema na sala de aula. Desse modo, pensar o ensino de filosofia seguindo o pensamento deleuziano é entender que o cinema, assim como a filosofia, é também um grande criador de conceitos, pois este proporciona a tradução dos conceitos em termos audiovisuais. Nas palavras do filósofo “o próprio cinema é uma nova prática das imagens e signos, cuja teoria a filosofia deve fazer como prática conceitual” (DELEUZE, 2007, p. 332).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adhemar Santos de Oliveira, Universidade do Estado da Bahia

Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES; Professor da Universidade do Estado da Bahia.

Alex Fabiano Correia Jardim, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutor em Filosofia; Professor do Departamento de Filosofia, do Mestrado em Letras-Estudos Literários e do Mestrado Profissional em Filosofia/Unimontes, MG.; Coordenador do Laboratório de Filosofia, Ciências Humanas e Outros Sistemas de Pensamento/Unimontes, MG.

Referências

ASPIS, Renata Lima e GALLO, Silvio. Ensinar Filosofia: um livro para professores. São Paulo: Ed. Atta Mídia e Educação, 2009.

AUMONT, Jacques. A Estética do Filme. Tradução: Maria Appenzeller. Campinas: Papirus, 2012.

CARDOSO, Luís Miguel. Literatura e Cinema: Vergílio Ferreira e o espaço do indivizível. Lisboa, Edições 70, 2016.

SILVA, Alexandre Rocha da e COSTA, Rafael Wagner dos Santos. Peirce na trilha deleuzeana: a semiótica como intercessora da filosofia do cinema. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 33, nº 1, jan./jun. 2010, p. 169-187. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/

article/view/152 >. Acesso em: 09 ago. 2019.

DELEUZE, Gilles. Cinema II: A Imagem-Tempo. Tradução: Eloísa de Araújo Ribeiro. Revisão Filosófica: Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2007.

______________. O que é o ato de criação? Dois regimes de Loucos. Tradução de Guilherme Ivo; edição preparada por David Lapoujade; revisão técnica de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 332-343.

______________. Proust e os signos. Tradução: Antônio Piquet e Roberto Machado. 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Forense Universitária, 2006a.

______________. Diferença e repetição. Tradução: Luiz Orlandi e Roberto Machado. 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Graal, 2006b.

_____________ e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia?. Tradução: Bento prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. 2ª ed. 1ª remp. São Paulo: Ed. Editora 34, 1997.

_____________. Conversações, 1972-1990. Tradução: Peter Pál Pelbart. 1ª ed. 7ª remp. Rio de Janeiro, Ed. 34, 1992.

DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

EZCURDIA, José. O autômato espiritual na filosofia de Espinosa implicações de uma ontologia imanentista no plano do conhecimento científico. Tradução Homero Santiago. São Paulo, Cadernos Espinosanos - USP, nº 24, p. 11-33, 2010. Disponível em <https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2010.89416>. Acesso em: 09 ago. 2019.

FUSARI, José Cerchi. A Linguagem do cinema no currículo do ensino médio: um recurso para o professor. TOZZI, Devanil. (org.) Caderno de Cinema do Professor: dois. São Paulo: Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, 2009, p. 32 a 45.

GALLO, Silvio. Deleuze e a Educação. 3ª ed.; 1ª remp. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2016.

KLAMMER, C. R. et al. Cinema e educação: possibilidades, limites e contradições. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL, 3., 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2006, p. 872 a 883. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br/setimaarte/images/pdf/cinema-e-educac3a7c3a3o possibilidades-limites-e-contradic3a7c3b5es.pdf>>. Acesso em: 09 ago. 2019.

LA SALVIA, André Luis. Problemas de uma pedagogia do conceito: pensando um ensino de filosofia. Rio de Janeiro: Ed. Livros Ilimitados, 2016.

LEVY, Lia. O Autômato Espiritual: A subjetividade moderna segundo a ética de Espinosa. Porto Alegre: Ed. L&PM, 1998.

NAPOLITANO, Marcos. Cinema: experiência cultural e escolar. TOZZI, Devanil. (org.) Caderno de Cinema do Professor: dois. São Paulo: Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, 2009, p. 10 a 31.

PARENTE, André. O cinema do pensamento. Paisagem, Cidade e Cybercidade. Gilles Deleuze uma Vida Filosófica. ALLIEZ, Eric (org.). Tradução: Ana Lúcia de Oliveira. São Paulo: Editora 34, 2000. p. 535-543

SILVA, Josineide Alves. Cinema e educação: o uso do filme na escola. Revista Intersaberes, vol. 9 nº 18. Julho a Dezembro 2014, p. 361-374. Disponível em: <https://www.uninter.com/intersaberes/index.php/revista/article/viewFile/642/421>. Acesso em: 09 ago. 2019.

STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Revista Ilha do Desterro, nº 51. Julho a Dezembro 2006, p. 19-53. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/issue/view/653>. Acesso em: 09 ago. 2019.

TAVARES, Gonçalo M. A maquina de Joseph Walser. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 2010.

Downloads

Publicado

2021-05-13

Como Citar

Santos de Oliveira, A., & Fabiano Correia Jardim, A. (2021). O cinema como metodologia para uma prática de ensino de filosofia. Revista Poiesis, 18(1), 17–31. Recuperado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/4189

Edição

Seção

Dossiê Ensino de Filosofia

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)