Em busca do direito a moradia e a cidade por meio da Investigação-Ação-Participativa
DOI:
https://doi.org/10.46551/rvg2675239520251191211Palavras-chave:
Urbanização, Desigualdades, Moradia, Participação, EmancipaçãoResumo
Por conta de uma urbanização acelerada e historicamente excludente, o Brasil apresenta elevado déficit habitacional e consequente surgimento de ocupações irregulares (favelas), pois, mesmo com o desenvolvimento de políticas habitacionais ao longo dos anos, grande parcela da população não possui meios para viverem em uma moradia digna, o que desencadeia consequências drásticas nos demais âmbitos da vida. Esta realidade demonstra que as ações desenvolvidas não são suficientes. Diante desse cenário, é urgente buscar alternativas que promovam transformações significativas nas cidades brasileiras. Neste caminho, o presente artigo busca discutir a relevância da Investigação-Ação-Participativa (IAP) de Fals Borda (1981) como uma abordagem que possa ser eficaz para atuar frente as desigualdades mencionadas e enraizadas no Brasil. Para isso, utilizando o paradigma do materialismo histórico e o método da análise documental, o presente estudo está dividido em duas partes: inicialmente será apresentado aspectos sobre o processo de urbanização do Brasil e seu caráter excludente e na sequência se evidencia as potencialidades da Investigação-Ação-Participativa. Espera-se que a produção do conhecimento científico caminhe reconhecendo e acolhendo os saberes populares e assim seja possível encontrar formas de transformação que propiciem a emancipação popular e a justiça social.
Downloads
Referências
ANTONELLO, I. T. Ampliação dos territórios vulneráveis no Brasil: o desafio do planejamento urbano para atingir a agenda das cidades inclusivas e saudáveis. In: COSTA, E. M.; LOURO, A. (org). Desigualdades em saúde, desigualdades no território: desafios para os países de língua portuguesa em contexto pós pandemia. 1ed. Portugal: Centro de Estudos Geográficos, 2022, 277-284p.
ANTONELLO, I. T.; VEIGA, L. A.; BERTINI, I. T. Territórios vulneráveis e de resistência na luta por uma habitação digna em Londrina/PR. Revista Territorial, Goiás – GO, Edição Especial – GIPAP, 2024, p. 76-103.
BERTINI, I. T. As políticas habitacionais e a produção do espaço urbano de Londrina-Pr. Dissertação. Mestrado em Geografia. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 156p.
BERTINI, I. T; ANTONELLO, I. T. Década a década: as políticas habitacionais e a produção
do espaço urbano de Londrina-PR. Raega, Curitiba, v. 60, n. 1, p. 70-91, ago. 2024.
BERTINI, I. T.; ANTONELLO, I. T. A expansão do perímetro urbano de Londrina-PR aliado a construção periférica dos conjuntos habitacionais: em busca de um desenvolvimento sustentável. Revista Gerenciamento de Cidades, v. 11, n.84, 2023, p. 157-170.
BRASIL. Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em 25 set. 2024.
BRINGUEL, B; MALDONADO, E. E. Pensamento Crítico Latino¬‐Americano e Pesquisa Militante em Orlando Fals Borda: práxis, subversão e libertação. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/21832/15904. Acesso em 10 out. 2023.
CICHOSKI, P.; ALVES, A. F. A pesquisa-ação na obra de Orlando Fals borda: contribuições para repensar o desenvolvimento rural. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/51309/28674. Acesso em 10 jan. 2024.
CORRÊA, R. L. O espaço urbano. Série Princípios. São Paulo: Editora Ática, 1989.
FALS BORDA, Orlando. La ciencia y el pueblo. In: GROSSI, F. V.; GIANOTTEN, V.; WIT, T. De (Org.). Investigación participativa y praxis rural. Lima: Mosca Azul, 1981. p. 19-47.
FALS, BORDA, O. Una sociología sentipensante para América Latina. Antología y presentación, Víctor Manuel Moncayo. México: Siglo XXI Editores; Buenos Aires: CLACSO, 2015.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2005. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2006.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2006. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2008.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2007. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2009.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2008. 1ed. Brasília: Fundação João Pinheiro, 2011.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2009. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2012.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2010. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2013.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2011-2012. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2015.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2013-2014. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2016.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2015. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2018.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2016-2019. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2021.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Metodologia do Déficit Habitacional e da Inadequação de domicílios no Brasil – 2016-2019. Disponível em: https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/habitacao/RelatorioMetodologiadoDeficitHabitacionaledaInadequacaodeDomiciliosnoBrasil20162019v1.0.pdf Acesso em 7 jul. 2022.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Ministério das Cidades. Déficit Habitacional no Brasil 2022. 1ed. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2024.
IBGE. Censo Demográfico. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/22827-censo-demografico-2022.html. Acesso em 10 set. 2024.
LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.
MARICATO, E. Metrópole, legislação e desigualdade. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/LJf4kyjgfBw9PyLxBxbNRbf/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 26 set. 2024.
MARICATO, E. Para Entender a Crise Urbana. 1ª Ed. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2015.
OLIVEIRA, A. P. S.; ANTONELLO, I. T.; A utopia de transformação socioterritorial pela luz que irradia da participação popular: abordagens latino-americanas de planejamento urbano. Disponível em: https://www.sisgeenco.com.br/anais/enanpur/2022/arquivos/GT1_SEM_181_453_20211127143613.pdf2022. Acesso em: 13 jan. 2024.
ROLNIK, R.; CYMBALISTA. R; NAKANO, K. Solo Urbano e a Habitação de Interesse Social: A questão fundiária na política habitacional e urbana no país. Revista de Direito da ADVOCEF, Porto Alegre , v. 1, n.13, nov. 2011 Disponível em: http://www.advocef.org.br/wp-content/uploads/2014/11/13-novembro-2011.pdf. Acesso em: 06 out. 2023.
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 5. Ed. 2013. 174p.
SANTOS, M. O espaço cidadão. 7. Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.
SAQUET, M. Uma Geografia (i)material voltada para a práxis territorial popular e descolonial. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/nera/article/view/8497/6069. Acesso em 29 out. 2023.
SÁ-SILVA, J. R.; DE ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História e Ciências Sociais, São Leopoldo, RS, Ano 1, n. 1, p. 1-14, Julho, 2009.
VILLAÇA, F. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Revista Estudos Avançados, São Paulo, vol. 25, nº 71. 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Isabelle Teixeira Bertini, Ideni Terezinha Antonello

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.