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DESTERRITORIALIZAÇÃO E RETERRITORILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO NO SUDOESTE PAULISTA: A QUESTÃO ENTRE OS TRABALHADORES DA CITRICULTURA E OS CAMPONESES PRODUTORES DE LEITE

Autores

  • Ricardo Manffrenatti Venturelli UNESP

DOI:

https://doi.org/10.46551/rvg26752395202013766

Palavras-chave:

Campesinato, Trabalho, Território

Resumo

Este artigo é fruto de uma série de pesquisas realizadas pelo autor e neste momento apresentamos uma síntese relacionando os processos contraditórios e intrínsecos ao capital nas quais promovem dialeticamente a desterritorialização camponesa e ao mesmo tempo, mas em outro fenômeno, a sua reterritorialização. Demonstrando a relação entre capital e campesinato, como modos de produção distintos, mas vinculados em uma dialética de destruição e recriação. Certamente este estudo não tem a prerrogativa de responder a todas questões pertinentes a relação entre capital e campesinato. Mas sim, focar nos fenômenos presenciados na região Sudoeste Paulista, mais especificamente na Região Geográfica Imediata de Avaré (IBGE, 2017). Tendo como justificativa a presença marcante de atividades citricultoras e camponeses pecuaristas de gado leiteiro. Assim, iremos relacionar os processos de territorialização do capital e monopolização do território pelo capital e suas expressões na configuração da fração do território a partir das relações de trabalho. Essa categoria foi escolhida, uma vez que iremos demonstrar como que as relações de exploração do trabalho assalariado na citricultura e a subordinação do trabalho camponês com a sujeição de sua produção a indústria, mesmo que se aparentem como expressões do capital no campo, contraditoriamente agem para a recriação camponesa.

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Publicado

2020-06-26

Versões

Como Citar

Manffrenatti Venturelli, R. (2020). DESTERRITORIALIZAÇÃO E RETERRITORILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO NO SUDOESTE PAULISTA: A QUESTÃO ENTRE OS TRABALHADORES DA CITRICULTURA E OS CAMPONESES PRODUTORES DE LEITE. Revista Verde Grande: Geografia E Interdisciplinaridade, 2(01), 37–66. https://doi.org/10.46551/rvg26752395202013766