Território das secas do semiárido brasileiro: clima, identidade e sociedade
DOI:
https://doi.org/10.46551/rvg26752395220241440465Palavras-chave:
Nordeste brasileiro, Semiárido, Secas, Identidade, TerritórioResumo
O semiárido do Nordeste do Brasil é caracterizado pela ocorrência de secas severas com grande repercussão social, econômica e política, que influenciam as políticas de desenvolvimento e a resiliência face à atual crise climática. A região é conhecida por fortes laços culturais, que remetem não apenas para a ideia de Nordeste, mas igualmente de sertão e semiárido, três territórios que se cruzam e influenciam. A partir da transversalidade das secas nesta discussão, o artigo tem como objetivo analisar os fatores sociais e geográficos que marcam estes territórios e podem condicionar a concretização das políticas públicas. Para se cumprir os nossos objetivos procedemos a uma ampla revisão bibliográfica, pesquisa documental, recolha e análise de notícias de imprensa e realização de entrevistas.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5ª ed., São Paulo: Cortez, 2011.
ANDRADE, Manuel Correia de Oliveira. A terra e o homem no Nordeste. Contribuições ao Estudo da Questão Agrária no Nordeste. São Paulo: Editora Brasiliense, 1963.
ANDRADE, Manuel Correia. O Nordeste e a questão regional. 2ª ed. São Paulo: Editora Ática, 1993.
ANTONIO FILHO, Fadel David. Sobre a palavra sertão: origens, significados e usos no Brasil (do ponto de vista da ciência geográfica). Ciência Geográfica, 15, 2011, p. 84-87.
ASA. Articulação Semiárido Brasileiro, 2022. Disponível em: http://www.asabrasil.org.br. Acesso em: 16 maio 2022.
BURITI, Catarina de Oliveira; BARBOSA, Humberto Alves. Um século de secas: por que as políticas hídricas não transformaram o Semiárido brasileiro? São Paulo: Chiado Books, 2018.
CALLADO, Antônio. Industriais da Seca e os "Galileus" de Pernambuco: aspectos da luta pela reforma agrária no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1960.
CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes. “Operários das secas: retirantes e trabalhadores de ofício em obras de ofício em obras de socorro público (1877-1919)”, Mundos do Trabalho, 3 (6), 2011, p.176-193.
CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual. In José Murilo de Carvalho. Pontos e bordados. Belo Horizonte. Ed. UFMG, 1998.
CASTRO, Josué de. Geografia da fome. O Dilema Brasileiro: Pão ou Aço. 10ª Ed., Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984.
CONDEL/SUDENE. Resolução CONDEL/SUDENE nº 150, de 13 de dezembro de 2021. Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste/Conselho Deliberativo. Diário Oficial da União, 2021ab. Disponível em: https://www.gov.br/sudene/pt-br/centrais-de-conteudo/1-resolucao-condel-sudene-150-2021.pdf. Acesso em: 28 ago. 2023.
CONDEL/SUDENE. Proposição nº 151/202, de 6 de dezembro de 2021. Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste/ Secretaria Executiva do Conselho Deliberativo, 2021b. Disponível em: https://www.gov.br/sudene/pt-br/centrais-de-conteudo/10proposicao1512021nv.pdf. Acesso em: 28 ago. 2023.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. Edição Especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [1902] 2016.
DANTAS, George Alexandre Ferreira; FERREIRA, Angela Lúcia; FARIAS, Hélio Takashi Maciel de. Adentrando os sertões: palavras, limites e territórios (das secas). In Angela Lúcia Ferreira, George Alexandre Ferreira Dantas, Yuri Simonini (Org.). Contra as secas: técnica, natureza e território. Rio de Janeiro: Letra Capital/INCT/Observatório das Metrópoles, 2018, p.33-53.
DAVIS, Mike. Holocaustos Coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2002.
DIAS, Paula Regina Pereira dos Santos Marques. O SERTÃO E O SERTANEJO: um Brasil de vários sertões. Revista Científica Novas Configurações–Diálogos Plurais, 1 (1), 2020, p.4-11.
DIAS, Eric Mateus Soares; PESSOA, Zoraide Souza; TEIXEIRA, Rylanneive Leonardo Pontes. Governança adaptativa e segurança hídrica em contexto de mudanças climáticas no semiárido, Mercator, 21, 2023, p.1-11.
FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos: gênese e lutas. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965.
FERREIRA, José Gomes. O Social e o político no histórico da seca no semiárido do nordeste do Brasil. In Winifred Knox (Org.). Políticas públicas e desenvolvimento no RN: povos de rio, de mar e da terra. Mossoró: EDUERN, 2020, p.31-57.
FERREIRA, José Gomes. Territorialidade e identidade nordestina. In Breno da Silva Carvalho et al., Territórios de identidade e políticas públicas. Perspectivas teóricas, relatos e experiências no enfrentamento da Covid-19 com comunidades e movimentos sociais. Mossoró: Edições UERN/Áporo Editorial, 2022a, p.18-24.
FERREIRA, José Gomes. Necropolítica na resposta às primeiras catástrofes climáticas do capitalismo. CLIO: Revista Pesquisa Histórica, v. 40, n. 2, 2022b, p.221-243.
FERREIRA, José Gomes; PAIVA, Anna Lidiane Oliveira; MÉLO, Anastácia Brandão de. Representações dos retirantes das secas do Semiárido nordestino. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 55, 2020, p.9-27.
FERREIRA, José Gomes; GOMES; Matheus Fortunato Barbosa; FIGUEREDO; Elayne de Silva; XAVIER; Juliana de Souza Xavier. Água, semiárido e sustentabilidade: aplicando o ODS 6 aos municípios do Rio Grande do Norte. MIX Sustentável, 9 (2), 2023, p.75-90.
FINAN, Timothy J. Climate science and the policy of drought mitigation in Ceará, Northeast Brazil. In Sarah Strauss; Ben Orlove (Ed.). Weather, climate, culture. Oxford: Berg. 2003, p. 203-216.
FREYRE, Gilberto. Nordeste. Aspectos da Influência da Cana sobre a Vida e a Paisagem do Nordeste do Brasil. São Paulo: Global Editora, [1937] 2013.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 32. edª, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.
GUERRA, Paulo de Brito. A civilização da seca. O Nordeste é uma história mal contada. Fortaleza: DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, Fortaleza, 1981.
GUIMARÃES JUNIOR, João Abner. Reforma hídrica do Nordeste como alternativa à transposição do rio São Francisco. Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades, 227, 2016, 80-88.
INDICE CHRONOLOGICO das navegações viagens, descobrimentos, e conquistas dos portuguezes nos paizes ultramarinos desde o princípio do século XV. Lisboa: Imprensa Nacional, 1841.
HAUDENSCHILD, André Rocha Leite. ‘O sertão vai virar mar’, a reinvenção do sertão na poética da Música Popular Brasileira (1960-1970). Contexto-Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFES, 31, 2017.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil em Síntese. Território, 2023. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/territorio.html. Acesso em: 10 set. 2023.
IMDS. Atualização dos resultados de pobreza 2021. PNADC. Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social. Disponível em: https://imdsbrasil.org/doc/Imds_apresentacao_pobreza_2021_24-06-2022.pdf. Acesso em: 10 set. 2023.
JACOBI, Pedro Roberto; SOUZA, Daniele Tubino de. Environmental governance and social learning: towards more reflexive interactions. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 58, 2021, 932-946.
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 7 Edª, Editora Companhia das Letras, [1975] 2012.
MACÊDO, Heitor Feitosa. Sertões do Nordeste: Inhamuns e Cariris Novos. Volume I. Crato: A Província Edições, 2015.
MACEDO, Hypérides Pereira de. Uma nova agenda para o semiárido do Nordeste 14. In Um olhar territorial para o desenvolvimento: Nordeste, BNDES, 2014, 389-418.
MACIEL, Francisco Ramon de Matos. Agenciamento e ações em massa de retirantes nas províncias do norte do Império-1877 e 1889. Em Perspectiva Revista do PPGH/UFC, 6 (2), 2020, 144-153.
MARENGO, Jose A. et al. Assessing drought in the drylands of northeast Brazil under regional warming exceeding 4 °C. Natural Hazards, 103, 2020, p.2589-2611.
MARENGO, Jose A. et al. Drought in Northeast Brazil: A review of agricultural and policy adaptation options for food security. Climate Resilience and Sustainability, 1(1), 2022, e17.
MELO, Mário Lacerda de. Bases geográficas dos problemas do Nordeste. Revista Brasileira de Geografia, 24.4, 1962, p.503-542.
MÉLO, Anastácia Brandão de. Práticas tradicionais de adaptação às secas no semiárido brasileiro: o caso do município de Triunfo, Pernambuco. Tese de Doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2022.
MENEZES, Djacir. O outro Nordeste: ensaio sobre a evolução social e política do Nordeste da "civilização do couro" e suas implicações históricas nos problemas gerais. 2ª ed., Rio de Janeiro. Editora Artenova, ([1937]1970).
MILLNER, Antony; OLLIVIER, Hélène. Beliefs, politics, and environmental policy. Review of Environmental Economics and Policy, 10 (2), 2016, p.226-244.
PÖRTNER, Hans-Otto et al. (Ed.) Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability Working Group II Contribution to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, 2022. Disponível em: https://report.ipcc.ch/ar6/wg2/IPCC_AR6_WGII_FullReport.pdf. Acesso em: 10 set. 2023.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
RIOS, Kênia Souza. Isolamento e poder: Fortaleza e os campos de concentração na seca de 1932. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2014.
SILVA FILHO, Leonides Alves da. Sudene 50 anos: uma abordagem política, institucional e administrativa. Recife: Comunigraf Editora, 2009.
SUDENE. Delimitação do semiárido – 2021. Relatório final. Recife: Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/sudene/pt-br/centrais-de-conteudo/02semiaridorelatorionv.pdf. Acesso em: 10 set. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 José Gomes Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Esta obra está licenciada com 