REVISÃO INTEGRATIVA: RETRATO DA PRESENÇA DE Cryptosporidium spp. EM HUMANOS E ÁGUAS DO BRASIL

Autores

  • Gabriel Lucas de Castro Cunha Universidade de Brasília (UnB)
  • Ana Lívia Sales da Silva Universidade de Brasília (UnB)
  • Luane Oliveira Araújo Universidade de Brasília (UnB)
  • Natália Lopes de Freitas Universidade de Brasília (UnB)
  • Caroline Araújo Universidade de Brasília (UnB)
  • Adriane Torquati Universidade de Brasília (UnB)
  • Fabiana Brandão Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.46551/ruc.v24n1a4

Resumo

Objetivo: Analisar a ocorrência de Cryptosporidium spp. em águas residuais no Brasil, bem como a prevalência em grupos de risco, na última década. Método: Trata-se de revisão integrativa, empregando os descritores DeCs: Cryptosporidiosis, Brazil, Adult, Children, Water, Food, Prevalence e Epidemiology, na base de dados PubMed, com recorte temporal entre janeiro de 2010 a setembro de 2021. Resultados: 26 artigos foram inicialmente encontrados na base de dados PubMed, dentre esses, 11 foram incluídos seguindo critérios PRISMA, e 15 foram excluídos por não se adequarem ao escopo proposto para o presente trabalho. Discussão: A análise dos estudos evidenciou altas taxas de criptosporidiose em crianças socioeconomicamente desfavorecidas e em pacientes imunodeprimidos. Ademais, os estudos em estações de tratamento evidenciaram baixa prevalência de Cryptosporidium spp. nas águas destinadas a reuso. Considerações finais: A constatação de elevada prevalência de Cryptosporidium spp. em populações de baixa renda reitera a problemática da criptosporidiose enquanto doença tropical negligenciada. A falta de dados de qualidade microbiana para água de reuso e de utilização direta por áreas rurais ainda inviabiliza inquéritos neste contexto. Por fim, há limitados estudos que tratem de inquéritos epidemiológicos da criptosporidiose no Brasil, dificultando um recorte próximo da realidade acerca da prevalência desta parasitose.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriel Lucas de Castro Cunha, Universidade de Brasília (UnB)

Graduando do curso de Farmácia pela Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. gabriellucas.luke@gmail.com; https://orcid.org/0000-0003-1968-0029.

Ana Lívia Sales da Silva, Universidade de Brasília (UnB)

Graduanda do curso de Farmácia pela Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. analiviasales100@gmail.com; https://orcid.org/0000-0001-5157-4168.  

Luane Oliveira Araújo, Universidade de Brasília (UnB)

Graduanda do curso de Farmácia pela Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. araujoluane198@gmail.com; https://orcid.org/0000-0002-4826-7236.

Natália Lopes de Freitas, Universidade de Brasília (UnB)

Bacharel em Farmácia pela Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. natalialopes.nlf@gmail.com; http://orcid.org/0000-0002-4814-7736.

Caroline Araújo, Universidade de Brasília (UnB)

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. araujo.cp@hotmail.com; https://orcid.org/0000-0002-9030-2277.

Adriane Torquati, Universidade de Brasília (UnB)

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade de Brasília (UnB). Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. drixadrianetorquati@gmail.com; https://orcid.org/0000-0001-7517-7271.

Fabiana Brandão, Universidade de Brasília (UnB)

Pós-doutora, professora Adjunto do Departamento de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB). Laboratório de Análises Clínicas, Departamento de Farmácia, Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. fabianabrandao@unb.br; https://orcid.org/0000-0001-8358-8062.

Referências

SILVA, I. C. DE M. E. DA. Detecção e caracterização genética de Cryptosporidium spp. em águas superficiais e em animais do jardim Zoológico de Lisboa. 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10451/30872. Acesso em: 19 Jan. 2022.

GARRIDO, L. E. M. Cryptosporidium parvum - patógeno emergente de veiculação hídrica: desafios metodológicos de detecção ambiental. ARCA: Repositório Institucional da Fiocruz, fev. 2003. Acesso em: 19 Jan. 2022.

CHALMERS, R. M. et al. Epidemiology of anthroponotic and zoonotic human cryptosporidiosis in England and Wales, 2004–2006. Epidemiology & Infection, v. 139, n. 5, p. 700–712, maio 2011. Acesso em: 19 Jan. 2022.

RYAN, U et al. Cryptosporidium species in humans and animals: current understanding and research needs. Parasitology, v. 141, n. 13, p. 1667–1685, nov. 2014. Acesso em: 19 Jan 2022.

ZINTL, A. et al. The prevalence of Cryptosporidium species and subtypes in human faecal samples in Ireland. Epidemiology & Infection, v. 137, n. 2, p. 270–277, fev. 2009. Acesso em: 19 Jan. 2022.

BONSERE, W. C. P. et al. Surtos de criptosporidiose em humanos: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Meio Ambiente, v. 8, n. 2, 2 maio 2020. Acesso em: 19 Jan. 2022.

PEREIRA, J. T. et al. Cryptosporidium spp.: para controlar é necessário conhecer. Revista Saúde e Ambiente / Health and Environment Journal, v. 10, n. 2, p. 13–25, 19 ago. 2009. Acesso em: 19 Jan. 2022.

FAYER, R. Cryptosporidium: a water-borne zoonotic parasite. Veterinary Parasitology, Waterborne Zoonotic Parasites. v. 126, n. 1, p. 37–56, 9 dez. 2004. Acesso em: 19 Jan. 2022.

THOMPSON, R. C. A. The zoonotic significance and molecular epidemiology of Giardia and giardiasis. Veterinary Parasitology, Waterborne Zoonotic Parasites. v. 126, n. 1, p. 15–35, 9 dez. 2004. Acesso em: 19 Jan. 2022.

THOMPSON, R. C. A. et al. Variation in Giardia: Implications for Taxonomy and Epidemiology. In: Advances in Parasitology. [s.l.] Academic Press, 2004. v. 58p. 69–137. Acesso em: 19 Jan. 2022.

KARANIS, P. et al. Possible Contamination of Surface Waters with Giardia spp. through Muskrats. Zentralblatt für Bakteriologie, v. 284, n. 2, p. 302–306, 1 jul. 1996. Acesso em: 19 Jan. 2022.

PLUTZER, J. et al. Neglected waterborne parasitic protozoa and their detection in water. Water Research, v. 101, p. 318–332, 15 set. 2016. Acesso em: 19 Jan. 2022. Acesso em: 19 Jan. 2022.

ROSSLE, N. F. et al. Cryptosporidiosis as threatening health problem: A review. Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, v. 3, n. 11, p. 916–924, 1 nov. 2013. Acesso em: 19 Jan. 2022.

HELLER, L. et al. Oocistos de Cryptosporidium e cistos de Giardia: circulação no ambiente e riscos à saúde humana. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 13, n. 2, p. 79–92, jun. 2004. Acesso em: 19 Jan. 2022.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. PNAD 2012 : Pesquisa nacional por amostra de domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

SABOYÁ, M. et al. Prevalence and intensity of infection of Soil-transmitted Helminths in Latin America and the Caribbean Countries: Mapping at second administrative level 2000-2010. p. 107, 2011. Acesso em: 19 Jan. 2022.

AKINBO, F. O. et al. Prevalence of intestinal parasitic infections among HIV patients in Benin City, Nigeria. Libyan Journal of Medicine, v. 5, n. 1, p. 5506, 1 jan. 2010. Acesso em: 19 Jan. 2022.

MOURA, H. et al. Enteric parasites and HIV infection: occurrence in AIDS patients in Rio de Janeiro, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 84, p. 527–533, dez. 1989. Acesso em: 19 Jan. 2022.

ZALI, M. R. et al. Prevalence of intestinal parasitic pathogens among HIV-positive individuals in Iran. Japanese Journal of Infectious Diseases, v. 57, n. 6, p. 268–270, dez. 2004. Acesso em: 20 Jan. 2022.

HARVEY, T. V. et al. Enteric parasitic infections in children and dogs in resource-poor communities in northeastern Brazil: Identifying priority prevention and control areas. PLoS Negl Trop Dis, v. 14, n. 6, p. e0008378–e0008378, jun. 2020. Acesso em: 20 Jan. 2022.

KORPE, P. S. et al. Epidemiology and Risk Factors for Cryptosporidiosis in Children From 8 Low-income Sites: Results From the MAL-ED Study. Clinical infectious diseases : an official publication of the Infectious Diseases Society of America, v. 67, n. 11, p. 1660–1669, 13 nov. 2018. Acesso em: 20 Jan. 2022.

BRANCO, N. et al. A parasitological survey of natural water springs and inhabitants of a tourist city in southeastern Brazil. Vector Borne Zoonotic Dis, v. 12, n. 5, p. 410–7, jan. 2012. Acesso em: 20 Jan. 2022.

SAVIOLI, L. et al. Giardia and Cryptosporidium join the ‘Neglected Diseases Initiative’. Trends in Parasitology, v. 22, n. 5, p. 203–208, 1 maio 2006. Acesso em: 20 Jan. 2022.

PERALTA, R. H. S. et al. Genetic diversity of Cryptosporidium identified in clinical samples from cities in Brazil and Argentina. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 111, n. 1, p. 30–6, jan. 2016. Acesso em: 20 Jan. 2022.

ASSIS, D. C. et al. Prevalence and genetic characterization of Cryptosporidium spp. and Cystoisospora belli in HIV-infected patients. Rev. Inst. Med. Trop. Sao Paulo, v. 55, n. 3, jun. 2013.

AZEVEDO, O. G. R. DE. Papel Protetor do Gene Humano APOE4 em Camundongos Trangênicos Submetidos Pela Desnutrição e Infecção Pelo Criptosporidium parvum. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2012. Acesso em: 20 Jan. 2022.

CABADA, M. M. et al. Treatment of cryptosporidiosis: do we know what we think we know? Current Opinion in Infectious Diseases, v. 23, n. 5, p. 494–499, out. 2010. Acesso em: 20 Jan. 2022.

HUNTER, P. R. et al. Health Sequelae of Human Cryptosporidiosis in Immunocompetent Patients. Clinical Infectious Diseases, v. 39, n. 4, p. 504–510, 15 ago. 2004. Acesso em: 20 Jan. 2022.

MOTTA, M. E. F. A. et al. Diarreia por parasitas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 2, p. 117–127, ago. 2002. Acesso em: 20 Jan. 2022.

RAZZOLINI, M. T. P. et al. Cryptosporidium and Giardia in urban wastewater: A challenge to overcome. Environmental pollution (Barking, Essex: 1987), v. 257, p. 113545, fev. 2020. Acesso em: 20 Jan. 2022.

MEDEIROS, R. C. et al. A. Wastewater treatment performance in microbiological removal and (oo)cyst viability assessed comparatively to fluorescence decay. Environ Technol, p. 1–9, ago. 2020. Acesso em: 20 Jan. 2022.

TOLEDO, R. D. S. et al. Cryptosporidium spp. and Giardia spp. in feces and water and the associated exposure factors on dairy farms. PLoS One, v. 12, n. 4, p. e0175311–e0175311, abr. 2017. Acesso em: 20 Jan. 2022.

SATO, M. I. Z. et al. Assessing the infection risk of Giardia and Cryptosporidium in public drinking water delivered by surface water systems in Sao Paulo State, Brazil. Sci Total Environ, v. 442, p. 389–96, 2013. Acesso em: 20 Jan. 2022.

SANTOS, P. R. D. et al. Occurrence and removal of Giardia spp. cysts and Cryptosporidium spp. oocysts from a municipal wastewater treatment plant in Brazil. Environ Technol, v. 38, n. 10, p. 1245–1254, 2017. Acesso em: 20 Jan. 2022.

TARAN-BENSHOSHAN, M. et al. Cryptosporidium and Giardia removal by secondary and tertiary wastewater treatment. Journal of Environmental Science and Health. Part A, Toxic/Hazardous Substances & Environmental Engineering, v. 50, n. 12, p. 1265–1273, 2015. Acesso em: 20 Jan. 2022.

Downloads

Publicado

2022-04-07

Como Citar

LUCAS DE CASTRO CUNHA, G.; LÍVIA SALES DA SILVA, A.; OLIVEIRA ARAÚJO, L.; LOPES DE FREITAS, N.; ARAÚJO, C. .; TORQUATI, A.; BRANDÃO, F. . REVISÃO INTEGRATIVA: RETRATO DA PRESENÇA DE Cryptosporidium spp. EM HUMANOS E ÁGUAS DO BRASIL. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 1–19, 2022. DOI: 10.46551/ruc.v24n1a4. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/5056. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)