SIGNIFICADO DAS SEQUELAS FACIAIS ESTÉTICAS PARA INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Autores

  • Patrícia Helena Costa Mendes Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
  • Henrique Andrade Barbosa Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
  • João Felício Rodrigues Neto Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
  • Maísa Tavares de Souza Leite Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
  • Cristina Andrade Sampaio Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Palavras-chave:

Neoplasias de cabeça e pescoço; Pesquisa qualitativa; Relações interpessoais

Resumo

Introdução: o indivíduo portador de câncer de cabeça e pescoço que se submete à cirurgia adquire
deformidades faciais com repercussões importantes na sua vida. Neste contexto, surge uma questão: como
esses indivíduos lidam com as sequelas estéticas e retornam ao convívio social? Objetivos: o propósito deste
estudo foi compreender o significado de viver com sequelas faciais para tais indivíduos, identificando suas
novas construções de sentido. Metodologia: trata-se de um estudo clínico-qualitativo, cuja fundamentação
teórica baseou-se no interacionismo simbólico e na análise de conteúdo como referencial metodológico.
Entrevistas semiestruturadas foram aplicadas a sete indivíduos. Resultados: a análise das narrativas
permitiu a identificação de unidades temáticas agrupadas em três categorias: significado das sequelas do
câncer de cabeça e pescoço, interações sociais e experiência de se ter e tratar o câncer. Conclusões: à luz
do interacionismo simbólico, pode-se compreender como os indivíduos retornaram ao convívio social,
apresentando novos significados à sua imagem, bem como a aceitação e o enfrentamento diante da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. DEDIVITIS, R. A. et al. Características clínicoepidemiológicas no carcinoma espinocelular
de boca e orofaringe. Revista Brasileira de
Otorrinolaringologia, v. 70, n.1, p. 35-40, 2004.
2. PARKIN, D. M. et al. Global cancer statistics.
CA: a Cancer Journal for Clinicians, v. 55, n.1,
p.74-108, 2005.
3. BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional
do Câncer. Estimativa de incidência e mortalidade
por câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2012.
4. HERCHENHORN D.; DIAS F. L. Advances in
radiochemotherapy in the treatment of head and
neck cancer. Revista do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de São Paulo, v. 59, n. 1,
p. 39-46, 2004.
5. PETIT, J. Y. et al. Evaluation of cosmetic
results of a randomized trial comparing surgery
and radiotherapy in the treatment of basal cell
carcinoma of the face. Plastic & Reconstructive
Surgery, v. 105, n. 7, p. 2544-2551, 2000.
6. BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional
de Câncer. Condutas do INCA/MS: Carcinoma
epidermóide de cabeça e pescoço. Revista Brasileira
de Cancerologia, v. 47, n. 4, p.361-76, 2001.
7. IRINEU, R. A.; CAPRARA, A. Histórias de
pacientes com câncer de boca e práticas de fumo
em áreas rurais do nordeste brasileiro. Escola Anna
Nery, v. 12, n.3, p.500-507, 2008.
8. GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a
manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio
de Janeiro: Livros Técnicose Científicos, 1988.
9. VILLARET, B. et al. Quality of life in patients
treated for cancer of oral cavity. ACTA Oto
rhinolaryngologica Italica, v. 28, n.3, p. 120-125,
2008.
10. TURATO, E. R. Tratado da metodologia da
pesquisa clínico-qualitativa: construção teóricoepistemológica,
discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas.
Petrópolis: Vozes,2003.
11. FERNANDES, A. F. C. et al. Significado do
cuidado familiar à mulher mastectomizada. Escola
Anna Nery, v. 16, n. 1, p. 27-33, 2012.
12. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa:
Edições70, LDA, 2009.
13. MUSSI, F. C.; FERREIRA, S. L.; MENEZES,
A. A. Vivências de mulheres à dor no infarto do
miocárdio. Revista da Escola de Enfermagem da
USP, v. 40, n. 2, p.170-178, 2006.
14. LOSI-GUEMBAROVSKI, R. et al. Oral
carcinoma epidemiology in Paraná State, Southern
Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n.
2, p.393-400, 2009.
15. CARVALHO, M. B. et al. Características
clínico-epidemológicas do carcinoma epidermóide
de cavidade oral no sexo feminino. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 47, n. 3, p. 208-
214, 2001.
16. HANNICKEL, S. et al. O comportamento
dos laringectomizados frente à imagem corporal.
Revista Brasileira de Cancerologia, v. 48. n. 3. p.
333-339, 2002.
17. FERREIRA, N. M. L. et al. Câncer e família:
compreendendo os significados simbólicos.
Ciência, Cuidado e Saúde, v.9, n.2, p. 269-277,
2010.
18. SILVA, M. R. B. et al. O câncer entrou em
meu lar; sentimentos expressos por familiares de
clientes. Revista Enfermagem UERJ, v. 16, n.1,
p.70-75, 2008.
19. VALLE, E.R. M. Câncer infantil: compreender
e agir. São Paulo: Editorial Psy; 1997
20. SILVA, L. C. Câncer de mama e sofrimento
psicológico: Aspectos relacionados ao feminino.
Psicologia em estudo, v. 13, n. 2, p.231-37, 2008.
21. MAFFESOLI, M. O tempo das tribos – O
declínio do individualismo nas sociedades de
massa. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2006.
22. MOLINA, M. A. S.; MARCONI, S. S.
Mudanças nos relacionamentos com os amigos,
cônjuge e família após o diagnóstico de câncer na
mulher. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n.
4, p.514-20, 2006.
23. LIST M. A.; RITTER-STERR C.; LANSKY
S. B. A performance status scale for head and neck
cancer patients. Cancer, v. 66, n. 3, p. 564–569,
1990.
24. TAVARES, J. S. C.; TRAD, L. A. B.
Famílias de mulheres com câncer de mama:
desafios associados com o cuidado e os fatores de
enfrentamento. Interface – Comunicação, Saúde,
Educação, v. 13, n. 29, p. 395-408, 2009.
25. SALCI, M. A.; MARCON, S. S. A convivência
com o fantasma do câncer. Revista Gaúcha de
Enfermagem, v. 31, n. 1, p.18-25, 2010.
26. FERREIRA, C. B.; ALMEIDA, A. M.; RASERA,
E. F. Sentidos do diagnóstico por câncer de mama
feminino para casais que o vivenciaram. Interface
- Comunicação, Saúde, Educação, v. 12, n. 27, p.
863-871, 2008.
27. SILVA, S. E. D. et al. Representações sociais de
mulheres mastectomizadas e suas implicações para
o autocuidado. Revista Brasileira de Enfermagem,
v. 63, n. 5, p. 727-734, 2010.
28. SANTANA, J. J. R. A.; ZANIN, C. R.;
MANIGLIA, J. V. Pacientes com câncer:
enfrentamento, rede social e apoio social. Paidéia,
v. 18, n. 40, p. 371-384, 2008.
29. LEITE, M.T.; GONÇALVES, L. H. T. A
enfermagem construindo significados a partir de
sua interação social com idosos hospitalizados.
Texto Contexto Enfermagem, v. 18, n. 1, p.108-
115, 2009.
30. BIELEMANN, V. L. M. A família
cuidando do ser humano com câncer e sentido a
experiência. Revista Brasileira de Enfermagem, v.
56, n. 2, p.133-137, 2003.
31. ALMEIDA, A. M. et al. Construindo o
significado da recorrência da doença: a experiência
de mulheres com câncer de mama. Revista
Latinoamenricana de Enfermagem, v.9, n.1, p.63-
69, 2001.
32. VASCONCELOS, E. V. et al. Cancer in the
social representations of caregivers: implications
for care. Journal of Research: Fundamental Care
Online, v. 6, n. 2, p. 474-484, 2014.
33. BARROS, A. T. M. P. Perceber-se para
reencontrar-se. Jornal da USP, v. 2, n.1, p.14-16,
2002.

Downloads

Publicado

2020-03-25

Como Citar

COSTA MENDES, P. H. .; ANDRADE BARBOSA, H. .; RODRIGUES NETO, J. F. .; DE SOUZA LEITE, M. T. .; ANDRADE SAMPAIO, C. . SIGNIFICADO DAS SEQUELAS FACIAIS ESTÉTICAS PARA INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 141–152, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/1589. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>