O ESTADO NEOLIBERAL E A PROPOSTA DE EMPODERAMENTO FEMININO

ORIGENS E LIMITES TEÓRICOS E PRÁTICO-POLÍTICOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/rssp.202114

Palavras-chave:

Neoliberalismo. Empoderamento. Movimentos feministas.

Resumo

Nesta pesquisa nos propomos a analisar as teorias que inspiram o modelo estatal neoliberal e suas implicações sobre a perspectiva de empoderamento feminino. Neste sentido, foi necessária a apreensão das origens e das principais teorias que fundamentam o pensamento neoliberal; das implicações que o relacionam com a perspectiva de empoderamento feminino; e das limitações que caracterizam o modelo de desenvolvimento social neoliberal e a estratégia de empoderamento feminino. O percurso teórico-analítico foi traçado por meio de pesquisa bibliográfica das principais referências que fomentam o neoliberalismo, bem como dos que defendem o empoderamento como causa última pela qual a humanidade precisa lutar. Para fazer a problematização das limitações teóricas e político-práticas recorremos às referências marxistas materialistas que versam sobre o projeto neoliberal e os desafios ao feminismo marxista na atualidade. Concluímos que o neoliberalismo se apresenta como defensor da liberdade dos indivíduos, mas a concebe de forma restrita aos interesses de expansão do capital. Adentrando todas as esferas da vida social, o neoliberalismo apropria-se das pautas feministas e as converte em meios de valorização do capital via mercado. Contudo, esses processos não ocorrem de forma passiva. A degradação da vida pode suscitar a resistência e a transformação radical da sociedade. A luta contra o projeto neoliberal deve ser traçada por todos os trabalhadores e trabalhadoras, feministas, anticapitalistas, antirracistas, anti-lgbtfóbicas e ecossocialistas, rumo à plena expansão e emancipação do gênero humano.

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Publicado

2021-01-16

Como Citar

Elita de Sousa Silva, D. (2021). O ESTADO NEOLIBERAL E A PROPOSTA DE EMPODERAMENTO FEMININO: ORIGENS E LIMITES TEÓRICOS E PRÁTICO-POLÍTICOS. Revista Serviço Social Em Perspectiva, 5(1), 213–233. https://doi.org/10.46551/rssp.202114