ESTADO PENAL E DIREITOS HUMANOS
AS VIOLAÇÕES NO ÂMBITO DO SISTEMA PRISIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DOI:
https://doi.org/10.46551/rssp202535Palavras-chave:
Estado Penal, Sistema Prisional, Violência, Direitos HumanosResumo
As reflexões apresentadas neste artigo resultam de parte do trabalho dissertativo dos (as) autores (as). Fundamentado no materialismo histórico-dialético, a partir de revisão de literatura e pesquisa documental, o texto propõe uma análise das violações de direitos humanos no âmbito do sistema penal do estado do Rio Grande do Norte, relacionando-as com as determinações próprias do Estado burguês, no qual a violência é tida como estrutural ao seu funcionamento. Os elementos aqui tratados indicam que a institucionalização da violência, bem como as práticas repressivas e de barbarização da vida social que afetam o gênero humano, constituem a tônica das unidades de privação de liberdade na região. Essas práticas são sedimentadas por um Estado neoliberal e conservador, que, apesar de reivindicar a defesa pujante dos direitos humanos, revela-se contraditório ao manter e aprofundar mecanismos de violações de direitos e repressão. Nesse contexto, a face penal do Estado reforça uma lógica de controle social que perpetua desigualdades e aprofunda processos de opressão, evidenciando as contradições históricas desse complexo social, notadamente mediadas pela conjuntura social e política de um país cuja formação social é imbuída em processos ordinários, conservadores, autocráticos e repressivos. Desse modo, depreende-se que a política prisional planejada e executada no Brasil é mais uma expressão das relações de poder e das estruturas econômicas, políticas e culturais que sustentam o Estado burguês em sua face penal.
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