Lutas socioterritoriais nas fronteiras das Minas com os Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/rvg26752395202224065

Palavras-chave:

Formação territorial, Fronteiras, Comunidades apanhadoras de flores, Lutas socioterritoriais

Resumo

Em Minas Gerais, comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas habitam a porção meridional da Serra do Espinhaço nas proximidades do município de Diamantina. Trata-se de uma área de ocupação antiga no estado que tem particularidades na sua formação territorial, enquanto formação econômico-social, com atualizações na conjuntura atual que delineiam fronteiras entre as “minas” e o “gerais”. No atual contexto incidem projetos político-econômicos, públicos e privados, sobre as terras ancestrais dessas comunidades agrárias, gerando lutas socioterritoriais que revelam aspectos da contemporaneidade do campo brasileiro e desvelam a questão agrária dessa área como pano de fundo dos conflitos em tela.

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Biografia do Autor

Fernanda Testa Monteiro, Universidade de São Paulo

Doutora em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisadora Pós-doutoranda do Laboratório de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2022-08-24

Como Citar

Testa Monteiro, F. (2022). Lutas socioterritoriais nas fronteiras das Minas com os Gerais. Revista Verde Grande: Geografia E Interdisciplinaridade, 4(02), 40–65. https://doi.org/10.46551/rvg26752395202224065

Edição

Seção

Dossiê - Geografia Agrária