Impactos do garimpo de ouro na bacia do Rio Amanã (AM-PA)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46551/rvg2675239520232349369

Palavras-chave:

Mineração ilegal, Impactos Ambientais , Escudo Brasileiro

Resumo

Este artigo apresenta uma análise dos impactos da mineração ilegal de ouro na bacia do rio Amanã, situada entre os estados do Amazonas e Pará. A pesquisa foi baseada em dados disponibilizados pelo Projeto Mapbiomas entre os anos 1985 e 2020 e imagens da superfície d’água (sensor OLI Landsat-8). Os resultados indicaram redução de 40% da vegetação nativa (formação campestre), diminuição de 22% nos corpos d'água e aumento de 459% na área de garimpo entre 2010 e 2020. Além disso, a atividade de mineração ilegal de ouro pode ter resultado em aumento de 2 a 3 vezes na turbidez do rio Amanã em comparação com os rios Paracuí e Maués-Açú. Em termos monetários, ao longo de três décadas a produção ilegal de ouro nesta bacia pode ter resultado em um dano total de R$ 6,72 bilhões referente à falta de arrecadação de tributos, problemas de erosão/sedimentação de rios e desmatamento e degradação da vegetação nativa. Os resultados deste estudo fornecem análises atualizadas que podem subsidiar ações de controle e gestão por parte das autoridades públicas, especialmente os órgãos de fiscalização ambiental estaduais em relação aos impactos do garimpo de ouro ilegal.

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Biografia do Autor

Rogério Ribeiro Marinho, Universidade Federal do Amazonas

Professor do PPGEOG/UFAM. Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

Diogo Ferreira Ribeiro, Universidade Federal do Amazonas

Graduando do curso de Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

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Publicado

2023-09-01

Como Citar

Ribeiro Marinho, R., & Ribeiro, D. F. (2023). Impactos do garimpo de ouro na bacia do Rio Amanã (AM-PA). Revista Verde Grande: Geografia E Interdisciplinaridade, 5(02), 349–369. https://doi.org/10.46551/rvg2675239520232349369

Edição

Seção

Dossiê - Amazônia: dinâmicas espaciais contemporâneas