Entre a proximidade e o distanciamento: a sociabilidade entre famílias residentes em cortiços na cidade de São Paulo

Autores

  • Neide Maria de Almeida Pinto Doutora em Sociologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/SP e Profª. do Departamento de Economia Doméstica, UFV, MG

Palavras-chave:

Cortiço, vizinhança, sociabilidade, construção de identidades

Resumo

Este artigo teve como objetivo analisar as formas de sociabilidades entre a vizinhança
residente em cortiços situados em bairros das grandes metrópoles no Brasil. A pesquisa foi
realizada com 28 famílias residentes na cidade de São Paulo, nos bairros da Sé, Mooca, Campos
Elíseos e Vila Alpina. A análise procurou enfocar o lugar específico ocupado pelo grupo das
famílias encortiçadas, que configura um território delimitado pelas diferentes identidades que o
compõem. Subjacente à idéia de território, sobrepõe-se a idéia de pertinência, ou seja, cortiços
enquanto territórios identitários – espaços coletivos de apropriação e de solidariedade, de
intimidade cotidiana, de relações mais pessoais, do partilhar de carências, ou, de outro lado, por
vezes se definindo como territórios não-identitários, não-relacionais ou não-históricos, os “nãolugares”, nos termos de Marc Augé.

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Publicado

2020-05-20

Como Citar

DE ALMEIDA PINTO , N. M. . Entre a proximidade e o distanciamento: a sociabilidade entre famílias residentes em cortiços na cidade de São Paulo. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 121–132, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2514. Acesso em: 7 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais