Diversidade de formigas arborícolas em três estágios sucessionais de uma floresta estacional decidual no norte de Minas Gerais

Autores

  • Frederico de Siqueira Neves Professor do Departamento de Biologia Geral - UNIMONTES. Doutorando em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre na UFMG
  • Rodrigo Fagundes Braga Graduando em Ciências Biológicas – Bacharelado, UNIMONTES
  • Bruno Gini Madeira habitat, floresta estacional decidual, formigas, disponibilidade de recursos, sucessão

Palavras-chave:

habitat, floresta estacional decidual, formigas, disponibilidade de recursos, sucessão.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo comparar a diversidade e composição de formigas arborícolas em
diferentes estágios sucessionais de uma floresta estacional decidual no norte do Estado de Minas Gerais. O
trabalho foi realizado no Parque Estadual Mata Seca, município de Manga. A amostragem das formigas foi realizada
em três áreas de floresta: uma área com cinco anos de regeneração (inicial), uma área com cerca de 15 anos de
regeneração (intermediária) e uma área de floresta primária (tardia). Através de uma análise de componentes
principais (PCA), as parcelas do estágio inicial foram isoladas das demais áreas, intermediária e tardia, mostrando
que existe uma mudança na composição de morfoespécies de formigas à medida que se avança no estágio
sucessional. Não houve influência do estágio de sucessão na riqueza de formigas. Entretanto, foi verificada uma
diferença significativa para a abundância de formigas entre os estágios sucessionais, sendo o estágio tardio o
mais abundante. Provavelmente em função de maior disponibilidade de recursos encontrados no estágio tardio,
as formigas podem manter nesses locais colônias com maior número de indivíduos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CASTRO, A. G., QUEIROZ, M. V. B. & ARAÚJO, L. M. O
papel do distúrbio na estrutura de comunidades de
formigas (Hymenoptera-Formicidae). Revista Brasileira de Entomologia. 34(1): 201-213, 1990.
CRAWLEY, M. J. Statistical Computing – An
Introduction to Data Analysis Using S-plus. John Wiley
& Sons, London. 761 p., 2002.
DEJEAN, A. & CORBARA, B. A review of mosaics of
dominant ants in rainforests and plantations. In:
BASSET, Y, NOVOTNY, V., MILLER, S. E & KITCHING,
R. L. (eds) Arthropods of tropical forests: sapatiotemporal dynamics and resource use in the canpopy.
Cambrige University Press. p. 341-347, 2003,
FOWLER, H. G., et al. Ecologia nutricional de formigas. In: PANIZZI, A. R. & PARRA, J. R. P. (eds). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas. Manole, São Paulo: 1991, p. 131-209.
HOLLDOBLER, B. & WILSON, E. O. The ants.
Cambridge: Harvard University Press, 1990, 732p.
IEF-Instituto Estadual de Florestas. Parecer técnico
para a criação do Parque Estadual da Mata Seca. Relatório técnico, Belo Horizonte-MG. 2000.
JONGMAN, R. H. G., TER BRAAK, C. J. F. & VAN
TONGEREN, O. F. R. (eds). Data analysis in community
and landscape ecology., New York: Cambrige
University Press, 1999, 299p.
KASPARI, M. & MAJER, J. D. Using ants to monitor
environmental change. In: AGOSTI, D. et al, eds. Ants:
standard methods for measuring and monitoring
biodiversity. Washington: Smithsonian Institution.
p.89-98, 2000.
KING, J., ANDERSEN, A. & CUTTER, A. Ants as
bioindicators of habitat disturbance: validation of the
functional group model for Australia humid tropics.
Biodiversity and Conservation. 7(2): 1627-1638, 1998.
KITCHING, R. L. Determinants os species richness in
assemblages of canopy arthropods in rainforests. In:
STORK, N. E., ADIS , J., DIDHAM, R. K. (eds). Canopy
Arthorpods. Chapman and Hall. 1997, p. 131-150.
LASSAU, S. A. and HOCHULI, D. F. Effects of habitat
complexity on ant assemblages. – Ecography. 27: 157-
164, 2004.
LEAL, I. R. Diversidade de formigas em diferentes
unidades de paisagem da Caatinga. In: LEAL, I. R.,
TABARELLI, M. & DA SILVA, J. M. C. (orgs.). Ecologia e
conservação da Caatinga. Editora Universitária, Recife. 2003, p. 435-461.
MAJER, J. D., DELABIE, J. H. C., SMITH, M. R. B.
Arboreal Ant Community Patterns in Cocoa Farms,
of the arboreal ant mosaic in Ghana, Brazil, Papua
New Guinea and Australia – its structure and influence
on arthropod diversity. Biotropica. 1994, n.26, p.73-
83.
MARINHO, C. G. S.; ZANETTI, R.; DELABIE, J. H. C.;
SCHILINDWEIN, M. N.& RAMOS, L. S. Diversidade de
formigas (Hymenoptera: Formicidae) da serapilheira
em eucaliptais (Myrtaceae) e área e Cerrado de Minas Gerais. Neotropical Entomology, 2002, 3(2):187-195.
OLIVEIRA, P. S. & BRANDÃO, C. R. F. The ant
community associated with extrafloral nectaries in
the Brazilian cerrados. In: HUXLEY, C. R. & CUTTER,
D. F. (eds) Ant-plant interaction. University Press.
Oxford. 1991, p. 198-212.
PEDRALLI, G. Florestas secas sobre afloramento de
calcário em Minas Gerais: florística e fisionomias.
BIOS. 5: 81-88, 1997.
PERFECTO, I. & SEDILES, A. Vegetational diversity
ants (Hymenoptera: Formicidae) and herbivorous pest
in a Neotropical agroecosystem. Enviromental
Entomology, 1992, n.21, p.61-67.
QUESADA, M. & STONER, K. E. Threats to the
conservation of the tropical dry forest in Costa Rica.
In: FRANKIE, G. W, MATA, A. & VINSON, S. B. (eds.).
Biodiversity conservation in Costa Rica: learning the
lessons in a seasonal dry forest. University of
California Press, Berkeley, California. 2004, p. 266-
280.
RAMOS, L. S. et al. Impacto de iscas granuladas sobre a mirmecofauna não-alvo em eucaliptais segundo duas formas de aplicação. Neotropical
Entomology., 32(2):231-237, 2003.
R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: A language and
environment for statistical computing. R Foundation
for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-
900051-07-0, URL http://www.R-project.org. 2005.
RIBAS, C. R., SCHOEREDER, J. H., PIC, M. & SOARES,
S. M. Tree heterogeneity, resource availability, and
larger scale processes regulating arboreal ant species
richness. Austral Ecology., 28: 305-314, 2003.
SAMWAYS, M. J. Community structure of ants
(Hymenoptera: Formicidae) in a series of habitats
associated with citrus. Journal of Applied Ecology.
20: 833-847, 1983.
SANTOS, G. M. M., DELABIE, J. H. C. & RESENDE, J.
J. Caracterização da mirmecofauna (Hymenoptera –
Formicidae) associada à vegetação periférica de
inselbergs (caatinga arbórea estacional semi-decídua)
em Itatim, Bahia, Brasil. Sitientibus. 1999, 20: 33-43.
SANTOS, G. M. M. & MARQUES, O. M. Análise
faunística de comunidades de formigas epigéias
(Hymenoptera- Formicidae) em dois agroecosistemas
em Cruz das Almas –Bahia, Insecta, 1996, n.5, p.1-23.
SILVA, J. M. C., et al, (orgs.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. 2004, p. 382.
SIMGE. Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos
de Minas Gerais. Disponível em: <http://
www.simge.mg.gov.br/>. Acesso em: 03 out. 2006.
SMITH, M. R. B., DELABIE, J. H. C. Mirmecofauna
(Insecta, Hymenoptera, Formicidae) de Pomares Cítricos
em Cruz das Almas, Bahia. Magistra, 1995, n.7, p.91-
101.
SMITH, M. R. B., et al. Uso de formigas como
bioindicadores: primeiras indicações de padrões de
interação entre vegetação, atividades agrícolas e comunidades de Formicidae. In: Congresso Latino-Americano
e Brasileiro de Zoologia, Resumos, 16. Belém, PA.
1992, p. 146.
VASCONCELOS, H. L. Respostas das formigas a fragmentação florestal. Série Técnica. IPEF. 1998, 12: 95-
98.
WILSON, E. O. The insect societies. Cambridge, Harvard
University Press. 1972, 548 p.
WILSON, E. O. The arboreal ant fauna of Peruvian
Amazon forests: a first assessment. Biotropica., 19:
245-251, 1987.

Downloads

Publicado

2020-05-11

Como Citar

DE SIQUEIRA NEVES, F. .; FAGUNDES BRAGA, R. .; MADEIRA, B. G. . Diversidade de formigas arborícolas em três estágios sucessionais de uma floresta estacional decidual no norte de Minas Gerais. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 59–68, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2358. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático