Voz e canto popular do negro no cinema. Poética cinematográfica no documentário Adão ou Somos todos filhos da terra de Walter Salles e Daniela Thomas

Autores

  • Elen Döppenschmitt Bacharel em Ciências Sociais (USP), Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e atualmente doutoranda no mesmo curso.

Palavras-chave:

cinema, oralidade, memória

Resumo

O documentário Adão ou Somos Todos Filhos da Terra (1999) de Walter Salles e Daniela Thomas permite
uma análise acerca da importância dos usos da voz no cinema, considerando este um espaço privilegiado onde a
presença de vozes (através de falas, cantos, poemas) evidencia importantes trocas entre o registro e as práticas da
oralidade, bem como a veiculação de sistemas verbais no meio audiovisual. Assim, a presença do personagem Adão,
cantor popular de origem africana, promove uma reflexão a partir do modo pelo qual imagem e som disputam o
poder de representação. É através do diálogo entre universos orais específicos (de diferentes “culturas” ou “setores
sociais”) e os sistemas de linguagens nos quais estão imersos, neste caso o cinema, que podemos ter acesso ao
outro e a uma memória cultural que permanece, através de uma voz.

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Publicado

2020-05-07

Como Citar

DÖPPENSCHMITT, E. . Voz e canto popular do negro no cinema. Poética cinematográfica no documentário Adão ou Somos todos filhos da terra de Walter Salles e Daniela Thomas. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 41–50, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2312. Acesso em: 8 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático