LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL: ARTIGO DE REVISÃO

Autores

  • Paulo Fernando Aguiar
  • Raíssa Katherine Rodrigues

Palavras-chave:

Leishmaniose visceral, Anfotericina B lipossomal, Antígeno recombinante rK39.

Resumo

a leishmaniose visceral é uma zoonose endêmica em algumas regiões brasileiras que readquiriu
importância médica, devido a fatores como: surgimento da epidemia da síndrome de imunodeficiência
adquirida e urbanização dos vetores, devido a ocupação desordenada dos espaços urbanos e desmatamento
em áreas rurais. Objetivou-se com este trabalho, realizar uma revisão de literatura acerca da leishmaniose
visceral, com enfoque em aspectos clínicos, métodos diagnósticos e abordagem terapêutica. A pesquisa
bibliográfica foi desenvolvida a partir da análise de artigos científicos, obtidos nas bases de dados PUBMED,
Scientific Eletronic Library Online (SciELO), livros-texto da área e documentos elaborados pelo Ministério
da Saúde do Brasil. O diagnóstico diferencial é amplo e a apresentação clínica variável, o que exige o
desenvolvimento de métodos diagnósticos acurados, de baixo custo e de simples execução para melhor
manejo da doença. A escolha da medicação para o tratamento baseia-se na presença de comorbidades,
gravidade clínica e no perfil de efeitos colaterais. Publicações recentes do Ministério da Saúde do Brasil
expandiram as indicações para tratamento desta condição com formulação lipídica da anfotericina B, a
anfotericina B lipossomal, visando a redução de morbimortalidade e efeitos colaterais. Dada sua relevância
e taxa de mortalidade constante, conclui-se que uma abordagem diagnóstica efetiva e os tratamentos
específico e suportivo adequados devem ser oferecidos aos pacientes com leishmaniose visceral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. DUARTE, M.I.S.; BADARÓ, R.S. Leishmaniose
visceral (calazar). In: VERONESI, R.; FOCACCIA,
R. Tratado de infectologia. 4.ed. São Paulo:
Atheneu, 2009. p. 1707-36.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de
Vigilância em Saúde.Leishmaniose visceral grave:
normas e condutas, Brasília: Editora do Ministério
da Saúde, 2006.60 p.
3. FAUCHER, B.; PIARROUX, R. Actualités sur
les leishmanioses viscérales. La Revue de Médecine
Interne, v. 32, n. 9, p.544-551, 2011.
4. DESJEUX, P. Leishmaniasis: public health
aspects and control. Clinical Dermatology, v. 14, n.
5, p.417–23, 1996.
5. DESJEUX, P. Leishmaniasis: current situation
and new perspectives. Comparative Immunology,
Microbiol. Infect. Dis., v.27, p. 305-318, 2004.
6. EVANS, T.G. et al. Epidemiology of visceral
Leishmaniasis in Northeast Brazilian.J. Inf. Dis., v.
166, p. 1124-1132, 1992.
7. ALVAR, J. et al. Leishmania and human
immunodeficiency virus coinfection: the first 10
years. Clin. Microbiol. Rev., v.10, n.2, p.298-319,
1997.
8. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA
SALUD.Leishmaniasis: Informe Epidemiológico
en las Américas, Washington: Organización
Panamericana de la Salud, 2016. p.1-7.
9. BASANO, S.A.; CAMARGO, L.M.A.
Leishmaniose tegumentar americana: histórico,
epidemiologia e perspectivas de controle. Revista
Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 7, n. 3,
p. 328-337, 2004.
10. FRASER, C.M. Manual Merck de Veterinária:
um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção
e controle de doenças para veterinária. 9. ed., São
Paulo: Roca, 2008. p. 543-544.
11. ALMEIDA, M.A.O.et al. Clinical and
serological aspects of visceral leishmaniasis in
Northeast Brazilian dogs naturally infected with
Leishmaniachagasi. Veterinary Parasitology, v.
127, p. 227–232, 2005.
12. SHAW, J.J. Taxonomy of the genus Leishmania:
present and future trends and their implications.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.89, n.3,
p.471-478, 1994.
13. CAMARGO, L. M.; BARCINSKI, M. A.
Leishmanioses, feridas bravas e kalazar. Ciência
Cultura, São Paulo, v. 55, n. 1, p. 34-37, 2003.
14. PRADO, P.F.et al. Epidemiological aspects of
human and canine visceral leishmaniasis in Montes
Claros, State of Minas Gerais, Brazil, between
2007 and 2009.Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical, v.44, n.5, p.561-566, 2011.
15. GONTIJO, C. M. F.; MELO, M. N. Leishmaniose
visceral no Brasil: quadro atual, desafios e
perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia,
São Paulo, v. 7, n. 3, p.338-349, 2004.
16. DIAS, F. O. P. et al. Fonte alimentar sanguínea e
a peridomiciliação de Lutzomyia longipalpis (Lutz
& Neiva, 1912) (Psychodidae, Phlebotominae).
Cadernos de Saúde Pública, v.19, n.5, p.1373-
1380, 2003.
17. REY, L. O complexo “Leishmania donovani”
e a Leishamaníase Visceral. In.: Parasitologia.
parasitos e doenças parasitárias do homem nas
Américas e na África. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
18. SILVA, D.G. Padronização do cultivo de
amastigotas axênicos e intracelulares de Leishmania
spp. e análise da atividade leishmanicida de
chalconas.2008.120 f. Dissertação (Mestrado em
Biotecnologia) - Universidade de Santa Catarina,
UFSC, Florianópolis, 2008.
19. LIEW, F.Y. et al. Macrophage killing of
Leishmania parasites in vivo is mediated by nitric
oxide from L-arginine. Journal of Immunology, v.
144, p. 4794, 1990.
20. CORBETT, C. E. P. et al. Regression of
difuseintralobular liver fibrosis associated with
visceral leishmaniasis. American Journal of
Tropical Medicine and Hygiene, v.49, p.616-624,
1993.
21. LAURENTI, M. D. Patologia e patogenia das
Leishmanioses. 2010. 84 f. Tese (Livre-Docência)
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
USP, São Paulo, 2010.
22. BADARO, R. et al.A prospective study of
Leishmaniose visceral no Brasil: artigo de revisão.
204 ISSN 2236-5257 AGUIAR, P. F.; RODRIGUES, R. K.
REVISTA UNIMONTES CIENTÍFICA
visceral Leishmaniasis in an endemic area of
Brazil.J. Inf. Dis., v. 154, p. 639-649, 1986.
23. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA
SAÚDE. Leishmaniose no Brasil: diagnóstico
e tratamento. Disponível em http://www.aulas.
cvspbrasil.fiocruz.br.Acesso em: 31 de maio. 2015.
24. LINDOSO, J. A. L.; GOTO, H.Leishmaniose
visceral. In: LOPES, A.C. Tratado de clínica
médica. São Paulo: Roca, 2006. p. 4121-26.
25. SILVA, M. R. B. et al. Sensitivity of bone
marrow aspirates in the diagnosis of visceral
leishmaniasis. Am J Trop Med Hyg., v. 72, n. 6, p.
811-4, 2005.
26. DHINGRA, K. K. et al. Morphological
findings in bone marrow biopsy and aspirates
smears of visceral Kala Azar: a review. Indian J
PatholMicrobiol., v. 53, n. 1, p. 96-100, 2010.
27. BOELAERT, M.et al. Rapid tests for the
diagnosis of visceral leishmaniasis in patients with
suspected disease. Cochrane database of systematic
reviews, n. 6, p. 1-121, 2014.
28. CECHINEL, M. P. et al. Ofício circular No.:
32. Registro nº 25000. Orientações quanto à
utilização do teste imunocromatográfico humano
para diagnóstico de leishmaniose visceral. Brasília:
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, 2010.
29. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria
de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Leishmaniose visceral:
recomendações clínicas para redução da letalidade,
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.78 p.
30. MARINS, J. R. P. Nota técnica número 52/2011
CGDT/DEVIT/SVS/MS. Orientações sobre a
utilização da anfotericina B para o tratamento
de pacientes com as leishmanioses. Brasília:
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis, Coordenação Geral de Doenças
Transmissíveis, 2011.2p.
31. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE
LA SALUD. Leishmaniasis em lás Américas:
recomendaciones para el tratamiento. Washington
(DC): OPS, 2013. 60 p.
32. PHILLIPS, M. A.; JÚNIOR, S. L.S.
Quimioterapia das infecções por protozoários:
amebíase, giardíase, tricomoníase, leishmaniose e
infecções por outros protozoários. In: HARDMAN,
J. G.; LIMBIRD, L. E.As bases farmacológicas da
terapêutica. 12.ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2012.
p. 1419-42.
33. MOORE, E.M.; LOCKWOOD, D.N. Treatment
of visceral leishmaniasis. J Global Infect Dis., v. 2,
p. 151-8, 2010.
34. ANDRADE, T. M. et al. Bacterial infections in
patients with visceral leishmaniasis. J Infect Dis., v.
162, p. 1354-9, 1990.
35. BRAGA, A. S. C. et al. Factors of poor prognosis
of visceral leishmaniasis among children under 12
years of age: a restrospectivemonocentric study in
belohorizonte, state of minas gerais, brazil, 2001-
2005. Rev Soc Bras Med Trop, v. 46, n. 1, p.55-9,
2013.
36. BELO, V. S. et al.Risk factors for adverse
prognosis and death in american visceral
leishmaniasis: a meta-analysis. PLoSNegl Trop Dis,
v. 8, n. 7, p. 1-9, 2014.

Downloads

Publicado

2020-12-06

Como Citar

FERNANDO AGUIAR, P. .; KATHERINE RODRIGUES, R. LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL: ARTIGO DE REVISÃO. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 192–204, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2119. Acesso em: 3 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)