GÊNERO, RAÇA E SUAS INTERSECCIONALIDADES NA ACADEMIA

O QUE ESTÁ SENDO PRODUZIDO SOBRE A MULHER NEGRA?

Autores

  • Tales Gandi Veloso de Andrade Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
  • Virgínia Marinely Almeida e Pessoa Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
  • Viviane Santos Miranda Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
  • Romilda Sergia de Oliveira Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.46551/rss202410

Palavras-chave:

Decolonialidade, Mulher Negra, Produção Científica, Racismo Estrutural

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a produção científica stricto sensu sobre a mulher negra no Brasil, analisando, especialmente, a relação interseccional que permeia a existência dessas agentes: seu enfrentamento às questões de gênero, raça e classe. Buscou-se identificar como a temática é abordada nas instituições de ensino superior e as características associadas a sua produção: quais aspectos estão sendo discutidos acerca das mulheres negras, onde está sendo feita essa discussão e de que maneira. A pesquisa se desenvolve através uma amostra de 2.723 trabalhos de pós-graduação, coletados a partir de quatro indicadores: mulher negra, racismo, racismo estrutural e decolonialidade. O período analisado decorre do espaço de cinco anos, de 2017 a 2021. A partir dos dados e das análises desenvolvidas, foi possível observar que os estados que mais produzem acerca das categorias são Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia; dentre as universidades, a UFBA, o CEFET-RJ, a USP e a UFMG ganham destaque. A análise de conteúdo demonstrou que a maior parte das produções compartilhava de um caráter qualitativo e abordavam, usualmente, categorias como raça, gênero, violência, educação e saúde. Além disso, identificou-se que certos fenômenos identitários, ligados, especialmente, à identidade dos pesquisadores, podem exercer influência nas investigações científicas produzidas por eles. Por fim, concluiu-se que as pesquisas sobre as mulheres negras, apesar de representarem 41% dos trabalhos analisados, dependem de uma longa caminhada para atingirem a visibilidade necessária, começando pelo ingresso e permanência dessas mulheres no ambiente universitário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tales Gandi Veloso de Andrade, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Graduando do 7º período de Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), pesquisador junto ao Núcleo de Estudos Espaço Feminino (NEFE) e bolsista de iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). ORCID: 0000-0001-7173-1001. E-mail: ta.talesveloso28@gmail.com

Virgínia Marinely Almeida e Pessoa, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Analista de Sistemas. Bacharel em Sistemas de Informação pela Faculdade Santo Agostinho. Graduanda do 5º período de Ciências Sociais pela Unimontes. Membra do grupo de estudos NEFE. ORCID: 0000-0002-2484-9530. E-mail: virginiamarinely@gmail.com

 

Viviane Santos Miranda, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Advogada. Bacharel em Direito pela Unimontes. Graduanda do 7º período de Ciências sociais pela Unimontes. Membra do grupo de estudos NEFE. ORCID: 0000-0002-1761-5269. E-mail: vivianesmiranda82272@gmail.com

Romilda Sergia de Oliveira, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Psicóloga. Mestra em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; Docente do Departamento de Política e Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Professora Coordenadora do Núcleo de Estudos Espaço Feminino (NEFE). ORCID: 0000-0003-2136-2417 E-mail: romilda.oliveira@unimontes.br

Referências

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. 152 p.

ALMEIDA, SILVIO. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Ed. Jandaia, 2020. 264 p.

BABBIE, Earl. Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003. 519 p.

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. 11º ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. 160 p.

BRASIL. CAPES: catálogo de teses e dissertações [online]. 2016. Disponível em: <https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/>. Acesso em: 15 mar. 2022.

BRASIL. Censo da Educação Superior 2019. Brasília: INEP, 2020 [online]. Disponível em: . Acesso em: 25 out. de 2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República [online], 2020. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 25 out de 2022.

BRASIL. IBGE- PNAD Contínua. 2019. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?=&t=downloads>. Acesso em: 20 out. 2022.

BRASIL. IBGE. População residente por cor ou raça e religião. SIDRA, 2010. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/2094#/n1/all/n2/all/n3/all/v/1000093/p/last%201/c86/allxt/c133/0/d/v1000093%201/l/v,p+c86,t+c133/resultado>. Acesso em: 22 maio 2023.

BRASIL; CEFET-RJ. Portal Cefet-RJ. Ministério da Educação [online]. 2023. Disponível em: <http://www.cefet-rj.br/>. Acesso em: 11 maio 2023.

BRASIL; UFBA. Portal UFBA. Ministério da Educação [online]. 2023. Disponível em: <https://www.ufba.br/>. Acesso em: 12 maio 2023.

CLARIVATE ANALYTICS. A Pesquisa no Brasil: Promovendo a excelência. Web of Science Group, 2019. Disponível em: <https://discover.clarivate.com/Research_Excellence_Awards_Brazil_Download>. Acesso em 25 out. 2022.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016. 262 p.

‌ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. São Paulo: Lafonte, 2017. 222 p.

EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe um dos lugares de nascimento de minha escrita. Nossa Escrevivência, 2003 [online]. Disponível em: <http://nossaescrevivencia.blogspot.com/search?q=da+grafia+desenho>. Acesso em: 18 maio 2023.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. 194 p.

GOOGLE. Google Trends [online]. 2023. Disponível em: <https://trends.google.com.br/trends/>. Acesso em: 25 maio 2023.

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. 283 p.

MINAYO, Maria; SANCHES, Odécio. Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou Complementaridade? Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, p. 237-248, 1993. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-311X1993000300002>. Acesso em: 20 out. 2022.

PIEDADE, Vilma. Doloridade. São Paulo: Editora Nós, 2017. 64 p.

RIBEIRO, Djamila. O que é: lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017. 112 p.

SCOTT, Joan. Gender: a useful category of historical analyses. Gender and the politics of history. New York, Columbia University Press, 1989.

SEMESP. Semesp. 2021. Disponível em: <https://www.semesp.org.br/>. Acesso em: 21 maio 2023.

UFMG. Portal UFMG [online]. 2023. Disponível em: <https://ufmg.br/>. Acesso em: 2 maio 2023.

VOYANT DATA TOOLS. Voyant: see through your text [online]. 2023. Disponível em: <https://voyant-tools.org/>. Acesso em: mar. de 2023.

Downloads

Publicado

2024-01-01

Como Citar

Veloso de Andrade, T. G., Almeida e Pessoa, V. M., Santos Miranda, V., & de Oliveira, R. S. (2024). GÊNERO, RAÇA E SUAS INTERSECCIONALIDADES NA ACADEMIA: O QUE ESTÁ SENDO PRODUZIDO SOBRE A MULHER NEGRA?. Revista Serviço Social Em Perspectiva, 8(1), 178–204. https://doi.org/10.46551/rss202410