Direitos de autor e gestão do conhecimento no setor público brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.46551/epp2025v13n0104Palavras-chave:
Direitos de autor; , Administração Pública; , criações intelectuais.Resumo
O artigo problematiza algumas das relações entre o conhecimento detido pelas organizações públicas e as obras intelectuais produzidas por seus servidores. Seu objetivo é discutir o papel do conhecimento como um ativo intangível estratégico das instituições públicas, a importância da sua aplicação na permanente busca pela melhoria do seu desempenho, bem como a conveniência da inserção da propriedade intelectual em políticas de gestão do conhecimento. Entre as distintas possibilidades de abordagem que a temática oferece, concentramo-nos no tratamento conferido pela Administração Pública a obras intelectuais protegidas por direitos de autor, examinando alguns dos problemas mais comuns identificados em práticas institucionais. Com base em uma análise combinada da bibliografia especializada, legislação e jurisprudência, conclui-se que as lacunas, incertezas e inconformidades legais percebidas na atuação das instituições públicas brasileiras devem ser devidamente enfrentadas, considerando-se os valores simbólico e econômico que os ativos de propriedade intelectual representam para as organizações modernas, a plena observância dos princípios da Administração Pública e a salvaguarda de direitos garantidos aos cidadãos pela Constituição Federal. Por último, delineamos alguns princípios que podem nortear a inserção dos direitos de autor em políticas de gestão do conhecimento construídas no âmbito do setor público.
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