Pichadores de rua, territorialidades urbanas em conflito: territórios (in)visíveis de Goiânia

Autores

  • José Renato Masson Universidade Federal de Goiás - UFG

Palavras-chave:

pichação; território; territorialidade; identidade.

Resumo

Os pichadores buscam introduzir na paisagem urbana, principalmente das médias e grandes cidades, suas pichações que anseiam demarcar territórios, agredir a paisagem urbana e provocar os grupos rivais. As pichações não podem ser entendidas, apenas, como atos de vandalismo, elas procuram se fazer presentes no cotidiano da cidade, representando e (res) significando a paisagem. Movimento surgido nos guetos urbanos do Bronx, nos EUA, disseminou-se pelo mundo, existindo, em Goiânia, diversas “galeras” que podem ser categorizadas em dois tipos. No primeiro, membros de torcidas organizadas
se rivalizam pela metrópole, assinando a siglas TEV (Torcida Esquadrão Vilanovense) e FJG (Força Jovem do Goiás). No segundo, os grupos de Bairro, como MGC (Moleques Grafiteiros do Criméia), BF (Bairro Feliz), UPS (União dos Pichadores Skatistas), etc. Esses grupos buscam demarcar e consolidar o território frente aos adversários, exercendo territorialidade sobre uma área. Ao mesmo tempo, constituem uma identidade própria que procuram insubmeter e contrapor os ditames convencionais do urbano. A Geografia não pode abster-se da compreensão desse fenômeno, pois sua compreensão envolve diretamente categorias de análise geográfica, como o território, territorialidades e identidade.

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Biografia do Autor

José Renato Masson, Universidade Federal de Goiás - UFG

Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Católica de Goiás, Mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

2004-12-31

Como Citar

MASSON, J. R. Pichadores de rua, territorialidades urbanas em conflito: territórios (in)visíveis de Goiânia. Revista Cerrados, [S. l.], v. 2, n. 01, p. 117–128, 2004. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/cerrados/article/view/2904. Acesso em: 24 abr. 2024.