Notas sobre a epistemologia de Marx segundo Lukács, Althusser e Alfred Schmidt

Autores

  • Henrique Cunha Viana Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.46551/issn.2527-2551v19n193-219

Palavras-chave:

Economia política, Metodologia, Práxis, Trabalho, Ontologia

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir a ideia da existência de uma filosofia da práxis na obra de Marx a partir da interpretação de três autores: Louis Althusser, György Lukács e Alfred Schmidt. Discutimos como a ideia da filosofia da práxis elucida aspectos ontológicos, epistemológicos e metodológicos da fundamentação da crítica da economia política feita por Marx, atentando para a importância da descoberta da economia política clássica por parte do autor na conformação dessa abordagem nova. Discute-se como tal filosofia, intimamente ligada à crítica da economia política, confere centralidade ao trabalho como atividade sensível e ao metabolismo humano-natureza e engendra uma perspectiva radicalmente diferente no debate cosmológico e epistemológico da filosofia moderna. Apresentamos ainda o que localizamos como as especificidades destes fundamentos, quais sejam, o trabalho como lugar originário do conhecimento, a não separação estrita entre humano e natureza na teoria social e, por último, a conciliação entre liberdade e necessidade na consideração da dialética social.

Downloads

Biografia do Autor

Henrique Cunha Viana, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduado em Ciências Econômicas pela UFMG, mestre em Filosofia pela UFOP (CAPES/DS), doutorando em Economia pelo Cedeplar/UFMG (CNPq), Brasil.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Por Marx. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.

__________. De O Capital à filosofia de Marx. In: ALTHUSSER, Louis. Ler o Capital. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.

ANDERSON, Perry. A crise da crise do marxismo. São Paulo: Brasiliense, 1984.

DUAYER, Mário. Antirrealismo e absolutas crenças relativas. In: MIRANDA, Flavio Ferreira (Org.) Ontologia e estética. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.

HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

JAMESON, Fredric. The prison-house of language: a critical account of structuralism and russian formalism. Princeton: Princeton University Press, 1974.

KESSELRING, Thomas. O conceito de natureza na história do pensamento ocidental. Episteme. Porto Alegre, n. 11, p. 153-172, jul/dez, 2000.

LOUX, M.J. Metaphysics: a contemporary introduction. Londres: Routledge, 2011.

LUKÁCS, György. Para uma ontologia do ser social I. São Paulo : Boitempo, 2012.

__________. O trabalho. In: Para uma ontologia do ser social II. São Paulo: Boitempo, 2013.

__________. História e consciência de classe. Porto: Escorpião, 1974.

PAULA, J. A de. A “introdução” dos Grundrisse. In: PAULA, J. A. (Org). O Ensaio Geral: Marx e a Crítica da Economia Política (1857-1858). Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

PRADO Jr., Caio. Teoria marxista do conhecimento e método dialético materialista. Discurso, v. 4, n. 4, p. 41-78, 1973.

RANIERI, Jesus. Trabalho e dialética: Hegel, Marx e a teoria social do devir. São Paulo: Boitempo, 2011.

SCHMIDT, Alfred. The concept of nature in Marx. Londres: NLB, 1971.

SILVA, Márcia Zebina Araújo. Teleologia circular: a centralidade da vida em Hegel. Revista Eletrônica Estudos Hegelianos, n. 12, p. 76-90, 2010.

Downloads

Publicado

2022-05-07

Como Citar

Cunha Viana, H. (2022). Notas sobre a epistemologia de Marx segundo Lukács, Althusser e Alfred Schmidt. Argumentos - Revista Do Departamento De Ciências Sociais Da Unimontes, 19(1), 193–219. https://doi.org/10.46551/issn.2527-2551v19n193-219

Edição

Seção

Artigos