M. NICOLELIS E I. ZIZEK: A QUESTÃO EVOLUCIONÁRIA

UMA HOMENAGEM AOS 40 ANOS DA ANIMAÇÃO TURBO-TEEN (Turboman), DO ESTÚDIO RUBY-SPEARS PRODUCTIONS - ABC

Autores

  • Revista Poiesis
  • William de Siqueira Piauí

DOI:

https://doi.org/10.46551/2448-30952025v30n112

Palavras-chave:

Zizek, Nicolelis, consciência, inconsciente, animes.

Resumo

Na tentativa de responder à pergunta “O que é então a fantasia em seu sentido mais
fundamental?”, feita em seu livro Como ler Lacan, de 2006, o filósofo e psicanalista esloveno Islavoj
Zizek (1949-) já havia explicado que: “O que ele”, Donald Romsfeld (1932-2021), “esqueceu de
acrescentar foi o quarto termo essencial: ‘os sabidos não sabidos [unknown knowns], coisas que não
sabemos que sabemos – o que é precisamente o inconsciente freudiano, o ‘saber que não se sabe’
[knowlede that doesn’t know itself], como [Jacques] Lacan (1901-1981) costumava dizer, cujo cerne é
a fantasia” (p. 52). Afirmação que será retomada em seu livro Acontecimento, de 2014 (p. 8-9). Dito
desse modo, o que pretendemos com nosso artigo é criar, a partir da menção ao que tematizam alguns
filmes, animes etc., uma ambiência que corresponda ao que Zizek chama de “desconhecimentos
conhecidos (Unknown knowns)” que determinam nosso plano simbólico ou campo social
especialmente sobre o que pensamos ser a consciência e o inconsciente. Depois do que passaremos a
discutir, muito introdutoriamente claro, um dos argumentos, o evolucionário, elaborado pelo
neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis (1961-) como principal resposta em contrário ao que
fundamentaria aqueles “desconhecimentos conhecidos”. E concluiremos nosso artigo mencionando a
estratégia, que guarda alguma semelhança com a resposta de Nicolelis, também elaborada por Zizek,
quem inclusive também chama seu argumento principal de evolucionário. Com esses três movimentos
esperamos atingir o centro dos supostos “conhecimentos” que fundamentariam grande parte da
literatura especialmente cinematográfica, mas não só, da atualidade e que constitui nosso plano
simbólico ou campo social com relação ao que pensamos saber, dentre outros, sobre a consciência e o
inconsciente

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

William de Siqueira Piauí

Bacharel, mestre e doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo, atualmente é professor do
Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (DFL-FS), coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF-UFS), líder do grupo GEFILUFS e editor chefe da revista de filosofia “O manguezal”. O presente texto foi lido como palestra no evento “Singularidades 2.0” organizado pelo Departamento de Filosofia e pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Alagoas,  realizado entre os dias 24 e 27 de setembro de 2024

Referências

HEIDEGGER, Martin. Introdução à Filosofia. Trad. Marco Antônio Casanova. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

NICOLELIS, Miguel A. L. Muito além do nosso eu: a nova neurociência que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas. Trad. Gisela Lapota Nicolelis. São Paulo: Cia das Letras, 2011.

NICOLELIS, Miguel A. L. O verdadeiro criador de tudo; como o cérebro humano esculpiu o universo como nós o conhecemos. São Paulo: Planeta, 2020.

NICOLELIS, Miguel A. L e CICUREL, Ronald. O cérebro relativístico: como ele funciona e por que ele não pode ser simulado por uma máquina de Turing. São Paulo: Kios Press, 2015.

HARAWAY, Donna. “Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX”. In: Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Organização e tradução Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

HOQUET, Tierry. Filosofia Ciborgue: pensar contra os dualismos. Trad. Márcio Honório de Godoy. São Paulo: Perspectiva, 2019.

ALEXANDRE, Laurent e BESNIER, Jean-Michel. Os robôs fazem amor? O transumanismo em doze lições. Trad. Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2022.

ZIZEK, Slavoj. A visão em paralaxe. Trad. Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boi tempo, 2008.

ZIZEK, Slavoj. Como ler Lacan. Trad. Maria Luiza X. de Borges. Rio de Janeiro Zahar, 2010.

ZIZEK, Slavoj. Events. Londres: Penguin Book, 2014.

ZIZEK, Slavoj. O sujeito incomodo: o centro ausente da política. Trad. Luigi Barichello. São Paulo: Boi tempo, 2016.

ZIZEK, Slavoj. Acontecimento. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro Zahar, 2017.

ZIZEK, Slavoj. Sex and Failed Absolute Events. Londres: Bloomsbury, 2020.

ZIZEK, Slavoj. Sexo e absoluto falhado. Trad. Pedro Elói Duarte. Lisboa: Edições 70, 2020.

ZIZEK, Slavoj. O sublime objeto da ideologia. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2024.

Downloads

Publicado

2025-04-06

Como Citar

Revista Poiesis, & Piauí, W. de S. (2025). M. NICOLELIS E I. ZIZEK: A QUESTÃO EVOLUCIONÁRIA: UMA HOMENAGEM AOS 40 ANOS DA ANIMAÇÃO TURBO-TEEN (Turboman), DO ESTÚDIO RUBY-SPEARS PRODUCTIONS - ABC. Revista Poiesis, 30(1). https://doi.org/10.46551/2448-30952025v30n112

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Técnica e Arte: Singularidades

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.