ANÁLISE DA POTENCIALIDADE DE COOPERAÇÃO CHINA-AMÉRICA LATINA EM ENERGIAS VERDES
Resumo
Resumo: O crescimento econômico e populacional, juntos, pressionam a demanda internacional por fontes alternativas de energia. Face ao exposto, este trabalho tem como objetivo a seguinte indagação: como o crescente interesse chinês em aprofundar as relações econômicas e políticas com América Latina pode ser útil à construção de parcerias estratégicas no
desenvolvimento de tecnologias verdes na região? Para alcançar tal propósito empreendeu-se uma pesquisa de natureza exploratória amparada nos seguintes objetivos específicos: (i) identificar os vetores que impulsionam a transição energética em direção de uma economia de baixo carbono; (ii) demonstrar as razões do crescente interesse chinês na região; e (iii)
identificar e analisar as experiências de parcerias China-América Latina³ em tecnologias verdes. Com a pesquisa constatou-se: (i) o expressivo crescimento das relações econômicas da China com a região, primeiro impulsionado pelo fluxo de comércio e depois pelo investimento estrangeiro direto chinês na região; (ii) a existência de um padrão de negócios assimétrico em que China garante simultaneamente acesso a recursos naturais (alimentos e minerais) e mercado consumidor às suas manufaturas;
e (iii) que, exceto Brasil que logrou algum avanço, prepondera na América Latina a incapacidade de buscar construir com a China parcerias estratégicas para transferência e assimilação de tecnologias verdes. Por parte da região, prepondera a incapacidade técnica e diplomática de aproveitar o estreitamento das relações econômicas e políticas com a China para barganhar acordos vantajosos de cooperação em tecnologias verdes.
Palavras-chave: tecnologias verdes; cooperação, relação econômica assimétrica; transferência tecnológica; barganha.
Downloads
Referências
ABDENUR, A. E. & SOUZA NETO, D. M. Cooperación china en América Latina. Las implicaciones de la asistencia para el desarrollo. Íconos-Revista de Ciencias Sociales, n. 47, p. 69-85, 2013.
BIATO JUNIOR, O. A parceria estratégica Sino-Brasileira: origens, evolução e perspectivas (1993-2006). Brasília: FUNAG, 2010. 437 p.
BRASIL. Declaração conjunta entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China alusiva à visita do primeiro-ministro do conselho de estado, Li Keqiang. Brasília-DF, Ministério de Relações Exteriores, 2015. Disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9694:declaracao-conjunta-e-plano-de-acao-conjunta-visitado-primeiro-ministro-do-conselho-de-estado-da-republica-popular-dachina-li-keqiang-brasilia-19-de-maio-de-015&catid=42&Itemid
=280&lang=pt-BR>. Acesso em: 30 ago. 2015.
CINTRA, M. R.V.P. A presença da China na América Latina no século XXI: Suas estratégias e o impacto dessa relação para países e setores específicos. 2013. 119 f. Dissertação (Mestrado em Economia Política Internacional) -Instituto de Economia / Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
COMISSÃO ECONÔMICA PARA AMÉRICA LATINA E CARIBE (CEPAL). First Forum of China and the Community of Latin American and Caribbean States (CELAC): Exploring opportunities for cooperation on trade and investment. Santiago de Chile: CEPAL/United Nations, 2015. Disponível em: <http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37578/S1421103_en.pdf?sequence=1>. Acesso em: 02 ago. 2015.
COMTRADE. United Nations Commodity Trade Statistics Database. Disponível em: < http://comtrade.un.org/db>. Acesso em: 27 jul. 2015.
ELLIS, E. China’s Strategy in Latin America Demonstrates Boldness of President Xi. The Manzella Report, 19 fev., 2014. Disponível em: <http://www.manzellareport.com/index.php/world/814-china-s-strategy-in-latinamerica-demonstrates-boldness-of-president-xi>. Acesso em: 14 ago. 2015.
FARRET, R. L.; PINTO, S. R. América Latina: da construção do nome à consolidação da ideia. Topoi, v. 12, n. 23, p. 30-42, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/topoi/v12n23/1518-3319-topoi-12-23-00030.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2015.
FIRST MINISTERIAL MEETING OF THE CHINA-CELAC FORUM, 2015. China-Latin American and Caribbean Countries Cooperation Plan (2015-2019).
First Ministerial Meeting Of The China-CELAC Forum, 2015, Pequim, 8,9 jan. 2015. Disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/
index.php?option=com_content&view=article&id=6743:documentosaprovados-na-i-reuniao-dos-ministros-das-relacoes-exteriores-do-forocelac-china-pequim-8-e-9-de-janeiro-de-2015&catid=42&lang=pt-BR&Itemid=280#beijing>. Acesso em: 14 ago. 2015.
HONGBO, S. Modelo de cooperación energética entre China y América Latina. Problemas del desarrollo, v. 45, n. 176, p. 9-30, 2014. Disponível em: <http://www.probdes.iiec.unam.mx/numeroenpdf/176_v45/01art_Hongbo.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2015.
HONGBO, S. Mucho más que petróleo - Cooperación energética entre China y Latinoamérica. China Hoy, 26 jun., 2011. Disponível em: < http://www.chinatoday.mx/esp/sample2/2011-06/26/content_405833.htm>. Acesso em: 25 ago. 2015.
JINPING, X. Jointly Write a New Chapter in the Partnership of Comprehensive Cooperation Between China and Latin America and the Caribbean. Ministry of Foreign Affairs, the People’s Republic of China, 08 jan., 2015. Disponível em:
http://www.fmprc.gov.cn/mfa_eng/zxxx_662805/t1227730.shtml>. Acesso em: 15 ago. 2015.
KUPFER, D. A indústria brasileira no córner. Valor econômico, São Paulo, 08 jun., 2015. Disponível em < http://www.valor.com.br/opiniao/4083300/industria-brasileira-no-corner>. Acesso em: 27 ago. 2015.
LAGUNA, E. BYD anuncia investimentos de R$ 200 milhões em fábrica em Campinas. Valor econômico, São Paulo, 14 jul., 2014. Disponível em < http://www.valor.com.br/empresas/3613306/byd-anuncia-investimento-de-r-200-milhoes-em-fabrica-em-campinas>. Acesso em: 31 ago. 2015.
LEE, Y.; GOPALAN, N. La petrolera china Cnooc se asocia con la argentina Bridas. La nacion, Buenos Aires, 15 mar., 2010. Disponível em < http://www.lanacion.com.ar/1243555-la-petrolera-china-cnooc-se-asocia-conla-argentina-bridas >. Acesso em: 08 ago. 2015.
PIRES, M. C. A estratégia de modernização da China como expressão de um “modelo asiático”. In: PIRES, M. C.; PAULINO, L. A. (Org.). As relações China e América Latina num contexto de crise: estratégias, intercâmbios e potencialidades. São Paulo: LCTE, 2011, p. 163-188.
_____. Notas sobre a parceria estratégica Brasil-China. In: SORIA, A.B.; GARCIA, P. M. (Ed.). China en América Latina y el Caribe: Escenarios
estratégicos subregionales. San José-Costa Rica: FLACSO, 2015. p. 249-274.
ROACHE, S. K. China’s Impact on World Commodity Market. International Monetary Fund, IMF Working Paper, mai 2012. Disponível em: <http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2012/wp12115.pdf> . Acesso em: 27 jul. 2015.
ROCHA PINO, M. J. China en transformación: la doctrina del desarrollo pacífico.Foro Internacional, México: El Colegio de México, vol. 46, núm. 4, pp. 693-719, 2006. Disponível em: < http://www.redalyc.org/pdf/599/59918604.pdfl>. Acesso em: 17 ago. 2015.
ROSAS, R. Investimento da China em petróleo passa de US$ 10 bilhões. Valor econômico, São Paulo, 4 abr., 2010. Disponível em
www.valor.com.br/arquivo/850261/investimento-chines-no-brasil-empetroleo-passa-de-us-10-bi >. Acesso em: 08 ago. 2015.
RUSCH, C. New Platform for Development Forged at China-CELAC Meet. EIR Economics, 16 jan., 2015. Disponível em: < http://larouchepub.com/eiw/public/2015/eirv42n03-20150116/36-38_4203.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.
THE ECONOMIST. CHINA: THE NEW COLONIALISTS. The Economist, 13 mar, 2008. Disponível em:
http://www.economist.com/node/10853534>. Acesso em: 29 jul. 2015.
THE WHITE HOUSE. U.S.-China Joint Announcement on Climate Change. Washington-D.C: Office of the Press Secretary, 11 nov., 2014. Disponível em: < https://www.whitehouse.gov/the-press-office/2014/11/11/us-chinajoint-announcement-climate-change>. Acesso em: 18 ago. 2015.
United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD). World Investment Report 2015. Nova York/Genebra, 2015. Disponível em: <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/wir2015_en.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2015.
VIDIGAL, J. W. B. Geopolítica da energia e biomassa. PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (BRASIL). Projeto Brasil Trabalhista: caderno
Partido democrático Trabalhista-PDT. Rio de Janeiro: Quartet, 2005. Disponível em: < http://www.unicamp.br/fea/ortega/MarcelloMello/Projeto%20BRASIL%20Trabalhista.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2015.
VIRI, N. Chinesa Sany quer fábrica de turbina da Impsa em PE. Valor econômico, São Paulo, 16 jul., 2015a. Disponível em
www.valor.com.br/empresas/4136818/chinesa-sany-quer-fabrica-deturbinas-da-impsa-em-pe>. Acesso em: 30 ago. 2015
.
_____. Interesse da China vai além dos linhões. Valor econômico, São Paulo, 20 jul., 2015a. Disponível em
http://www.valor.com.br/empresas/4140948/interesse-da-china-vai-alem-dos-linhoes>. Acesso em: 30 ago. 2015.
_____.Setor cobra incentivo para instalar fábricas. Valor econômico, São Paulo, 15 jun., 2015c. Disponível em < http://www.valor.com.br/empresas/4093560/setor-cobra-incentivo-para-instalar-fabricas>. Acesso em: 31 ago. 2015.
WORLD ECONOMIC FORUM. Energy Transitions: Past and Future. World Economic Forum / IHS CERA, Jan. 2013. Disponível em:
www.weforum.org/reports/energy-vision-2013-energy-transitions-pastand-future>. Acesso em: 17 ago. 2015.
YI, W. Keynote Speech by Foreign Minister Wang Yi At the First Ministerial Meeting of the China-CELAC Forum. Ministry of Foreign Affairs, the People’s Republic of China, 13 jan., 2015. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2015.
