Artes de cura das rezadeiras do Alto Sertão paraibano: desafios e resistências na prática de saberes tradicionais na contemporaneidade

Healing arts of the praying women of the Alto Sertão region of Paraíba: challenges and resistance in the practice of traditional knowledge in contemporary times

Autores

DOI:

10.46551/issn.2317-0875v29n2p.135-153

Palavras-chave:

História Oral, Artes de Cura, Rezadeiras, Saberes Tradicionais, Contemporaneidade

Resumo

Este manuscrito trata sobre as artes de curar de rezadeiras do Alto Sertão paraibano na segunda metade do século XX ao início do XXI.  Evidenciamos aspectos da oralidade, processo de aprendizagem e aplicação das rezas. A espinha dorsal do texto busca refletir como os agentes de cura lidam com os contextos contemporâneos que implicam descrença nos saberes tradicionais de cura.  Para a construção do trabalho, optamos pelo uso da metodologia da história oral, tanto para análise como para a produção das fontes históricas. Para tanto, encontramos suporte nos escritos de Meihy e Holanda (2018); Garay (1997); Meihy e Seawright (2020) e Alberti (2004). Por fim, concluímos que as rezas de cura como uma prática social, se adapta aos contextos em que ocorrem. Na medida em que ela circula no tempo, espaços e sociedade, novos elementos são utilizados para dar sentido e coesão entre a cultura das rezas e aos seus adeptos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Ramon Queiroz de Assis, Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz)

Mestre em História (PPGH/UFCG). Doutorando em História no Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz) - Rio de Janeiro (RJ). E-mail: roberto.ramon9@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5352-8496.

Azemar dos Santos Soares Junior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DPEC/UFRN)

Doutorado em Educação (PPGE/UFPB). Professor Adjunto do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DPEC/UFRN). É professor credenciado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGEd/UFRN) -Natal (RN). E-mail: azemarsoares@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0015-415X.

Referências

ALBERTI, Verena. Ouvir contar: textos em história oral. FGV Editora, 2004.

ARAGÃO, Patrícia Cristina de; NASCIMENTO, Robéria Nádia Araújo. Palavras que curam na movência de saberes: memória e sensibilidades educativas nas práticas das rezadeiras. In: SOARES JÚNIOR, Azemar dos Santos; CURY, Cláudia Engler. Práticas Educativas e Possibilidades de Pesquisa: fontes, objetos e abordagens uma análise comparativa. Natal: Edufrn, 2021. p. 470-503.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1. A vontade de saber. São Paulo: Graal, 1998.

FRANÇA NETO, J. I. Rezas de olhado e quebrante: aspectos simbólicos e performáticos. Revista Cronos, [S. l.], v. 15, n. 2, p. 114–132, 2014.

GARAY, Graciela de. LA ENTREVISTA DE HISTÓRIA DE VIDA: construcción y lecturas. In: GARAY, Graciela de. Cuéntame tu vida. História oral: histórias de vida. México: Instituto Mora, 1997, p. 16-28.

LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Coleção: Experiência e Sentido.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom; HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. Editora Contexto, 2018.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom; SEAWRIGHT, Leandro. Histórias e narrativas: história oral aplicada. Editora Contexto, 2020.

MELO, José Anchieta Bezerra. Rezadeiras e rezadores das almas: um estudo sobre a vivência das religiosidades no sertão de Princesa. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade Federal de Paraíba, João Pessoa, 2021.

MIRANDA, Carlos Alberto Cunha. A arte de curar nos tempos da colônia: limites e espaços da cura. Recife: UFPE, 2017.

OLIVEIRA. Elda Rizzo. O que é benzeção. Editora brasiliense, 1985.

QUINTANA, A. M. A Ciência da Benzedura: mau olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise. São Paulo: EDUSC, 1999.

RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. Tradução de Alain François [et al.]. Campinas, SP: Unicamp, 2007.

SANTOS, Lucas Roza dos. “Em meio a tantos agravos rezava-se, e muito”: as rezadeiras e suas práticas de reza e curas na comunidade rural de Caldeirão, São Jose de Piranhas - PB de 1984 a 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em História). Centro de Formação de Professores, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, 2019.

THEOTONIO, A. C. R. Entre ramos de poder: rezadeiras e práticas mágicas na zona rural de Areia-PB. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2010.

SMALLMANN, Shawn. A profissionalização da violência extralegal das Forças Armadas no Brasil (1945-64) in: CASTRO C., IZECKSOHN, V., KRAAY, H. (orgs.) Nova história militar brasileira. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2004.

STEPAN, Alfred. The military in politics: changing patterns in Brazil. Princeton: Princeton University Press, 1971.

SVARTMAN, Eduardo Munhoz. Guardiões da Nação: Formação profissional, ideias e engajamento político dos generais de 1964. Tese de doutorado. Porto Alegre: UFRGS, 2006.

SVARTMAN, Eduardo Munhoz. Formação profissional e formação política na Escola Militar do Realengo. Revista Brasileira de História, v. 32, p. 281-299, 2012.

TÁVORA, Juarez. A segurança nacional e a ESG. Rio de Janeiro: ESG, 1954. C-01-54.

THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes, 1995.

Downloads

Publicado

2024-09-23

Como Citar

Assis, R. R. Q. de, & Soares Junior, A. dos S. (2024). Artes de cura das rezadeiras do Alto Sertão paraibano: desafios e resistências na prática de saberes tradicionais na contemporaneidade: Healing arts of the praying women of the Alto Sertão region of Paraíba: challenges and resistance in the practice of traditional knowledge in contemporary times. Caminhos Da História, 29(2), 135–153. https://doi.org/10.46551/issn.2317-0875v29n2p.135-153