Os eleitores evangélicos são mais conservadores e autoritários?

Autores

  • Gabriel Avila Casalecchi Universidade Federal de São Carlos
  • Victor Alberto Bueno Coelho Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.46551/issn.2527-2551v21n2p.73-91

Palavras-chave:

eleições 2022, conservadorismo, autoritarismo, evangélicos.

Resumo

Nas duas últimas eleições presidenciais, em 2018 e 2022, o eleitorado evangélico votou, em sua maioria, para o candidato, Jair Bolsonaro. Muitos autores atribuíram esse padrão à congruência de valores conservadores e autoritários de Bolsonaro e das lideranças evangélicas com as quais ele se aliou. Entretanto, ainda são escassas as pesquisas que analisaram o fenômeno no nível da opinião pública. Os evangélicos são, de fato, mais conservadores e autoritários? A presente pesquisa responde essa pergunta com os dados mais recentes do Estudo Eleitoral Brasileiro de 2022. Os resultados apontam que os evangélicos são mais conservadores que os católicos, outras religiões e ateus, porém não necessariamente mais autoritários.

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Biografia do Autor

Gabriel Avila Casalecchi, Universidade Federal de São Carlos

Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGPol) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil.

Victor Alberto Bueno Coelho, Universidade Federal de São Carlos

Mestrando em Ciência Política pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGPol) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil.

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Publicado

2024-04-10

Como Citar

Avila Casalecchi, G., & Bueno Coelho, V. A. (2024). Os eleitores evangélicos são mais conservadores e autoritários?. Argumentos - Revista Do Departamento De Ciências Sociais Da Unimontes, 21(2), 73–91. https://doi.org/10.46551/issn.2527-2551v21n2p.73-91

Edição

Seção

Dossiê