MÁQUINAS QUE PENSAM, OU PENSAMOS QUE PENSAM?
DOI:
https://doi.org/10.46551/2448-30952025v30n106Resumo
Tendo em vista o rápido desenvolvimento de programas e de aplicativos nos quais a Inteligência Artificial protagoniza a criação e o desenvolvimento de produtos textuais e de audiovisual (sobretudo no meio acadêmico), começamos a perceber, como um sinal de alerta, a urgência em estabelecermos uma discussão crítica sobre as possibilidades e as supostas ameaças que orbitam esse fenômeno tecnológico, por meio de sua representação em narrativas ficcionais. Nesse sentido, apresentamos uma análise comparativa e contrastante entre as obras Ex-machina (2015), filme dirigido por Alex Garland, e o romance gráfico brasileiro, V.I.S.H.N.U. (2012), escrito e ilustrado por Ronaldo Bressane, Fábio Cobiaco e Eric Acher. O foco dessa análise incide sobre as questões ontológicas e distópicas que são trazidas nas referidas narrativas, com o propósito de levantar questionamentos sobre a atuação e a influência das Inteligências Artificiais nos contextos sociais, políticos, econômicos e
religiosos contemporâneos, por meio de sua representação no universo ficcional. Os filósofos Martin Heidegger e Carlos Pires embasam as questões relacionadas ao caráter ontológico das obras em foco, enquanto que os conceitos de utopia e distopia são creditados a Tom Moylan. Com os resultados iniciais alcançados ao longo dessa investigação é possível perceber uma dinâmica complexa na relação criador e criatura, por meio da qual podemos apontar falhas no projeto científico de desenvolvimento de uma inteligência superior, ao mesmo tempo em que também há falhas na recepção e no uso de tais
tecnologias, o que nos leva a uma perspectiva distópica de um suposto futuro tecnológico. Os riscos que se originam no caráter autônomo das Inteligências Artificiais representadas nessas obras são, portanto, o elemento de deformidade nesse corpo ciborgue e no cérebro de silício, tão presentes emEx-machina e em V.I.S.H.N.U.
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Referências
ACHER, Eric et al. V.I.S.H.N.U. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012.
Ex-machina. Direção: Alex Garland. Produção de Andrew Macdonald e Allon Reich. Reino Unido e Estados Unidos: Universal Pictures, 2015. 1 DVD.
HEIDEGGER, Martin. Marcas do Caminho. In: “O que é metafísica?”. Tradução de Enio Paulo Giachini e Enildo Stein. Petrópolis – Rio de Janeiro:Editora Vozes, 2008.
MOYLAN, Tom. Distopia. Fragmentos de um céu límpido. Tradução: Felipe Benicio, Pedro Fortunato, Thayrone Ibsen. Maceió: Edufal, 2016.
PIRES, Carlos. A ontologia fundamental de Heidegger (O Ser no mundo, a Linguagem e a
Hermenêutica do Si). Disponível em: https://maconariabrasil.wordpress.com/a-ontologia-deheidegger/#comment-991, acessado em: 09 de novembro de 2024.
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