HEIDEGGER E A EXPERIÊNCIA ORIGINÁRIA DA LINGUAGEM: A DETERMINAÇÃO DA PALAVRA ΛΈΓΕΙΝ (LÉGEIN)

Autores

  • José Maria Pereira Carvalho Universidade Estadual de Montes Claros
  • Antônio Wagner Veloso Rocha Universidade Estadual de Montes Claros

Resumo

Os primeiros textos de Heidegger dedicados à arte e à poesia datam dos anos que se estendem de 1935 a 1940. Nesses anos percebe-se  a primeira tentativa do filósofo em pensar o mistério da linguagem. Anos mais tarde (na carta sobre o Humanismo de 1947), retomando a questão da linguagem, o filósofo dispensa atenção especial à mesma. Todavia, somente na década de 1950 aquela preocupação incipiente ganhará força. Nos textos que compõem a coletânea A Caminho da Linguagem e nos Ensaios e Conferências, Heidegger aprofunda suas reflexões acerca do nexo ontológico entre o ser e a palavra. O artigo pretende mostrar  que foi através da palavra λέγειν  que os gregos pensaram a essência da linguagem no sentido de dizer. Conforme indica o pensador, a força do dizer (λέγειν)  enquanto nomeação arrancava para fora o ser da coisa, fazendo-o se mostrar por si mesmo como aquilo que é. É nesta topologia essencial que  reside a essência grega da linguagem.

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Biografia do Autor

José Maria Pereira Carvalho, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Antônio Wagner Veloso Rocha, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

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Publicado

2021-12-09

Como Citar

Maria Pereira Carvalho, J., & Wagner Veloso Rocha, A. (2021). HEIDEGGER E A EXPERIÊNCIA ORIGINÁRIA DA LINGUAGEM: A DETERMINAÇÃO DA PALAVRA ΛΈΓΕΙΝ (LÉGEIN). Revista Poiesis, 22(1), 1–19. Recuperado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/4781

Edição

Seção

Artigos