HÁ UMA REVOLUÇÃO NA ESTRUTURA PRODUTIVA CHINESA?

Autores

  • Luis Felipe Lopes Milaré Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo - SEFAZ SP
  • Antonio Carlos Diegues Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Resumo

Resumo: Este artigo buscou mensurar a dimensão da transformação na estrutura produtiva chinesa. Mostrou-se que o acoplamento ao mercado internacional permitiu à China potencializar sua produção industrial em um primeiro momento e, em seguida, transformar sua estrutura produtiva a partir do esforço de penetração em segmentos de mercado tecnologicamente avançados. Neste cenário, mostrou-se que a estrutura produtiva chinesa tem sofrido importantes transformações, dignas de uma revolução. Como principais características desta revolução, destacam-se (i) o aumento significativo da participação de setores de alta intensidade tecnológica a (ii) migração na divisão internacional do trabalho para elos dinâmicos e centrais ao atual paradigma tecno-econômico. Todo este processo tem ocorrido em paralelo a (iii) uma transformação na estrutura de propriedade, que tem se tornado crescente privada nacional, com (iv) a formação de grandes conglomerados internacionalizados, (v) adensamento da cadeia produtiva local e (vi) grau crescente de autonomia tecnológica.

Palavras Chave: Industrialização; Política Industrial; Catching up; Economia chinesa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Felipe Lopes Milaré, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo - SEFAZ SP

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas(2008), especialização em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro(2012) e mestrado em Economia pela Universidade Federal de São Carlos(2011). Atualmente é Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ SP - Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

Antonio Carlos Diegues, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Professor do Instituto de Economia da UNICAMP e Coordenador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT), da mesma instituição, e Editor Convidado (2020) para Seção Especial da Revista Brasileira de Inovação intitulada Novos Paradigmas Produtivos: Desafios ao desenvolvimento em um cenário de emergência da Indústria 4.0 e da retomada da Política Industrial.

Referências

ALLARD, G.; GARROT, M. J. The impact of the new labor law in China: new hiring strategies for foreign firms? Revista Direito GV, São Paulo, v.6, n.2, p. 527-540, jul./dez. 2010.

CHINA STATISTICAL YEARBOOK. National Bureau of Statistics. Pequim. Edições de 1999 a 2010. Disponível em: <http://www.stats.gov.cn/english/statisticaldata/yearlydata/>. Acesso em: 19 maio 2011.

CROTTY, J. “The effects of increased product market competition and changes in financial markets on the performance of Nonfinancial

Corporations in the neoliberal era”. PERI Working paper, n. 44, 2002.

DIEGUES, A. C.; ANGELI, E. A China e o desenvolvimento através de exportações industriais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA

POLÍTICA, 16, Uberlândia, 2011. Anais., 2011. 33 p. Disponível em:

_22ce64af47269364506f9f276b0cbc35.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2011.

DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories – a suggested interpretation of the determinants and directions os technical change. Research Policy, vol. 11, no. 3, 1982.

FAIRBANK, K. J.; GOLDMAN, M. China: a new history. London: The Belknap Press of Harvard University Press, 2006.

FEIJO, C. A.; CARVALHO, P. G. M. Uma interpretação sobre a evolução da produtividade industrial no Brasil nos anos noventa e as “leis” de Kaldor. Nova Economia, v. 12, n. 2, p. 57–78, 2002.

FINANCIAL TIMES. Financial Times Global 500. Londres (Edições de 2002 a , 2010). Disponível em: <http://www.ft.com/intl/cms/253867ca-1a60- 11e0-b003-00144feab49a.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Pesquisa industrial anual. 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/

estatistica/economia/industria/pia/empresas/default.shtm. Acesso em: 20 nov. 2011.

INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Carta IEDI n. 485: a transformação da China em economia orientada à

inovação - parte 2. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.iedi.org.br/ cartas/carta_iedi_n_485_a_transformacao_da_china_em_economia_orientada_a_inovacao_parte_2.html>. Acesso em: 27 set. 2011.

LALL, S. Technological change and industrialization in the Asian newly industrializing economies: achievements and challenges. In: KIM, L.;NELSON, R. Technology, learning and innovation: experiences of newly industrializing economies. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

LAZZONICK, W & SULLIVAN, M.O. “Maximizining shareholder value: a new ideology for corporate governance”. Economy and Society, vol.29 n.1, pp. 13-35, 2000.

MEDEIROS, C. A. Notas sobre o desenvolvimento recente da China. São Paulo: IEA/USP, 1999. Disponível em: <http://www.iea.usp.br/iea/artigos/ medeiroschina.pdf>. Acesso em: 20 set. 2009.

______. Economia política do desenvolvimento recente da China. Revista de Economia Política, v. 19, n. 3, 1999.

______. A China como um duplo pólo na economia mundial e a recentralização da economia asiática. [S.d.]. 24 p. Disponível em:

/ w w w . i e . u f r j . b r / e v e n t o s / s e m i n a r i o s / p e s q u i s a /a_china_como_um_duplo_polo_na_economia_mundial.pdf>. Acesso em: 04out. 2010.______. A China como um duplo pólo na economia mundial e a recentralização da economia asiática. Revista de Economia Política, v. 26, n.3, p. 381-400, 2006.

______. A economia política da transição na China e o colapso da União Soviética. 2008. 56 p. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/datacenterie/ pdfs/seminarios/pesquisa/texto0605.pdf>. Acesso em: 23 set. 2011.

MEINA, X.; YULIANG, S. Intra-product specialization, sino-US trade surplus and trade benefits-from the perspective of NB enterprises.

Institute of International Business, Shanghai Institute of Foreign Trade. Shangai, 2011. Disponível em http://www.crito.uci.edu/papers.asp>. Acesso em: 09 nov.2011.

NAUGHTON, B. The chinese economy: transitions and growth. London: The MIT Press, 2006.

NASSIF, A. Há evidências de desindustrialização no Brasil?. Rio de Janeiro: BNDES, 2006. (Textos para Discussão, 108). Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/td/td-108.pdf>. Acesso em: 10 nov.2011.

OLIVEIRA, C. B. A. Reformas econômicas na China. Economia Política Internacional: análise estratégica, Campinas, n. 5, p. 3-8, abr./jun. 2005.

______ .Desenvolvimento comparado: América Latina e Ásia. In: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. Economia e proteção social: textos para estudo dirigido. Campinas: Unicamp, 2006.

ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT. Structural adjustment and economic performance. Paris: Organization for Economic Cooperation and Development, 1987. 371 p.

_____. OECD science, technology and industry scoreboard 2005. Paris: Organization for Economic Cooperation and Development, 2005. 210 p. Disponível em: <http://www.sourceoecd.org/scienceIT/9264010556>. Acesso em: 10 nov. 2011.

PALMA, J.G.. Flying Geese and Waddling Ducks: The Different Capabilities of East Asia and Latin America to “Demand-Adapt” and “Supply-Upgrade” their Export Productive Capacity. In: STIGLITZ, J.E., CIMOLI, M., DOSI, G. (Eds.). Industrial Policy in Developing Countries. Oxford: Oxford University Press; 2009.

PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, n.13, p. 343-373, 1984.

RAWSKI, T. G.; JEFFERSON, G. H. Enterprise reform in chinese industry. The Journal of Economic Perspectives, v. 8, n. 2, p.47-70, 1994.

RODRIK, D. One economics, many recipes: globalization, institutions and economic growth. Princeton: Princeton University Press, 2007. 263 p.

SCHUMPETER, J.A. Capitalismo socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

STORY, J. China a corrida para o mercado. São Paulo: Futura, 2004.

UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Handbook of statistics. 2010. Disponível em: <http://www.unctad.org/

Templates/Page.asp?intItemID=1890&lang=1>. Acesso em: 15 fev. 2011.

ZONENSCHAIN, C. N. O caso chinês na perspectiva do “catch-up” e das instituições substitutas. 2006. 143 f. Tese (Doutorado em Ciências

Humanas e Sociais) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

Downloads

Publicado

2021-04-05

Como Citar

Milaré, L. F. L. ., & Diegues, A. C. . (2021). HÁ UMA REVOLUÇÃO NA ESTRUTURA PRODUTIVA CHINESA?. Revista Economia E Políticas Públicas, 4(1), 75–110. Recuperado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/economiaepoliticaspublicas/article/view/4046

Edição

Seção

Artigos