ESCRITA DE SI, [R]EXISTÊNCIA E SUBJETIVIDADE

Autores

  • Paulo Petronilio Correia Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.46551/issn2179-6793RA2022v24n1_a01

Palavras-chave:

Escrita de si; Rito de passagem; Subjetividade; Resistência.

Resumo

Propõe-se pensar a complexa relação existente entre escrita de si, subjetividade e resistência. Falarei a partir da minha corporeidade negra, gay e de candomblé, ou seja, falo a partir da subalternidade, da minha sensibilidade e percepção enquanto sujeito preto que experimenta a diáspora e o racismo cotidiano. A escrita de si, como um rito de passagem, transforma na emancipação do povo preto na medida em que convoca a ancestralidade a uma experimentação e a uma busca da liberdade de si mesmo através da escrita de si no mundo, pois encaro a escrita de si como prática e resistência a uma sociedade patriarcal e de supremacia branca que nos desautoriza e nos desumaniza enquanto subjetividade e enquanto humanidade. Desse modo, a escrita de si é uma máquina de guerra política que invoca uma nova ética e uma nova estética da [r]existência preta.

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Biografia do Autor

Paulo Petronilio Correia, Universidade de Brasília - UnB

Paulo Petronilio é Pós Doutor em Teoria Literária pela PUC/Goiás. Pós Doutor em Performances Culturais pela UFG. Doutor em Educação pela UFRGS. Mestre em Literatura brasileira pela UFSC. Mestre em Educação pela UFSC. Graduado em Letras pela PUC/GO. Graduado em Filosofia pela UFSC. Professor Associado I da Universidade de Brasília-Campus Planaltina. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Literatura/ PosLit. Atua na Linha de Pesquisa: Representação na Literatura Contemporânea. Pesquisa Literatura, subalternidade e diferenças. 

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Publicado

2023-02-08