AGRICULTURA DE BASE CAMPONESA, MERCADO E O PAPEL DA RECIPROCIDADE:
reflexões em torno de questões não respondidas
DOI:
https://doi.org/10.46551/alt0701202506Palavras-chave:
Feiras Livres, Reciprocidade, Pandemia, Porteirinha (MG)Resumo
Neste artigo para a Revista Alteridade busquei compartilhar com os leitores as mudanças de rumos imposta à minha pesquisa de doutorado em função da pandemia da COVID19. Aqui apresento os elementos que me levaram a escolher os mercados tradicionais das feiras livres como objeto de pesquisa e as reflexões teóricas que permitiram defender a premissa de que os mercados alimentares locais seriam construídos e reproduzidos por valores humanos de reciprocidade. No entanto, o “desaparecimento” das feiras livres de Porteirinha, município do estudo, nos dois primeiros anos da pandemia me obrigou a abrir mão do tema “reciprocidade” e fui lançado pelas circunstâncias a problematizar como ficou a vida das agricultoras e agricultores feirantes diante dos impactos da disseminação do vírus SARS-CoV 2. A pretensão foi mostrar como esse processo é comum e que nem sempre um estudo consegue responder ou confirmar as questões e premissas inicialmente construídas, isso não torna o estudo menos importante. Bem como, outras questões, outras premissas em relação ao objeto, em alguns casos, até mais coerentes e ou mais urgentes (como no caso em tela) podem emergir no decorrer da pesquisa.
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