A ARTE DE BENZER:

persistência de um saber na sociedade palmeirense.

Autores

  • Isabela Andrade de Lima Moraes Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), PE, Brasil.
  • Tiago Sandes Costa Instiuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), MA, Brasil.
  • Gisele Nunes de Souza Sandes Faculdade Focos (AL), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.46551/alt0501202308

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar as práticas de cura realizadas pelos benzedeiros da cidade de Palmeira dos Índios, localizado no interior do Estado de Alagoas. Para tal, realizamos uma abordagem histórico-antropológica e mediante entrevistas narrativas realizadas com esses representantes da Medicina Popular, serão abordadas discussões sobre a descoberta do dom e o processo ritual da crença, da cura e da eficácia da cura.  Ao adentrar nesse universo que envolve as práticas de benzeção, observamos que essa arte de cuidar e curar pode ser interrompida por não haver pessoas interessadas em perpetuar essa tradição para o bem da comunidade. Com isso, compreendemos que a tradição oral e o sincretismo religioso contribuem significativamente para a persistência desses saberes nessa localidade. Essa pesquisa busca instigar aos leitores, novas perspectivas sobre o tema abordado, pois, são vários os aspectos voltados a procura desses curadores populares como demonstração da religiosidade popular, para serem pesquisados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabela Andrade de Lima Moraes, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), PE, Brasil.

Doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

Tiago Sandes Costa, Instiuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), MA, Brasil.

Doutorando em Geografia – Tratamento da Informação Espacial pela Pontifície Universidade Católica (PUC - Minas).

Gisele Nunes de Souza Sandes, Faculdade Focos (AL), Brasil.

Graduada em História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.

Referências

ABREU, Jean Luiz Neves. O imaginário do milagre e a religiosidade popular: um estudo sobre as práticas votivas nas Minas do século XVIII. 2001. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais.

AGOSTINI, Ailton José. Jacques Le Goff: por uma nova fronteira entre Antropologia e História. In. SCHWARCZ, Lilia K. Moritz & GOMES, Nilma Lino (orgs). Antropologia e História – debate em região de fronteira. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 33-51.

ARAÚJO, Alceu Maynard. Medicina Rústica. 3ª ed. São Paulo: Nacional, 1979.

BALANDIER, Georges. O Dédalo da Memória. In. O Dédalo: para finalizar o século XX. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 41-76.

BORNHEIM, Gerd. O Conceito de Tradição. In. Tradição e contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.

BURGUIÈRE, André. A antropologia histórica. In. LE GOFF, Jacques. A história nova. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995. p. 125-152.

CARVALHO, Antônio Carlos Duarte de. Feiticeiros, burlões e mistificadores: criminalidade e mudança das práticas populares de saúde em São Paulo, 1950-1980. São Paulo: UNESP, 2005.

CASTRO, Hebe. História social. In. CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (orgs). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 45-59.

DEL PRIORE, Mary. História do cotidiano e da vida privada. In. CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (orgs). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 259-274.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. 6ª ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003

LOYOLA, Maria Andréa. Médicos e curandeiros: conflito social e saúde. São Paulo: Difel, 1984.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Representações da cura no catolicismo popular. In. ALVES, Paulo César e MINAYO, Maria Cecília de Souza (orgs). Saúde e doença: um olhar antropológico. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1994.

MONTENEGRO, Antônio Torres. História oral e memória: a cultura popular revisitada. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2001.

MONTERO, Paula. Magia e Pensamento Mágico. São Paulo: Ática, 1986.

MOTT, Luiz. Cotidiano e Vivência Religiosa: entre a capela e o calundu. In: SOUZA, Laura de Melo e (org.). Cotidiano e Vida Privada na América Portuguesa. Coleção História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, VOL.I.

OLIVEIRA, Elda Rizzo de. O que é medicina popular? São Paulo: Brasiliense, 1985.

QUINTANA, Alberto Manuel. A ciência da benzedura: mau-olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise. São Paulo: EDUSC, 1999.

SOUZA, Laura de Mello e. O Diabo e a terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In. CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (orgs). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 127-162.

VAZ, Vânia. As benzedeiras da cidade de Irati: suas experiências com o mundo, e o mundo da benzeção. Dissertação de mestrado. São Paulo: PUC, 2006.

Downloads

Publicado

2023-06-29