ENTRE DOIS MUNDOS
ITINERÁRIOS DE UMA TRAVESSIA MELANCÓLICA NA CONTEMPORANEIDADE E DO RETORNO À CASA PORTUGUESA PELO EXILADO DA TERRA EM UMA VIAGEM À ÍNDIA, DE GONÇALO M. TAVARES
DOI:
https://doi.org/10.46551/issn2179-6793RA2024v27n2_a03Palavras-chave:
Literatura Portuguesa; Gonçalo M. Tavares; Luís de Camões; Tradição; Modernidade; Melancolia .Resumo
Este artigo tem por objetivo discutir o a memória enquanto ritual e melancolia na literatura contemporânea de Gonçalo M. Tavares intitulado Uma viagem à Índia, bem como identificar nos meandros do texto o paradoxo entre a travessia e o confronto, a descoberta de uma porta de saída na solução do enigma do viajante Bloom e a criação de um herói às avessas. Bloom comete o crime de matar o próprio pai e, portanto esse é o motivo pelo qual o faz seguir viagem. “Buscar a água que o lave do seu crime irremível”. Além disso, o texto de Tavares apresenta um diálogo intertextual com a obra Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões e um dos pontos de dissonância entre elas se revela na história de Portugal que o texto de Camões retrata e, por outro lado, no de Tavares descreve a história pessoal de Bloom, personagem central. Para tanto, utiliza-se como autores, a saber: Eduardo Lourenço (2010), Vitor Manuel de Aguiar e Silva (1974), Carlos Reis (2004), dentre outros.
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