Festas religiosas de agosto: um ensaio sobre identidade do jovem catopê

Autores

  • Viviane Bernadeth Gandra Brandão Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
  • Sandra de Fátima Pereira Tosta Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

Resumo

O objetivo deste ensaio exploratório consiste em desenvolver reflexões sobre a construção de identidade do jovem catopê, tendo como base as festas religiosas de agosto. Estas festas representam uma manifestação cultural e religiosa tradicional e existem há mais de 170 anos na cidade de Montes Claros, localizada no Norte de Minas Gerais, são celebradas em honra à Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo e seus rituais compõem-se de elementos africanos, europeus e indígenas. Nestas comemorações, os principais grupos que protagonizam as festas são: Catopês, Marujos e Caboclinhos, os quais caminham pelas ruas da cidade com cantos, danças e orações compondo congado norte mineiro. O Catopê é o grupo mais antigo e possui o maior número de integrantes que expressam em suas ações uma mistura de ritos africanos e católicos. Nota-se que há um número expressivo de jovens que fazem parte desses grupos, influenciando no seu processo de construção identitária, que é histórico, cultural, educativo e social. Desta forma, este texto tem como metodologia uma revisão bibliográfica, de modo a ampliar a compreensão e contribuir com reflexões acerca da identidade juvenil e a dinâmica sociocultural contemporânea.

Palavras-chave: Cultura. Identidade. Jovem Catopê. Montes Claros.

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Publicado

20.12.2017

Edição

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Artigos