RENOME v.12 n. Especial 2 (2023) – ISSN 2317-3092
estudantes do curso de medicina (= 18 anos). O formulário foi estruturado com questões
sociodemográficas, além dos instrumentos validados de avaliação da AS (Questionário
de Ansiedade Social para Adultos - CASO) e da saúde mental (Escala de Ansiedade,
Estresse e Depressão - DASS-21). Para a análise estatística, foi utilizado teste de qui-
quadrado para comparações de prevalências, e regressão logística múltipla para obtenção
da razão de chances (OR) e dos respectivos intervalos de confiança (IC95%). A
significância estatística foi estabelecida quando P<0,05. Aprovação CEP sob parecer n.
4.874.909. Resultados: Dos 460 estudantes de medicina que participaram do estudo
(69,3% eram mulheres), a prevalência de AS foi de 48,5%, sendo maior em mulheres que
em homens (52% vs. 40,4%, P=0,028). Dentre as cinco dimensões da AS, a única que
apresentou diferença entre homens e mulheres foi a ‘Interação com o sexo oposto’,
prevalente em 27,7% dos homens e em 62,4% das mulheres (P<0,001). As prevalências
de estresse (26% vs. 16,3%, P=0,031) e da ansiedade (33,9% vs. 17,7%, P=0,001) foram
significativamente maiores nas mulheres que em homens, mas não da depressão (27,3%
vs. 24,8%, P=0,664). Por fim, a alta AS em estudantes de medicina está significativamente
relacionada com o estresse apenas em mulheres (OR: 1,68 IC95% 1,01-2,79), com a
ansiedade (HOMENS: OR 3,25 IC95% 1,32-8,01 e MULHERES: OR 2,49 IC95% 1,53-
4,04), e com a depressão (HOMENS: OR 4,06 IC95% 1,81-9,11 e MULHERES: OR
4,89 IC95% 2,76-8,66). Conclusão: A AS é prevalente entre estudantes de medicina,
principalmente nas mulheres, e está fortemente associada à saúde mental.
Palavras-Chave: Ansiedade Social, Estudantes de Medicina, Saúde Mental.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CUSTOS HOSPITALARES POR
QUEIMADURAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Mires Dalva Pena Neta, Lorena Luiza Rodrigues, Amanda Da Silva Santos,
Andreza Assunção Santos, Giovanne Guilherme Coutinho Canela
Introdução: As queimaduras são uma injúria da pele ou de outros tecidos, causadas por
agentes variados como chamas, líquidos quentes, choque elétrico e produtos químicos,
sendo observado um número elevado de busca aos serviços de urgência e internações no
serviço público de saúde decorrente dessa causa. Objetivo: Avaliar os aspectos
epidemiológicos e custos hospitalares das internações por queimaduras em Minas Gerais
entre 2016 e 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo. Teve
como universo de pesquisa a base de dados do Sistema de Informações Hospitalares do
Sistema único de Saúde (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: No estudo foram notificadas
18.660 internações por queimaduras no estado. O maior número de internações ocorreu
no sexo masculino (61,5%), com predomínio na faixa etária adulta entre 20 e 59 anos
(55,9%) e pediátrica entre 1 e 4 anos (15,2%). A maioria das internações foram realizadas
em caráter de urgência (96,4%), com a média de permanência de 7,2 a 11,3 dias. O valor
total das internações pelo SUS foi de 46.501.488,53 reais e o valor médio de 2.549,59
reais. Conclusão: Conclui-se que as queimaduras constituem um importante problema de
saúde pública devido ao extenso tempo de internação, que é um importante contribuinte
para complicações e consequente morbimortalidade, acarretando em elevados custos