REVISTA NORTE MINEIRA
DE ENFERMAGEM
ISSN: 2317-3092
Recebido em:
25/10/2022
Aprovado em:
25/11/2022
Como citar este artigo
Santos GG, Andrade LH, Sordi MAP, Silva ALC,
Gomes-
Sponholz, Nunes HRC, Parada CMGL.
Hospitalização
em unidade de terapia intensiva
por COVID-
19 em gestantes pretas: estudo
brasileiro de base populacional. Rev Nor
te
Mineira de enferm. 2022;11(2):1-10.
Autor correspondente
Gustavo Gonçalves dos Santos1
gustavo.goncalves-santos@unesp.br
ARTIGO ORIGINAL
HOSPITALIZAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA POR
COVID-19 EM GESTANTES PRETAS: ESTUDO BRASILEIRO DE BASE
POPULACIONAL
Intensive care unit hospitalization for COVID-19 in black pregnant
women: a brazilian population-based study
1
, Luis Henrique de Andrade
2a
, Mônica Aparecida de Paula de Sordi
2b
,
Anderson Lima Cordeiro da Silva3, Flávia Azevedo Gomes-Sponholz4, Hélio Rubens de Carvalho
Nunes5, Cristina Maria Garcia de Lima Parada6
1. Enfermeiro Obstétrico. Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina
de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutorando do Programa
de Pós-graduação em Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo,São Paulo-SP BR. gustavo.goncalves-santos@unesp.br /
ggsantos@usp.br, ORCID: 0000-0003-1615-7646
2. Enfermeiro Obstétrico. Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina
de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,São Paulo-
SP,BR.lh.andrade@unesp.br, ORCID: 0000-0003-2982-5252
3. Administradora Hospitalar. Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de
Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo-SP,
BR. monica.paula@unesp.br, ORCID: 0000-0003-3621-3414
4. Enfermeiro. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem em Saúde Pública da
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, São Paulo-
SP,BR.andersoncordeiro@usp.br, ORCID: 0000-0001-6777-0622
5. Enfermeira Obstétrica e PhD. Professora Associada do Departamento Enfermagem Materno-
Infantil e Saúde Pública e do Programa de Pós-graduação em Enfermagem em Saúde Pública da
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,São Paulo-SP,
BR.flagomes@usp.br, ORCID:0000-0003-1540-0659
6. Estatístico e PhD. Professor Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de
Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,São Paulo-SP ,
BR. hrcn@outlook.com.br, ORCID:0000-0002-7806-1386
7. Enfermeira Obstétrica e PhD. Professora Titular do Departamento de Enfermagem e do Programa
de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,São Paulo-SP,BR. cristina.parada@unesp.br, ORCID:
0000-0002-9597-3635
DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202200201
Objetivo: identificar se grávidas pretas COVID-19 possuem maior necessidade de
internação/hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: trata-se de
um estudo transversal, descritivo, exploratório do tipo de base populacional baseado
em dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), coleta de
dados dividida entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021. As variáveis de resultado
foram: admissão e internação/hospitalização em UTI. Foi realizada análise descritiva,
análise bivariada pelo teste qui-quadrado, na análise final, as associações foram
consideradas estatisticamente significativas se p<0,05. Resultados: não houve
associação fortemente entre a cor da pele e a necessidade de internação/hospitalização
na UTI. Conclusão: os resultados, todavia fornecem subsídios aos profissionais de saúde
Hospitalização em unidade de terapia intensiva por covid-19 em gestantes pretas: estudo brasileiro de base populacional
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a fim de qualificar os cuidados no momento da pandemia.
DESCRITORES:Complicações Infecciosas na Gravidez. Hospitalização. Unidade de Terapia
Intensiva. Disparidades nos Níveis de Saúde.
Objective: To identify whether black pregnant individuals with COVID-19 have a higher
need for Intensive Care Unit (ICU) admission/hospitalization. Method: This is a cross-
sectional, descriptive, exploratory population-based study based on data from the
Influenza Epidemiological Surveillance System (SIVEP-Influenza), with data collection
spanning from August 2020 to February 2021. The outcome variables were admission
and ICU hospitalization. Descriptive analysis was performed, and bivariate analysis was
conducted using the chi-square test. In the final analysis, associations were considered
statistically significant if p<0.05. Results: There was no strong association between skin
color and the need for ICU admission/hospitalization. Conclusion: However, the results
provide valuable insights for healthcare professionals to improve care during the
pandemic.
KEYWORDS: Infectious Complications in Pregnancy. Hospitalization. Intensive Care Unit.
Health Disparities.
INTRODUÇÃO
No final de 2019, houve a descoberta de um novo vírus que circulava em Wuhan, província de Hubei, China. O
vírus, até então desconhecido, passou a infectar inúmeras pessoas causando infecções respiratórias, pneumonias graves e
mortes. Com sua rápida transmissão, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou um estado de
pandemia causada pelo novo coronavírus chamado SARS-CoV-2, causando uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS)
conhecida como COVID-19(1-3).
No início, as mulheres grávidas e puérperas não eram consideradas como parte do grupo de risco para a doença.
Entretanto, de acordo com o Manual de Recomendações para o cuidado de mulheres grávidas e puérperas diante da pandemia
da COVID-19(4,5), este grupo tem mostrado resultados desfavoráveis, moderados e severos na presença da COVID-19. As
mulheres grávidas infectadas pela SRA-CoV-2 têm maior chance de hospitalização, admissão na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) e ventilação mecânica. Gestantes e puérperas também são consideradas de maior risco de severidade, devido às
mudanças fisiológicas do processo gestacional e experiências acumuladas com doenças causadas por outros coronavírus(6-8).
Mulheres gestantes e puérperas pretas e pardas tem um risco de morte para COVID-19 quase duas vezes maior
do que as mulheres brancas. Estudos brasileiros detalham o impacto das falhas dos serviços de saúde nesta tragédia, onde 15%
das mulheres grávidas que morreram de COVID-19 ajulho de 2020 não receberam assistência ventilatória, 28% o tiveram
acesso à UTI, e 36% o foram entubadas nem receberam ventilação mecânica(9, 10). Pesquisadores relatam que 978 mulheres
grávidas/puérperas que foram diagnosticadas com SARS, 124 morreram(12).
Vale a pena mencionar o estudo que avaliou o impacto desproporcional do racismo estrutural nas mortes
maternas pela COVID-19. Os autores descrevem que mulheres negras no ciclo gravídico puerperal foram hospitalizadas em
condições de pior gravidade, tais como maior prevalência de dispneia e menor saturação de oxigênio, e maior taxa de
internação na UTI e de internação mecânica assistida ventilação(11).
O acesso desigual da população negra a condições de saúde de qualidade, evidenciado pelo racismo estrutural,
demonstra a necessidade de reduzir as iniquidades nos serviços de saúde. Ainda assim, é importante entender que vários
segmentos da sociedade marcados pela renda, idade, comorbidades, modo de vida, acesso a serviços de saúde, gênero e raça
estão mais expostos à pandemia de SARS2-CoV-2. A população negra, neste contexto, é socialmente vulnerável, uma vez que
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tem baixo status socioeconômico, maior suscetibilidade a doenças como hipertensão, diabetes e anemia falciforme, e maiores
taxas de morbidade e mortalidade(12).
As disparidades entre negros e brancos, tais como viver em regiões periféricas, menor renda per capita, piores
condições de trabalho, menos educação, mais aglomeração familiar e cuidados de saúde com acesso desigual estão associadas
a taxas de mortalidade mais elevadas(3, 12-14).
No Brasil, é evidente, mais uma vez, que a população vulnerável continua a ter menos acesso à saúde durante a
pandemia, agravando a desigualdade estrutural. Assim, fatores como o sistema de saúde, desigualdades de saúde pré-
existentes, a economia, a confiança na ciência e a confiança dos cidadãos na orientação governamental estão associados ao
resultado negativo do controle de doenças e ao alto mero de mortes. Vale notar que enquanto a equidade e a confiança na
ciência o forem valorizadas pelo governo, a COVID-19 continuará sendo um grave problema de saúde pública que afeta
grupos vulneráveis, tais como às mulheres negras(13,15).
Considerando os fatores de risco da COVID-19 associados às mulheres gestantes/puérperas pretas e pardas, este
estudo é justificado, pois dados compartilhados reforçam a mortalidade materna devido à COVID-19. Assim, objetivando
identificar através do banco de dados secundário, SIVEP-Gripe disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS) do Brasil, se
mulheres grávidas pretas/pardas com COVID-19 possuem maior a necessidade de admissão na UTI.
MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal, exploratório, descritivo, do tipo de base populacional. O estudo foi realizado
no Brasil, através do banco de dados SIVEP-Gripe.
O período de coleta de dados foi dividido em dois momentos diferentes, agosto de 2020 e fevereiro de 2021, a
fim de comparar a evolução da pandemia. Incluímos, respectivamente, as semanas epidemiológicas 13 (22/03-28/2020) e 32
(08/02-08/2020) e 33 (08/09-15/2020) e 53 (27/12/2020 a 01/02/2021), considerando dados de todo o país. A partir do banco
completo (575.935 casos em 8 de agosto de 2020 e 1.048.576 casos em 2 de janeiro de 2021), foram selecionadas as semanas
epidemiológicas 13 a 32 (563.851 casos) e 33 a 53 (469.241 casos). A partir daí, selecionamos primeiro as mulheres grávidas
(6.125 e 4.122 casos), depois os casos com classificação final de COVID-19 (2.699 e 1.731 casos). 650 e 1.672 casos); em
seguida, foi observada a presença de mulheres com mais de 49 anos de idade, e foram selecionados apenas aqueles da faixa
etária correspondente à idade fértil, entre 10 e 49 anos (2.472 e 1.566 casos); finalmente, foram selecionados os casos com cor
de pele branca, preta ou marrom e evolução final (1.884 e 1.286 casos). Os casos de cor branca, preta ou pardas foram
selecionados, com uma amostra final de 939 e 858 casos.
As variáveis de resultado são: hospitalização para COVID-19 e admissão na UTI por COVID-19 (variáveis
dicotômicas, classificadas como sim, não). Entre as covariáveis estão: variáveis sociodemográficas: comorbidades notificadas
no momento da notificação (sim, não); doenças relacionadas à gravidez (sim, não); mero de sinais e sintomas principais
(mediana, valor mínimo e valor máximo); sinais e sintomas secundários no momento da notificação (sim, o) e mero de
sintomas secundários (mediana, valor mínimo e máximo).
Foi realizada uma análise descritiva das variáveis relacionadas à sociodemografia,,comorbidades, doenças
relacionadas à gravidez, e sinais e sintomas principais e secundários. Em seguida, foi realizada uma análise bivariada utilizando
o teste do qui-quadrado entre os covariáveis de interesse e o resultado, calculando o risco relativo e o intervalo de confiança
de 95%. As variáveis que na análise bivariada foram mais fortemente associadas aos resultados (p<0,20), foram incluídas em
um modelo de regressão. Na análise final, as associações foram consideradas estatisticamente significativas se p<0,05. As
análises foram realizadas com o software StatisticalPackage for the Social Science (SPSS) v.21.
Vale ressaltar que o banco de dados utilizado é de acesso público e não continha os nomes das participantes ou
qualquer outra possibilidade de identificação individual das mulheres, a fim de garantir o anonimato. Como se trata de uma
pesquisa com um banco de dados de acesso público, não foi necessário a submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa.
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RESULTADOS
As gestantes eram adultas jovens, com idade mediana de 30 e 29 anos, respectivamente, no primeiro e segundo
períodos. No segundo momento do estudo aumentou a proporção de gestantes com cor da pele parda e residente nas regiões
sul e centro-oeste (Tabela 1).
Tabela 1- Características sociodemográficas, comorbidades e doenças relacionadas à gestação,
semanas 13-32 (n= 939) e 33-53 (n= 858). Brasil, 2020-2021.
Características Semanas Epidemiológicas 13-32 Semanas Epidemiológicas 33-53
Med (min-max)* Med (min-máx)*
Idade (anos) 30 (11-48) 29 (10-49)
Número comorbidades 0 (0-3) 0 (0-5)
Cor da pele/raça
Branca
Parda
Preta
N (%)
301 (32,1)
565 (60,2)
73 (7,8)
N (%)
378(44,1)
427 (49,8)
53 (6,2)
Região de residência
Sul
Sudeste
Centro-oeste
Nordeste
Norte
79 (8,4)
355 (37,8)
84 (8,9)
271 (28,9)
150 (16,0)
138 (16,1)
298 (34,7)
150 (17,5)
145 (16,9)
127 (14,8)
Residência em zona urbana e
periurbana
895 (95,3)
822 (95,8)
Comorbidades
Cardiopatia
Doença Hematológica
Síndrome de Down
Hepatopatia
Asma
Diabetes mellitus
Doença Neurológica
Pneumopatia
Imunodepressão
Nefropatia
Obesidade
Doenças relativas à gestação
Síndromes Hipertensivas
Diabetes gestacional
76 (8,1)
6 (0,6)
1 (0,1)
1 (0,1)
33 (3,5)
42 (4,5)
6 (0,6)
6 (0,6)
6 (0,6)
4 (0,4)
34 (3,6)
71 (7,6)
17 (1,8)
41 (4,8)
9 (1,0)
2 (0,2)
2 (0,2)
33 (3,9)
54 (6,3)
8 (0,9)
9 (1,0)
11 (1,3)
7 (0,8)
40 (4,7)
37 (4,3)
15 (1,7)
Fonte: Elaboração do próprio autor.São Paulo, SP – Brasil, 2021.
* Mediana (valor mínimo – valor máximo)
Os principais sintomas apresentados pelas gestantes, em ambos os períodos, foram: tosse, febre, odinofagia,
dispneia, desconforto respiratório e saturação O2 <95%. A redução da necessidade de internação em UTI foi de 67,3% e de
óbito foi de 68,4%, do primeiro para o segundo período (Tabela 2).
Tabela 2- Proporção dos sinais e sintomas apresentados pelas gestantes e evolução do caso, semanas
13-32 (n=939) e 33-53 (n= 858). Brasil, 2020-2021.
Sinais e Sintomas Semanas Epidemiológicas 13-32 Semanas Epidemiológicas 33-53
Med (min-máx)* Med (min-máx)*
Sintomas Principais 3 (0-9) 3 (0-10)
Sintomas Secundários 0 (0-4) 1 (0-5)
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Principais N (%) N (%)
Tosse 694 (73,9) 553 (64,5)
Febre 629 (67,0) 410 (47,8)
Odinofagia 238 (25,3) 208 (24,2)
Dispneia 489 (52,1) 404 (47,1)
Desconforto respiratório 440 (46,9) 360 (42,0)
Saturação Oxigênio
< 95%
240 (25,6) 187 (21,8)
Diarreia 112 (11,9) 124 (14,5)
Vômito 131 (13,9) 105 (12,2)
Perda do olfato 125 (13,3) 212 (24,7)
Perda do paladar 68 (7,2) 200 (23,3)
Secundários
Cefaleia 145 (15,4) 171 (19,9)
Coriza 72 (7,7) 82 (9,6)
Mialgia 135 (14,4) 120 (14,0)
Náusea 17 (1,8) 26 (3,0)
Congestão nasal 21 (2,2) 5 (0,6)
Inapetência 9 (1,0) 9 (1,0)
Dor torácica 17 (1,8) 16 (1,9)
Fraqueza 15 (1,6) 10 (1,2)
Calafrio 14 (1,5) 9 (1,0)
Taquicardia 7 (0,7) 1 (0,1)
Dor abdominal 15 (1,6) 89 (10,4)
Fadiga 33 (3,5) 221 (25,8)
Sinusite 1 (0,1) 0 (0,0)
Cianose de extremidades 1 (0,1) 0 (0,0)
Dor lombar ou em baixo ventre 22 (2,3) 16 (1,9)
Sangramento vaginal 3 (0,3) 5 (0,6)
Otalgia 7 (0,7) 0 (0,0)
Internação em Unidade de
Terapia Intensiva
473 (50,4) 130 (16,5)
Óbito 148 (15,8) 43 (5,0)
Fonte:Elaboração do próprio autor. São Paulo, SP – Brasil, 2021.
* Mediana (valor mínimo – valor máximo)
Nas análises bivariadas, a variável de interesse, cor da pele, não se associou à hospitalização, assim como as
covariáveis estudadas (Tabela 3).
Tabela 3- Associações bivariadas* para risco de hospitalização das gestantes, semanas 13-32 (n=939) e
33-53 (n= 858). Brasil, 2020-2021.
Variáveis Semanas Epidemiológicas 12-33 Semanas Epidemiológicas 33-53
HR** (IC95%)*** p valor HR** (IC95%)*** p valor
Idade 1,00 0,99-1,01 0,868 1,00 0,99-1,01 0,785
Cor da pele/raça
Branca (referência)
Parda
Preta
1,00
1,06
0,86-1,15
0,82-1,87
0,964
0,639
1,01
0,97
0,88-1,17
0,72-1,31
0,857
0845
Região
Sul (referência)
Sudeste
Centro-oeste
Nordeste
Norte
0,96
0,72
0,95
0,98
0,75-1,23
0,52-1,01
0,74-1,23
0,75-1,29
0,765
0,061
0,725
0,923
1,04
1,06
0,99
1,01
0,85-1,28
0,83-1,34
0,78-1,26
0,79-1,30
0,704
0,654
0,926
0,932
Zona urbana e periurbana 0,99 0,72-1,35 0,957 1,05 0,74-1,48 0,801
Comorbidades
Hospitalização em unidade de terapia intensiva por covid-19 em gestantes pretas: estudo brasileiro de base populacional
6
Rev Norte Mineira de enferm. 2022; 11(2): 1-10.
Cardíaca
Diabetes mellitus
Número de comorbidades
1,00
1,03
1,01
0,78-1,27
0,75-1,41
0,89-1,14
0,995
0,841
0,825
1,02
1,05
1,05
0,74-1,40
0,63-1,74
0,72-1,53
0,900
0,863
0,813
Relativas à gestação
Síndromes Hipertensivas
1,01
0,79-1,29
0,921
1,02
0,73-1,42
0,919
Sintomas principais
Febre
Tosse
Odinofagia
Dispneia
Distúrbio respiratório
O2 inferior 95%
Diarreia
Vômito
Perda de olfato
Perda de paladar
Número de sintomas
principais
1,03
1,03
0,97
1,04
1,04
1,06
1,03
1,01
0,99
0,92
1,01
0,89-1,19
0,88-1,19
0,83-1,13
0,91-1,19
0,91-1,19
0,91-1,23
0,84-1,26
0,84-1,23
0,82-1,21
0,71-1,20
0,97-1,04
0,643
0,705
0,739
0,500
0,526
0,407
0,759
0,848
0,973
0,571
0,500
1,02
0,99
0,96
1,04
1,03
1,06
0,97
0,99
0,96
0,98
1,00
0,89-1,17
0,86-1,14
082-1,13
0,90-1,19
0,90-1,18
0,90-1,25
0,80-1,19
0,81-1,23
0,86-1,13
0,84-1,16
0,97-1,03
0,797
0,933
0,623
0,604
0,696
0,495
0,792
0,960
0,636
0,845
0,918
Sintomas secundários
Coriza
Mialgia
Cefaleia
Dor abdominal
Fadiga
Número de sintomas
secundários
0,96
0,98
0,98
0,91
1,02
0,98
0,75-1,24
0,81-1,18
0,81-1,17
0,52-1,58
0,72-1,45
0,90-1,06
0,785
0,863
0,832
0,748
0,890
0,730
0,97
1,01
0,99
1,00
1,00
0,99
0,76-1,22
0,83-1,23
0,83-1,17
0,80-1,25
0,86-1,17
0,93-1,06
0,770
0,906
0,887
0,985
0,966
0,855
Fonte:Elaboração do próprio autor. São Paulo, SP – Brasil, 2021.
* Associações bivariadas obtidas por modelos de regressão linear simples de Cox
** HR= Hazardratio
*** IC95%= Intervalo de confiança de 95%
Nas análises bivariadas, nas semanas 12-32, cor da pele parda, idade, região de moradia e os sintomas febre,
tosse, dispneia, distúrbio respiratório, saturação de O2 inferior a 95% e número de sintomas principais associaram-se à
hospitalização em UTI (p<0,20). Para as semanas 33-53 as variáveis comorbidade cardíaca, número de comorbidades, febre,
tosse, dispneia, distúrbio respiratório, saturação de O2 inferior a 95%, número de sintomas principais e fadiga relacionaram-se
à hospitalização em UTI em nível de p<0,20 (Tabela 4).
Tabela 4- Associações bivariadas* para risco de hospitalização das gestantes em UTI, semanas 13-32
(n=939) e 33-53 (n= 858). Brasil, 2020-2021.
Variáveis Semanas Epidemiológicas 12-33 Semanas Epidemiológicas 33-53
HR** (IC95%)*** p valor HR** (IC95%)*** p valor
Idade (anos) 1,02 1,00-1,05 0,018 1,01 0,99-1,04 0,247
Cor da pele/raça
Branca (referência)
Parda
Preta
continuação da tabela.
0,75
0,81
0,54-1,05
0,43-1,50
0,100
0,506
0,81
0,97
0,57-1,15
0,46-2,01
0,231
0,925
Região
Sul (referência)
Sudeste
Centro-oeste
Nordeste
Norte
1,85
1,36
1,09
0,76
1,11
0,98-3,46
0,59-3,15
0,56-2,14
0,34-1,65
0,52-2,36
0,055
0,462
0,790
0,489
0,787
1,32
0,66
0,85
1,01
0,80-2,19
0,34-1,30
0,45-1,60
0,53-1,90
0,283
0,231
0,605
0,987
Zona urbana e periurbana 1,63 0,52-.5,11 0,404
Comorbidades
Hospitalização em unidade de terapia intensiva por covid-19 em gestantes pretas: estudo brasileiro de base populacional
7
Rev Norte Mineira de enferm. 2022; 11(2): 1-10.
Cardíaca
Diabetes mellitus
Número de comorbidades
1,32
1,61
1,38
0,79-2,18
0,87-2,98
1,08-1,77
0,277
0,123
0,008
2,12
0,90
1,38
1,19-3,76
0,44-1,84
1,10-1,74
0,010
0,780
0,005
Relativas à gestação
Síndromes Hipertensivas
0,80
0,42-1,52
0,503
0,52
0,17-1,64
0,264
Sintomas principais
Febre
Tosse
Odinofagia
Dispneia
Distúrbio respiratório
O2 inferior 95%
Diarreia
Vômito
Perda de olfato
Perda de paladar
Número de sintomas
principais
2,08
2,10
0,92
2,00
2,08
3,74
1,16
1,07
0,93
0,62
1,27
1,39-3,09
1,35-3,26
0,64-1,33
1,43-2,80
1,50-2,89
2,73-5,12
0,74-1,83
0,68-1,66
0,58-1,48
0,29-1,33
1,17-1,37
<0,001
0,001
0,682
<0,001
<0,001
<0,001
0,502
0,762
0,760
0,221
<0,001
1,46
1,73
1,01
4,37
2,87
3,18
1,07
1,12
0,81
0,83
1,23
1,04-2,07
1,16-2,58
0,68-1,51
2,84-6,71
1,99-4,14
2,26-4,48
0,66-1,72
0,67-1,86
0,53-1,24
0,54-1,27
1,14-1,32
0,031
0,007
0,353
<0,001
<0,001
<0,001
0,790
0,673
0,337
0,382
<0,001
Sintomas secundários
Coriza
Mialgia
Cefaleia
Dor abdominal
Fadiga
Número de sintomas
secundários
1,31
0,86
0,96
0,88
1,38
1,02
0,77-2,23
0,54-1,38
0,62-1,49
0,21-3,55
0,68-2,82
0,85-1,24
0,317
0,550
0,877
0,860
0,366
0,766
0,91
0,98
0,99
0,82
1,32
1,06
0,49-1,69
0,60-1,62
0,64-1,53
0,44-1,53
0,91-1,90
0,90-1,25
0,772
0,947
0,958
0,538
0,146
0,434
Fonte:Elaboração do próprio autor. São Paulo, SP – Brasil, 2021.
* Associações bivariadas obtidas por modelos de regressão linear simples de Cox
** HR= Hazardratio
*** IC95%= Intervalo de confiança de 95%
Na análise ajustada (Tabela 5), a cor da pele não se associou à hospitalização em UTI em nenhum dos dois
períodos do estudo. Porém, no primeiro período, as variáveis: febre (HR 1,71; IC95%=1,08-2,68; p=0,020) e saturação de
O2<95% (HR= 3,02, IC95%= 1,98-4,58; p<0,001), de maneira independente, aumentaram o risco de hospitalização em UTI.
Apresentar febre aumentou em 70% o risco de internação em UTI e apresentar baixa saturação de oxigênio triplicou o risco. No
segundo período, aumentaram o risco de necessitar de UTI, de maneira independente: apresentar dispneia (HR= 3,01; IC95%=
1,80-5,03; p<0,001) e saturação de O2<95% (HR= 1,84; IC95%= 1,21-2,79; p=0,004). Apresentar dispneia triplicou e baixa
saturação de oxigênio quase duplicou o risco de internação em UTI.
Tabela 5- Regressão linear múltipla de Cox para explicar a necessidade de internação em UTI, segundo
cor da pele, corrigida por potenciais confundidores, semanas 13-32 (n=939) e 33-53 (n= 858). Brasil,
2020-2021.
Variáveis Semanas Epidemiológicas 12-33 Semanas Epidemiológicas 33-53
HR* (IC95%)** p valor HR* (IC95%)** p valor
Cor da pele/raça
Branca (referência)
Parda
Preta
0,91
0,75
0,61-1,36
0,40-1,42
0,658
0,387
0,93
1,04
0,64-1,33
0,49-2,19
0,693
0,907
Idade 1,00 0,98-1,03 0,509 - - -
Região
Sul (referência)
Sudeste
Centro-oeste
Nordeste
Norte
1,71
1,56
1,41
0,95
0,89-3,26
0,64-3,82
0,66-2,98
0,40-2,22
0,102
0,324
0,386
0,911
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Hospitalização em unidade de terapia intensiva por covid-19 em gestantes pretas: estudo brasileiro de base populacional
8
Rev Norte Mineira de enferm. 2022; 11(2): 1-10.
Zona urbana e periurbana 0,73 0,23-2,34 0,596 - - -
Comorbidades
Cardiopatia
Diabetes mellitus
Número de comorbidades
-
1,09
1,14
-
0,53-2,23
0,85-1,53
-
0,805
0,375
1,26
-
1,15
0,61-2,61
-
0,85-1,57
0,523
-
0,348
Sintomas principais
Fadiga
Febre
Tosse
Dispneia
Distúrbio respiratório
O2 inferior 95%
Número de sintomas principais
-
1,71
1,51
0,97
1,27
3,02
0,95
-
1,08-2,68
0,91-2,49
0,62-1,51
0,82-1,95
1,98-4,58
0,80-1,13
-
0,020
0,106
0,894
0,275
<0,001
0,575
0,95
1,25
1,22
3,01
1,61
1,84
0,91
0,64-1,40
0,83-1,89
0,76-1,97
1,80-5,03
0,99-2,59
1,21-2,79
0,78-1,06
0,800
0,280
0,400
<0,001
0,051
0,004
0,250
Fonte:Elaboração do próprio autor. São Paulo, SP – Brasil, 2021.
* HR= Hazardratio
** IC95%= Intervalo de confiança de 95%
DISCUSSÃO
O presente estudo identificou que houve queda de aproximadamente dois terços na proporção de gestantes que
necessitaram de UTI ou evoluíram a óbito na comparação do primeiro para o segundo período. Nenhuma das covariáveis
estudadas associou-se à hospitalização. De maneira independente, nas semanas 13 a 32, apresentar febre e saturação de
oxigênio inferior a 95% associaram-se à hospitalização em UTI e, nas semanas 33-53, também de maneira independente,
apresentar dispneia e saturação de oxigênio inferior a 95% associaram-se à necessidade de UTI. A única covariável
independentemente associada ao óbito foi à saturação de oxigênio inferior a 95%, em ambos os períodos estudados.
Em 2020 a taxa de mortalidade em mulheres grávidas hospitalizadas era de 5,5% e em puérperas de 12,9%,
entretanto, em 2021 a taxa de mortalidade aumentou para 11,5% em grávidas hospitalizadas e 22,3% em puérperas, e a
presença de comorbidades aumentou o risco de pior evolução(16). Uma revisão sistemática mostrou que grávidas têm uma
evolução mais rápida para casos moderados e graves (17,1) a 5% necessitam de suporte ventilatório e/ou cuidados na UTI(18).
No Brasil, embora os perfis médios de idade e morbidade fossem semelhantes entre os dois grupos, houve uma
pior evolução da COVID 19 as negras com hospitalização em condição mais grave; maiores taxas de internação na UTI, uso de
ventilação mecânica e óbito(11). Estudo realizado no Brasil com o banco de dados secundário encontrou em uma análise
multivariada que as gestantes e puérperas negras, independentemente, têm um risco 50% maior de apresentar resultados
adversos da COVID-19, quando comparadas às mulheres brancas(19).
Outros dois estudos brasileiros encontraram uma associação entre a evolução da COVID-19 e a cor raça/pele,
com resultados piores para as mulheres negras. O primeiro indicou que as mulheres estavam hospitalizadas em piores
condições, apresentando dispneia e menor saturação de oxigênio, necessitando mais frequentemente de UTI e ventilação
mecânica, e o risco de morte era quase duas vezes maior do que o observado em mulheres brancas(11); o segundo estudo
avaliou fatores clínicos, sociais e de acesso aos serviços de saúde e concluiu que ser uma mulher negra grávida ou pós-parto
era um fator de risco independentemente associado aos resultados adversos da COVID-19(19).
Outro estudo realizado nos Estados Unidos em Boston e Nova Iorque descreveu, em resultados preliminares, as
disparidades raciais e étnicas ao considerar a incidência e a gravidade da COVID-19. As autoras concluíram que os resultados
refletem as consequências sanitárias dos efeitos sociais, ambientais e estruturais do racismo americano e consideraram que os
resultados podem ser explicados pela maior presença de comorbidades entre as mulheres negras não hispânicas, incluindo
doenças pulmonares crônicas, diabetes, hipertensão ou obesidade(21).O principal marcador de gravidade foi à saturação de
oxigênio abaixo de 95%, encontrada quando tanto a necessidade de admissão na UTI quanto à ocorrência de morte foram
Hospitalização em unidade de terapia intensiva por covid-19 em gestantes pretas: estudo brasileiro de base populacional
9
Rev Norte Mineira de enferm. 2022; 11(2): 1-10.
consideradas, em ambos os períodos. Uma revisão sistemática com meta-análise mostrou que grávidas e mulheres no s-
parto com COVID-19 manifestam menos frequentemente sintomas como febre, dispneia e mialgia, e são mais propensas a
precisar de ventilação invasiva e admissão na UTI do que mulheres não grávidas em idade reprodutiva(22).
Estudo de revisão aponta que divergências, polêmicas e a real necessidade de criação de protocolos
medicamentosos e de cuidados terapêuticos devem ser levados em consideração afim de garantir a equidade no tratamento e
salvar a vida das gestantes(23).
O uso de bancos de dados secundários é uma limitação deste estudo, uma vez que dependência da qualidade
das informações fornecidas pelos profissionais de saúde notificantes. Neste contexto, parte da população não pode ser
incluída na análise, devido à ausência de dados relevantes para este estudo. Acredita-se que este estudo contribui com o
avanço na gestão dos processos de atenção à saúde voltado ao campo da Obstetrícia, na produção de cuidados hospitalares,
sobretudo no contexto da COVID-19, que, apesar de muito retratado na contemporaneidade, ainda é pouco explorado em
termos de evidências científicas(24), assim potencializa a discussão e o desenvolvimento de novos estudos, com vistas ao
aprofundamento da temática.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados apresentados, pode-se demonstrar que gestantes pretas e pardas são mais propensas
a desenvolver sintomas resultantes da infecção pela COVID-19, e quando associada aos riscos de hospitalização, destaca-se a
população negra. A necessidade de admissão na UTI torna-se um dado fundamental para uma melhor compreensão e
incentivo para a formulação de novos estudos neste campo temático. Ainda não se sabe se o aumento do número de casos
está associado à evolução e descoberta de novas linhagens do novo coronavírus ou por causa da o aderência a medidas de
isolamento social e segurança. Embora a imunização nacional seja uma estratégia de contingência para a doença, espera-se
que surjam medidas educacionais ou intensificação das campanhas comunitárias, com ênfase nas populações periféricas,
marginalizadas e de rua.
Declaramos que não há conflitos de interesse.
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