REVISTA NORTE MINEIRA
DE ENFERMAGEM
ISSN: 2317-3092
Recebido em:
16/01/20
22
Aprovado em:
18/09/202
2
Como citar este artigo
Massa DC, Nicolussi AC, Mendes LC, Barbo
sa
MH, Barichello E.
Qualidade de vida
relacionada à saúde em pacientes submetidos
à
prostatectomia. Rev
2022; 11(1):34-43.
Autor correspondente
Elizabeth Barichello
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Correio eletrônico: lizabarichello@hotmail.com
ARTIGO ORIGINAL
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM PACIENTES
SUBMETIDOS À PROSTATECTOMIA
Health-related quality of life in patients undergoing prostatectomy
Danielle Campos Massa
1
,
Adriana Cristina Nicolussi
2
,
Lorena Campos Mendes
3
,
Maria Helena
Barbosa4, Elizabeth Barichello5.
1. Mestre em atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro/UFTM, Uberaba-
MG, BR. dcamposmassa@gmail.com, ORCID: 0000-0002-0265-2577.
2. Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo., Professora da Universidade Federal
do Triângulo Mineiro/UFTM, Uberaba-MG, BR. drinicolussi@yahoo.com.br, ORCID: 0000-0001-
5600-7533.
3. Doutora em atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro/UFTM, Uberaba-
MG, BR. lorena_camposmendes@hotmail.com, ORCID: 0000-0002-6227-7502
4. Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo, Professora da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro/UFTM, Uberaba-MG, BR. mhelena331@hotmai.com, ORCID: 0000-0003-2749-
2802
5. Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo, Professora da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro/UFTM, Uberaba-MG, BR. lizabarichello@hotmail.com, ORCID: 0000-0001-7764-
032X
DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202200106
Objetivo: avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de pacientes em pós-
operatório tardio de prostatectomia e os fatores associados a possíveis alterações nos
padrões urinários, intestinal, sexual e hormonal. Método: trata-se de estudo
observacional transversal com abordagem quantitativa. Utilizou-se um instrumento para
caracterização sociodemográfica e clínica e o questionário Expanded Prostate Cancer
Index Composite (EPIC). Empregou o teste para postos de Mann-Whitney e correlações
de Pearson e Spearman. Foi considerado um nível de significância de α=0,05.
Resultados: participaram do estudo 70 pacientes, com idade média de 67 anos, sem
antecedentes familiares com câncer de próstata, casados, brancos, aposentados. 11,4%
relataram muito problemático para a função urinária; 4,3% moderadamente
problemático para hábito intestinal e 47,1% muito problemático para a função sexual.
Conclusão: o maior impacto na QVRS do paciente prostatectomizado foi a função sexual.
Avaliar a QVRS é importante para verificar os resultados obtidos a partir dos
tratamentos disponíveis.
DESCRITORES: Qualidade de vida. Prostatectomia. Disfunção erétil. Incontinência
urinária. Reabilitação.
Objective: to evaluate the health-related quality of life (HRQoL) of patients in late
postoperative period of prostatectomy and factors associated with possible changes in
urinary, bowel, sexual and hormonal patterns. Method: this is a cross-sectional
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observational study with a quantitative approach. An instrument for sociodemographic
and clinical characterization and the Expanded Prostate Cancer Index Composite (EPIC)
questionnaire were used. The Mann-Whitney test for ranks and Pearson and Spearman
correlations were employed. A significance level of α=0.05 was considered. Results: 70
patients, mean age 67 years, with no family history of prostate cancer, married, white,
retired, participated in the study. 11.4% reported very problematic for urinary function;
4.3% moderately problematic for bowel habit and 47.1% very problematic for sexual
function. Conclusion: the greatest impact on the HRQoL of prostatectomized patients
was sexual function. Assessing HRQoL is important to verify the results obtained from
the available treatments.
KEYWORDS: Quality of life. Prostatectomy. Erectile dysfunction. Urinary Incontinence.
Rehabilitation.
INTRODUÇÃO
O câncer nas últimas décadas tem ganhado ampla dimensão, convertendo-se em um evidente problema de
saúde blica mundial, destacando-se por sua relevância clínica e epidemiológica. Ressalta-se que a carcinogênese é um
processo complexo, caracterizado pela capacidade de reprodução descontrolada das células neoplásicas, resultando em
tumores, que podem ou não invadir órgãos e tecidos adjacentes ou distantes.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer Jode Alencar Gomes da Silva (INCA), no Brasil, o câncer de
próstata (CaP) é o segundo tipo de neoplasia maligna mais frequente no sexo masculino, atrás apenas do câncer de pele o
melanoma, sendo a taxa de incidência maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Destaca-se que a elevação das taxas de incidência desse câncer no Brasil está relacionada ao aumento da expectativa de vida e
à melhoria da qualidade dos métodos diagnósticos e dos sistemas de informação (1).
Em relação às estimativas, dados do INCA apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano,
entre 2020 e 2022. Nos Estados Unidos, o CaP é responsável pela segunda causa de morte por câncer entre os homens, sendo
que, em 2017, cerca de 161.360 homens foram diagnosticados com CaP e aproximadamente 26.730 evoluíram para óbito (2-3).
Neste contexto, o aumento da idade, mais frequente entre homens acima de 65 anos; a etnia, mais comum e
agressivo entre a raça negra, e a genética são fatores de risco bem definidos para o CaP. Ressalta-se que o CaP é passível de
prevenção e pode ser evitado se for diagnosticado precocemente. Assim, destaca-se a triagem com o antígeno prostático
específico (PSA), permitindo que esta patologia seja diagnosticada em estágios cada vez mais iniciais, e seja potencialmente
tratável (4-5).
Atualmente, o Índice de Saúde da Próstata (ISP) é um dos novos marcadores mais promissores do CaP, pois, de
acordo com estudos, tem alta especificidade, podendo detectar carcinomas agressivos, em que tumores maiores que 0,5 cm³
têm valores de ISP significativamente maiores que tumores com volume menor, contribuindo para que o número de biópsias,
muitas vezes desnecessárias, seja reduzido (6).
Cabe ressaltar a importância das Políticas Públicas de Saúde neste cenário, atuando como protagonista na
promoção de uma nova cultura de atendimento à saúde no Brasil. Neste contexto, surge a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Homem criada com o objetivo de promover qualidade de vida para a população masculina visando à
atenção integral do cuidado, visto que, grande parte da população masculina o realiza medidas de prevenção primária,
resultando em muitos agravos, que poderiam ser evitados (7).
A literatura aponta que a população masculina busca o serviço de saúde tardiamente, em estágios avançados
do adoecimento, sendo que esse fato está relacionado à resistência dos homens na busca por cuidados preventivos e primários
devido a questões culturais que estabelecem uma dissociação entre os valores de masculinidade e fragilidade representada
pela doença (8).
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Em relação a terapêutica, destaca-se a Prostatectomia Radical (PR) como uma opção para o tratamento do CaP
localizado que consiste na ressecção completa da próstata, uretra prostática, vesículas seminais e ampolas dos ductos
deferentes, associada ou não à realização de linfadenectomia bilateral. A PR é indicada como tratamento padrão-ouro e é
frequentemente utilizada para o tratamento do CaP em tumores com estadiamento T1 e T2, ou seja, limitados à próstata (9-10).
Embora a PR seja considerada um tratamento de sucesso contra o câncer de próstata localizado, com taxas de
sobrevida de 10 anos, é frequentemente acompanhada por efeitos colaterais a longo prazo, podendo ocasionar disfunção
urinária e sexual, impactando negativamente na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) do paciente (11), considerando
que este termo se aplica aos aspectos essencialmente correlacionados às enfermidades e/ou às intervenções de saúde.
Sob esta perspectiva, a PR pode ser vista como uma transição psicossocial, ou seja, um evento de alteração da
vida que cria perdas sexuais e psicossociais, introduzindo a tristeza e o luto como processo de mudança. Neste contexto, as
estratégias de enfrentamento que ajudam na recuperação incluem otimismo, humor, aceitação, afeto, paciência, comunicação
sobre perdas, mudanças sexuais e participação do homem em atividades de reabilitação (12).
Durante o tratamento do CaP, a satisfação e a QVRS do paciente são afetadas, pois o resultado muitas vezes será
dor ao urinar, incontinência urinária, disfunção sexual e alterações intestinais. Assim, os relatos do paciente são uma fonte
valiosa de informação em saúde a respeito das preocupações relacionadas à doença, pois contribuem para um melhor cuidado
por parte dos profissionais de saúde, a partir de ações centradas no paciente, reduzindo as angústias e melhorando a
comunicação entre cuidador e paciente (13).
Sob este prisma, um dos desafios da Enfermagem é manter os pacientes confortáveis e com uma boa perspectiva
de qualidade de vida relacionada à saúde, mesmo que a doença se encontre em estágio avançado com pouco potencial de
cura. É a equipe de enfermagem que passa a maior parte do tempo com o paciente, vivenciando os efeitos colaterais e
impactantes ao paciente, relacionados ao tratamento. Assim, fornecer apoio emocional, empatia e saber ouvir o paciente e a
família são importantes para a evolução do tratamento (14).
Diante o exposto e levando em consideração a importância do assunto, o objetivo do trabalho foi avaliar a QVRS
de pacientes que se encontram no pós-operatório tardio de prostatectomia e os fatores associados a possíveis alterações nos
padrões urinários, intestinal, sexual e hormonal.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de delineamento transversal e analítico, utilizando dados quantitativos. Foi realizado com
pacientes que se submeteram à PR em dois hospitais do interior de Minas Gerais. Os critérios de inclusão foram pacientes em
pós–operatório com três meses ou mais de PR e apresentar condições físicas e cognitivas para entender e responder aos
questionários. Os critérios de exclusão foram pacientes com período inferior a três meses da realização da PR.
A população do estudo foi composta por todos os pacientes submetidos à PR que se encontravam no
ambulatório para consulta médica e que atendiam aos critérios de inclusão durante o período da coleta de dados, que foi de
janeiro a julho de 2018, totalizando 70 pacientes. Apenas um paciente se recusou a participar do estudo.
Para o alcance do objetivo proposto, foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados, sendo um roteiro de
entrevista, elaborado pelas pesquisadoras para caracterização sociodemográfica e clínica dos pacientes, composta pelas
variáveis: Idade, data do diagnóstico, antecedentes familiares, data da realização da PR, escolaridade, estado civil, cor da pele,
situação atual de trabalho, local de trabalho (se ativo), jornada semanal de trabalho, alterações no trabalho após o diagnóstico
da doença, renda mensal em salários mínimos e o número de pessoas que vivem dessa renda.
O segundo instrumento utilizado foi o questionário Expanded Prostate Cancer Index Composite (EPIC),
desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Urologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, considerado
um robusto instrumento para avaliar a QVRS em pacientes com CaP (15). Foi validado para o português e adaptado ao contexto
brasileiro, que consiste em uma ferramenta para medir questões relacionadas à QVRS em pacientes com CaP. Ressalta-se que
quando comparados os dados adaptados ao contexto brasileiro com a versão original, observou-se que são semelhantes, sem
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diferenças significativas. Os resultados obtidos são consistentes com o original e indicam equivalência com a versão brasileira,
com confiabilidade adequada e alta sensibilidade a alterações (16).
O instrumento é composto por 32 questões divididas em quatro domínios: função urinária, com sete; hábitos
intestinais, com nove; função sexual, com nove, e função hormonal, com seis questões, finalizando com uma questão que
avalia o grau de satisfação em relação ao tratamento. As opções de resposta para cada item do EPIC formam uma escala Likert,
o instrumento varia de 0 a 100 pontos e pontuações mais altas representam melhor qualidade de vida (16).
A coleta de dados foi realizada em sala própria no ambulatório, antes de se iniciar a consulta médica. Após
esclarecimento ao paciente e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), os instrumentos foram
aplicados pela própria pesquisadora, que realizava a leitura de cada item em voz alta e selecionava a alternativa que o paciente
julgasse pertinente.
Os dados obtidos a partir do roteiro de entrevista e do instrumento EPIC foram digitados em uma planilha de
dados eletrônicos, no programa Excel, validados por dupla digitação e, posteriormente, importados para o aplicativo Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 20.0, para processamento e análise.
Os dados do roteiro de entrevista foram submetidos à análise descritiva, por meio de tabelas de frequência
absoluta e relativa. Os escores originais do EPIC foram transformados linearmente numa escala que varia de 0 a 100, conforme
orientações apresentadas no manual do instrumento. Posteriormente, foi calculada a média dos escores em cada um dos
domínios para cada participante.
Os dados do EPIC foram avaliados a partir da amostra total de participantes em relação ao efeito do tratamento
instituído sobre os domínios: urinário, intestinal, sexual e hormonal. As análises dos escores de QVRS obtidos para os
tratamentos foram apresentadas de forma descritiva por meio de medidas de tendência central (média e mediana), bem como
medidas de dispersão (amplitude e desvio-padrão).
A análise bivariada para preditores dicotômicos empregou o teste para postos de Mann-Whitney, ao passo que a
análise de preditores quantitativos e ordinais incluiu, respectivamente, correlações de Pearson e de postos de Spearman. A
contribuição simultânea de preditores demográficos e clínicos incluiu a análise de regressão linear múltipla. Este trabalho
considerou o nível de significância de α = 0,05.
Esta pesquisa foi desenvolvida dentro dos padrões éticos segundo as Normas e Diretrizes Regulamentadoras da
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, por meio da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde com parecer de
número 2.448.015.
RESULTADOS
Tabela 1 - Distribuição das frequências das características sociodemográficas e clínicas dos pacientes
submetidos à prostatectomia radical. Uberaba, Minas Gerais, Brasil, 2018.
Variáveis (n=70) f %
Faixa Etária
< 50 1 1,4
50 60 10 14,3
61 70 35 50,0
71 80 21 30,0
> 80 3 4,3
Antecedentes Familiares
Não 55 78,6
Sim 15 21,4
Grau de Escolaridade
Analfabeto 6 8,6
1º grau incompleto 54 77,1
1º grau completo 4 5,7
2º grau completo 6 8,6
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continuação da tabela.
Estado Civil
Solteiro 13 18,6
Casado 41 58,5
Divorciado 9 12,9
Viúvo 7 10,0
Cor da Pele
Branco 51 72,9
Negro 19 27,1
Situação atual de trabalho
Ativo 11 15,7
Afastado 6 8,6
Desempregado 1 1,4
Aposentado 52 74,3
Jornada de trabalho semanal
Nenhuma 58 82,9
20 h 1 1,4
30 h 1 1,4
40 h 6 8,6
45 h 3 4,3
55 h 1 1,4
Alterações no trabalho após o diagnóstico
Não se aplica 58 82,9
Não 9 12,9
Sim 3 4,2
Renda mensal
Nenhuma 1 1,4
1 salário mínimo 53 75,7
2 a 3 salários mínimos 15 21,5
4 a 5 salários mínimos 1 1,4
Total de pessoas que vivem dessa renda
Até 1 18 25,8
2 a 3 43 61,4
3 a 6 8 11,4
6 a 10 1 1,4
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2018.
Nota: f= frequência em números absolutos; %= frequência em porcentagem.
Dos 70 pacientes incluídos no estudo, a idade variou de 45 a 86 anos, sendo a média de 67 anos (84,3% acima de
60 anos), 55 (78,6%) pacientes sem antecedentes familiares de CaP, 41 (58,5%) casados e 51 (72,9%) se auto declararam
brancos (72,9%), 54 (77,1%) dos pacientes disseram possuir primeiro grau incompleto e 53 (78,7%) ter renda mensal de um
salário. Quanto ao vínculo empregatício, a maioria, 52 (74,3%) era aposentada e 9 (12,9%) pacientes relataram que não houve
alteração no trabalho após o diagnóstico da doença.
Ao avaliarmos os resultados do EPIC em relação a função urinária observamos que dos 70 participantes, 33
(47,1%) relataram que raramente ou nunca houve escape de urina e 18 (25,7%) relataram queescape de urina mais de uma
vez ao dia. Outros 33 pacientes (47,1%) também disseram ser nada problemático o escape de urina e 13 (18,6%) disseram ser
muito problemático.
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Verificou-se que 67 participantes (95,8%) referiram que raramente ou nunca tiveram hematúria e este mesmo
número relatou que este fator é nada problemático. Do total de pacientes, 49 (70,0%) raramente ou nunca apresentaram dor
ou ardor ao urinar e 11 (15,8%) apresentaram dor ou ardor ao urinar mais de uma vez por semana, sendo que 50 deste (71,4%)
disseram que este fator é nada problemático e 8 pacientes (11,4%) disseram que é muito problemático.
Em relação ao controle urinário, 34 (48,5%) participantes do estudo relataram apresentar controle total urinário
e 23 (32,9%) apresentaram gotejamento ocasional, sendo que 53 (75,7%) referiram que não necessitam usar nenhuma fralda
durante o dia. Neste estudo, 46 pacientes (65,7%) não apresentaram problemas em relação ao jato de urina ser fraco e 9
(12,9%) disseram ser moderadamente problemático.
Em relação a acordar frequentemente para urinar, 23 (32,9%) disseram não ser problemático, 19 (27,1%) muito
pouco problemático e 12 (17,1%) muito problemático. Quando à necessidade frequente de urinar durante o dia, 29 (41,4%)
disseram ser nada problemático, 17 (24,3%) muito pouco problemático e 12 (17,1%) pouco problemático. No geral, a função
urinária foi classificada como não problemática por 19 (27,1%) pacientes e muito problemática por 8 (11,4%).
As respostas do EPIC quanto aos hábitos intestinais, 66 (94,3%) participantes raramente ou nunca apresentaram
urgência em evacuar e 70 (100%) relataram não ter sido nada problemático este item.
Um total de 68 (97,1%) pacientes nunca apresentaram fezes com sangue e 69 (98,6%) disseram que este fator
não foi nada problemático. Destes, 54 (77,1%) nunca tiveram evacuações dolorosas e 13 (18,6%) raramente apresentaram
evacuações dolorosas. No geral, os hábitos intestinais, não foram problemáticos para 58 (82,9%) e para 8 participantes (11,4%)
muito pouco problemáticos.
As respostas da Função sexual no estudo mostraram que 28 (40%) participantes referiram que o nível de desejo
sexual após a PR se manteve muito bom, 27 (38,6%) disseram estar bom e 10 relataram estar deficiente (14,3%), sendo que 30
pacientes (42,9%) disseram ser nada problemático, 15 (21,4%) pouco problemático e 6 (8,6%) muito problemático.
Em relação à capacidade de ter uma ereção, 37 (52,9%) disseram ser muito deficiente a nulo e 7 (10%) bom.
Trinta e cinco pacientes (50%), classificaram como muito problemática a capacidade de ter uma ereção e 14 (20%)
classificaram como pouco problemática.
Observamos também que 40 (57,2%) participantes relataram ser muito deficiente a nulo a capacidade de ter um
orgasmo e apenas 7 (10%) referiram boa capacidade. Trinta e cinco (50%) dos pacientes, alegaram ser muito problemática, 14
(20%) pouco problemática e 10 (14,3%) muito pouco problemática.
Em relação à qualidade das ereções, 40 (57,1%) referem ter absolutamente nenhuma e apenas 9 (12,9%) estão
bem-dispostos para a relação sexual. Trinta e oito pacientes (54,3%) nunca tiveram uma ereção quando queriam, 15 (21,4%)
tiveram menos da metade das vezes e 7 (10%) conseguiam toda vez.
Dos participantes, 51 (72,9%) nunca acordaram de manhã ou à noite com uma ereção, 44 (62,9%) não possuíam
qualquer atividade sexual, 15 (21,4%) realizavam atividade sexual menos de uma vez por semana e 2 (2,9%) várias vezes por
semana. 46 (65,7%) o possuíam nenhuma relação sexual, 13 (18,6%) menos de uma vez por semana e 3 (4,3%) várias
vezes por semana. Em relação à capacidade do desempenho sexual, 42 pacientes (60%) referiram ser muito pobre, 12 (17,1%)
razoável e 2 (2,9%) muito bom. No geral, a função sexual foi classificada como muito problemática por 33 participantes
(47,1%), 13 (18,6%) disseram ser pouco problemática e 10 (14,3%) moderadamente problemática.
Em relação à função hormonal, 49 (70%) referiram que raramente ou nunca tiveram ondas de calor, apenas 9
(12,9%) relataram ter mais de uma vez por semana e 5 (7,1%) cerca de uma vez ao dia. Cinquenta e seis pacientes (80%)
disseram que as ondas de calor não foram nada problemáticas.
Raramente ou nunca apresentaram sensibilidade nas mamas 100% dos pacientes, resultando em nada
problemático em relação a este item. Verificou-se que 55 (78,6%) raramente ou nunca se sentiram deprimidos, 6 (8,6%) cerca
de uma vez por semana e 4 (5,7%) se encontraram deprimidos mais de uma vez ao dia. Sendo que para 57 pacientes (81,4%)
não foi nada problemático e para 6 pacientes (8,6%) muito problemático.
Raramente ou nunca sentiram falta de energia para desenvolver suas atividades diárias 54 pacientes (77,1%) e
apresentam falta de energia mais de uma vez por semana 9 (12,9%). Sendo que 58 (82,9%) disseram ser nada problemática a
falta de energia e 5 (7,1%) disseram ser pouco problemática.
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Em relação à mudança de peso, para 42 pacientes (60%) não houve alteração, 9 (12,9%) ganharam menos de
cinco quilos e 8 (11,4%) perderam cinco quilos ou mais. Para 62 pacientes (88,6%) não foi problemática esta mudança e para 5
(7,2%) muito pouco problemática. Um total de 69 (98,6%) relatou nenhum problema em relação à perda de pelos pelo corpo.
A Tabela 2 indica que houve correlação significativa entre a QVRS e o tempo após a realização da cirurgia no item
domínio sexual. O EPIC considera para os domínios que quanto maior o escore melhor a QVRS.
Tabela 2 - Correlação dos escores de QVRS com a idade e o tempo de cirurgia nos pacientes submetidos à prostatectomia
radical. Uberaba, Minas Gerais, Brasil, 2018. (n=70)
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2018.
a Correlação Linear de Pearson
* p < 0,05 significativo
A Tabela 3 mostra uma análise descritiva simples por meio de mínimo, ximo, média, mediana, desvio-
padrão e o resultado do teste alfa de Cronbach para cada domínio da escala do EPIC.
Para o domínio hormonal, o resultado da média foi igual a 90,5 pontos, revelando pouco comprometimento da
QVRS. O menor escore foi em relação ao domínio sexual (29,4) e o maior foi em relação ao domínio intestinal (96,1).
Tabela 3 - Estatística descritiva dos escores do instrumento de qualidade de vida EPIC dos pacientes submetidos à
prostatectomia radical. Uberaba, Minas Gerais, Brasil, 2018. (n=70)
Domínios Mínimo Máximo Média Mediana DP α
Urinário 25,0 100,0 76,3 79,9 19,6 0,85
Intestinal 71,0 100,0 96,1 100,0 6,3 0,69
Sexual 2,0 88,0 29,4 21,1 22,4 0,94
Hormonal 59,0 100,0 90,5 93,2 28,7 0,52
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2018.
A Tabela 4 apresenta os resultados da QVRS em relação ao tempo após a realização da cirurgia e à idade do
paciente. Pode-se confirmar por meio da tabela abaixo que o tempo após a realização da cirurgia foi um fator importante para
os pacientes submetidos à prostatectomia radical, em que quanto maior for o intervalo de tempo da realização da cirurgia
melhor será a QVRS em relação à função sexual desempenhada pelo paciente.
Tabela 4 - Regressão dos escores dos domínios de QVRS com o tempo de cirurgia e a idade nos pacientes submetidos à
prostatectomia radical. Uberaba, Minas Gerais, Brasil, 2018. (n=70)
Domínios Urinário Intestinal Sexual Hormonal
Beta p Beta p Beta p Beta p
Tempo de
cirurgia
0,176 0,149 0,124 0,311 0,297 0,013 -0,015 0,899
Idade do
paciente
0,018 0,885 0,033 0,785 -0,086 0,464 -0,126 0,302
Fonte: pelos Autores, 2018.
Domínios Idade Tempo de cirurgia
R p a R p a
Urinário 0,01 0,93 0,17 0,15
Intestinal 0,03 0,82 0,12 0,31
Sexual -0,10 0,42 0,30 0,01*
Hormonal -0,13 0,30 -0,01 0,93
Qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes submetidos à prostatectomia
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DISCUSSÃO
O câncer tem se destacado como um problema de saúde pública, devido a sua relevância clínica e social.
Enfatiza-se a importância de se traçar o perfil sociodemográfico e clínico da população, visto que esses fatores podem estar
relacionados ao desenvolvimento do CaP. Neste cenário, os resultados deste estudo apontam que a média da idade dos
pacientes que realizaram a PR foi de 67 anos, corroborando com dados do INCA, onde afirma que a neoplasia de próstata é
considerada um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
De acordo com o INCA, em relação às pessoas da família, como pai ou irmão, com CaP antes dos 60 anos, o risco
de se ter a doença é de três a 10 vezes maior quando comparado com a população em geral, podendo refletir tanto fatores
genéticos quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias (17).
Em outro estudo com pacientes prostatectomizados, foi observado que a baixa renda e a prevalência de poucos
anos de escolaridade sugerem maior atenção por parte dos profissionais de saúde no momento de realizar orientações de
saúde a esses usuários. A baixa escolaridade pode estar relacionada à maior exposição aos fatores de riscos, a menos
informação, a menos acesso à saúde e à reduzida qualificação profissional (18).
Pode-se verificar em um estudo realizado com pacientes submetidos à PR, que a prevalência de incontinência
urinaria (IU) foi de 39,9% para os homens após o procedimento, sendo que, de 60 a 70 anos, a prevalência foi de 41,9% e de 71
a 80 anos foi de 37,7% e foi verificado também no estudo citado que o comprometimento da qualidade de vida, devido à
incontinência urinária após a PR, foi relatado por 70,1% dos homens de 60 a 70 anos e por 66,1% dos homens de 71 a 80 anos
(19).
Para a maioria dos pacientes o houve problemas em relação à função intestinal após a realização da PR. Na
literatura, poucos relatos de sintomas relacionados à função intestinal ocasionados pelo procedimento cirúrgico. Em outros
estudos, os sintomas irritativos intestinais o mudaram consideravelmente ao longo do tempo e os problemas intestinais
foram os piores em um mês após a PR, correspondendo à diarreia ocasional, ao desconforto retal ou à constipação (20).
Considerando que a função sexual foi a mais afetada entre os participantes, indicando baixa QVRS durante o
tratamento, estudo semelhante verificou que 65 (40,1%) pacientes apresentavam desejo sexual bom e 97 (59,9%)
apresentavam desejo sexual pobre. Foi verificada uma baixa atividade sexual pré-operatória nos pacientes estudados,
dissociação significativa das atitudes em relação à vida sexual pós-operatória entre os pacientes e seus parceiros e aos efeitos
das expectativas e à motivação dos parceiros na vida sexual pós-operatória (21).
A disfunção sexual após PR é um problema significativo, mesmo com os protocolos de reabilitação se mostrando
úteis. A preservação e recuperação da capacidade erétil após a PR são fundamentais para a atividade sexual continuada.
Porém, outros fatores podem comprometer o sucesso da atividade sexual na vida pós-operatória, como motivação e atitudes
sexuais negativas dos pacientes e seus parceiros (21).
Pode-se afirmar, a partir deste estudo, que quanto maior o tempo do pós-cirúrgico melhor foi a QVRS em relação
à função sexual do paciente, mostrando-se uma correlação moderada (Tabela 2). A reabilitação erétil após a PR é uma opção
para ajudar os homens a recuperar o funcionamento erétil, no entanto muitos m dificuldade em aderir a este tipo de
reabilitação. A frustração dos homens em relação à disfunção erétil pode levá-los a evitar situações sexuais e tratamentos,
afetando-os negativamente (22).
Embora na amostra estudada o domínio hormonal não tenha tido alto impacto na QVRS dos participantes,
podemos considerar que o tratamento para o CaP pode causar algum efeito colateral durante ou após o tratamento. De
acordo com os dados apresentados em relação à função hormonal, a QVRS em geral foi considerada boa, este resultado pode
ser devido à ausência de sintomatologia característica do CaP. (23).
A experiência do diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata envolvem diversos estressores físicos e
emocionais que aumentam o risco de sofrimento emocional e depressão dos pacientes. Os primeiros 24 meses da PR são
exigentes, caracterizados por mudanças relativamente pidas no funcionamento físico e sexual, incluindo disfunção erétil,
ereções menos firmes, experiência subjetiva de se sentir menos excitado e diminuição do envolvimento global na atividade
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sexual. Essas mudanças sexuais têm sido associadas ao aumento do risco de sintomas depressivos e pior qualidade de vida
relacionada à saúde (24).
A depressão tem um impacto muito grande na saúde de pacientes. A presença de sintomas depressivos está
diretamente relacionada ao declínio físico, psicológico e social, tendo características que impactam na qualidade de vida e sua
funcionalidade. É necessário prover uma maior atenção psicológica a esses pacientes, a fim de oferecer qualidade de
informações, auxílio psicológico, formação de grupos de apoio e outras medidas, já que, em muitos casos, a sobrevida, que não
é acompanhada de boa qualidade de vida, pode não ser a melhor opção para o paciente, causando mais sofrimento (25).
Como limitação do estudo: o recorte transversal e o número reduzido de participantes. É importante a realização
de novas pesquisas com um mero amostral maior, a fim de identificar os efeitos dos diferentes tratamentos para o CaP, as
consequências para o paciente e os métodos eficazes de reabilitação.
CONCLUSÃO
Este estudo contribuiu para verificar o quanto é importante avaliar a QVRS de paciente com CaP que foi
submetido a procedimento cirúrgico de PR. O instrumento utilizado para a coleta de dados (EPIC) foi útil na investigação dos
problemas causados na função urinária, intestinal, sexual e hormonal, sendo que o domínio função sexual foi o mais afetado
entre os pacientes que participaram da pesquisa e que quanto maior o tempo após a realização da cirurgia melhor a QVRS do
paciente prostatectomizado em relação à função sexual.
Os aspectos psicológicos, fisiológicos e sociais do paciente com CaP, submetido ao procedimento cirúrgico de PR,
na maioria das vezes, são afetados, assim o profissional de saúde deve promover melhor qualidade de vida ao paciente e seus
familiares, tornando o ambiente hospitalar mais leve e humanizado.
Observou-se a falta de clareza sobre os sintomas da doença e o tratamento recebido em vários pacientes que
participaram da pesquisa, é necessário que esta população entenda melhor sobre a assistência que lhe está sendo prestada
para uma classificação real do grau de satisfação com o tratamento.
A avaliação pré-operatória deve ser abrangente, fornecendo informações e expectativas realistas, abordando as
preocupações e angústias, visando a intervenções psicossociais ao vel do casal, contribuindo para o controle do sofrimento
psicológico relacionado ao tratamento e às opções de reabilitação.
Declaramos que não há conflitos de interesse.
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