REVISTA NORTE MINEIRA
DE ENFERMAGEM
ISSN: 2317-3092
Recebido em:
25/01/202
1
Aprovado em:
15/07
/2021
Como citar este artigo
Oliveira KF, Oliveira JF,
Wernet M, Paschoini
MC, Ruiz MT.
Tratamento de gestantes
contaminadas com covid-19: scoping review
.
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 65
-
75.
Autor correspondente
Mariana Torreglosa Ruiz
Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
Uberaba, MG, BR
Correio eletrônico:
marianatorreglosa@hotmail.com
REVISÃO DE LITERATURA
TRATAMENTO DE GESTANTES CONTAMINADAS COM COVID-19:
SCOPING REVIEW
Treatment of pregnant women infected with SARS-CoV-2: a
scoping review
1
,
Jacqueline Faria de Oliveira
2
,
Monika Wernet
3
,
Marina Carvalho
Paschoini
4
, Mariana Torreglosa Ruiz
5
.
1. Doutora em Atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro UFTM,
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BR, karol_fmtm2005@yahoo.com.br,
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7941-5852
2. Doutora em Atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro UFTM,
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BR,
jacquelinefariadeoliveira@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2829-1837
3. Pós doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, SP, BR, monika.wernet@gmail.com,
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1194-
3261
4. Doutora em tocoginecologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de
São Paulo, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BR, marinacp@terra.com.br,
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2218-4747
5. Doutora em Enfermagem em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BR,
marianatorreglosa@hotmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5199-7328
Fomento: Este estudo foi desenvolvido com o apoio do CNPq Chamada
MCTIC/CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decit No. 07/2020 – Pesquisa para enfrentamento da COVID-19,
suas consequências e outras syndrome respiratórias agudas graves – com o título “Impacto da
COVID-19 na gestação, parto e puerpério: scoping review”- Processo n° 141513/2020-3.
DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202100107
Objetivo: mapear as evidências acerca do tratamento de gestantes com
confirmação diagnóstica de infecção pelo SARS-CoV-2. todo: revisão de
escopo, conforme o Institute Joanna Briggs e o PRISMA-ScR, com buscas em
quatro bases de dados; extração, análise e síntese por quatro pesquisadores
independentes de forma descritiva. Resultados: das 553 publicações,
selecionaram-se 28 artigos para análise, todos no idioma inglês. Observou-se
que uma pequena parcela das gestantes utilizou oxigenoterapia e um número
inferior necessitou de ventilação mecânica e monitorização em CTI. Os
medicamentos mais utilizados no tratamento foram: antibióticos, antivirais e a
corticoterapia. Considerações finais: não se encontraram protocolos ou
padronização de medicamentos no tratamento da gestante com COVID-19.
Descritores: Gravidez; Infecções por Coronavírus; COVID-19; Complicações
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Infecciosas na Gravidez; Tratamento Medicamentoso.
Objective: map evidence about the treatment of pregnant women with
diagnostic confirmation of infection with SARS-CoV-2. Method: scoping review,
carried out accordig to the Joanna Briggs Institute and the Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis Extension for Scoping Reviews
checklist, with searches carried out in four databases. Data were extracted,
analyzed, and summarized descriptively by four independent researchers.
Results: Of the 553 publications, 28 articles, all in English, made up sample and
were analyzed. It was observed that a small number of pregnant women used
oxygen therapy and a lower number needed mechanical ventilation and were
monitored in Intensive Care Units. The medications most used in the treatment
were: antibiotics, antivirals and corticotherapy. Conclusions: Neither protocols
nor medication standardization were found in the treatment of pregnant
women with COVID-19.
Keywords: Pregnancy; Coronavirus Infections; Pregnancy Complications,
Infectious; Drug Therapy.
INTRODUÇÃO
Alterações fisiológicas dos sistemas imune, respiratório e cardiovascular, causadas pela gestação, e a particularidade de portar
um embrião ou feto fazem das gestantes um grupo prioritário e de risco para o rastreamento e a assistência em caso de
COVID-19
(1)
.
Por tratar-se de uma doença nova, vários estudos sobre o tratamento estão em desenvolvimento. Um estudo de revisão
sistemática apontou a existência de 1303 ensaios clínicos registrados junto à Organização Mundial da Saúde (World Health
Organization International Clinical Trials Registry Plataform), sendo testadas 381 intervenções diferentes para o tratamento da
infecção, em 381 países, com mais de 611 mil participantes inclusos
(2)
.
No entanto, um estudo apontou que gestantes e lactantes foram incluídas em apenas 1,7% dos ensaios clínicos. A não inclusão
desta população, muitas vezes, não é justificada ou aplica-se o princípio da segurança e eficácia comprovadas antes da
testagem. Entretanto, pesquisadores da área questionam este critério de exclusão, uma vez que nenhuma nova droga tem sido
testada no tratamento da COVID-19. O uso do lopinavir associado ao ritonavir para o tratamento do HIV e da
hidroxicloroquina em casos de lúpus na gestação está consagrado na literatura e alguns tratamentos, como a corticoterapia,
podem ser adaptados a esse blico. Apesar de as gestantes serem do grupo de risco e prioritárias na imunização, não
participaram de testes para vacinas, visto que os efeitos para o feto ainda não podem ser comprovados
(3)
.
Ao abranger as particularidades maternofetais, a assistência obstétrica representa um grande desafio incrementado pela
infecção da COVID-19. As polêmicas e os paradoxos em relação ao tratamento são traduzidos pela ausência de protocolo para
o tratamento das gestantes, uma vez que o estudos que avaliem os efeitos dos diferentes tratamentos na gestação.
Assim, em face de uma doença emergente, pouco explorada em relação aos efeitos para gestantes/fetos e recém-nascidos e
visto que as pandemias anteriores por viroses respiratórias apontaram para desfechos graves nesse grupo, justifica-se a
realização deste estudo.
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O objetivo deste estudo consistiu em mapear as evidências acerca do tratamento de gestantes com confirmação diagnóstica
de infecção pelo SARS-CoV-2.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de escopo. A coleta dos dados foi realizada em 15 de julho de 2020. As investigações foram
realizadas nas bases de dados US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science e Cumulative Index to Nursing and Allied Health
Literature (CINAHL). A escolha das bases de dados foi devido ao quantitativo de indexação de artigos primários da área da
saúde.
Para a elaboração da questão norteadora e da estratégia de buscas, percorreram-se cinco etapas recomendadas pelo The
Institute Joanna Briggs (JBJ)
(4-5)
, iniciando-se pela identificação da questão de pesquisa. A questão de pesquisa apoiou-se na
estratégia População, Conceito e Contexto (PCC), estabelecendo P para gestantes, C para tratamento e C para infecção pelo
SARS-Cov-2/COVID-19. Com base nessas definições, realizou-se a pergunta norteadora: “Quais as evidências disponíveis na
literatura acerca da temática tratamento da infecção pelo SARS-CoV-2 nas gestantes?”. As buscas foram realizadas por meio de
descritores controlados do Medical Subject Headings (MeSH), do CINAHL Headings e dos Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS) com os termos: “COVID-19”, “Coronavirus Infections” e “Pregnancy”.
Optou-se pela não utilização do descritor “Drug Therapy”, pois foi a estratégia de busca mais sensível, possibilitando o
mapeamento do maior número de referências potenciais sobre a temática COVID-19 na gestação. No entanto, a busca garantiu
suficiente especificidade, pois se tratava de estudos sobre a temática específica e a descrição do tratamento foi um critério de
inclusão adotado. Além disso, ressalta-se que, ao ampliar a busca, foram incluídos estudos que abordavam o tratamento da
gestante que envolviam não somente o uso de medicamentos, mas os aspectos relacionados à oxigenoterapia, que é um
elemento essencial no tratamento da infecção. Assim, o descritor não consegue refletir a complexidade destes casos.
Utilizou-se a estratégia de busca no MEDLINE/PubMed: (COVID-19 [MeSH Terms]) OR COVID 19 OR COVID-19 Virus Disease OR
COVID 19 Virus Disease OR COVID-19 Virus Diseases OR Disease; COVID-19 Virus OR Virus Disease; COVID-19 OR COVID-
19 Virus Infection OR COVID 19 Virus Infection OR COVID-19 Virus Infections OR Infection; COVID-19 Virus OR Virus
Infection; COVID-19 OR 2019-nCoV Infection OR 2019 nCoV Infection OR 2019-nCoV Infections OR Infection; 2019-nCoV OR
Coronavirus Disease-19 OR Coronavirus Disease 19 OR 2019 Novel Coronavirus Disease OR 2019 Novel Coronavirus Infection OR
2019-nCoV Disease OR 2019 nCoV Disease OR 2019-nCoV Diseases OR Disease; 2019-nCoV OR COVID19 OR Coronavirus
Disease 2019 OR Disease 2019; Coronavirus OR SARS Coronavirus 2 Infection OR SARS-CoV-2 Infection OR Infection; SARS-CoV-2
OR SARS CoV 2 Infection OR SARS-CoV-2 Infections OR COVID-19 Pandemic OR COVID 19 Pandemic OR COVID-19 Pandemics OR
Pandemic; COVID-19 OR (Coronavirus Infections [MesH Terms]) OR Coronavirus Infection OR Infection; Coronavirus OR
Infections; Coronavirus OR Middle East Respiratory Syndrome OR MERS (Middle East Respiratory Syndrome) AND (Pregnancy
[MesH Terms]) OR Pregnancies OR Gestation.
Após a padronização dessa estratégia, ela foi ligeiramente modificada para as buscas nas outras bases de dados, baseadas no
critério específico de cada base de dados. Ressalta-se que os descritores foram combinados de diferentes maneiras com o
objetivo de ampliar as buscas. Variações terminológicas nos diferentes idiomas, bem como os sinônimos, foram utilizadas para
a realização de uma busca sensibilizada com o uso dos operadores booleanos AND para a ocorrência simultânea de assuntos e
OR para a ocorrência de seus respectivos sinônimos.
Incluíram-se estudos acerca da temática infecção pelo Coronavírus na gestação, especificamente em gestantes com
comprovação laboratorial da infecção (Reação de Cadeira da Polimerase PCR positiva), que apresentassem a descrição do
tratamento da infecção, publicados nos idiomas português, espanhol ou inglês. Consideraram-se critérios de exclusão: estudos
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de revisão; editoriais; opiniões de especialistas; aqueles cujas amostras incluíram gestantes com suspeitas clínicas da doença
em sua análise e que não descreviam tratamento administrado. O nível de evidência o foi considerado critério de exclusão
por ser uma temática nova, com possibilidade reduzida de encontrar artigos com melhor vel de evidência. Dessa forma,
identificaram-se 553 artigos nas quatro bases de dados. A metodologia Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e
Metanálises (PRISMA) foi adotada para sistematizar o processo de inclusão dos estudos
(4)
, apresentado na figura 1.
Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção dos estudos primários adaptado do Preferred Reporting Items for Systematic
Review and Meta-Analyses (PRISMA).
Fonte: dados da pesquisa, 2020.
Em primeira etapa, para a escolha dos artigos, realizou-se a análise do título e resumo, seguida de leitura, na íntegra, para a
seleção final, extraindo-se 28 estudos. Excluíram-se: artigos repetidos; em idiomas não estabelecidos; fora do tema; que não
atendiam aos critérios de elegibilidade (casos sem comprovação laboratorial da infecção ou sem descrição de tratamento da
gestantes infectadas); artigos de revisão da literatura e pesquisa qualitativa/opinião de especialista/editorial.
Os dados dos estudos foram extraídos por meio de um instrumento estruturado pelos pesquisadores, seguindo as orientações
da Joanna Briggs Institute (JBI)
(6)
, o qual contemplou a identificação do artigo, o ano e o local do estudo, as características
metodológicas, a avaliação do rigor metodológico, os apontamentos e as discussões acerca do foco temático desta revisão de
escopo. Para a avaliação da qualidade metodológica e do risco de viés dos estudos inclusos, utilizaram-se as ferramentas
Joanna Briggs Institute Appraisal Tools
(6)
.
Os dados foram extraídos por duas duplas de pesquisadores independentes e as inconsistências encontradas foram discutidas,
chegando-se ao consenso. As informações foram tabuladas para a síntese dos dados e a análise dos resultados deu-se de
maneira descritiva. O rigor da extração e a análise de dados foram garantidos com discussões regulares e profundas entre as
duas duplas de pesquisadores.
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RESULTADOS
Todos os 28 artigos analisados foram publicados no ano de 2020 no idioma inglês. O fluxograma (Figura 2) apresenta o
diagrama de exclusões de acordo com cada base investigada.
Figura 2 - Fluxo da seleção dos artigos e motivos de exclusão da revisão segundo as diretrizes PRISMA, 2020.
Fonte: dados da pesquisa, 2020.
Trata-se de publicações de estudos de caso (s)
(7-12,14-29,32)
(82,1%), estudos descritivos
(30-31,33-34)
(14,3%) e um estudo de coorte
(13)
(3,6%). Em relação aos países produtores, verifica-se maior produção de estudos sobre a temática na China
(7,10,12,25-26,30-34)
(35,7%) e nos Estados Unidos
(11,15-16,19-20,22,24,27-28)
(32,1%), entretanto, nota-se a produção de artigos sobre a temática
mundialmente. Ao todo, foram incluídas, na somatória dos estudos, 594 gestantes que tiveram COVID-19, desde
assintomáticas até casos graves da doença e que tiveram descrição do caso incluindo tratamento e evolução.
Em relação ao suporte materno durante a infecção, dois estudos (7,1%) não informaram o uso de oxigenoterapia por cateter
nasal
(15-16)
; em seis (21,4%),
(8,10,25,27,30,32)
descreve-se a utilização de cateter de oxigênio; em sete (25%)
(7,17,24,28,31,33-34)
, a
frequência de uso variou de dez a 100% das gestantes e, por fim, em um estudo(17), foram descritos o uso de oxigênio por
pronga nasal (oito casos) e a necessidade de scara (dois casos). Assim, somando-se as gestantes que utilizaram oxigênio,
totalizaram-se 66, o que correspondeu a 11,1%. Em 13 estudos (46,4%)
(9,11-14,18-23,26,29)
, não houve a necessidade de
oxigenoterapia de suporte.
Ao analisar o uso de ventilação mecânica (invasiva), dois estudos (7,1%) não informaram se as gestantes necessitaram de
ventilação mecânica
(15-16)
; seis estudos (21,4%) descreveram o uso
(8-9,19,22,27,32)
e dois (7,1%) indicaram a frequência de um a
50%
(13,28)
. Ao computar todas as gestantes, 12 (2,0%) foram submetidas à ventilação mecânica e não houve a necessidade de
ventilação invasiva em 17 estudos (60,7%)
(7,10-12,14,17-18,20-21,23-26,29-31,33-34)
.
A maioria das gestantes não necessitou de internação em Centros de Terapia Intensiva (CTI) conforme os dados de 17 estudos
(60,7%)
(7,10-12,14,17-18,20-21,23,25-26,29-31,33-34)
. Em três estudos (10,7%)(15-16,24), esta variável não foi informada; em seis estudos
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(21,4%), as gestantes foram encaminhadas para esse setor
(8-9,19,22,27,32)
e, por fim, dois
(13,28)
apresentaram frequência que
variou de dez a 50% da amostra. Ao adicionar todas as gestantes, 50 (8,4%) foram assistidas em CTI para o tratamento da
infecção.
Quanto aos medicamentos utilizados para o tratamento da infecção pela COVID-19, onze estudos (39,3%)
(8-10,12,19,24-26,32-34)
descreveram o uso de antivirais e seis (21,4%)
(7,13,16-17,30-31)
apontaram que de dois a 100% da amostra fizeram uso de
antivirais. Não houve descrição do antiviral utilizado em seis estudos (21,4%)
(7,16,26,30-31,33)
e utilizaram-se um
(9-10,19,24-25)
ou dois
(8,12,32,34)
antivirais associados.
O emprego de antibioticoterapia foi descrito em 15 estudos (53,6%)
(8-10,14-15,19-20,22, 24, 26-27,29,32-34)
e cinco (17,8%)
(7,16,28,30-31)
apontaram que entre 50 a 100% das gestantes estudadas utilizaram antibióticos no tratamento da COVID-19. Não houve a
descrição do antibiótico utilizado em seis estudos (21,4%)
(7,16,26,30-31,33)
e utilizou-se entre um
(8,10,15,20,24),
dois
(19,28-29),
três
(9,14,22,27,34)
e até seis antibióticos
(32)
associados. Um estudo
(9)
descreveu o uso de antibioticoterapia para a profilaxia de
corioamninonite e não para o tratamento da COVID-19, pois a gestação cursava com mais de 12 horas de bolsa rota e utilizou-
se a gentamicina associada a metronidazol e cefazolina.
Em onze estudos (46,4%)
(8-10,15,19-21,24,26,32,34),
a corticoterapia foi descrita e, em três (10,7%)
(13,30-31),
apontou-se o uso entre 15 a
37,5% das gestantes. Um estudo (3,6%)
(33)
não informou o uso e, em 13 (46,4%)
(7,11-12,14,16-18,22-23,25,27-29),
não relato de
utilização. De forma geral, descreveram-se esquemas com finalidades diferentes para a corticoterapia como a
metilprednisolona ou prednisona para o tratamento de gestantes com desconforto respiratório
(15,20-21,24,32,34)
ou a
betametasona para a maturação pulmonar fetal
(9-10,13,19-20,26).
Dezoito estudos (64,3%)
(8-12,15-17,19,22,24-25,27-28,31-32,34)
descreveram outros tratamentos medicamentosos, com protocolos e
tratamentos individualizados, destacando-se o uso de hidroxicloroquina
(8-9,15-17,19,22,24,27-28);
inalação com interferon
(10,12,25,32,34);
sintomáticos (antitérmicos e analgésicos)
(11,17);
tocilizumabe
(27-28);
ciclosporina
(15);
anticoagulantes
(26);
imunoglobulina
(16);
anakinra
(22);
heparina
(22);
drogas vasoativas
(22);
transfusão de plasma e plaquetas
(28);
filgrastima
(29);
ácido tranexâmico
(29),
crioprecipitado
(29)
e antifúngicos
(32).
Dessa forma, verificaram-se uma grande divergência e a ausência de protocolos de tratamentos medicamentosos para a
COVID-19 na gestação. Em relação ao tratamento de gestantes infectadas pela COVID-19, o quadro 1 sumariza os dados
encontrados nesta revisão.
Quadro 1 – Tratamento das gestantes infectadas pela COVID-19
n (Ref)
Cateter
de O2
Ventilação
mecânica
CTI
Antivirais
Antibióticos
Corticoterapia
Outros tratamentos
9
(7)
100%
o
Não
67% (não
descrito)
100% (não
descrito)
Não
N
ão
1
(8)
Sim
Sim
Sim
Sim
(Oseltamivir e
Fapinavir)
Sim
(Azitromicina)
Sim (pós
-
parto)
Hidroxicloroquina
1
(9)
Não
Sim
Sim
Sim
(Oseltamivir)
Sim (Azitromicina, Meropenem,
Vancomicina)
Sim (MPF)
Hidroxiclor
oquina
1
(10)
Sim
Não
Não
Sim
(Lopinavir)
Sim (Az
itromicina)
Sim (MPF)
Inalação com Interferon
1
(11)
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sintomáticos e
monitorização
1
(12)
Não
Não
Não
S
im
(Lopinavir +
Ritonavir)
Não
Não
Inalação com Interferon
Tratamento de gestantes contaminadas com covid-19: scoping review
71
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 65-75.
427
(13)
Não
1%
10
%
2%
(Oseltamivir/
Lopinavir +
Ritonavir)
Não
15%
(MPF)
Não
1
(14)
Não
Não
Não
Não
Sim (Gentamicina;
Metronidazol, Cefazolina)
Não
Não
1
(15)
NI
NI
NI
Não
Sim (Azitromicina)
Si
m (Metilprednisona)
Hidroxicloroquina+
Ciclosporina
9
(16)
NI
NI
NI
100% (não
descrito)
100%
(não descrito)
Não
88% Anticoagula
ntes;
67% Hidroxicloroquina;
22% Imunoglobulina
60
(17)
10%
Não
Não
5%
(Lopinavir +
Ritonavir)
Não
Não
65% sintomáticos;
21,7% Hidroxicloroquina
1
(18)
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
1
(19)
Não
Sim
Sim
Si
m
(Remdesivir)
Sim (Azitromicina+ Ceftriaxona)
Sim
(MPF + Prednisona
pós-parto)
Hidroxicloroquina
1
(20)
Não
Não
Não
Não
Sim (Azitromicina)
Sim (MPF + Prednisona)
Não
1
(21)
o
Não
Não
Não
Não
Sim (Prednisona)
Não
1
(22)
Não
Sim
Sim
Não
Sim (
Azitromici
na + Piperacilina
+ Tazobactam+ Vancomicina)
Não
A
nakinra
antagonista
da Interleucina 1 +
Hidroxicloroquina+
Heparina + DVA#
1
(23)
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
16
(24)
12,5%
Não
NI
Sim
(Remdesivir)
Sim (Azitromicina)
Sim (Pre
dni
sona)
Hidroxicloroquina
1
(25)
Sim
Não
Não
Sim (Arbidol)
Não
Não
Inalação
com interferon
1
(26)
Não
Não
Não
Sim (não
descrito)
Sim (não descrito)
Sim (MPF)
Não
2
(27)
Sim
Sim
Sim
Não
Sim (Azitromicin
a +
Ceftriaxona+Vancomicina)
Não
Tocilizumabe+
Hidroxicloroquina
2
(28)
50%
5
0%
50%
Não
50% (Azitromicina +
Ceftriaxona)
Não
50
% Hidroxicloroquina+
Tocilizumabe +
50% transfusão de
plasma e plaquetas
2
(29)
Não
Não
Não
Não
Sim (Piperacilina + Tazobactam)
Não
Filgrastima
+Fibrinogênio +Ácido
tranexâmico +
Criopreciptado
13
(30)
S
im
Não
Não
61,5% (não
descrito)
61,5% (não descrit
o)
23,1%
Não
16
(31)
43,8%
Não
Não
100% (não
descrito)
100% (não descrito)
37,5%
62,5% Sintomáticos
1
(32)
Sim
Sim
Sim
Sim (
Ga
nciclovir
+ Arbidol)
Sim (Cefalosporina+ Imipenem
+Sulfa + Polimixina B+ Linezolid+
Moxifloxacino)
Sim
(Metilprednisolona)
Antif
úngicos+
Interferon
15
(33)
100%
Não
Não
Sim (não
descrito)
Sim (não descrito)
NI
NI
7
(34)
100%
Não
Não
Sim
(Oseltamivir+
Arbidol)
Sim (Cefalosporina+ Quinolona
+ Macrolídeo)
Sim
(Metilprednisolona)
Inte
rferon
* NI – Não informado; * MPF – corticoterapia para maturação pulmonar fetal; #DVA – Droga Vasoativa.
Tratamento de gestantes contaminadas com covid-19: scoping review
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Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 65-75.
DISCUSSÃO
Os resultados desta revisão apresentaram diferentes tratamentos empregados para a COVID-19 na gestação.
Em casos de pneumonia ou de apresentações clínicas graves, indica-se a oxigenoterapia
(35-38).
O índice de uso de
oxigenioterapia por cateter/pronga/máscara foi inferior (11,1%) ao índice encontrado em um estudo de revisão que apontou
que 28% utilizaram oxigênio por cateter ou máscara
(39).
Preconiza-se a intubação precoce em casos de desconforto respiratório importante, quando a saturação de oxigênio for
inferior a 95-93%, para a prevenção de hipoxemia materna e fetal
(35-36,40-42).
O índice de ventilação mecânica (2%) nos estudos
revisados apresentou comportamento semelhante ao de outros estudos que apontaram a variação de zero a 26,3%
(39,43-47).
Embora a taxa de intubação encontrada em estudo com 8.207 gestantes americanas infectadas pela COVID-19 tenha sido de
0,5%, os autores alertaram que as gestantes possuem 1,7 vezes mais riscos de ser intubadas do que uma mulher em idade
fértil com a infecção, atentando para a gravidade dos casos na gestação
(47).
Estudo realizado na Suécia, que investigou
internações em CTI, apontou que 53,8% das gestantes necessitaram de intubação, corroborando o estudo anterior, que
apontou o risco de maior gravidade nessa população
(48).
Recomendam-se ainda a posição prona para a prevenção dos quadros
de hipoxemia materna e, para a prevenção da hipoxemia fetal, o decúbito lateral esquerdo
(38).
Gestantes com quadros graves, com pneumonia, comorbidades, ventilação mecânica ou em situações críticas, devem ser
monitorizadas em CTI
(35-36,40-42).
O índice de internação nestas unidades foi de 8,4% e a literatura aponta ampla variação, isto é,
de 1,5 a 34,1%, taxas justificadas pela grande heterogeneidade das amostras e diferentes formas clínicas apresentadas pelas
gestantes
(39,44-45,47,49-50).
Um estudo que revelou a taxa de internação em CTI de 1,5% destacou que gestantes apresentam 1,5
vezes mais chances de internação nesta unidade
(47)
devido ao potencial de gravidade corroborado pelo estudo de internações
em CTI que apontou que o risco de se requerer vaga em CTI é muito maior quando a paciente se trata de gestante. Estudo
brasileiro
(51),
que demonstrou altas taxas de mortalidade materna, citou que as barreiras de acesso à internação em CTI e
ventilação mecânica para essa população representam potencial letal para os quadros de COVID-19 na gestação/puerpério,
podendo produzir desfechos desfavoráveis e devastadores
(51).
Em relação ao tratamento medicamentoso, verificou-se, com maior frequência, o uso de: antibióticos; antivirais; corticoterapia
para o tratamento materno ou a maturação pulmonar fetal e outros medicamentos. Não se encontraram protocolos ou
padronização de medicamentos no tratamento da gestante com COVID-19.
A antibioticoterapia é preconizada em 100% dos casos de gestantes com pneumonia viral para a prevenção de infecção
bacteriana secundária
(35-37,42,49).
A azitromicina
(42)
e a cefalosporina
(52)
são os antibióticos mais utilizados em casos de COVID-19
em gestantes na literatura.
Recomendações apontam que a associação de lopinavir/ritonavir, drogas seguras na gestação utilizadas no tratamento do
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), apresentou resultados positivos, principalmente se associada às inalações com
interferon (proteína que impede a replicação viral)
(36,42).
Os medicamentos remdesivir (antiviral), cloroquina e hidroxicloroquina
(utilizados para o tratamento da malária e doenças autoimunes) apresentaram resultados promissores in vitro, ou seja, na fase
três de testagem, entretanto, recomenda-se o uso individualizado e com cautela
(36,42-43).
O remdesivir tem sido amplamente
utilizado nos Estados Unidos, porém, apresenta-se como uma opção de alto custo
(43).
Diante, então, dos potenciais riscos e
benefícios, pesquisadores recomendaram fortemente a associação de lopinavir com ritonavir no tratamento da infecção
(53).
Destaca-se que, como ainda o a disponibilização de vacinas ou novas drogas para o tratamento, tem-se recorrido às
drogas já testadas, que apresentam resultados favoráveis
(53).
Tratamento de gestantes contaminadas com covid-19: scoping review
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A corticoterapia foi utilizada pela maioria das gestantes quer seja para o tratamento ou para a maturação pulmonar fetal. A
Organização Mundial da Saúde preconiza cautela no uso de corticoides para o tratamento das gestantes
(54).
Solicita-se rigor de
avaliação nos casos em que se pesem os benefícios do corticoide para a maturação pulmonar fetal, mas também os possíveis
efeitos adversos tanto para o neonato quanto para o curso clínico da COVID-19 no organismo materno
(55).
O uso de corticoides
na fase inicial da doença pode reduzir a resposta imune inflamatória e dificultar a avaliação da febre nos quadros moderados e
graves de COVID-19, assim como nos quadros de corioamnionite
(55-56).
A maioria dos estudos desta revisão apontou bom desfecho materno, com alta e cura. Na maioria dos estudos publicados, não
a descrição de mortes maternas
(43,49,52),
entretanto, uma revisão de casos apontou que 6,4% de gestantes infectadas pelo
SARS-CoV-2 evoluíram para óbito
(57).
No Brasil, a partir dos registros de óbitos, identificou-se o índice de mortalidade materna
de 12,7%
(51).
Evidenciam-se, a partir da revisão, divergências, polêmicas e a real necessidade de criação de protocolos medicamentosos e de
cuidados terapêuticos para garantir a equidade no tratamento e salvar a vida das gestantes
(3).
Destaca-se a importância deste
estudo para a Enfermagem, uma vez que a equipe tem grande responsabilidade nos tratamentos, principalmente no
medicamentoso, e constitui a última barreira que separa o paciente do medicamento/tratamento
(58)
capaz de evitar erros e
promover uma assistência segura a partir das evidências.
Por tratar-se de uma doença nova cujas pesquisas sobre a temática são ainda incipientes, foram inclusos, na análise, artigos
com moderado risco de viés a fim de mapear a produção sobre o tema. Cita-se ainda que a maioria dos estudos não
apresentou o protocolo medicamentoso completo (medicamento, dosagem, prescrição, efeitos colaterais e efeitos adversos)
utilizado nos casos, como preconizado pelo Joanna Briggs Appraisal Tools, o que compromete a qualidade metodológica dos
mesmos, apresentando-se como risco de viés. Ainda, com a rápida atualização da literatura e o aumento do número de casos,
podem surgir resultados divergentes a respeito do tema, sendo que estes resultados se aplicam a este momento. Estes fatores
descritos consistem nas limitações deste estudo.
CONCLUSÃO
Foram encontrados 28 estudos que avaliaram o tratamento dos casos de gestantes com COVID-19. Observou-se que uma
pequena parcela das gestantes utilizou oxigenoterapia e um mero inferior necessitou de ventilação mecânica e foi
monitorado em CTI. Os medicamentos mais utilizados no tratamento foram: antibióticos; antivirais; corticoterapia para o
tratamento materno ou a maturação pulmonar fetal e outros medicamentos, como a hidroxicloroquina e os anticoagulantes.
Não se encontraram protocolos ou a padronização de medicamentos no tratamento da gestante com COVID-19, algo que se
faz necessário e urgente para a prevenção dos óbitos maternos.
Não há conflitos de interesses.
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