REVISTA NORTE MINEIRA
DE ENFERMAGEM
ISSN: 2317-3092
Recebido em:
26/10/2020
Aprovado em:
23/01/2021
Como citar este artigo
Amaral TMO, Menegaz JC, Silveira SCT, Meschial
WC, Cunha CLF, Silva CGMD. Raciocínio
pedagógico de professores acerca do ensino do
empreendedorismo na enfermagem. Rev Norte
Mineira de enferm. 2021; 10(1):01-12.
Autor correspondente
Thayza Mirela Oliveira Amaral
Universidade Federal do Pará, Belém, PA, BR.
Correio eletrônico: thayzaamirela@gmail.com
ARTIGO ORIGINAL FLUXO CONTÍNUO
RACIOCÍNIO PEDAGÓGICO DE PROFESSORES ACERCA DO ENSINO
DO EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM
Pedagogical reasoning of professors about the teaching of
entrepreneurship in nursing
Thayza Mirela Oliveira Amaral
1
, Jouhanna do Carmo Menegaz
2
, Stelacelly Coelho Toscano Silveira
3
,
William Campo Meschial
4
, Carlos Leonardo Figueireido Cunha
5
, Clarice Geórgia Monteiro Dias e
Silva
6
1
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Pará PA.
Belém, PA, Brasil. Contato: thayzaamirela@gmail.com. ORCID: 0000-0002-6423-4055
2
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina SC. Universidade do
Estado de Santa Catarina, Chapecó, SC, Brasil. Contato: jouhanna.menegaz@udesc.br. ORCID: 0000-
0002-7655-9826
3
Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal do Pará PA. Belém, PA, Brasil. Contato:
stelacellytoscano@yahoo.com.br. ORCID: 0000-0003-2006-7686
4
Doutor em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá PR. Universidade do Estado de
Santa Catarina, Chapecó, SC, Brasil. Contato: william.meschial@udesc.br. ORCI: 0000-0002-0678-
6126
5
Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ. Universidade Federal do
Pará, Belém, PA, Brasil. Contato: carloslcunha@ufpa.br. ORCID: 0000-0002-1891-4201
6
Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal do Pará PA. Hospital Universitário João de
Barros Barreto, Belém, PA, Brasil. Contato: clariceg.silva@gmail.com. ORCID: 0000-0003-4049-1353
DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202100101
Objetivo: analisar o raciocínio pedagógico de professores sobre o ensino do
empreendedorismo na enfermagem. Método: Estudo quali-quantitativa,
fundamentado no método e-Delphi, que envolve aplicação do método Delphi
por e-mail ou através do preenchimento de um formulário online. Este método
ocorre através de quatro rodadas. A Rodada 1 possuiu caráter qualitativo e as
Rodadas 2, 3 e 4 possuíram caráter quantitativo. A partir das respostas da
Rodada 1, formulou-se o questionário da Rodada 2 e assim sucessivamente, até
a última rodada. Os participantes foram professores de universidades públicas
de cursos de graduação em Enfermagem. Para a seleção, utilizou-se a técnica
de bola de neve (snow-ball), na qual ao final do questionário, cada docente
indicava outros três para participar do estudo. Para a análise dos dados
qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin, e para a análise dos
dados quantitativos das demais rodadas foi utilizada a estatística descritiva,
com cálculo de frequência. Resultados: Identificou-se perspectivas a respeito
do ensino do empreendedorismo na enfermagem e da prática docente neste
processo. Conclusão: Os professores entenderam que o empreendedorismo é
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
2
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
uma capacidade que pode ser desenvolvida durante a formação do enfermeiro,
e que há algumas competências e características específicas que devem ser
trabalhadas neste processo. Neste sentido, é viável disciplinas teóricas e
projetos de pesquisa e extensão, para fortalecer o desenvolvimento de
competências empreendedoras nos estudantes.
DESCRITORES: Enfermagem; Ensino; Educação em Enfermagem; Mercado de
Trabalho.
OBJECTIVE: to analyze the pedagogical reasoning of professors about the
teaching of entrepreneurship in nursing. METHOD: It is a qualitative and
quantitative study based on the e-Delphi method which involves applying the
Delphi method by e-mail or by filling in an online form. This method occurs
through four rounds. The Round 1 had a qualitative character and the Rounds
2, 3 and 4 had a quantitative character. From the responses of Round 1, the
questionnaire of Round 2 was formulated, and so on, until the last round. The
participants were public universities professors of undergraduate nursing
programs. For the selection, the snowball technique was used, in which at the
end of the questionnaire, each professor indicated other three to participate in
the study. The Bardin's content analysis was used for the qualitative data’s
analysis and for the quantitative data’s analysis of the other rounds it was used
the descriptive statistic, with frequency calculation. RESULTS: Perspectives
were identified regarding the teaching of entrepreneurship in nursing and the
teaching practice in this process. CONCLUSION: The professors have
understood that entrepreneurship is a capacity that can be developed during
the training of nurses, and that there are some specific skills and characteristics
that must be worked on in this process. In this sense, theoretical disciplines as
well as research and extension projects are feasible to strengthen the
development of entrepreneurial skills in students.
DESCRIPTORS: Nursing, Teaching, Nursing Education, Job Market.
INTRODUÇÃO
A Enfermagem é uma profissão que possui compreensão das necessidades do ser humano de forma integral e contextualizada,
tendo assim potencial e oportunidades para explorar novos espaços sociais, além dos espaços tradicionais de cuidados. Ou
seja, pode atuar em distintas frentes, possuindo, portanto, potencial para empreender
(1)
.
O termo “empreendedorismo” pode ser definido como uma capacidade desenvolvida para realizar ações, nos âmbitos
gerencial e assistencial, para criar e aperfeiçoar projetos, serviços e negócios
(2)
. Sob esta interface, o empreendedorismo
caracteriza-se como uma competência necessária, que precisa ser estimulada no processo de formação do enfermeiro.
No cenário brasileiro, o enfermeiro é reconhecido como profissional liberal desde 1946
(3)
. Entretanto, o empreendedorismo
ganhou corpo na enfermagem recentemente, em especial a partir de fevereiro de 2018, quando o Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN) aprovou o regulamento dos consultórios de enfermagem e clínicas de enfermagem através da Resolução
0568/2018
(4)
. A referida norma estabelece marcos importantes para assegurar a qualidade do serviço de enfermagem
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
3
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
prestado, além de regulamentar a ação autônoma do enfermeiro, ampliando o atendimento à clientela no âmbito individual,
coletivo e domiciliar.
A pesquisa “Perfil da Enfermagem no Brasil”
(5)
apontou que de 601.052 enfermeiros apenas 8.030 (1,3%) atuam como
autônomos. Outro estudo que compara o empreendedorismo na enfermagem com outras profissões da saúde, mostrou que
apenas 6% das empresas são da área de enfermagem
(6)
. Ainda são poucos os enfermeiros empreendedores, e o incentivo é
baixo. Isto pode sinalizar que a categoria tem pouca tradição em atuar como profissional liberal, optam por atuar como
assalariados, além de demonstrar que a profissão possui atividade institucionalizada, com forte inserção nas estruturas formais
de emprego.
Estudo realizado com professores de universidades públicas e privadas da Espanha e América Latina, destacou que os
currículos precisam manifestar pensamento crítico reflexivo para o desenvolvimento de competências e habilidades para
auxiliar na tomada de decisão, sendo o empreendedorismo uma dessas reflexões
(7)
. Nesse sentido, alguns estudos
internacionais na área da enfermagem vêm investigando tendências de empreendedorismo nos estudantes
(8-9)
. Porém, tanto a
literatura internacional quanto a brasileira carecem de estudos que analisem a abordagem do tema empreendedorismo nos
cursos de graduação em enfermagem.
O empreendedorismo na enfermagem é aparentemente incipiente, todavia, tem sido estimulado ou desejado, portanto
ganhando espaço acadêmico e social. poucos estudos sobre o tema e ainda poucos pesquisadores que discutem a
temática
(2,10)
. De forma direta ou indireta estes trabalhos sempre abordam o papel da formação na construção de uma cultura
e profissão empreendedora. O ensino do empreendedorismo contribui para novos conhecimentos, e promove a transferência
deste conhecimento para o mercado, gerando capital social com potencial de transformação do conhecimento em benefícios
para a sociedade
(11)
.
A despeito do atribuído papel do ensino, ainda são poucas as iniciativas de formação de professores, agentes importantes
neste processo. Assim sendo, torna-se relevante estudar o raciocínio pedagógico de professores para compreender a
construção e a prática de docentes no contexto da educação empreendedora em enfermagem. Questiona-se: qual a
perspectiva de professores de ensino superior sobre o ensino do empreendedorismo em enfermagem? Por conseguinte, o
objetivo deste estudo é analisar o raciocínio pedagógico de professores sobre o ensino do empreendedorismo na enfermagem.
MÉTODO
Este é um estudo com abordagem quali-quantitativa, fundamentada no método e-Delphi, que envolve aplicação do método
Delphi por e-mail ou através do preenchimento de um formulário online. A técnica Delphi ocorre através de quatro rodadas,
sendo a Rodada 1 de caráter qualitativo, com perguntas abertas, e as Rodadas de 2 a 4 de caráter quantitativo, com perguntas
fechadas, a fim de atingir um consenso entre os participantes
(12)
.
O processo ocorreu por meio de um ambiente virtual. Através do método e-Delphi
(12)
, foi possível reunir participantes de oito
universidades públicas do Brasil. Foram critérios de inclusão: (1) ser professor efetivo de Instituição de Ensino Superior pública,
(2) lecionar na graduação; (3) coordenar ou participar de projeto de pesquisa, extensão ou ensino na área do
empreendedorismo e/ou (4) possuir produções na área. O critério de exclusão foi possuir vínculo temporário.
Os participantes foram professores de universidades públicas de cursos de graduação em Enfermagem. Para a seleção, utilizou-
se a técnica de bola de neve (snow-ball)
(13)
na qual, ao final do questionário, cada docente indicava outros três para participar
do estudo e, assim, sucessivamente, até a obtenção da saturação dos dados.
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
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Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
A amostra qualitativa inicial compreendeu dois docentes escolhidos intencionalmente a partir do estudo Ação e Raciocínio
Pedagógico de Professores de Universidade Públicas em Áreas do Conhecimento de Enfermagem. Foi solicitado que os
professores elegessem conteúdos relevantes. Dos doze participantes, 91,67% (n=11) selecionaram o empreendedorismo,
entretanto, apenas 33,33% (n=4) afirmaram ter domínio para ministrá-lo. A partir disso, surgiu a inquietação para estudar qual
o raciocínio pedagógico dos professores para o ensino deste conteúdo.
Conforme apresentado no Quadro 1, foram participantes do presente estudo nove professores de enfermagem, convidados
por e-mail, que confirmaram aceite através da assinatura de Termos de Consentimento Livre e Esclarecido.
Região
Instituição de Ensino
Superior
Titulação
Produções na área
Experiência assistencial
e/ou gerencial
Projeto de ensino,
pesquisa ou
extensão na área
Sudeste
Universidade de São
Paulo
Pós-Doutorado
X
X
Sul
Universidade Federal de
Santa Catarina
Pós-Doutorado
X
X
Centro-Oeste
Universidade Federal do
Mato Grosso
Doutorado
X
Sul
Universidade Federal de
Santa Catarina
Pós-Doutorado
X
X
X
Sul
Universidade Estadual
de Londrina
Doutorado
X
Sul
Universidade Estadual
do Paraná
Doutorado
X
Sul
Universidade Estadual
de Londrina
Doutorado
X
Sul
Universidade Federal de
Santa Maria
Pós-Doutorado
X
X
Sudeste
Universidade Federal de
São Paulo
Doutorado
X
Quadro 1: Informações dos participantes do estudo. Belém, PA, Brasil. 2020.
A coleta de dados ocorreu de fevereiro a outubro de 2019 em quatro rodadas operacionalizadas no software SurveyMonkey. A
rodada 1 contou com os nove participantes descritos no Quadro 1. As rodadas de 2 a 4 tiveram respectivamente, oito, sete e
seis participantes que também estavam na primeira rodada. Nestas, o consenso adotado se aplicou a respostas selecionadas
por 70% ou mais dos participantes.
Para a análise dos dados qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin
(14)
conduzida no software Atlas TI. Na última
etapa da análise de conteúdo utilizou-se os conceitos de categorias de conhecimento base e fases do modelo de ação e
raciocínio pedagógico (MARP) de Shulman
(15)
para criação de categorias variáveis.
Para a análise dos dados quantitativos da segunda, terceira e quarta rodada, foi utilizada a estatística descritiva, com cálculo de
frequência
(16)
. A figura 1 (próxima página) resume este processo.
Para preservar o anonimato dos participantes, os mesmos foram chamados de “professor” seguido de números ordinais (1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), juntamente com o número de identificação estabelecido no software Atlas Ti. A sequência de denominação
dos professores é a mesma utilizada no processo de coleta e análise de dados. E para referenciar as variáveis, foram utilizados
os seus respectivos números, conforme a figura 1.
As categorias 1 e 2 que foram apresentadas, estabeleceram relação com o conceito de compreensão de Shulman
(15)
, que é a
ação do professor em assimilar o material dentro da disciplina, do conteúdo a ser ministrado e dos objetivos curriculares.
Envolveram ainda o conceito de conhecimento pedagógico geral
(15)
, que diz respeito a um conhecimento superficial sobre o
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
5
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
ensinar e o aprender, sobre os papéis de professores e estudantes, que não são necessariamente relacionados a uma
determinada disciplina.
Fonte:
(19)
(Adaptado). Figura 1: Os processos do método Delphi.
As categorias 3 e 4 apresentaram relação com as fases de compreensão e transformação
(15)
, sendo a transformação o domínio
do professor acerca da matéria a ser ensinada e envolve a reflexão sobre um leque de escolhas didáticas e pedagógicas.
Observa-se ainda as categorias de conhecimento pedagógico de conteúdo, dos objetivos, do currículo, dos alunos
(15)
.
O conhecimento pedagógico de conteúdo
(15)
é conhecimento específico do professor, que na ação pedagógica, une matéria e
didática para tornar o conteúdo compreensível ao estudante. Já o conhecimento do currículo
(15)
diz respeito ao entendimento
sobre os elementos que orienta, situa e operacionaliza a prática docente na instituição em que o professor está inserido. A
categoria conhecimento dos objetivos
(15)
refere-se aos objetivos, finalidades e valores que norteiam o ensino, os quais tem
fundamentos filosóficos e históricos, e que estão manifestados de forma implícita ou explícita no currículo e na cultura escolar.
E o conhecimento dos alunos
(15)
significa o entendimento do docente acerca dos estudantes de forma coletiva e individual.
Em relação aos aspectos éticos, trata-se de recorte do estudo Ação e Raciocínio Pedagógico de Professores de Universidade
Públicas em Áreas do Conhecimento de Enfermagem, aprovado por comitê de ética e pesquisa do Núcleo de Medicina
Tropical da Universidade Federal do Pará, em junho de 2017, sob o parecer 2.106.483. Para garantir a responsabilidade com os
princípios Bioéticos da Beneficência, não maleficência, justiça, autonomia e equidade, após ciência do objetivo de estudo,
todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) emitindo concordância com a divulgação dos resultados,
assegurando assim sigilo e confidencialidade dos dados.
1ª Rodada
Questionário
Semiestruturado,
respostas
discursivas
Análise qualitativa,
técnica de análise
de conteúdo
61 códigos divididos
em 4 categorias
1: Percepções sobre o empreendedorismo e
o seu valor
2: Perspectivas acerca do ensino do
empreendedorismo, o contexto em que está
inserido, seus desafios e suas necessidades
3: Competências necessárias para
empreender na enfermagem
4: Perfil ideal dos professores, dos
estudantes e do enfermeiro empreendedor
2ª Rodada
Questionário
estruturado, respostas
objetivas
3ª Rodada
Questionário
estruturado, respostas
objetivas e justificativas
4ª Rodada
Devolutiva parcial dos
dados aos participantes
Análise
quantitativa,
técnica de
análise
estatística
descritiva
Variáveis
1. Compreensão do que é empreendedorismo
2. Vertentes do empreendedorismo
3. Competências empreendedoras
4. Características do enfermeiro empreendedor
5. Maneiras de fomentar competências empreendedoras
6. Estratégias de inserção do ensino do empreendedorismo
7. Experiência docente
8. Impacto do contexto no ensino do empreendedorismo
9. Desafios do ensino do empreendedorismo
Variáveis
10. Período do ensino do empreendedorismo dentro dos cursos
11. Estratégias de inserção do ensino do empreendedorismo
12. Caráter das disciplinas de empreendedorismo
13. Número ideal de disciplinas
14. Carga horária ideal
15. Metodologias ativas para o ensino do empreendedorismo
16. Caráter dos projetos de pesquisa e extensão
17. Atividades dos projetos de extensão
18. Temas dos projetos de pesquisa
Análise
quantitativa,
técnica de
análise
estatística
descritiva
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
6
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
RESULTADOS
Os resultados estão apresentados em duas seções: dados qualitativos e dados quantitativos. Dados qualitativos correspondem
a análise da primeira rodada, através dos quais observa-se as categorias de conhecimento base para o ensino e o Modelo de
Ação e Raciocínio Pedagógico
(15)
. Dados quantitativos apresentam os consensos das rodadas 2 a 4 na forma de variáveis
articuladas aos constructos supracitados.
Dados Qualitativos
A categoria 1 Percepções sobre o empreendedorismo e o seu valor representa as compreensões a respeito do conceito de
empreendedorismo e qual o entendimento acerca do valor dentro do mesmo.
Empreendedorismo é a capacidade do profissional em identificar oportunidades diversificadas e criativas de
atuação e implementar ações e estratégias dentro do seu contexto/circunstância (Professor 9 1:151).
Importante sinalizar que como conceito, o empreendedorismo não tem somente sua base em negócios que
geram lucro. Observa-se formas de empreendedorismo social e intraempreendedorismo, que possuem conotação
social e de crescimento interno (Professor 6 1:75).
Na categoria 2 O ensino do empreendedorismo na graduação e perspectivas e desafios para empreender na enfermagem, os
professores manifestaram sua compreensão sobre as necessidades de empreender levando em consideração o campo de
atuação da enfermagem e o perfil de um profissional empreendedor, o contexto local em que a escola está inserida e sua
necessária relação com o ensino.
Iniciativa; distanciar-se da visão tradicional imposta na formação do enfermeiro; despir-se da cultura do amor e
da cultura da vocação profissional; mais ciência e menos arte; ter visão de futuro e foco em objetivos concretos
(Professor 3 1:91).
(...) Pensar nas competências do enfermeiro como profissional liberal e que tem responsabilidade no saber fazer
(Professor 5 1:79).
Em meio as necessidades para empreender na enfermagem, foram mencionados alguns desafios que o ensino do
empreendedorismo na área da enfermagem enfrenta.
(...) Promover uma cultura de empreendedorismo nos espaços de formação e atuação de enfermagem, nos
quais, infelizmente, percebe-se a formação e o desenvolvimento de empregados acríticos e cumpridores de
tarefas (Professor 7 1:53).
A respeito das maneiras de inserir o empreendedorismo nos cursos, surgiu:
Curricular e extracurricular para aproximar o estudante de aspectos práticos deste conteúdo (Professor 1
1:10).
Creio que mesmo o empreendedorismo sendo inserido com uma disciplina curricular, a temática deve ser
verticalizada em toda a matriz permeando todas as disciplinas, estimulando o acadêmico a visualizar que existem
inúmeras áreas de atuação para além do hospital, clínicas e da atenção primária. Não sou muito a favor de
palestras, e sim de um processo contínuo e permanente que discuta o empreendedorismo transversalmente na
graduação (Professor 4 101).
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
7
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
Além de buscar entender quais formas de inserção do empreendedorismo nos cursos de graduação em enfermagem seriam
interessantes, de acordo com os especialistas, pensou-se em investigar também metodologias para desenvolver competências
empreendedoras nos estudantes.
Penso que vivências práticas sejam essenciais. A modalidade de estágio supervisionado e vivência em projetos
de extensão, empresas junior ou ligas acadêmicas são essenciais para fomentar as competências, uma vez que
estas têm interface comportamental (Professor 6 1:73).
Na categoria 3 Competências necessárias para empreender na enfermagem”, observa-se não somente a menção de
competências, entendendo-as como a soma dos elementos conhecimentos, habilidades e atitudes, mas desses mesmos
elementos isoladamente, destacando que devem ser trabalhados ao longo da formação do futuro enfermeiro empreendedor.
Liderança, tomada de decisão, comunicação, atenção à saúde como foco, trabalho em equipe. Competências
nata do profissional enfermeiro (Professor 5 1:81/82/83/84/85).
Acerca do perfil do enfermeiro empreendedor, surgiu:
Ousadia, liderança, força de vontade, conhecimento das possibilidades do mercado de trabalho, principalmente
de nichos de negócios que podem ser explorados. Também é necessário planejamento e persistência para
superação das dificuldades e de crenças negativas. Ter visão e valores claros sobre o que se pretende atingir,
buscando superar a visão tradicional do enfermeiro como funcionário e prestador de serviço (Professor 3
1:181/182/184/185/186).
Dados Quantitativos
A segunda rodada buscou iniciar a busca por consenso entre os professores. Os quadros 2 e 3 relacionam as variáveis que
atingiram consenso com os constructos
(15)
em cada rodada.
Consensos na Rodada 2
Variável
Consenso
Categorias do conhecimento
base e MARP
1
O empreendedorismo está mais ligado a comportamentos
empreendedores (100%; n: 8).
Fase do MARP:
Compreensão
2
O empreendedorismo está relacionado ao fazer, como uma
capacidade resultante de um conjunto de habilidade que o
indivíduo pode desenvolver (75%; n: 6).
3
Comunicação (100%; n: 8);
Conhecimento de mercado e Conhecimento sobre as políticas
(75%; n: 6);
Criatividade (100%; n: 8);
Flexibilidade (75%; n: 6);
Inovar (87,50%; n: 7);
Liderança (100%; n: 8);
Persistência (87,50%; n: 7);
Planejamento e Tomada de decisão (100%; n: 8)
Trabalho em equipe (75%; n: 6).
Categoria do Conhecimento
Base: Conhecimento dos
Objetivos
4
Assumir protagonismo (75%; n: 6);
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
8
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
Conhecimento técnico-científico e Criatividade (87,50%; n: 7);
Inciativa e Persistência (100%; n: 8).
5
- Projetos de extensão e disciplinas de caráter prático (75%;
n: 6).
- Projetos de pesquisa (87,50%; n: 7).
- Disciplinas devem estimular os estudantes a criarem
propostas empreendedoras a partir do cenário em que estão
inseridos (100%; n: 8)
Categoria do Conhecimento
Base: Conhecimento
Pedagógico de Conteúdo
7
Professor deve possuir conhecimento teórico sobre o tema.
Além de ser necessário tanto aspectos teóricos, quanto ter
um aspecto contextualizado, para que seja possível exercitar
as habilidades (87,50%; n: 7).
Categoria do Conhecimento
Base: Conhecimento de
Conteúdo
9
- Incorporar o conteúdo de maneira dinâmica e contínua na
matriz curricular (75%; n: 6).
- Ampliar o conhecimento das áreas de atuação do
enfermeiro (87,50%; n: 7).
Categoria do Conhecimento
Base: Conhecimento do
Contexto Educacional
Quadro 2: Variáveis da segunda rodada. Belém, PA, Brasil. 2020.
Consensos na Rodada 3
Variável
Consenso
Categorias do conhecimento
base e MARP
10
Deve ocorrer ao longo curso (71,43%; n: 5).
Fase do MARP:
Transformação
11
Deve conter tanto através disciplinas exclusivas de
empreendedorismo quanto de conteúdos sobre o tema
dentro de outras disciplinas (85,71%; n: 6).
12
Se o ensino for trabalhado em disciplinas exclusivas de
empreendedorismo na enfermagem, as disciplinas devem
possuir caráter teórico e prático (100%; n: 7).
13 e 14
Cada escola deve estabelecer a quantidade de disciplinas
(71,43%; n: 5) e carga horária ideal (100%; n: 7) que julgar
necessária.
15
Problem Based Learning
Team Based Learning
Flipped Classroom
Situação-Problema
Arco de Maguerez
Categoria do Conhecimento
Base: Conhecimento
Pedagógico de Conteúdo
17
Atendimentos em comunidades; atividades em empresas
Junior e parcerias com outras empresas e elaboração de
plano de negócio.
18
Economia em saúde; Liderança; Comunicação; Coaching;
Marketing; Inovação; Planejamento e Competências
Gerenciais.
Quadro 3: Variáveis da terceira rodada. Belém, PA, Brasil. 2020.
Raciocínio pedagógico de professores acerca do ensino do empreendedorismo na enfermagem
9
Rev Norte Mineira de enferm. 2021; 10(1): 01-12.
Na rodada 4, a variável 16 atingiu consenso. Para 100% dos participantes (n: 6), independentemente do tema, em qualquer
projeto é possível desenvolver competências empreendedoras nos estudantes. Isto também tem relação com o conhecimento
pedagógico de conteúdo
(15)
.
DISCUSSÃO
Na primeira rodada do estudo observa-se entre os professores a manifestação de compreensões diversas sobre o
empreendedorismo, desde intraempreendedorismo, que de certa forma dialoga com o requerido do enfermeiro quando na
posição de gestor ou gerente, ao empreendedorismo empresarial. Ainda na primeira rodada foi possível identificar também
que o entendimento dos professores a respeito do valor do empreendedorismo para a Enfermagem possui duas linhas: o
produto do trabalho da enfermagem para a população e organizações; e uma alternativa para a construção de uma nova
identidade para a profissão.
Na enfermagem, são identificadas três vertentes do empreendedorismo: empreendedorismo social; empreendedorismo
empresarial e intraempreendedorismo
(2)
.
O empreendedorismo social envolve uma compreensão sistêmica da realidade social, e com isso cria propostas resolutivas
para problemas sociais e inovação através de projetos sociais
(10)
. Na enfermagem, isto se caracteriza em realizar consultas,
visitas e consultorias de enfermagem, além de atividades comunitárias como conceder exames gratuitos
(18)
.
O empreendedorismo empresarial está relacionado a negócios. Refere-se a atuação autônoma. oportunidades de negócios
em atividades próprias da enfermagem, como por exemplo, consultas autônomas a pacientes com feridas. Em contrapartida,
também atividades inovadoras para a área, que não estão limitadas ao domínio da enfermagem, como consultoria em
empresas que não estão associadas à área da saúde
(19)
.
O intraempreendedorismo, também chamado de empreendedorismo coorporativo, diz respeito a empreendedores
empregados coorporativos. Nessa vertente, o empreendedor não possui um negócio próprio, porém, empreende em
organizações existentes. Apesar de ter uma nomenclatura própria, o intraempreendedorismo possui analogia com o
empreendedorismo comum, pois tem o objetivo de situar o contexto de atuação desse empreendedor
(20)
.
Os docentes manifestaram ainda a compreensão de que a construção de uma enfermagem empreendedora, se tratará
sobretudo, de uma questão de comportamento em que o enfermeiro deve ser preparado para demonstrar, com destaque para
a menção de conhecimento de mercado, conhecimento sobre as políticas, criatividade, flexibilidade e inovação,
particularmente relevantes se considerado que o mercado de trabalho de enfermeiros no âmbito internacional apresenta-se
de forma paradoxal e multifacetada, influenciada pelo quadro político, econômico e social de cada país, modelos de atenção
em saúde e políticas implementadas, e pela necessidade desses profissionais intervirem na formulação de políticas tanto no
âmbito assistencial, como educacional
(21)
.
Internacionalmente os enfermeiros estão buscando o empreendedorismo, na necessidade de papéis únicos que apoiem um
amplo escopo de prática e que preencham as lacunas na área da saúde
(22)
. O Conselho Internacional de Enfermeiros estima
que entre 0,5 a 1% dos profissionais registrados são empreendedores, com percentuais variáveis de enfermeiros
empreendedores em diferentes países. Os enfermeiros que trabalham por conta própria na Nova Zelândia se aproximam a
0,1%, e nos Estados Unidos a 0,18%
(23-24)
. no Reino Unido, aproximadamente 18% dos enfermeiros empreendem. Nesse
contexto, ainda se encontram as parteiras, que apresentam maior atividade empreendedora em relação aos enfermeiros. Na
Nova Zelândia, 50% das parteiras trabalham por conta própria, e na Holanda esse número chega a 64%
(22)
.
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Todavia, foram mencionados também em grande medida a moldagem de um determinado perfil do enfermeiro empreendedor
que não avança em relação ao proposto. Na rodada 2, os participantes elegeram competências importantes para a área,
como: liderança, comunicação, planejamento e tomada de decisão. Estas competências apontadas pelos professores
dialogam com as competências gerenciais do enfermeiro. Sendo assim, qual seria então a especificidade do
empreendedorismo na enfermagem? O empreendedorismo está sendo visto como mais do mesmo gerencial que a
enfermagem já realiza?
A história de Florence Nightingale e o contexto religioso do século XIX moldaram a prática da enfermagem. A estrutura da
profissão e a divisão social e técnica do trabalho institucionalizado, ainda predominante, pode justificar uma certa resistência
ao empreendedorismo, principalmente o empreendedorismo de negócio. Neste ano de 2020, ocorre o bicentenário de
Nightingale e vale a reflexão de que o empreendedorismo é mais um meio para afirmar e promover a profissão e gerar
visibilidade para a categoria frente a sociedade.
Além das competências, os professores elencaram, embora de forma superficial, estratégias pedagógicas com potencial de
contribuir para formação de enfermeiros empreendedores. Questiona-se se isto se deve a valorização do conhecimento do
contexto para a elaboração da estratégia ou se trata de desconhecimento e ausência de experiência, tendo em vista a baixa
inserção do enfermeiro como empreendedor no Brasil, o perfil dos participantes e o regime de trabalho dos professores de
instituições públicas brasileiras, em sua maioria de dedicação exclusiva
(25)
, o que os afasta do mercado de trabalho e torna a
apreensão desta nova realidade mais teórica que experiencial.
A prática docente envolve um conjunto de fontes e categorias do conhecimento base que culminam no movimento de ação e
raciocínio pedagógico
(15)
, que operacionaliza os instrumentos de ensino como carga horária e conteúdo. Na fase de
transformação, a compreensão dos professores acerca do ensino ganha forma e estrutura para um projeto pedagógico. Como
se observa na categoria 2, os professores mencionaram obstáculos que o ensino na área enfrenta. Os desafios citados
dialogam com a compreensão que possuem acercam do ensino do empreendedorismo na enfermagem? Como criar uma
cultura empreendedora nos espaços de formação que superem esses obstáculos?
O primeiro passo é compreender que a enfermagem está conquistando novos espaços e almejando uma nova identidade. O
empreendedorismo tornou-se mais uma oportunidade para a enfermagem, sendo não apenas um meio de subsistência, mas
também para agregar novas formas para a profissão, modificando a maneira como a enfermagem presta serviços para a
sociedade. Este fenômeno é um meio para potencializar a prática em enfermagem e agregar maior qualidade nas organizações
de saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os professores entenderam que o empreendedorismo é uma capacidade que pode ser desenvolvida durante a formação do
enfermeiro, e que algumas competências e características específicas que devem ser trabalhadas neste processo. Nesse
sentido, é viável disciplinas teóricas e projetos de pesquisa e extensão, para fortalecer o desenvolvimento de competências
empreendedoras nos estudantes.
No que diz respeito à prática docente, para ensinar empreendedorismo na enfermagem, os participantes sinalizaram que é
importante ter conhecimento teórico, além de articulá-lo com o contexto local, para facilitar o processo de aprendizagem dos
estudantes.
Os participantes julgam ser interessante que o ensino do empreendedorismo seja ao longo do curso de graduação em
enfermagem, através de disciplinas teóricas e práticas. Além de também trabalhar o tema por meio de conteúdos dentro de
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outras disciplinas. Nesse processo, métodos como Problem Based Learning, Team Based Learning, Flipped Classroom, Situação-
Problema e Arco de Maguerez são úteis.
O quantitativo de participantes e a permanência dos mesmos durante as rodadas foi um fator limitante do estudo. Mesmo
sendo algo novo na área da enfermagem, com poucos pesquisadores e docentes que trabalham com o empreendedorismo,
poderia ter havido maior participação no estudo, para potencializar e evidenciar mais questões do ensino na enfermagem.
Além disso, é necessário maior clareza a respeito das competências, objetivos e métodos de ensino.
As escolas e professores são essenciais para incentivar o empreendedorismo na enfermagem, principalmente no cenário atual
em que o mesmo ainda é incipiente. Realizar estudos como este possibilita que instituições de ensino superior acompanhem as
mudanças que ocorrem no mundo, para formar profissionais capazes de atender as demandas do mercado de trabalho. Neste
sentido, é importante envolver no processo de ensino os enfermeiros que possuem experiência em empreender, avaliar e
socializar as iniciativas, para que haja convergência entre o que se ensina e o que se espera dos profissionais no mercado.
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