REVISTA NORTE MINEIRA DE ENFERMAGEM

ISSN: 2317-3092

 

 

Recebido em:

26/08/2020

Aprovado em:

23/01/2021

Como citar este artigo

Gr�fico de linhas

 

Machado AFC, Arcoverde MAM, Caldeira S, Silva-Sobrinho RA, Silva RMM, Zilly A. Aten��o pr�-natal na perspectiva da rede m�e paranaense. Rev Norte Mineira de enferm. 2020; 9(2):78-89.

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Autor correspondente

Gr�fico de linhas

 

Adriana Zilly

Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR.

Correio eletr�nico: aazilly@hotmail.com

 

 

 

 

ARTIGO ORIGINAL

Aten��o pr�-natal na perspectiva da rede m�e paranaense

 

Prenatal care in the perspective of the M�e Paranaense network

Aline Fernanda Campos Machado 1, Marcos Augusto Moraes Arcoverde 2, Sebasti�o Caldeira 3, Reinaldo Antonio Silva-Sobrinho 4, Rosane Meire Munhak da Silva 5, Adriana Zilly 6.

 

1 Mestre em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Hospital Ministro Costa Cavalcanti de Foz do Igua�u, PR, BR, aline_saxe@hotmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6005-8541

2 Doutor em Enfermagem pela Universidade de S�o Paulo (USP), Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR, marcos.arcoverde2013@gmail.com, ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5104-559X

3 Doutor em Enfermagem em Sa�de P�blica pela Escola de Enfermagem de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (EERP/USP), Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR, sebastiao.caldeira@unioeste.br, ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2827-1833

4 Doutor em Enfermagem em Sa�de P�blica pela Escola de Enfermagem de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (EERP/USP), Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR, reisobrinho@yahoo.com.br, ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0421-4447

5 Doutora em Enfermagem em Sa�de P�blica pela Escola de Enfermagem de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (EERP/USP), Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR, zanem2010@hotmail.com, ORCID: http://orcid.org/0000-0003-3355-0132

6 Doutora em Ci�ncias Biol�gicas pela Universidade Estadual de Maring� (UEM), Universidade Estadual do Oeste do Paran� (UNIOESTE), Foz do Igua�u, PR, BR, aazilly@hotmail.com, ORCID: http://orcid.org/0000-0002-8714-8205

 

DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202090208

 

 

Objetivo: Analisar as a��es para � aten��o pr�-natal na perspectiva da Rede M�e Paranaense, na �tica da mulher/usu�ria. M�todo: Pesquisa descritiva, transversal, com 292 pu�rperas, internadas em alojamento conjunto. Utilizou-se um instrumento estruturado constru�do com base nas diretrizes da Rede M�e Paranaense. Resultados: A maioria das participantes era primigesta, com pr�-natal realizado em unidades b�sicas de sa�de, com in�cio precoce, mais de seis consultas, sendo iniciado pelo enfermeiro (p<0,001). O risco gestacional n�o foi registrado no cart�o de sa�de e tampouco informado a gestante (59,7%). Poucas visitaram a maternidade (38,4%) ou participaram em grupos de gestantes (11,6%). As informa��es sobre gesta��o/parto foram adquiridas pela internet (62,7%). Consulta odontol�gica, citologia onc�tica, exames das mamas (p<0,001) e de imagem (p<0,002) foram pouco frequentes. Conclus�es: Foram encontradas fragilidades na aten��o pr�-natal com respeito a magnitude e qualidade das consultas e educa��o em sa�de, deste modo, o pr�-natal foi classificado como intermedi�rio.

 

DESCRITORES: Gravidez; Aten��o Prim�ria Sa�de; Cuidado Pr�-Natal; Enfermagem.

 

Objective: To analyze the actions for prenatal care in the perspective of the M�e Paranaense Network, from the point of view of the woman/user. Method: A descriptive andcross-sectional research study conducted with 292 puerperal women, hospitalized in Rooming-In. A structured instrument was used, based on the guidelines of the M�e Paranaense Network. Results: Most of the participants were primigravidae, with prenatal care performed in basic health units, with early onset, more than six consultations, and being initiated by the nurse (p<0.001). Gestational risk was not recorded on the health card nor informed to the pregnant woman (59.7%). Few visited the maternity ward (38.4%) or participated in groups of pregnant women (11.6%). The information on pregnancy/delivery was acquired over the Internet (62.7%). Dental consultation, oncotic cytology, breast exams (p <0.001) and imaging (p<0.002) were uncommon. Conclusions: Weaknesses were found in prenatal care with respect to the magnitude and equality of consultations and health education; thus, prenatal care was classified as intermediate.

 

DESCRIPTORS:Pregnancy; Primary Health Care; Prenatal care; Nursing.

INTRODU��O

 

Como forma de qualificar assist�ncia no pr�-natal e parto, o Minist�rio da Sa�de (MS) a partir da portaria n� 1.459 de 2011, criou uma rede de assist�ncia denominada Rede Cegonha, com vistas a incrementar as gestantes o direito de participar de seu plano de cuidados, buscando humanizar a gravidez, o parto e o puerp�rio e, al�m disso, assegurar �s crian�as, o direito ao nascimento seguro e crescimento saud�vel(1).

 

Nesta dire��o, a Pol�tica Nacional de Aten��o Sa�de Materna no Brasil menciona a atua��o do enfermeiro como provedor do acolhimento ao bin�mio me-beb�. Ele � respons�vel por criar a��es humanas e educativas para essa clientela, proporcionando maior confian�a e reconhecimento de necessidades(2). Assim, cabe ao enfermeiro a responsabilidade de orientar sobre o parto, amamenta��o, cuidados com o rec�m-nascido e puerp�rio, a fim de evitar enfermidades que possam afetar a sa�de materno-infantil(3).

 

Para incentivar a implanta��o dessas medidas no Paran�, em 2012, foi institu�da a Rede M�e Paranaense, que visa fazer: capta��o precoce da gestante; acompanhamento  no  pr�-natal,  com  no  mnimo  sete  consultas; realiza��o  de  exames laboratoriais/imagem;  estratifica��o de gestantes e crian�as no grupo de Risco Habitual, Intermedi�rio e Alto Risco; atendimento em servi�os de Aten��o Prim�ria Sa�de ou em ambulat�rio especializado conforme o risco apresentado; garantia do parto por meio de um sistema de vincula��o ao hospital definido pela estratifica��o de risco; aten��o humanizada no ciclo grav�dico-puerperal(4).

 

Um estudo realizado no sudoeste do Paran�, verificou a necessidade de promover interven��es em sade para monitorar o cumprimento dos protocolos assistenciais preconizados para o pr�-natal ap�s a implanta��o da Rede M�e Paranaense(5). Em outro estudo que envolveu munic�pios da regi�o oeste do estado, foram encontrados resultados insatisfat�rios com rela��o ao in�cio precoce do pr�-natal, realiza��o de testes r�pidos de HIV e s�filis, imuniza��o, consultas odontol�gicas, al�m de atrasos dos registros no sistema de informa��o(6). Para a assist�ncia � crian�a nesta mesma regi�o, outros pesquisadores apontaram que os testes de triagem neonatal foram realizados para a maioria das crian�as, contudo, a imuniza��o, a estratifica��o de risco e o registro das atividades dos enfermeiros ainda apresentaram falhas(7).

 

O estudo de avalia��o documental em tr�s Regionais de Sa�de, tamb�m no estado do Paran�, identificou que ap�s a implanta��o da Rede M�e Paranaense, a 10� e 17� Regionais de Sa�de (Cascavel e Londrina, respectivamente) apresentaram melhores resultados na aten��o materna e infantil, enquanto que, a 9� Regional de Sa�de (Foz do Igua�u) n�o mostrou valores adequados, inferindo a exist�ncia, naquele momento, da necessidade de melhorar a qualifica��o dos profissionais e do sistema de informa��es(8).

 

Diante disso, abordar a aten��o no pr�-natal e nascimento no Paran� torna-se relevante, considerando que ainda existem lacunas assistenciais, mesmo ap�s a implanta��o da rede e, por conseguinte, pouco se sabe sobre a perspectiva da mulher neste contexto e quais aspectos que de fato s�o relevantes para a sua assist�ncia durante a gesta��o. Neste escopo, o objetivo deste estudo foi analisar as a��es para � aten��o pr�-natal na perspectiva da Rede M�e Paranaense, na �tica da mulher/usu�ria.

 

M�todo

 

Pesquisa descritiva, transversal, desenvolvida em um munic�pio de tr�plice fronteira pertencente a 9� Regional de Sa�de do Paran�, que possuiu 405 estabelecimentos de sa�de, desses 64 s�o de natureza administrativa p�blica e 28 s�o unidades de Aten��o Prim�ria Sa�de, dos quais oito do modelo tradicional � Unidades B�sicas de Sa�de e 20 com Estrat�gia Sa�de da Fam�lia. Al�m disso, o munic�pio conta com o Centro Materno Infantil, que realiza atendimentos a gestantes brasileiras que residem no Paraguai, denominadas brasiguaias, considerando que estas n�o podem comprovar resid�ncia no pa�s, mas por serem de nacionalidade brasileira, t�m o direito de ser inseridas em todas as a��es do pr�-natal e parto, conforme preconiza a Rede M�e Paranaense.

 

Foi realizado o c�lculo amostral da popula��o a ser estudada no munic�pio, com base no n�mero de partos no ano de 2016. Considerou-se uma margem de erro da pesquisa de 5%, um n�vel de confian�a de 95%, e definiu-se um acr�scimo de 10% como margem de seguran�a para atender o n�mero amostral. A partir de c�lculo amostral, a popula��o do estudo foi constitu�da por 292 mulheres/usu�rias, atendidas na maternidade de refer�ncia na cidade estudada, preferencialmente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS), no intuito de verificar a assist�ncia pr�-natal e o seguimento na Aten��o Prim�ria � Sa�de.

 

Os crit�rios de inclus�o foram mulheres que realizaram o parto na maternidade em estudo, residentes na �rea urbana, acima de 18 anos ou menores de idade acompanhada de seus respons�veis. Foram exclu�das mulheres com qualquer agravo e/ou problema de sa�de, de acordo com o prontu�rio da mesma, que poderia impedir sua participa��o.

 

Realizou-se a coleta de dados, em 2017-2018, no hospital de refer�ncia para gesta��o de alto risco e neonatologia, o qual pertence a uma funda��o que presta atendimento para o SUS, conv�nios e particulares. Alunos do curso de enfermagem, juntamente com os pesquisadores respons�veis foram treinados e participaram da coleta.

 

A pesquisa com as m�es foi realizada por meio da aplica��o de um question�rio, baseado em indicadores previstos na Rede M�e Paranaense, contendo: i) vari�veis socioecon�micas/demogr�ficas: ra�a/cor, situa��o conjugal, ocupa��o, escolaridade; ii) hist�rico obsttrico: gesta��o anterior, intervalo interpartal < 1 ano, hist�ria obst�trica anotada; iii) descri��o da assist�ncia pr�-natal: consultas pr�-natal, local de pr�-natal, inicio do pr�-natal, profissional 1� consulta, estratifica��o de risco, informada sobre o risco, profissional que informou, consultas odontol�gicas, citologia onc�tica, exames das mamas, classifica��o pr�-natal, exames laboratoriais, participa��o em grupo de gestante, busca por informa��es sobre a gesta��o, informa��o para procurar hospital, visita a maternidade; iiii) Fontes de informa��o: internet, me/sogra, amiga, televis�o, livros/revistas, enfermeiro, m�dico.

 

Para a classifica��o do pr�-natal, seguiu os seguintes par�metros(9): a) Adequado (in�cio das consultas anterior a 14 semanas gestacionais; seis ou mais consultas; cinco ou mais registros para Altura Uterina (AU), Idade Gestacional (IG), Press�o Arterial (PA) e peso materno; quatro ou mais registros para Batimentos Card�acos Fetais (BCF); dois ou mais registros para apresenta��o fetal; um registro para tipagem sangu�nea, hemoglobina e hemat�crito; dois registros para glicemia, exame para detec��o de s�filis gestacional (VDRL) e urina tipo I); b) Inadequado (in�cio ap�s 27 semanas de gesta��o; duas ou menos consultas; duas ou menos anota��es de AU, IG, PA, peso e BCF; nenhum registro da apresenta��o fetal ou nenhuma anota��o de exame laboratorial.  c) Intermedi�rio (as demais associa��es).

 

Os dados foram analisados com o software livre R vers�o 3.5.2, mediante estat�stica descritiva (frequ�ncia e propor��o) e an�litica (associa��o), o teste utilizado tanto para an�lise das distribui��es das propor��es quanto para an�lise das associa��es entre as vari�veis estudadas foi o qui-quadrado (X2), o erro tipo I foi fixado a 5% (p<0,05) como estatisticamente significativo.

 

Com respeito aos aspectos �ticos, a pesquisa foi aprovada pelo Comit� de �tica em Pesquisa com Seres Humanos, sob CAAE n� 67574517.1.1001.5231.

 

Resultados

 

Participaram da pesquisa 292 pu�rperas, com m�dia de idade de 25,8 anos, sendo a m�nima 10 e m�xima 43 anos. A maioria das participantes s�o brancas (52,7%), tem o ensino fundamental completo (31,1%), com companheiro fixo (88,7%) e n�o exercem profiss�o remunerada (53,4%).  A ra�a/cor, situa��o conjugal e escolaridade mostraram resultados com signific�ncia estat�stica (p<0,001) (Tabela 1).

 

Ainda na mesma tabela, gesta��es anteriores, per�odo interpartal superior a um ano e registro do hist�rico obst�trico foram estatisticamente significantes nesta pesquisa (p<0,001).

 

Tabela 1 - Caracter�sticas das gestantes de acordo com a ra�a/cor, situa��o conjugal, ocupa��o, escolaridade, gesta��o anterior, intervalo interpartal, anota��o do hist�rico obst�trico no cart�o de sa�de da gestante, Foz do Igua�u - PR, 2017-2018

Vari�vel

Categorias

n

%

Valor-p

Ra�a/Cor

Amarela

1

0,3

<0,001

 

Branca

154

52,7

 

 

Ignorado

2

0,7

 

 

Negra

24

8,2

 

 

Parda

111

38,1

 

Situa��o Conjugal

Com companheiro

259

88,7

<0,001

 

Sem companheiro

33

11,3

 

 

 

 

 

 

Ocupa��o

Remunerada

136

46,6

0,242

 

N�o remunerada

156

53,4

 

Escolaridade

At� fundamental

90

31,1

<0,001

 

At� n�vel m�dio

169

57,7

 

 

At� n�vel superior

28

9,5

 

 

Sem escolaridade

5

1,7

 

Gesta��o Anterior

Sim

183

62,7

<0,001

 

N�o

109

37,3

 

Intervalo interpartal <1 ano

Sim

17

5,8

<0,001

 

N�o

275

94,2

 

Hist�ria obst�trica anotada

N�o

19

6,5

<0,001

 

Sim

173

59,3

 

 

N�o se aplica

100

34,2

 

Fonte: Autoria pr�pria.

 

De acordo com a Tabela 2, todas as mulheres participantes deste estudo realizaram o pr�-natal. Verificou-se signific�ncia estat�stica (p<0,001) para mulheres que realizaram seis ou mais consultas (81,2%) e para as que realizaram as consultas em UBS (91,1%), no entanto, poucas mulheres (3,4%), estratificadas no grupo risco intermedi�rio ou alto risco, buscaram atendimento no ambulat�rio especializado.

 

Do mesmo modo, encontrou-se signific�ncia estat�stica (p<0,001) para o in�cio do pr�-natal antes de 14 semanas de gesta��o (79,4%), primeira consulta realizada pelo enfermeiro (89,0%) e gestantes estratificadas como risco habitual (61,0%). Importante destacar que para 8,6% das gestantes o risco n�o foi estratificado. Menos da metade das gestantes (40,3%) foram informadas sobre o risco apresentado, sendo que o enfermeiro foi o profissional que mais as informou (40,8%), com signific�ncia estat�stica para ambos (p<0,001).

 

Tabela 2 - Caracteriza��o do atendimento pr�-natal de acordo com n�mero de consultas, local do pr�-natal, in�cio do pr�-natal, profissional que realizou a 1� consulta, estratifica��o de risco, se gestante informada e profissional que informou o risco gestacional, Foz do Igua�u - PR, 2017-2018

Vari�vel

Categorias

n

%

Valor-p

Consultas de pr�-natal

 

6 ou mais

3 a 5

0 a 2

N�o

237

43

9

3

81,2

14,7

3,1

1,0

<0,001

Local de pr�-natal

Ambulat�rio especializado

Unidade B�sica de Sa�de

Unidade B�sica de Sa�de/ambulat�rio especializado

Unidade B�sica de Sa�de/Consult�rio privado

4

267

6

 

 

15

1,3

91,5

2,1

 

 

5,1

<0,001

Inicio do Pr�-natal

<14 semamas

14 a 27 semanas

>27 semanas

N�o informado

232

49

7

4

79,4

16,8

2,4

1,4

<0,001

Profissional 1� consulta

Enfermeiro

Cl�nico Geral

Ginecologista/Obstetra

N�o sabe informar

T�cnica/Auxiliar enfermagem

260

8

13

8

3

89,1

2,7

4,5

2,7

1,0

<0,001

Estratifica��o de risco

N�o realizado

Alto Risco

Risco Intermedi�rio

Risco Habitual

25

55

34

178

8,6

18,8

11,6

61,0

<0,001

Informada sobre o risco

Sim

N�o

175

117

40,3

59,7

<0,001

Profissional que informou

Enfermeiro

M�dico

Enfermeiro + M�dico

N�o informada

N�o sabe dizer quem

119

50

3

116

4

40,8

17,1

1,0

39,7

1,4

<0,001

Fonte: Autoria pr�pria.

 

A tabela 3 a seguir apresenta as a��es desenvolvidas no pr�-natal, e foram demonstrado resultados estatisticamente significantes (p<0,001) para a falta de consultas odontol�gicas (72,9%), citologia onc�tica (62,7%), exame das mamas (42,8%) e pr�-natal classificado como intermedi�rio (73,3%). Por outro lado, resultados favor�veis foram observados para a realiza��o dos exames laboratoriais (97,9%).

 

Tabela 3A��es desenvolvidas no pr�-natal: consultas odontol�gicas, citologia onc�tica, exame das mamas, classifica��o do pr�-natal e exames laboratoriais,Foz do Igua�u - PR, 2017-2018

Vari�vel

Categorias

N

%

Valor-p

Consultas odontol�gicas

Sim

79

27,1

<0,001

 

N�o

213

72,9

 

Citologia Onc�tica

Antes da gravidez

81

27,7

<0,001

 

 N�o fez

183

62,7

 

 

Sim

28

9,6

 

Exames das mamas

N�o

125

42,8

<0,001

 

Sem registro                

4

1,4

 

 

Sim

163

55,8

 

Classifica��o pr� natal

Adequado

6

2,0

<0,001

 

Intermedi�rio

214

73,3

 

 

Inadequado

72

24,7

 

Exames laboratoriais

Sim

286

97,9

<0,001

 

N�o

4

1,4

 

 

N�o registrado

2

0,7

 

Fonte: Autoria pr�pria.

 

Com respeito as a��es de educa��o em sa�de, verificou-se que a maioria das participantes (88,4%) n�o participaram de grupos de gestantes, mas mesmo assim, buscaram informa��es sobre a gesta��o (70,5%), com dados com signific�ncia estat�stica (p<0,001). Quanto as fontes de informa��o, a maioria das gestantes priorizou a busca pela internet (70,5%). Resultado estatisticamente significante tamb�m foi observado quanto a informa��o para buscar a maternidade diante de agravos (96,6%), contudo mais da metade das participantes (61,6%) n�o visitaram a maternidade antes da realiza��o do parto (Tabela 4).

 

Tabela 4Caracter�sticas relacionadas as informa��es e fontes procuradas por gestantes: internet, m�e/sogra, amiga, televis�o, livros/revistas, enfermeiro, m�dico, Foz do Igua�u - PR, 2017-2018

Vari�veis

Categorias

n

%

Valor-p

Participou de grupo de gestante

Sim

34

   11,6

<0,001

 

N�o

258

88,4

 

Buscou informa��o na gravidez

Sim

206

70,5

<0,001

 

N�o

86

29,5

 

Informa��es na internet

Sim

183

62,7

<0,001

 

N�o

109

37,3

 

Informa��es com m�e/sogra

Sim

57

19,5

<0,001

 

N�o

235

80,5

 

Informa��es com amiga

Sim

38

13,0

<0,001

 

N�o

254

87,0

 

Informa��es na televis�o

Sim

16

5,5

<0,001

 

N�o

276

94,5

 

Informa��es em livros/revistas

Sim

11

3,8

<0,001

 

N�o

281

96,2

 

Informa��es com enfermeiro

Sim

40

13,7

<0,001

 

N�o

252

86,3

 

Informa��es com m�dico

Sim

61

20,9

<0,001

 

N�o

231

79,1

 

Informada a procurar o hospital

Sim

282

96,6 

<0,001

 

N�o

10

3,4    

 

Visitou a maternidade

Sim

112

38,4

<0,001

 

N�o

180

61,6                

 

Fonte: Autoria pr�pria.

 

Conforme o referencial adotado, foi poss�vel classificar os pr�-natais realizados, essa avalia��o identificou que seis (2,0%) pu�rperas tiveram pr�-natal classificado como Adequado, 72 (24,7%) pu�rperas tiveram pr�-natal classificado como Intem�di�rio e 214 (72,3%) como Inadequado. A distribui��o dessa vari�vel foi significativa isoladamente (p<0,001). Na sequ�ncia, testou-se quais var�aveis poderiam estar associadas a esta condi��o.

 

O teste Qui-quadrado realizado para verifica��o de associa��o entre vari�veis categ�ricas, evidenciou rela��o do pr�-natal classificado como intermedi�rio para a escolaridade de ensino m�dio completo/incompleto (p<0,001), pr�-natal realizado na UBS (p<0,001), continuidadeo do pr�-natal na UBS de origem (p<0,009) e a n�o informa��o sobre o risco gestacional (p<0,002), de acordo com a Tabela 5.

 

Ainda na mesma tabela, apresenta-se as vari�veis com dados significativos para a falta de realiza��o da ultrassom morfol�gica (p<0,002) e para a busca por informa��es sobre a gravidez (p<0,005) relacionados ao grau de classifica��o do pr�-natal.

 

Tabela 5Rela��o da classifica��o do pr�-natal com a escolaridade materna, pr�-natal em acompanhamento no local de origem, profissional que informou sobre o risco, ultrassom morfol�gica e busca por informa��es, Foz do Igua�u - PR, 2017-2018

Vari�vel

Adequado

   n1 (%)

Intermedi�rio

        n2 (%)

Inadequado

     n3 (%)

Valor-p

Escolaridade

 

Fundamental completo/incompleto

5

1,7

66

23

19

6,6

0,001

M�dio completo/incompleto

0

0,0

120

41,8

49

17,1

 

Superior completo/incompleto

1

0,3

23

8

4

1,4

 

Local de pr�-natal

 

Ambulat�rio especializado

Unidade B�sica de Sa�de

Unidade B�sica de Sa�de/Ambulat�rio especializado

Unidade B�sica de Sa�de/Privado

1

4

1

 

0

0,3

1,4

0,3

 

0,0

2

193

5

 

14

0,7

66,1

1,7

 

4,8

1

70

0

 

1

0,3

24

0,0

 

0,3

0,001

Acompanhamento Unidade B�sica de Sa�de de origem

 

Sem registro

0

0,0

0

0,0

1

0,3

0,009

N�o se aplica

2

0,7

152

52,1

41

14

 

N�o

0

0,0

9

3,1

0

0,0

 

Sim, continuou

4

1,4

53

18,2

30

10,3

 

Profissional informou o risco

 

Enfermeiro

Enfermeiro + M�dico

M�dico

N�o foi informada

N�o sabe informa

1

0

3

1

1

0,3

0,0

1,0

0,3

0,3

81

3

33

94

3

27,7

1,0

11,3

32,2

1,0

37

0

14

21

0

12,7

0,0

4,8

7,2

0,0

0,002

Ultrassom morfol�gica

 

Sem registro

N�o

Sim

0

3

3

0,0

1,0

1,0

7

141

66

2,4

48,3

22,6

1

30

41

0,3

10,3

14

0,002

Buscou informa��o

 

N�o

Sim

0

6

0,0

2,1

55

159

18,8

54,5

31

41

10,6

14,0

0,005

Fonte: Autoria pr�pria.

 

Discuss�o

 

Com respeito as caracter�sticas sociodemogr�ficas, a idade adequada para gestar (19 e 34 anos), ra�a/cor branca, n�vel m�dio de escolaridade, ter um companheiro fixo e n�o exercer trabalho remunerado, foram aspectos identificados para a maioria das participantes e que contemplam uma gesta��o de risco habitual, segundo a Rede M�e Paranaense. Importante apontar que os extremos de idade (10 e 43 anos) identificados exigem cautela por parte dos profissionais, considerando que os agravos a sa�de materna e fetal fazem parte, especialmente, destes segmentos et�rios(10). Do mesmo modo, embora poucas participantes se autodeclararam de ra�a negra/cor preta, esta varivel � considerada fator de risco para desenvolvimento de comorbidades e para o acesso aos servi�os de sa�de, quando comparada a ra�a branca(4,11).

 

Como a maioria das gestantes possuia um companheiro, ressalta-se que a situa��o conjugal no ciclo grav�dico puerperal pode fortalecer o v�nculo entre o casal e o rec�m-nascido, o que � importante para estimular o parceiro a atuar desde o pr�-natal at� o nascimento da crian�a, bem como participar dos primeiros cuidados com a mesma e auxiliar na amamenta��o (12).

 

No tocante ao hist�rico obst�trico, ter o registro de tudo o que aconteceu em gesta��es anteriores, quais exames foram feitos, presen�a de agravos e caracter�sticas do nascimento do filho anterior, � relevante para a aten��o pr�-natal e garante seguran�a para a m�e e o beb�, incluindo um per�odo adequado para o corpo feminino se recuperar para uma pr�xima gesta��o. Uma pesquisa identificou que o per�odo reportado como adequado tem sido de dois a quatro anos(13).

 

Esta investiga��o apresentou aspectos favor�veis para o n�mero de consultas, exames laboratoriais, estratifica��o de risco e in�cio do pr�-natal, contudo, foram evidenciadas lacunas na magnitude do cuidado levando a falhas para a acompanhamento pr�-natal, classificando-o como intermedi�rio, na perspectiva da mulher usu�ria. Dados semelhantes foram identificados na pesquisa realizada com gestantes na regi�o Sul e Nordeste do Brasil(14-15).

 

not�rio que a redu��o da mortalidade materna e infantil no Brasil est� diretamente relacionada �s a��es desenvolvidas para o cuidado no pr�-natal e nascimento, todavia, a incid�ncia de agravos � decorrente de uma (des)assist�ncia em termos de qualidade no que diz respeito � continuidade do cuidado, da promo��o da sa�de, da preven��o de danos e educa��o em sa�de(4,15). Apesar do alto n�mero de consultas de pr�-natal, os dados aqui apresentados coadunam com os resultados de uma revis�o da literatura realizada no Brasil, onde os �ndices de cobertura foram altos, mas a presen�a de falhas na continuidade e pouca qualidade dispensada foram excepcionalmente preditores para o aumento de agravos a sa�de materna e infantil(16).

 

Al�m disso, o registro das a��es, seja da hist�ria pregressa ou da gesta��o atual, � extremamente necess�rio, visto que se refere a uma forma de garantir a continuidade do cuidado e de proporcionar o bom acompanhamento por profissionais mais qualificados(17).

 

Neste cen�rio, � relevante destacar o protagonismo do enfermeiro para � aten��o pr�-natal por meio da consulta de enfermagem, a qual se refere a uma a��o realizada privativamente pelo enfermeiro e tem como objetivo oportunizar condi��es para a promo��o da sa�de da gestante e melhoria na qualidade de vida da mulher(2-3). Sendo assim, cabe ao enfermeiro a abertura do pr�-natal, estratifica��o do risco gestacional e acompanhamento, conjuntamente � realiza��o de outras a��es de promo��o, preven��o e educa��o em sa�de(15).

 

Segundo a Rede M�e Paranaense, a gestante de Risco Habitual � aquela mulher que n�o apresenta caracter�sticas individuais, sociodemogr�ficas, de hist�ria reprodutiva anterior e de agravos � sua sa�de; Risco Intermedi�rio envolvem mulheres com caracter�sticas individuais, sociodemogr�ficas, de gesta��es anteriores, que possam comprometer sua sa�de atual; Alto Risco, est�o inseridas nesse grupo as gestantes com doen�as pr�vias e ou com agravos na gesta��o atual, e que possa comprometer a sa�de f�sica de m�e e beb(4).

 

� preconizado ao enfermeiro, o acompanhamento da gestante de risco habitual, enquanto que gestantes de risco intermedi�rio e de alto risco devem ser vinculadas as unidades especializadas para o seguimento m�dico, no entanto, estas gestantes, embora acompanhadas por profissionais especialistas, elas devem retornar a sua unidade de sa�de de origem para a continuidade de seus cuidados a n�vel prim�rio, considerando que este servi�o � a porta de entrada para o pr�-natal e para todas suas a��es, independentemente do momento ou do n�mero de vezes que precisar dos servi�os(4,7).

 

A magnitude do seguimento pr�-natal envolve um conjunto de exames laboratoriais e de imagens, procedimentos cl�nicos, interven��es educativas realizadas durante as consultas e ou de forma coletiva, todas quais buscando monitorar a evolu��o da gravidez, detectar antecipadamente e tratar as intercorr�ncias mais recorrentes, contudo outras a��es se fazem importantes para a completude da aten��o pr�-natal(4,15).

 

Diversas mudan�as fisiol�gicas s�o percebidas na gestante, deste modo, justifica-se a necessidade de pelo menos duas consultas odontol�gicas durante a gravidez, para que ela receba orienta��es e tratamentos oportunos de desconfortos e possa prevenir agravos como as infec��es. Pesquisadores descrevem que a procura por consultas odontol�gicas no per�odo gestacional ainda se encontra insipiente e poucos estudos s�o realizados para verificar a baixa ades�o(18), contudo, o n�vel educacional, nacionalidade, autocuidado e conhecimento sobre sa�de oral s�o fatores determinantes para a ades�o ao cuidado em mulheres gr�vidas(19).

 

E com respeito a citologia onc�tica, embora n�o seja um exame de rotina pr�-natal, � fundamental que este seja realizado, considerando a oportunidade de visita ao servi�o de sa�de criada pelo acompanhamento pr�-natal(4).

 

Com rela��o s a��es educativas no pr�-natal, um importante alicerce para a promo��o da sa�de, verifica-se uma tend�ncia a restri��o dessas a��es apenas durante as consultas individuais, com o simples repasse de algumas informa��es sobre gravidez, parto e cuidados com o beb�. Assim, embasadas em uma abordagem pouco atraente, as gestantes acabam por recorrer a busca por informa��es em outros meios, principalmente pela internet, amigos e familiares.

 

� fundamental o despertar dos profissionais para o exerc�cio da educa��o em sa�de por outras metodologias, nesta dire��o, compreende-se que a promo��o da sa�de torna-se uma importante vertente para a preven��o de doen�as e complica��es no processo de adoecimento, al�m de ser um meio de transmiss�o de informa��es em sa�de mediante processos educativos, por exemplo,  com o uso de roda de conversa ou de grupo focal(20).

 

A generaliza��o deste estudo n�o � indicada, considerando que os resultados retratam um munic�pio e n�o o estado, embora teoricamente todos devam seguir a linha guia da Rede M�e Paranaense, estudos de aprofundamento ainda s�o necess�rios para verifica��o da completa implanta��o e funcionamento adequado.

 

Conclus�es

 

Os resultados mostraram que as participantes tinham idade m�dia de 25,8 anos, brancas, n�vel m�dio de escolaridade, com companheiro fixo e n�o exerciam profiss�o remunerada. Entre as mulheres com gesta��es anteriores, o per�odo interpartal foi superior a um ano e havia o registro do hist�rico obst�trico no cart�o de sa�de da gestante.

 

As consultas de pr�-natal foram iniciadas precocemente, em n�mero adequado (superior a seis), realizadas em UBS, sendo o enfermeiro o profissional que realizou a primeira consulta e as gestantes estratificadas como risco habitual. Menos da metade das gestantes foram informadas sobre o risco apresentado, e dentre as que receberam a informa��o, o enfermeiro foi o profissional que mais as informou.

 

O presente estudo mostra fragilidades na aten��o pr�-natal, no que diz respeito a magnitude e qualidade das consultas e na educa��o em sa�de, sendo deste modo, classificado como intermedi�rio. Foram observadas falhas na realiza��o de consultas odontol�gicas, da citologia onc�tica, informa��o sobre o risco gestacional, exames de imagem e exame das mamas. Com respeito as a��es de educa��o em sa�de, a maioria n�o participou de grupos de gestantes, e buscaram informa��es, mas pela internet. Al�m disso, muitas gestantes n�o visitaram a maternidade antes da realiza��o do parto.

 

Este estudo possibilitou um olhar mais cr�tico sobre a assist�ncia prestada a essas gestantes ap�s a implanta��o da Rede M�e Paranaense, sendo que as consultas e exames est�o ocorrendo, no entanto, ainda existem falhas no registro das informa��es e no desenvolvimento de a��es para a promo��o da sa�de da gestante.

 

Os autores declaram que n�o h� conflitos de interesses.

 

Refer�ncias

 

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