REVISTA NORTE MINEIRA DE ENFERMAGEM

ISSN: 2317-3092

 

 

Recebido em:

15/07/2020

Aprovado em:

07/12/2020

Como citar este artigo

Gráfico de linhas

 

Santos MP, Costa EC, Farre AGMC, Sousa LB. Grupo virtual de saúde: estratégia para promoção do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. Rev Norte Mineira de enferm. 2020; 9(2):11-20.

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Autor correspondente

Gráfico de linhas

 

Marks Passos Santos1

Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Correio eletrônico: enfer.marks@hotmail.com

 

 

 

 

ARTIGO ORIGINAL

GRUPO VIRTUAL DE SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DO USO ADEQUADO DO PRESERVATIVO POR ADOLESCENTES ESCOLARES

 

Virtual health group: a strategy to promote the adequate use of condoms by adolescent students

 

Extraído da dissertação – Aplicativo Whatsapp® como tecnologia de promoção da saúde sexual de adolescentes escolares apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, em 2018, ano de apresentação.

Marks Passos Santos1, Edmara Chaves Costa2, Anny Giselly Milhome da Costa Farre3, Leilane Barbosa de Sousa4

 

1 Mestre em Enfermagem pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Faculdade AGES de Medicina - BA, Jacobina, BA, Brasil, enfer.marks@hotmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1180-404X

2 Doutora em Ciências Veterinárias pela Universidade Estadual do Ceará - CE, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Redenção, CE, Brasil, edmaracosta@unilab.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0007-6681

3 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará - CE, Universidade Federal de Sergipe - SE, Lagarto, SE, Brasil, annygiselly.enfermagem@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0676-4090

4 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará - CE, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Redenção, CE, Brasil, leilane@unilab.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0266-6255

 

DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202090202

 

 

Objetivo: avaliar a estratégia educativa Grupo Virtual de Saúde desenvolvida por meio do aplicativo Whatsapp® como um recurso de promoção do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. Método: estudo quase experimental do tipo antes e depois, realizado com 59 adolescentes escolares, de 14 a 17 anos. Os dados quantitativos foram coletados por meio de questionário e os qualitativos por meio dos textos compartilhados via Whatsapp®.  Resultados: houve acréscimo de conhecimento adequado acerca do uso do preservativo quando realizada a comparação do antes e do depois a intervenção educativa. Os dados revelaram ainda diferença significativa nas variáveis conhecimento (p = 0,007) e atitude (p = 0,009) acerca do uso do preservativo quanto à adequação das respostas aos itens do pré e pós-teste. Conclusão: a estratégia utilizada promoveu significativa aquisição de conhecimento e atitude para o uso adequado do preservativo em adolescentes escolares.

 

 

DESCRITORES: Adolescente, Preservativo, Saúde sexual, Infecção sexualmente transmissível, Enfermagem.

 

Objective: to evaluate the educational strategy Virtual Health Group developed through the Whatsapp® application as a resource to promote the adequate use of condoms by adolescent students. Method: an almost experimental study of the before and after type, carried out with 59 school teenagers, from 14 to 17 years old. The quantitative data was collected by means of a questionnaire and the qualitative data by means of texts shared via Whatsapp®.  Results: adequate knowledge about condom use was added when comparing the before and after educational intervention. The data revealed a significant difference in the variables knowledge (p = 0.007) and attitude (p = 0.009) about condom use regarding the adequacy of responses to pre and post-test items. Conclusion: the strategy that was used promoted significant acquisition of knowledge and attitude for the adequate use of condoms in adolescent students.

 

DESCRIPTORS: Adolescent. Condom. Sexual health. Sexually transmitted infection. Nursing.

 

INTRODUÇÃO

 

A adolescência é um período caracterizado por experimentações, quando o indivíduo procura descobrir sua identidade no mundo. Nesse processo, o adolescente tente a adotar comportamentos de saúde influenciados pelo denominado pensamento mágico, que o faz acreditar que nada de ruim poderá lhe ocorrer(1-2). Diante disso, o público adolescente constitui-se como público vulnerável, com maior pré-disposição a comportamentos de risco para diversos problemas de saúde, tais como condutas sexuais inadequadas, incluindo a relação sem uso do preservativo(3).

 

Dados justificam a preocupação da saúde pública com os adolescentes, visto que o boletim epidemiológico aponta que desde o ano de 2006 o número de novos casos de adolescente de 15 a 19 anos infectado com o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)/aids tem aumentado, onde em 2006, eram 2,4/100.000 habitantes; já em 2016, 6,7/100.000 habitantes, o que leva a concluir que os adolescentes têm adotado comportamentos inadequados frente às práticas sexuais(4). Para alcançar a redução do número de novos casos de adolescentes infectados com HIV/aids é preciso garantir conhecimento sobre a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a do HIV/aids(5).

 

A aquisição de conhecimento não garante a modificação do comportamento; porém, é um pré-requisito para isto. Desse modo, quando o adolescente têm conhecimento adequado sobre sua sexualidade, tem mais oportunidades de ter práticas sexuais seguras, ao contrário dos que detêm conhecimento insuficiente, que são expostos facilmente a situações de risco(5-6). O conhecimento é considerado, ainda, um fator importante na alteração comportamental do indivíduo. Embora os adolescentes tenham acesso a informações sobre a sexualidade em diversas fontes, como amigos, escola, televisão, Internet(7), nem sempre a informação é adequada.

 

Existem lacunas em relação ao conhecimento dos adolescentes sobre prevenção, mesmo estes considerando seu conhecimento satisfatório. Estudos apontam a necessidade informar os adolescentes quanto à promoção de sua saúde e a prevenção de doenças, principalmente as transmissíveis(8). Para realizar esse compartilhamento de informação se faz necessário que o informante (profissional capacitado) se insira nos ambientes nos quais estes indivíduos convivem, podendo ser ambientes físicos como os virtuais, nos casos das redes sociais.

 

Destarte, é imprescindível a criação de estratégias inovadoras que despertem o interesse por parte dos adolescentes a participarem das ações e se tornarem protagonistas de seu cuidado.

 

Diante dessa situação e da motivação do papel da Enfermagem na educação em saúde, surgiu o interesse no presente estudo, partindo do pressuposto de que uma estratégia do tipo discussão em ambiente virtual (Whatsapp®), denominada nesta pesquisa como Grupo Virtual de Saúde (GVSau), poderia ser favorável para a promoção de conhecimento e atitudes adequadas para o uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. Nesse âmbito, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a estratégia educativa Grupo Virtual de Saúde (GVSau) como um recurso de promoção do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares.

 

MÉTODO

 

Estudo quase experimental do tipo antes e depois, de abordagem mista, realizado em uma escola de integração de ensino médio e profissionalizante de tempo integral, situada na região do Maciço de Baturité, Ceará, Brasil. No ano de 2018 haviam 360 alunos matriculados com a faixa etária desejada, nos diversos cursos técnicos: Comércio, Enfermagem, Informática e Redes de Computadores.

 

A amostra inicial foi composta por 68 adolescentes escolares e se deu por adesão voluntária. Foram incluídos adolescentes de 14 a 17 anos, regularmente matriculados e que possuíssem telefone celular compatível com o aplicativo Whatsapp®. Houve perda do seguimento por parte de seis adolescentes, os quais voluntariamente desistiram da participação, e foram excluídos três, por não compartilharem nenhuma mensagem no decorrer da intervenção educativa. A amostra final foi, portanto, composta por 59 participantes.

 

A pesquisa foi desenvolvida em quatro fases:

Fluxograma 1: As quatro etapas da pesquisa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O convite para participar do estudo foi realizado em sala de aula, ocasião na qual foi apresentado o projeto a todos os adolescentes, permitindo o igual acesso de todos. Aos que apresentaram interesse, foi oferecido o Termo de assentimento para assinatura do adolescente e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para assinatura de seus pais e/ou responsável legal. Posteriormente ao recebimento de todos os termos preenchidos, aplicou-se o pré-teste a partir de um instrumento(9), sobre Conhecimento, Atitude e Práticas (CAP) acerca do uso do preservativo, o qual foi adaptado aos objetivos deste estudo, sendo incluída uma seção referente ao perfil dos adolescentes.

 

Na etapa seguinte, foram apresentados os cinco passos adotados no Arco de Maguerez(10), os quais foram utilizados na intervenção educativa. Realizada a apresentação, criou-se um grupo com todos os participantes e foi simulado como se daria a dinâmica da intervenção. Após a realização desta simulação, os grupos foram criados, respeitando os princípios da metodologia do Problem Based Learning (PBL), a qual aconselha que cada grupo de discussão deve ser formado por 6 a 15 pessoas, oportunizando a todos expor suas considerações(11-12).

 

Para a intervenção educativa, foram criados cinco grupos no Whatsapp®, denominados de Grupo Virtual de Saúde (GVSau), dois grupos do sexo masculino (ambos com 11 participantes) e três do sexo feminino (dois GVSau com 12 adolescentes e um com 13). A divisão dos grupos por sexo foi estabelecida a fim de minimizar eventuais constrangimentos advindos da exposição de questões particulares relacionadas ao gênero.

 

Cada grupo foi conduzido por um profissional da Enfermagem do sexo correspondente aos participantes. Os GVSau tiveram duração de três semanas, cada situação relacionada a uma variável (Conhecimento, Atitude e Prática) foi discutida durante oito dias.

 

A cada dia, os adolescentes eram conduzidos a desenvolver uma tarefa, seguindo os cinco passos da metodologia problematizadora. No primeiro dia (segunda-feira), a situação era lançada por cada facilitador em forma de imagem nos GVSau, este dia e no seguinte (terça-feira), eram dedicados a leitura e compreensão da situação problema; na quarta-feira, os facilitadores/enfermeiros faziam pequenas instigações, motivando os adolescentes a identificarem os pontos-chaves do problema; na quinta-feira, os adolescentes deveriam apresentar as hipóteses de solução; após isso, da sexta-feira ao domingo, juntos, os adolescentes criaram propostas para solucionar o caso, as quais eram reafirmadas pelos facilitadores. A discussão resultou em 946 mensagens de textos compartilhadas pelos participantes.

 

Após as três semanas de intervenção, esperou-se um intervalo de 90 dias para reaplicar o questionário. Este tempo é suficiente para avaliar mudanças das variáveis conhecimento e atitudes(13).

 

Os dados quantitativos foram avaliados em categorias pré-estabelecidas (Conhecimentos e Atitudes) e, seguindo as indicações do estudo(9), depois foram organizados em tabelas e processados no programa estatístico Epi info® (versão 7). Foram calculadas as frequências absolutas e relativas e a comparação de grupos por meio do teste Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Para a avaliação da eficiência da intervenção do antes e depois, foi aplicado especificamente o teste Qui-quadrado de McNemar para comparar a frequência dos dados pareados para cada variável, onde cada participante era o seu próprio controle. Foram considerados estatisticamente significativos os resultados com nível descritivo (p-valor) inferior a 0,05.

 

Já para os dados qualitativos foram utilizados os critérios de análise de conteúdo(14), com base nos quais todos os textos foram lidos e relidos e organizados/agrupados conforme as categorias preestabelecidas (conhecimento e atitude), tais registros foram selecionados de acordo com sua relevância no reforço aos dados quantitativos, assim como também por terem sido elementos disparadores nas discussões, o qual representa uma visão geral do grupo.

 

O projeto teve aprovação do Comitê de Ética da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (CEP/UNILAB) sob o número do parecer 1.800.088 e CAAE 60565216.8.0000.5576 e financiamento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Os adolescentes que aceitaram fazer parte da pesquisa receberam, em sala de aula, o Termo de Assentimento (TA) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os adolescentes foram orientados a apresentarem os documentos em casa para leitura de seus pais, bem como a convidarem os mesmos a entrarem em contato com os pesquisadores caso houvesse alguma dúvida. Após obtenção da assinatura do TCLE pelos pais/responsáveis e do TA pelos adolescentes, a coleta de dados foi iniciada.  Os participantes foram renomeados para manter seu anonimato, utilizando P (participante), número de ordem (1), G (GVSau) o qual fizeram parte e F se do sexo feminino ou M se masculino acompanhado de sua idade. Exemplo: (P1, G1, F16).

 

RESULTADOS

 

Dos participantes do estudo, 44 (64,7%) eram do sexo feminino e 24 (35,3%) do sexo masculino. Em relação às idades, houve uma variação de 14,4 a 17,6 anos, com média de 15,7 anos (DP=0,71). Quanto a série em que estudavam 48 (70,6%) eram do primeiro ano do ensino médio, 15 (22,1%) do segundo ano e cinco (7,4%) do terceiro ano. A respeito do estado conjugal, 53 (77,9%) responderam ser solteiro e o restante 15 (22,1%) estavam namorando, quanto à orientação sexual, 64 (94,1%) afirmaram ser heterossexuais e apenas quatro (5,9%) bissexuais, a média da idade da sexarca foi de 14,8 anos (DP=1,09). Ao serem questionados quanto sua etnia, a cor autodeclarada mais apresentada foi a parda 52 (76,5%), seguida da branca com 10 (14,7%). A renda familiar mencionada foi de até um salário mínimo 44 (64,7%).

 

A Tabela 1 apresenta o resultado da avaliação do conhecimento, antes da intervenção educativa, de acordo com as variáveis preditoras.

 

Tabela 1 - Avaliação do conhecimento (pré-teste). Redenção, Ceará, Brasil, 2018

VARIÁVEL DESFECHO

VARIÁVEIS PREDITORAS

Conhecimento

Estatística

[p-valor]

Adequado [%]

Inadequado [%]

Total

Sexo

 

 

 

 

Masculino

10 [41,7]

14 [58,3]

24

0,4171

Feminino

14 [31,8]

30 [68,2]

44

Orientação Sexual

 

 

 

 

Heterossexual

21 [32,8]

43 [67,2]

64

0,1223

Bissexual

03 [75,0]

01 [25,0]

04

Estado Conjugal

 

 

 

 

Solteiro

17 [32,1]

36 [67,9]

53

0,2961

Namorando

07 [46,7]

08 [53,3]

15

Curso Profissionalizante

 

 

 

 

Saúde

08 [44,4]

10 [55,6]

18

0,0921

Comércio

05 [19,2]

21 [80,8]

26

Informática

11 [45,8]

13 [54,2]

24

Religião

 

 

 

 

Católica

14 [31,8]

30 [68,2]

44

0,4171

Evangélica

10 [41,7]

14 [58,3]

24

Renda Familiar

 

 

 

 

Até um salário

19 [43,2]

25 [56,8]

44

0,0651

Mais de um salário

05 [20,8]

19 [79,2]

24

1Qui-quadrado de Pearson, 2Razão de verossimilhança.

Fonte: próprios autores.

 

 

A Tabela 2 apresenta o resultado da avaliação da atitude, antes da intervenção educativa, de acordo com as variáveis preditoras.

 

 

 

Tabela 2 - Avaliação da atitude (pré-teste). Redenção, Ceará, Brasil, 2018

VARIÁVEL DESFECHO

 

VARIÁVEIS PREDITORAS

Avaliação da atitude

Estatística

[p-valor]

Adequado [%]

Inadequado [%]

Total

Sexo

 

 

 

 

Masculino

9 [37,5]

15 [62,5]

24

0,6491

Feminino

19 [43,2]

25 [56,8]

44

Orientação Sexual

 

 

 

 

Heterossexual

26 [40,6]

38 [59,4]

64

0,5483

Bissexual

2 [50,0]

2 [50,0]

4

Estado Conjugal

 

 

 

 

Solteiro

22 [41,5]

31 [58,5]

53

0,9161

Namorando

6 [40,0]

9 [60,0]

15

Curso Profissionalizante

 

 

 

 

Saúde

9 [50,0]

9 [50,0]

18

0,1711

Comércio

7 [26,9]

19 [73,1]

26

Informática

12 [50,0]

12 [50,0]

24

Religião

 

 

 

 

Católica

20 [45,5]

24 [54,5]

44

0,3321

Evangélica

8 [33,3]

18 [66,7]

24

Renda Familiar

 

 

 

 

Até um salário

20 [45,5]

24 [54,5]

44

0,3321

Mais de um salário

8 [33,3]

18 [66,7]

24

1Qui-quadrado de Pearson, 2Teste Exato de Fisher.

Fonte: próprios autores.

 

Em relação à avaliação das variáveis conhecimento (Tabela 1) e atitude (Tabela 2) antes da intervenção educativa e as variáveis sociodemográficas não houve diferença estatística significativa entre as variáveis preditoras e as de desfecho. Dessa forma, constatou-se a inadequação do conhecimento e da atitude relacionado ao uso do preservativo.

 

Os dados apresentados nas tabelas também foram confirmados nas mensagens compartilhadas nos GVSau, segundo as quais ou nas quais a maioria dos adolescentes relataram não saber quais os cuidados que devem ter com o preservativo, conforme expresso nas unidades de contexto a seguir:

 

“Cuidado em esticar bem o preservativo antes do uso e verificar se o mesmo se encontra com algum tipo de furo”. (P1, G2, M15)

“Não sei nenhum cuidado que se deve ter com o preservativo (P4, G5, F17)

Cuidado ao colocar, ao tirar e principalmente onde vai colocar depois de usado”. (P6, G3, F16)

 

Ainda quanto à variável conhecimento, ressalta-se a fonte de informação dos adolescentes sobre o uso do preservativo, identificando-se que 62 (91,2%) dos relatos demonstram que os adolescentes conheceram o preservativo no contexto escolar, outras fontes foram elencadas, a saber: internet, nove (13,2%); TV, sete (10,3%); família, cinco (7,4%), amigos, quatro (5,9%) e Unidade de Atenção primária à Saúde (UAPS), três (4,4%).

 

Fato a ser destacado na variável atitude, é que os adolescentes apresentam pensamento positivo ao apresentarem a importância de utilizar corretamente o preservativo em todas as práticas sexuais (anal, oral e vaginal):

 

“A camisinha é indicada em todos os tipos de práticas sexuais, no caso da oral e anal muitas pessoas não utilizam por não acharem necessário, como se a camisinha fosse prevenir somente gravidez”. (P5, G4, M15)

“O objetivo de usar a camisinha não é somente prevenir a gravidez, é também evitar qualquer IST, seja em qualquer tipo de prática sexual”. (P7, G4, F17)

“É necessário utilizar a camisinha em todas práticas sexuais, pois tanto no sexo oral, anal e vaginal estamos expostos às ISTs”. (P4, G2, M14)

 

A Tabela 3 ilustra a descrição da relação significativa nas variáveis conhecimento (p=0,007) e atitude (p = 0,009) antes e após intervenção educativa.

 

Tabela 3 - Comparação dos conhecimentos e atitudes de adolescentes escolares antes e após do GVSau. Redenção - Ceará, Brasil, 2018

Avaliação do Conhecimento

Pós-Teste

[p-valor]1

Adequado

Inadequado

Total

Pré-Teste

 

 

 

 

Adequado [%]

19 [82,6]

04 [17,4]

23 [100,0]

0,007

Inadequado [%]

17 [47,2]

19 [56,8]

36 [100,0]

Total [%]

36 [61,0]

23 [39,0]

59 [100,0]

 

Avaliação da Atitude

Pós-Teste

 

Adequado

Inadequado

Total [%]

Pré-Teste

 

 

 

 

Adequado [%]

19 [76,0]

06 [24,0]

25 [100,0]

0,009

Inadequado [%]

20 [58,8]

14 [41,2]

34 [100,0]

Total [%] 

39 [66,1]

20 [33,9]

59 [100,0]

 

1Teste Qui-quadrado de McNemar.

Fonte: próprios autores.

 

Uma visão geral dos dados proporciona a identificação de um acréscimo em relação ao conhecimento nas respostas adequadas e redução nas inadequadas em 22,1%; enquanto na atitude este índice foi de 23,8%. Sendo assim, constata-se que a estratégia educativa GVSau contribuiu para a aquisição de conhecimento e atitude adequados quanto ao uso do preservativo.

 

Considerando que, para a Avaliação de Conhecimento, a proporção total de respostas adequadas foi de 23/59 (38,98%) no pré-teste e passou para 36/59 (61,02%) no pós-teste, observa-se uma diferença de 22,04% de incremento significativo nos acertos de questões do instrumento (p = 0,007) após a intervenção. Uma tendência positiva também pode ser observada no caso da Avaliação da Atitude, com um índice de conversão de 25/59 (42,4%) para 39/59 (66,1%) de respostas adequadas (23,7%) entre o pré e o pós-teste (p = 0,009). Sendo assim, constata-se que a estratégia educativa GVSau contribuiu para a aquisição de conhecimento e atitude adequados quanto ao uso do preservativo.

 

O acréscimo no conhecimento e atitude adequados após a intervenção também foi evidenciado nos depoimentos a seguir:

 

A camisinha deve ser colocada desde o início da relação sexual até o fim. Sempre tomando os devidos cuidados para que a sua função seja a desejada, evitando gravidez indesejada e IST’s (P6, G3, F16)

Não abrir a embalagem com o dente; colocar a camisinha de maneira correta e o cuidado para que a camisinha não esteja furada. (P4, G5, F17)

A camisinha deve ser colocada desde o início da relação sexual. É possível ter pequenas e imperceptíveis porções de espermatozoides que são liberadas antes da ejaculação propriamente dita (P6, G3, F16)

 

DISCUSSÃO

 

Os adolescentes participantes do estudo, em sua maioria meninas que ainda não haviam vivenciado a sexarca, apresentavam conhecimento e atitude inadequados acerca do uso do preservativo. Ressalta-se que o ambiente escolar foi o mais citado e a Unidade Básica de Saúde foi a menos citada como fonte destas informações pelos adolescentes. A intervenção educativa com base em metodologia ativa via Whatsapp® promoveu aquisição de conhecimento adequado (p = 0,007) e atitude adequada (p = 0,009) acerca do uso do preservativo.

 

Praticamente todos os adolescentes (92,7%) deste estudo ainda não tiveram sua sexarca. Resultado semelhante foi encontrado em outras pesquisas, nas quais destaca-se a importância em educar esses sujeitos antes de iniciarem sua prática sexual, com o intuito de prevenir as IST, bem como a gravidez na adolescência, colocando ainda a necessidade de educar a família desses adolescentes, para assim ajudá-los na transição da fase da infância para a adulta de forma saudável(15). A participação ativa da família na adolescência garante segurança aos adolescentes, proporcionando assim muitas vezes o distanciamento destes indivíduos das zonas de vulnerabilidade.

 

Por outro lado, outros adolescentes tiveram sua primeira relação sexual em média aos 14,8 anos de forma precoce, essa idade é similar à de vários outros estudos, que apontam que esse fato se dá entre os 13 e 15 anos(16-17). Vários fatores contribuem para essa precocidade, a questão da autoafirmação de sua masculinidade, a influência negativa sofrida pelos amigos, questões culturais, sociais e de gênero(18,19).

 

Dentre os comportamentos de risco para a gravidez na adolescência e a exposição às IST, encontra-se o início precoce da relação sexual. A vulnerabilidade se agrava ainda mais quando o adolescente faz uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas(18-19). O problema principal não está na primeira relação sexual precoce, mas sim no fato de o adolescente não ter conhecimento suficiente para adotar atitudes e práticas sexuais seguras.

 

Estudo realizado em Teresina, Piauí, com 258 adolescentes gestantes de 13 a 19 anos, revela os adolescentes são carentes de informações quanto aos métodos contraceptivos(20). Esses achados se assemelham aos deste estudo, no qual mesmo todos os adolescentes conhecendo os preservativos, muitos apresentam conhecimento e atitude inadequados, uma vez que não sabem os cuidados necessários para o devido uso do preservativo. O fato de ouvir falar sobre o preservativo não garante ao adolescente conhecimento adequado para que tenha pensamento e prática adequados.

 

A escola se destacou neste estudo por ser o local em que o adolescente mais teve contato com a informação sobre o preservativo. Resultado que corroboram com o estudo(21), que também destaca o ambiente escolar como o mais citado pelos adolescentes como o local que tiveram seu primeiro contato com informações sobre preservativos, isso porque este ambiente é considerado a segunda casa dos adolescentes, por passarem grande parte seu tempo.

 

Além do ambiente escolar, a internet também se destaca, principalmente em suas redes sociais virtuais como no Facebook®, Instagran®, Whatsaap®, sendo estes ambientes favoráveis à disseminação de informações. Um estudo destaca que o ambiente virtual proporciona um ideal espaço para a troca de experiências, podendo ser utilizado para a discussão de assuntos relacionados a saúde sexual, pois os adolescentes se sentem à vontade para discutir temas que são estigmatizados e rodeados de tabus(21).

 

Por outro lado, os achados deste estudo revelam que os adolescentes pouco buscam informações nas Unidades de Assistência Primária à Saúde (UAPS). Um estudo(22) explica esse achado em sua pesquisa com 122 adolescentes, os quais referiram não procurar as UAPS devido à falta de um ambiente acolhedor para que possam apresentar seus anseios, devido à falta de profissionais capacitados para realizar a abordagem das necessidades dos adolescentes, assim como também pela compreensão de muitos adolescentes ao entender que somente há a necessidade de buscar assistência na presença de uma morbidade. 

 

O fato de os adolescentes não terem conhecimentos adequados pode induzi-los a adotarem atitudes errôneas. Em estudo realizado com 208 jovens, verificou-se que 40% referiram não haver a necessidade de usar preservativo quando o relacionamento é estável e outros 20% afirmaram que quando seu parceiro pede para usar o preservativo se sentem constrangidas(23). O agir dos adolescentes é por impulso, pois mesmo tendo conhecimento adequado, tomam atitudes impensadas(20).

 

Percebe-se que os adolescentes não apresentam conhecimento suficiente para tomar atitudes adequadas, pelo simples fato de o adolescente não saber os cuidados essenciais que se deve tomar com o preservativo, isso corrobora com outros estudos que demonstram a necessidade de adoção de práticas educativas voltadas para esse público, antes mesmo que estes tenham relação sexual(23).

 

Para que haja uma adequação desse conhecimento e dessa atitude, se requer a adoção de estratégias educativas que contribuam com essa mudança, assim como o GVSau. Quando a intervenção é fundamentada nas características do público-alvo, se torna mais eficiente, podendo dessa forma promover conhecimentos e atitudes favoráveis à saúde(23). Estudo reafirma, ao ser construído um jogo educativo com 1176 adolescentes de 12 a 16 anos, que houve aumento do conhecimento e da atitude após a intervenção educativa(24).

 

Dessa mesma forma, o GVSau possibilitou aos adolescentes conhecimentos acerca do preservativo o que pode diretamente modificar sua atitude, mostrando que é preciso haver associação direta entre o conhecimento e a atitude relacionado ao uso do preservativo, pois, se não houver, poderá acarretar na não adesão na prática. Estudos mostram que na maioria das vezes os adolescentes têm conhecimento quanto à necessidade do uso do preservativo; porém, possuem atitudes inadequadas, ao considerar pouco necessário o uso do preservativo em todos tipos de relação sexual (anal, oral e vaginal), bem como em relação ao momento de utilizá-lo, as vezes atribuindo seu uso apenas no momento da ejaculação(25).

 

Nota-se que se faz premente criar estratégias que visem adequar tanto o conhecimento como a atitude, que consequentemente mudará a prática. Visto que ao final da intervenção educativa houve mudanças no conhecimento e na atitude dos adolescentes ao apresentarem conhecimentos adequados quanto ao uso do preservativo.

 

Apesar da relevância dos dados apresentados, o estudo limitou-se a avaliar as variáveis conhecimento e atitude, devendo ser incluída, em estudos futuros, a variável prática. Sugere-se, ainda, que essa estratégia seja utilizada com adolescentes sexualmente ativos, com o intuito de avaliar se a estratégia é capaz de modificar o comportamento dos indivíduos. Outra importante limitação é o fato deste estudo não permitir uma generalização, por não conseguir uma amostragem probabilística.

 

CONCLUSÃO

 

A estratégia GVSau apresentou efeitos positivos no âmbito da promoção de conhecimentos e atitudes adequados ao uso do preservativo pelos adolescentes escolares. Dessa forma, aconselha-se utilizar esta estratégia quando se há a intenção de modificar o conhecimento e a atitude dos indivíduos. Destaca-se a importância de se utilizar a tríade adotada neste estudo: uma ferramenta educativa e atrativa (Whatsapp), um método educativo eficaz (Arco de Maguerez) e um conteúdo recomendado pelas políticas públicas, o qual seja de interesse e necessidade dos participantes.

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradeço ao programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e a todos os doutores e colegas mestres por todo o conhecimento adquirido nesse tempo, bem como ao financiamento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

 

Declaramos que não há conflitos de interesse.

 

REFERÊNCIAS

 

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