REVISTA NORTE MINEIRA DE ENFERMAGEM

ISSN: 2317-3092

 

 

Recebido em:

15/07/2020

Aprovado em:

07/12/2020

Como citar este artigo

Gr�fico de linhas

 

Santos MP, Costa EC, Farre AGMC, Sousa LB. Grupo virtual de sa�de: estrat�gia para promo��o do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. Rev Norte Mineira de enferm. 2020; 9(2):11-20.

�cone de email

Autor correspondente

Gr�fico de linhas

 

Marks Passos Santos1

Universidade de Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Correio eletr�nico: enfer.marks@hotmail.com

 

 

 

 

ARTIGO ORIGINAL

GRUPO VIRTUAL DE SA�DE: ESTRAT�GIA PARA PROMO��O DO USO ADEQUADO DO PRESERVATIVO POR ADOLESCENTES ESCOLARES

 

Virtual health group: a strategy to promote the adequate use of condoms by adolescent students

 

Extra�do da disserta��o � Aplicativo Whatsapp� como tecnologia de promo��o da sa�de sexual de adolescentes escolares apresentada ao Programa de P�s-Gradua��o em Enfermagem, da Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, em 2018, ano de apresenta��o.

Marks Passos Santos1, Edmara Chaves Costa2, Anny Giselly Milhome da Costa Farre3, Leilane Barbosa de Sousa4

 

1 Mestre em Enfermagem pela Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Faculdade AGES de Medicina - BA, Jacobina, BA, Brasil, enfer.marks@hotmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1180-404X

2 Doutora em Ci�ncias Veterin�rias pela Universidade Estadual do Cear� - CE, Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Reden��o, CE, Brasil, edmaracosta@unilab.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0007-6681

3 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Cear� - CE, Universidade Federal de Sergipe - SE, Lagarto, SE, Brasil, annygiselly.enfermagem@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0676-4090

4 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Cear� - CE, Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - CE, Reden��o, CE, Brasil, leilane@unilab.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0266-6255

 

DOI: https://doi.org/10.46551/rnm23173092202090202

 

 

Objetivo: avaliar a estrat�gia educativa Grupo Virtual de Sa�de desenvolvida por meio do aplicativo Whatsapp� como um recurso de promo��o do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. M�todo: estudo quase experimental do tipo antes e depois, realizado com 59 adolescentes escolares, de 14 a 17 anos. Os dados quantitativos foram coletados por meio de question�rio e os qualitativos por meio dos textos compartilhados via Whatsapp�.  Resultados: houve acr�scimo de conhecimento adequado acerca do uso do preservativo quando realizada a compara��o do antes e do depois a interven��o educativa. Os dados revelaram ainda diferen�a significativa nas vari�veis conhecimento (p = 0,007) e atitude (p = 0,009) acerca do uso do preservativo quanto � adequa��o das respostas aos itens do pr� e p�s-teste. Conclus�o: a estrat�gia utilizada promoveu significativa aquisi��o de conhecimento e atitude para o uso adequado do preservativo em adolescentes escolares.

 

 

DESCRITORES: Adolescente, Preservativo, Sa�de sexual, Infec��o sexualmente transmiss�vel, Enfermagem.

 

Objective: to evaluate the educational strategy Virtual Health Group developed through the Whatsapp� application as a resource to promote the adequate use of condoms by adolescent students. Method: an almost experimental study of the before and after type, carried out with 59 school teenagers, from 14 to 17 years old. The quantitative data was collected by means of a questionnaire and the qualitative data by means of texts shared via Whatsapp�.  Results: adequate knowledge about condom use was added when comparing the before and after educational intervention. The data revealed a significant difference in the variables knowledge (p = 0.007) and attitude (p = 0.009) about condom use regarding the adequacy of responses to pre and post-test items. Conclusion: the strategy that was used promoted significant acquisition of knowledge and attitude for the adequate use of condoms in adolescent students.

 

DESCRIPTORS: Adolescent. Condom. Sexual health. Sexually transmitted infection. Nursing.

 

INTRODU��O

 

A adolesc�ncia � um per�odo caracterizado por experimenta��es, quando o indiv�duo procura descobrir sua identidade no mundo. Nesse processo, o adolescente tente a adotar comportamentos de sa�de influenciados pelo denominado pensamento m�gico, que o faz acreditar que nada de ruim poder� lhe ocorrer(1-2). Diante disso, o p�blico adolescente constitui-se como p�blico vulner�vel, com maior pr�-disposi��o a comportamentos de risco para diversos problemas de sa�de, tais como condutas sexuais inadequadas, incluindo a rela��o sem uso do preservativo(3).

 

Dados justificam a preocupa��o da sa�de p�blica com os adolescentes, visto que o boletim epidemiol�gico aponta que desde o ano de 2006 o n�mero de novos casos de adolescente de 15 a 19 anos infectado com o v�rus da imunodefici�ncia adquirida (HIV)/aids tem aumentado, onde em 2006, eram 2,4/100.000 habitantes; j� em 2016, 6,7/100.000 habitantes, o que leva a concluir que os adolescentes t�m adotado comportamentos inadequados frente �s pr�ticas sexuais(4). Para alcan�ar a redu��o do n�mero de novos casos de adolescentes infectados com HIV/aids � preciso garantir conhecimento sobre a transmiss�o de infec��es sexualmente transmiss�veis (IST), como a do HIV/aids(5).

 

A aquisi��o de conhecimento n�o garante a modifica��o do comportamento; por�m, � um pr�-requisito para isto. Desse modo, quando o adolescente t�m conhecimento adequado sobre sua sexualidade, tem mais oportunidades de ter pr�ticas sexuais seguras, ao contr�rio dos que det�m conhecimento insuficiente, que s�o expostos facilmente a situa��es de risco(5-6). O conhecimento � considerado, ainda, um fator importante na altera��o comportamental do indiv�duo. Embora os adolescentes tenham acesso a informa��es sobre a sexualidade em diversas fontes, como amigos, escola, televis�o, Internet(7), nem sempre a informa��o � adequada.

 

Existem lacunas em rela��o ao conhecimento dos adolescentes sobre preven��o, mesmo estes considerando seu conhecimento satisfat�rio. Estudos apontam a necessidade informar os adolescentes quanto � promo��o de sua sa�de e a preven��o de doen�as, principalmente as transmiss�veis(8). Para realizar esse compartilhamento de informa��o se faz necess�rio que o informante (profissional capacitado) se insira nos ambientes nos quais estes indiv�duos convivem, podendo ser ambientes f�sicos como os virtuais, nos casos das redes sociais.

 

Destarte, � imprescind�vel a cria��o de estrat�gias inovadoras que despertem o interesse por parte dos adolescentes a participarem das a��es e se tornarem protagonistas de seu cuidado.

 

Diante dessa situa��o e da motiva��o do papel da Enfermagem na educa��o em sa�de, surgiu o interesse no presente estudo, partindo do pressuposto de que uma estrat�gia do tipo discuss�o em ambiente virtual (Whatsapp), denominada nesta pesquisa como Grupo Virtual de Sa�de (GVSau), poderia ser favor�vel para a promo��o de conhecimento e atitudes adequadas para o uso adequado do preservativo por adolescentes escolares. Nesse �mbito, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a estrat�gia educativa Grupo Virtual de Sa�de (GVSau) como um recurso de promo��o do uso adequado do preservativo por adolescentes escolares.

 

M�TODO

 

Estudo quase experimental do tipo antes e depois, de abordagem mista, realizado em uma escola de integra��o de ensino m�dio e profissionalizante de tempo integral, situada na regi�o do Maci�o de Baturit�, Cear�, Brasil. No ano de 2018 haviam 360 alunos matriculados com a faixa et�ria desejada, nos diversos cursos t�cnicos: Com�rcio, Enfermagem, Inform�tica e Redes de Computadores.

 

A amostra inicial foi composta por 68 adolescentes escolares e se deu por ades�o volunt�ria. Foram inclu�dos adolescentes de 14 a 17 anos, regularmente matriculados e que possu�ssem telefone celular compat�vel com o aplicativo Whatsapp. Houve perda do seguimento por parte de seis adolescentes, os quais voluntariamente desistiram da participa��o, e foram exclu�dos tr�s, por n�o compartilharem nenhuma mensagem no decorrer da interven��o educativa. A amostra final foi, portanto, composta por 59 participantes.

 

A pesquisa foi desenvolvida em quatro fases:

Fluxograma 1: As quatro etapas da pesquisa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O convite para participar do estudo foi realizado em sala de aula, ocasi�o na qual foi apresentado o projeto a todos os adolescentes, permitindo o igual acesso de todos. Aos que apresentaram interesse, foi oferecido o Termo de assentimento para assinatura do adolescente e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para assinatura de seus pais e/ou respons�vel legal. Posteriormente ao recebimento de todos os termos preenchidos, aplicou-se o pr�-teste a partir de um instrumento(9), sobre Conhecimento, Atitude e Pr�ticas (CAP) acerca do uso do preservativo, o qual foi adaptado aos objetivos deste estudo, sendo inclu�da uma se��o referente ao perfil dos adolescentes.

 

Na etapa seguinte, foram apresentados os cinco passos adotados no Arco de Maguerez(10), os quais foram utilizados na interven��o educativa. Realizada a apresenta��o, criou-se um grupo com todos os participantes e foi simulado como se daria a din�mica da interven��o. Ap�s a realiza��o desta simula��o, os grupos foram criados, respeitando os princ�pios da metodologia do Problem Based Learning (PBL), a qual aconselha que cada grupo de discuss�o deve ser formado por 6 a 15 pessoas, oportunizando a todos expor suas considera��es(11-12).

 

Para a interven��o educativa, foram criados cinco grupos no Whatsapp�, denominados de Grupo Virtual de Sa�de (GVSau), dois grupos do sexo masculino (ambos com 11 participantes) e tr�s do sexo feminino (dois GVSau com 12 adolescentes e um com 13). A divis�o dos grupos por sexo foi estabelecida a fim de minimizar eventuais constrangimentos advindos da exposi��o de quest�es particulares relacionadas ao g�nero.

 

Cada grupo foi conduzido por um profissional da Enfermagem do sexo correspondente aos participantes. Os GVSau tiveram dura��o de tr�s semanas, cada situa��o relacionada a uma vari�vel (Conhecimento, Atitude e Pr�tica) foi discutida durante oito dias.

 

A cada dia, os adolescentes eram conduzidos a desenvolver uma tarefa, seguindo os cinco passos da metodologia problematizadora. No primeiro dia (segunda-feira), a situa��o era lan�ada por cada facilitador em forma de imagem nos GVSau, este dia e no seguinte (ter�a-feira), eram dedicados a leitura e compreens�o da situa��o problema; na quarta-feira, os facilitadores/enfermeiros faziam pequenas instiga��es, motivando os adolescentes a identificarem os pontos-chaves do problema; na quinta-feira, os adolescentes deveriam apresentar as hip�teses de solu��o; ap�s isso, da sexta-feira ao domingo, juntos, os adolescentes criaram propostas para solucionar o caso, as quais eram reafirmadas pelos facilitadores. A discuss�o resultou em 946 mensagens de textos compartilhadas pelos participantes.

 

Ap�s as tr�s semanas de interven��o, esperou-se um intervalo de 90 dias para reaplicar o question�rio. Este tempo � suficiente para avaliar mudan�as das vari�veis conhecimento e atitudes(13).

 

Os dados quantitativos foram avaliados em categorias pr�-estabelecidas (Conhecimentos e Atitudes) e, seguindo as indica��es do estudo(9), depois foram organizados em tabelas e processados no programa estat�stico Epi info(vers�o 7). Foram calculadas as frequ�ncias absolutas e relativas e a compara��o de grupos por meio do teste Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Para a avalia��o da efici�ncia da interven��o do antes e depois, foi aplicado especificamente o teste Qui-quadrado de McNemar para comparar a frequ�ncia dos dados pareados para cada vari�vel, onde cada participante era o seu pr�prio controle. Foram considerados estatisticamente significativos os resultados com n�vel descritivo (p-valor) inferior a 0,05.

 

J� para os dados qualitativos foram utilizados os crit�rios de an�lise de conte�do(14), com base nos quais todos os textos foram lidos e relidos e organizados/agrupados conforme as categorias preestabelecidas (conhecimento e atitude), tais registros foram selecionados de acordo com sua relev�ncia no refor�o aos dados quantitativos, assim como tamb�m por terem sido elementos disparadores nas discuss�es, o qual representa uma vis�o geral do grupo.

 

O projeto teve aprova��o do Comit� de �tica da Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (CEP/UNILAB) sob o n�mero do parecer 1.800.088 e CAAE 60565216.8.0000.5576 e financiamento da Funda��o Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico. Os adolescentes que aceitaram fazer parte da pesquisa receberam, em sala de aula, o Termo de Assentimento (TA) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os adolescentes foram orientados a apresentarem os documentos em casa para leitura de seus pais, bem como a convidarem os mesmos a entrarem em contato com os pesquisadores caso houvesse alguma d�vida. Ap�s obten��o da assinatura do TCLE pelos pais/respons�veis e do TA pelos adolescentes, a coleta de dados foi iniciada.Os participantes foram renomeados para manter seu anonimato, utilizando P (participante), n�mero de ordem (1), G (GVSau) o qual fizeram parte e F se do sexo feminino ou M se masculino acompanhado de sua idade. Exemplo: (P1, G1, F16).

 

RESULTADOS

 

Dos participantes do estudo, 44 (64,7%) eram do sexo feminino e 24 (35,3%) do sexo masculino. Em rela��o �s idades, houve uma varia��o de 14,4 a 17,6 anos, com m�dia de 15,7 anos (DP=0,71). Quanto a s�rie em que estudavam 48 (70,6%) eram do primeiro ano do ensino m�dio, 15 (22,1%) do segundo ano e cinco (7,4%) do terceiro ano. A respeito do estado conjugal, 53 (77,9%) responderam ser solteiro e o restante 15 (22,1%) estavam namorando, quanto � orienta��o sexual, 64 (94,1%) afirmaram ser heterossexuais e apenas quatro (5,9%) bissexuais, a m�dia da idade da sexarca foi de 14,8 anos (DP=1,09). Ao serem questionados quanto sua etnia, a cor autodeclarada mais apresentada foi a parda 52 (76,5%), seguida da branca com 10 (14,7%). A renda familiar mencionada foi de at� um sal�rio m�nimo 44 (64,7%).

 

A Tabela 1 apresenta o resultado da avalia��o do conhecimento, antes da interven��o educativa, de acordo com as vari�veis preditoras.

 

Tabela 1 - Avalia��o do conhecimento (pr�-teste). Reden��o, Cear�, Brasil, 2018

VARI�VEL DESFECHO

VARI�VEIS PREDITORAS

Conhecimento

Estat�stica

[p-valor]

Adequado [%]

Inadequado [%]

Total

Sexo

 

 

 

 

Masculino

10 [41,7]

14 [58,3]

24

0,4171

Feminino

14 [31,8]

30 [68,2]

44

Orienta��o Sexual

 

 

 

 

Heterossexual

21 [32,8]

43 [67,2]

64

0,1223

Bissexual

03 [75,0]

01 [25,0]

04

Estado Conjugal

 

 

 

 

Solteiro

17 [32,1]

36 [67,9]

53

0,2961

Namorando

07 [46,7]

08 [53,3]

15

Curso Profissionalizante

 

 

 

 

Sa�de

08 [44,4]

10 [55,6]

18

0,0921

Com�rcio

05 [19,2]

21 [80,8]

26

Inform�tica

11 [45,8]

13 [54,2]

24

Religi�o

 

 

 

 

Cat�lica

14 [31,8]

30 [68,2]

44

0,4171

Evang�lica

10 [41,7]

14 [58,3]

24

Renda Familiar

 

 

 

 

At� um sal�rio

19 [43,2]

25 [56,8]

44

0,0651

Mais de um sal�rio

05 [20,8]

19 [79,2]

24

1Qui-quadrado de Pearson, 2Raz�o de verossimilhan�a.

Fonte: pr�prios autores.

 

 

A Tabela 2 apresenta o resultado da avalia��o da atitude, antes da interven��o educativa, de acordo com as vari�veis preditoras.

 

 

 

Tabela 2 - Avalia��o da atitude (pr�-teste). Reden��o, Cear�, Brasil, 2018

VARI�VEL DESFECHO

 

VARI�VEIS PREDITORAS

Avalia��o da atitude

Estat�stica

[p-valor]

Adequado [%]

Inadequado [%]

Total

Sexo

 

 

 

 

Masculino

9 [37,5]

15 [62,5]

24

0,6491

Feminino

19 [43,2]

25 [56,8]

44

Orienta��o Sexual

 

 

 

 

Heterossexual

26 [40,6]

38 [59,4]

64

0,5483

Bissexual

2 [50,0]

2 [50,0]

4

Estado Conjugal

 

 

 

 

Solteiro

22 [41,5]

31 [58,5]

53

0,9161

Namorando

6 [40,0]

9 [60,0]

15

Curso Profissionalizante

 

 

 

 

Sa�de

9 [50,0]

9 [50,0]

18

0,1711

Com�rcio

7 [26,9]

19 [73,1]

26

Inform�tica

12 [50,0]

12 [50,0]

24

Religi�o

 

 

 

 

Cat�lica

20 [45,5]

24 [54,5]

44

0,3321

Evang�lica

8 [33,3]

18 [66,7]

24

Renda Familiar

 

 

 

 

At� um sal�rio

20 [45,5]

24 [54,5]

44

0,3321

Mais de um sal�rio

8 [33,3]

18 [66,7]

24

1Qui-quadrado de Pearson, 2Teste Exato de Fisher.

Fonte: pr�prios autores.

 

Em rela��o � avalia��o das vari�veis conhecimento (Tabela 1) e atitude (Tabela 2) antes da interven��o educativa e as vari�veis sociodemogr�ficas n�o houve diferen�a estat�stica significativa entre as vari�veis preditoras e as de desfecho. Dessa forma, constatou-se a inadequa��o do conhecimento e da atitude relacionado ao uso do preservativo.

 

Os dados apresentados nas tabelas tamb�m foram confirmados nas mensagens compartilhadas nos GVSau, segundo as quais ou nas quais a maioria dos adolescentes relataram n�o saber quais os cuidados que devem ter com o preservativo, conforme expresso nas unidades de contexto a seguir:

 

�Cuidado em esticar bem o preservativo antes do uso e verificar se o mesmo se encontra com algum tipo de furo�. (P1, G2, M15)

�N�o sei nenhum cuidado que se deve ter com o preservativo (P4, G5, F17)

Cuidado ao colocar, ao tirar e principalmente onde vai colocar depois de usado�. (P6, G3, F16)

 

Ainda quanto � vari�vel conhecimento, ressalta-se a fonte de informa��o dos adolescentes sobre o uso do preservativo, identificando-se que 62 (91,2%) dos relatos demonstram que os adolescentes conheceram o preservativo no contexto escolar, outras fontes foram elencadas, a saber: internet, nove (13,2%); TV, sete (10,3%); fam�lia, cinco (7,4%), amigos, quatro (5,9%) e Unidade de Aten��o prim�ria � Sa�de (UAPS), tr�s (4,4%).

 

Fato a ser destacado na vari�vel atitude, � que os adolescentes apresentam pensamento positivo ao apresentarem a import�ncia de utilizar corretamente o preservativo em todas as pr�ticas sexuais (anal, oral e vaginal):

 

�A camisinha � indicada em todos os tipos de pr�ticas sexuais, no caso da oral e anal muitas pessoas n�o utilizam por n�o acharem necess�rio, como se a camisinha fosse prevenir somente gravidez�. (P5, G4, M15)

�O objetivo de usar a camisinha n�o � somente prevenir a gravidez, � tamb�m evitar qualquer IST, seja em qualquer tipo de pr�tica sexual�. (P7, G4, F17)

�� necess�rio utilizar a camisinha em todas pr�ticas sexuais, pois tanto no sexo oral, anal e vaginal estamos expostos �s ISTs�. (P4, G2, M14)

 

A Tabela 3 ilustra a descri��o da rela��o significativa nas vari�veis conhecimento (p=0,007) e atitude (p = 0,009) antes e ap�s interven��o educativa.

 

Tabela 3 - Compara��o dos conhecimentos e atitudes de adolescentes escolares antes e ap�s do GVSau. Reden��o - Cear�, Brasil, 2018

Avalia��o do Conhecimento

P�s-Teste

[p-valor]1

Adequado

Inadequado

Total

Pr�-Teste

 

 

 

 

Adequado [%]

19 [82,6]

04 [17,4]

23 [100,0]

0,007

Inadequado [%]

17 [47,2]

19 [56,8]

36 [100,0]

Total [%]

36 [61,0]

23 [39,0]

59 [100,0]

 

Avalia��o da Atitude

P�s-Teste

 

Adequado

Inadequado

Total [%]

Pr�-Teste

 

 

 

 

Adequado [%]

19 [76,0]

06 [24,0]

25 [100,0]

0,009

Inadequado [%]

20 [58,8]

14 [41,2]

34 [100,0]

Total [%]

39 [66,1]

20 [33,9]

59 [100,0]

 

1Teste Qui-quadrado de McNemar.

Fonte: pr�prios autores.

 

Uma vis�o geral dos dados proporciona a identifica��o de um acr�scimo em rela��o ao conhecimento nas respostas adequadas e redu��o nas inadequadas em 22,1%; enquanto na atitude este �ndice foi de 23,8%. Sendo assim, constata-se que a estrat�gia educativa GVSau contribuiu para a aquisi��o de conhecimento e atitude adequados quanto ao uso do preservativo.

 

Considerando que, para a Avalia��o de Conhecimento, a propor��o total de respostas adequadas foi de 23/59 (38,98%) no pr�-teste e passou para 36/59 (61,02%) no p�s-teste, observa-se uma diferen�a de 22,04% de incremento significativo nos acertos de quest�es do instrumento (p = 0,007) ap�s a interven��o. Uma tend�ncia positiva tamb�m pode ser observada no caso da Avalia��o da Atitude, com um �ndice de convers�o de 25/59 (42,4%) para 39/59 (66,1%) de respostas adequadas (23,7%) entre o pr� e o p�s-teste (p = 0,009). Sendo assim, constata-se que a estrat�gia educativa GVSau contribuiu para a aquisi��o de conhecimento e atitude adequados quanto ao uso do preservativo.

 

O acr�scimo no conhecimento e atitude adequados ap�s a interven��o tamb�m foi evidenciado nos depoimentos a seguir:

A camisinha deve ser colocada desde o in�cio da rela��o sexual at� o fim. Sempre tomando os devidos cuidados para que a sua fun��o seja a desejada, evitando gravidez indesejada e IST�s (P6, G3, F16)

N�o abrir a embalagem com o dente; colocar a camisinha de maneira correta e o cuidado para que a camisinha n�o esteja furada. (P4, G5, F17)

A camisinha deve ser colocada desde o in�cio da rela��o sexual. � poss�vel ter pequenas e impercept�veis por��es de espermatozoides que s�o liberadas antes da ejacula��o propriamente dita (P6, G3, F16)

 

DISCUSS�O

 

Os adolescentes participantes do estudo, em sua maioria meninas que ainda n�o haviam vivenciado a sexarca, apresentavam conhecimento e atitude inadequados acerca do uso do preservativo. Ressalta-se que o ambiente escolar foi o mais citado e a Unidade B�sica de Sa�de foi a menos citada como fonte destas informa��es pelos adolescentes. A interven��o educativa com base em metodologia ativa via Whatsapp promoveu aquisi��o de conhecimento adequado (p = 0,007) e atitude adequada (p = 0,009) acerca do uso do preservativo.

 

Praticamente todos os adolescentes (92,7%) deste estudo ainda n�o tiveram sua sexarca. Resultado semelhante foi encontrado em outras pesquisas, nas quais destaca-se a import�ncia em educar esses sujeitos antes de iniciarem sua pr�tica sexual, com o intuito de prevenir as IST, bem como a gravidez na adolesc�ncia, colocando ainda a necessidade de educar a fam�lia desses adolescentes, para assim ajud�-los na transi��o da fase da inf�ncia para a adulta de forma saud�vel(15). A participa��o ativa da fam�lia na adolesc�ncia garante seguran�a aos adolescentes, proporcionando assim muitas vezes o distanciamento destes indiv�duos das zonas de vulnerabilidade.

 

Por outro lado, outros adolescentes tiveram sua primeira rela��o sexual em m�dia aos 14,8 anos de forma precoce, essa idade � similar � de v�rios outros estudos, que apontam que esse fato se d� entre os 13 e 15 anos(16-17). V�rios fatores contribuem para essa precocidade, a quest�o da autoafirma��o de sua masculinidade, a influ�ncia negativa sofrida pelos amigos, quest�es culturais, sociais e de g�nero(18,19).

 

Dentre os comportamentos de risco para a gravidez na adolesc�ncia e a exposi��o �s IST, encontra-se o in�cio precoce da rela��o sexual. A vulnerabilidade se agrava ainda mais quando o adolescente faz uso de drogas, sejam elas l�citas ou il�citas(18-19). O problema principal n�o est� na primeira rela��o sexual precoce, mas sim no fato de o adolescente n�o ter conhecimento suficiente para adotar atitudes e pr�ticas sexuais seguras.

 

Estudo realizado em Teresina, Piau�, com 258 adolescentes gestantes de 13 a 19 anos, revela os adolescentes s�o carentes de informa��es quanto aos m�todos contraceptivos(20). Esses achados se assemelham aos deste estudo, no qual mesmo todos os adolescentes conhecendo os preservativos, muitos apresentam conhecimento e atitude inadequados, uma vez que n�o sabem os cuidados necess�rios para o devido uso do preservativo. O fato de ouvir falar sobre o preservativo n�o garante ao adolescente conhecimento adequado para que tenha pensamento e pr�tica adequados.

 

A escola se destacou neste estudo por ser o local em que o adolescente mais teve contato com a informa��o sobre o preservativo. Resultado que corroboram com o estudo(21), que tamb�m destaca o ambiente escolar como o mais citado pelos adolescentes como o local que tiveram seu primeiro contato com informa��es sobre preservativos, isso porque este ambiente � considerado a segunda casa dos adolescentes, por passarem grande parte seu tempo.

 

Al�m do ambiente escolar, a internet tamb�m se destaca, principalmente em suas redes sociais virtuais como no Facebook, Instagran, Whatsaap, sendo estes ambientes favor�veis � dissemina��o de informa��es. Um estudo destaca que o ambiente virtual proporciona um ideal espa�o para a troca de experi�ncias, podendo ser utilizado para a discuss�o de assuntos relacionados a sa�de sexual, pois os adolescentes se sentem � vontade para discutir temas que s�o estigmatizados e rodeados de tabus(21).

 

Por outro lado, os achados deste estudo revelam que os adolescentes pouco buscam informa��es nas Unidades de Assist�ncia Prim�ria � Sa�de (UAPS). Um estudo(22) explica esse achado em sua pesquisa com 122 adolescentes, os quais referiram n�o procurar as UAPS devido � falta de um ambiente acolhedor para que possam apresentar seus anseios, devido � falta de profissionais capacitados para realizar a abordagem das necessidades dos adolescentes, assim como tamb�m pela compreens�o de muitos adolescentes ao entender que somente h� a necessidade de buscar assist�ncia na presen�a de uma morbidade.

 

O fato de os adolescentes n�o terem conhecimentos adequados pode induzi-los a adotarem atitudes err�neas. Em estudo realizado com 208 jovens, verificou-se que 40% referiram n�o haver a necessidade de usar preservativo quando o relacionamento � est�vel e outros 20% afirmaram que quando seu parceiro pede para usar o preservativo se sentem constrangidas(23). O agir dos adolescentes � por impulso, pois mesmo tendo conhecimento adequado, tomam atitudes impensadas(20).

 

Percebe-se que os adolescentes n�o apresentam conhecimento suficiente para tomar atitudes adequadas, pelo simples fato de o adolescente n�o saber os cuidados essenciais que se deve tomar com o preservativo, isso corrobora com outros estudos que demonstram a necessidade de ado��o de pr�ticas educativas voltadas para esse p�blico, antes mesmo que estes tenham rela��o sexual(23).

 

Para que haja uma adequa��o desse conhecimento e dessa atitude, se requer a ado��o de estrat�gias educativas que contribuam com essa mudan�a, assim como o GVSau. Quando a interven��o � fundamentada nas caracter�sticas do p�blico-alvo, se torna mais eficiente, podendo dessa forma promover conhecimentos e atitudes favor�veis � sa�de(23). Estudo reafirma, ao ser constru�do um jogo educativo com 1176 adolescentes de 12 a 16 anos, que houve aumento do conhecimento e da atitude ap�s a interven��o educativa(24).

 

Dessa mesma forma, o GVSau possibilitou aos adolescentes conhecimentos acerca do preservativo o que pode diretamente modificar sua atitude, mostrando que � preciso haver associa��o direta entre o conhecimento e a atitude relacionado ao uso do preservativo, pois, se n�o houver, poder� acarretar na n�o ades�o na pr�tica. Estudos mostram que na maioria das vezes os adolescentes t�m conhecimento quanto � necessidade do uso do preservativo; por�m, possuem atitudes inadequadas, ao considerar pouco necess�rio o uso do preservativo em todos tipos de rela��o sexual (anal, oral e vaginal), bem como em rela��o ao momento de utiliz�-lo, as vezes atribuindo seu uso apenas no momento da ejacula��o(25).

 

Nota-se que se faz premente criar estrat�gias que visem adequar tanto o conhecimento como a atitude, que consequentemente mudar� a pr�tica. Visto que ao final da interven��o educativa houve mudan�as no conhecimento e na atitude dos adolescentes ao apresentarem conhecimentos adequados quanto ao uso do preservativo.

 

Apesar da relev�ncia dos dados apresentados, o estudo limitou-se a avaliar as vari�veis conhecimento e atitude, devendo ser inclu�da, em estudos futuros, a vari�vel pr�tica. Sugere-se, ainda, que essa estrat�gia seja utilizada com adolescentes sexualmente ativos, com o intuito de avaliar se a estrat�gia � capaz de modificar o comportamento dos indiv�duos. Outra importante limita��o � o fato deste estudo n�o permitir uma generaliza��o, por n�o conseguir uma amostragem probabil�stica.

 

CONCLUS�O

 

A estrat�gia GVSau apresentou efeitos positivos no �mbito da promo��o de conhecimentos e atitudes adequados ao uso do preservativo pelos adolescentes escolares. Dessa forma, aconselha-se utilizar esta estrat�gia quando se h� a inten��o de modificar o conhecimento e a atitude dos indiv�duos. Destaca-se a import�ncia de se utilizar a tr�ade adotada neste estudo: uma ferramenta educativa e atrativa (Whatsapp), um m�todo educativo eficaz (Arco de Maguerez) e um conte�do recomendado pelas pol�ticas p�blicas, o qual seja de interesse e necessidade dos participantes.

 

AGRADECIMENTOS

 

Agrade�o ao programa de P�s-Gradua��o de Enfermagem da Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e a todos os doutores e colegas mestres por todo o conhecimento adquirido nesse tempo, bem como ao financiamento da Funda��o Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico.

 

Declaramos que n�o h� conflitos de interesse.

 

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