“VIAJANDO PELO MUNDO AUTÍSTICO”:

EDUCAÇÃO FÍSICA E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

 

"TRAVELING THROUGH THE AUTISTIC WORLD": PHYSICAL EDUCATION AND THE INCLUSION OF STUDENTS WITH SPECIAL EDUCATIONAL NEEDS

 

"VIAJANDO POR EL MUNDO AUTISTA": EDUCACIÓN FÍSICA Y LA INCLUSIÓN DE ALUMNOS CON NECESIDADES EDUCATIVAS ESPECIALES

 

 

Hellen Karla Santos Braga[1]

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

 

Alenice Aliane Fonseca[2]

Programa de Pós-graduação em Saúde Pública – UFMG

 

Dayana Junqueira Ayres Silva[3]

Secretaria Estadual de Educação – Minas Gerais

 

Alex Sander Freitas[4]

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

 

 

RESUMO

Os alunos atípicos estão cada vez mais presentes nas escolas e deveriam ter seu acesso às aulas de Educação Física adaptadas às suas peculiaridades, lecionadas por profissionais capacitados e qualificados para que o aluno possa alcançar seu amplo desenvolvimento. O objetivo do presente artigo foi analisar as condições de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, nas aulas de educação física e verificar quais meios foram utilizados pelo professor para que ocorra essa inclusão e identificar como o aluno autista lida diretamente com o desenvolvimento da sua aprendizagem através do esporte. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura que utilizou como instrumento de pesquisa as seguintes bases de dados: Scientific Electronic Lybrary Online (SciELO), Google Acadêmico, Bireme e Latindex. Os termos utilizados na busca foram “autismo”, “escola”, “inclusão”, “educação física”. Foram encontrados 30 artigos, excluídos 14 duplicados e após leitura dos títulos e resumos e do texto na íntegra, foram selecionados 16 artigos para inclusão no estudo. Para análise do material selecionado, foram traçados os seguintes eixos: Identificar a relação entre os alunos autistas e sua adaptação ao ambiente escolar nas aulas de educação física e a capacitação e qualificação do professor em proporcionar aulas inclusivas e adaptadas; verificar as principais barreiras para a inclusão desses alunos, no ambiente escolar. Os principais resultados encontrados apontam que algumas escolas ainda não estão preparadas para incluir o aluno com autismo de forma ampla nas aulas de educação física e que os professores necessitam de aperfeiçoamento para melhor atender aos alunos atípicos. A realização desta pesquisa possibilitou demonstrar que este conteúdo é relevante uma vez que busca mostrar a importância de profissionais treinados para lidar tanto com as mudanças do dia a dia da educação, como também com relação ao ensinar para os atípicos, de forma lúdica, onde a criança sinta prazer no aprender.

Palavras-chave: Autismo. Educação Física. Inclusão. Escola.

 

ABSTRACT

Atypical students are increasingly present in schools and should have access to Physical Education classes adapted to their peculiarities, taught by trained and qualified professionals so that the student can achieve their full development. The objective of this article was to analyze the conditions for the inclusion of students with special educational needs in physical education classes and to verify which means were used by the teacher to facilitate this inclusion, as well as to identify how autistic students directly engage with their learning development through sports. This is a systematic literature review that utilized the following databases as research instruments: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, Bireme, and Latindex. The terms used in the search were "autism," "school," "inclusion," and "physical education." A total of 30 articles were found, 14 duplicates were excluded, and after reading the titles, abstracts, and full texts, 16 articles were selected for inclusion in the study. For the analysis of the selected material, the following axes were outlined: identifying the relationship between autistic students and their adaptation to the school environment in physical education classes, and the training and qualification of teachers in providing inclusive and adapted classes; verifying the main barriers to the inclusion of these students in the school environment. The main results indicate that some schools are still not prepared to fully include students with autism in physical education classes and that teachers need further training to better serve atypical students. Conducting this research demonstrated that this content is relevant as it seeks to highlight the importance of trained professionals in dealing with both the daily changes in education and teaching atypical students in a playful manner, where the child feels pleasure in learning.

Keywords: Autism. Physical Education. Inclusion. School.

 

RESUMEN

Los alumnos atípicos están cada vez más presentes en las escuelas y deberían tener su acceso a las clases de Educación Física adaptado a sus peculiaridades, impartidas por profesionales capacitados y cualificados para que el alumno pueda alcanzar su amplio desarrollo. El objetivo del presente artículo fue analizar las condiciones de inclusión de los alumnos con necesidades educativas especiales en las clases de educación física y verificar qué medios fueron utilizados por el profesor para que ocurra esta inclusión, así como identificar cómo el alumno autista lidia directamente con el desarrollo de su aprendizaje a través del deporte. Se trata de una revisión sistemática de la literatura que utilizó como instrumento de investigación las siguientes bases de datos: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Académico, Bireme y Latindex. Los términos utilizados en la búsqueda fueron “autismo”, “escuela”, “inclusión”, “educación física”. Se encontraron 30 artículos, se excluyeron 14 duplicados y, tras la lectura de los títulos, resúmenes y del texto completo, se seleccionaron 16 artículos para su inclusión en el estudio. Para el análisis del material seleccionado, se trazaron los siguientes ejes: Identificar la relación entre los alumnos autistas y su adaptación al ambiente escolar en las clases de educación física y la capacitación y cualificación del profesor para proporcionar clases inclusivas y adaptadas; verificar las principales barreras para la inclusión de estos alumnos en el ambiente escolar. Los principales resultados encontrados indican que algunas escuelas aún no están preparadas para incluir al alumno con autismo de manera amplia en las clases de educación física y que los profesores necesitan perfeccionamiento para atender mejor a los alumnos atípicos. La realización de esta investigación permitió demostrar que este contenido es relevante, ya que busca mostrar la importancia de profesionales capacitados para lidiar tanto con los cambios del día a día de la educación, como también en relación a la enseñanza para los atípicos, de forma lúdica, donde el niño sienta placer en aprender.

Palabras clave: Autismo. Educación Física. Inclusión. Escuela.

 

INTRODUÇÃO  

Segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que existam hoje cerca de 200 milhões de pessoas, o que nos deixa claro que 10% da população sofrerá com transtornos do espectro do autismo. Observamos assim que alunos com transtorno do espectro do autismo (TEA) estão ingressos na escola com frequência cada vez maior, e muitos deles passaram anos na busca de um lugar entre outros alunos das classes regulares, o chamado lugar ao sol.

Sendo assim, precisamos de profissionais qualificados para que cuidem desses alunos e determinem suas habilidades, pois todos têm capacidade de aprender, sejam eles especiais ou não.

A lei garante o acesso escolar ao aluno atípico. A Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtornos do Espectro foi instituída pela Lei da Esperança em 27 de dezembro de 2012. A educação é um direito de todos e deve incluir aspectos cognitivos, emocionais, sociais e psicomotores, proporcionando a interação social, sendo a educação física parte importante e necessária do currículo escolar e na socialização, inclusão e convivência desses alunos. Mesmo que os professores não entendam o conceito de inclusão ou não o sigam, é importante a participação de todos para que ela aconteça efetivamente em sala de aula e inclua os alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de educação física no contexto escolar (Souza et al., 2018). O objetivo do professor de educação física é estimular o crescimento dos alunos. Este processo é feito através de atividades lúdicas e jogos adaptados às necessidades de cada indivíduo ou grupo.

É sempre aconselhável ter em conta as limitações das atividades para necessidades especiais. Não deveria haver mais ou menos conhecimento na escola, mas sim conhecimentos diferentes. De forma inclusiva, devemos trabalhar com propostas que garantam o direito à educação das crianças com TEA e que ajudem no seu desenvolvimento visando atender às necessidades sócio-acadêmicas do aluno.

Sendo assim, a escola:

 

“[...] recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área”. (Santos, 2008, p. 9).

 

A cada momento cresce a litígio por profissionais capacitados. Crianças e adolescentes com necessidades especiais têm grandes conquistas alcançadas na educação. Ainda há demasiado trabalho a existir concluído nesta superfície.

No ambiente da Educação Física, o profissional desta superfície seguimento obter, no trabalho com crianças e adolescentes com TEA, sua total reinserção na sociedade, com autonomia, liberdade, imaginação e alegria, deseja também, entre outros marcos almejados, o afinamento da condição motora, abarcamento do corpo. (Oliveira et al., 2016). Introduzir atividades diárias interessantes e dar atividades de grupo para trabalhar, perfazer adaptações em que tempo necessária mácula sem se distrair-se de quão, para os alunos com autismo, as atividades individuais têm um gigante impelido é desafiador. Uma esfera ordenada e aconchegada nos obséquios a reconhecer visualmente os estímulos relevantes. (Schliemann, 2013).

É certo conferenciar e agaloar em que tempo houver bons motivos para fazê-lo. Fazer perguntas, colocar seguridade e proximidade visual constantemente quão provável e colocar rotinas, curado vista presente na vida dos autistas.

Essas curadas medidas utilizadas de aparência positiva para garantir a participação efetiva dos autistas nas aulas de Educação Física. Essas condições seguramente promoverão a aprendizado dos alunos (Silva, 2020). O uso de baterias psicomotoras é demasiado importante para tomar o desenvolvimento. Podemos empregar a argola em nosso trabalho, aplicá-la em atividades com obstáculos, utilizá-la quão corpóreo manipulador, girá-la e arremessá-la em diferentes direções (Fonseca, 2008).          

Ajustar as regras, baixar os padrões dos esportes de alto rendimento e focar em ajudar os alunos a se expressarem melhor, pode-se atingir o verdadeiro propósito da atividade física: proporcionar bem-estar físico e emocional. Logo após a realização de uma avaliação educacional diagnóstica, busca-se conhecer os hábitos, habilidade, níveis de autoestima, facilidades e dificuldades entre outros conhecimentos. (Chicon et al., 2019).

Assim, o referido trabalho tem como objetivo analisar as condições de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de educação física, verificar quais meios utilizados pelo professor para que ocorra essa inclusão e identificar como o aluno autista lida diretamente com o desenvolvimento da sua aprendizagem através do esporte.

 

METODOLOGIA

O presente estudo seguiu os padrões estabelecidos pelo MOOSE - Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology (Stroup et al., 2000). Foram considerados elegíveis para o presente estudo artigos originais que investigaram Educação Física e a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em estudos realizados no Brasil, publicados até o mês Julho de 2023 no idioma português.

                Além disso os estudos que não tinham como foco a investigação sobre a Educação Física e a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, mas que apresentavam dados de interesse também foram incluídos.

Entretanto, em caso de não adequação das variáveis relacionadas à temática principal do trabalho, estes estudos não foram considerados.

Os artigos foram pesquisados nas bases de dados disponíveis, sendo elas: Scientific Electronic Lybrary Online (SciELO), Google Acadêmico, Bireme e Latindex. Além das bases descritas, foram pesquisados artigos identificados nas listas de referências de outras revisões ou de estudos originais relacionados ao tema.

 

Estratégia de busca

Os seguintes termos foram utilizados de forma combinada na busca dos artigos: autismo, esportes escolares, inclusão, opções de ensino. Todos os termos foram identificados no título ou nos resumos dos artigos e seus sinônimos também foram utilizados nas combinações. Foram planejadas três etapas de seleção dos artigos, como segue: 1) leitura dos títulos; 2) leitura dos resumos; 3) leitura do texto na íntegra. Na leitura dos títulos, apenas os artigos, com pelo menos dois dos termos principais da busca explícitas, no título foram selecionados. Após tal procedimento, mantiveram-se na seleção os artigos em que foram identificados no resumo os dados relativos ao tema. Na leitura do texto na íntegra, os principais resultados foram observados, considerados os dados descritivos e qualitativos. Foram excluídos os artigos duplicados nas bases de dados ou lista de referência e em seguida, os resultados foram agrupados em um banco de dados com os principais resultados de cada estudo.

Os estudos selecionados apresentaram uma variedade de informações como os conteúdos da educação física escolar, os benefícios e os riscos da Educação Física e a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais.

O risco de viés dos estudos foi avaliado de acordo com o rigor das análises estatísticas empregadas e com os posicionamentos subjetivos dos autores na tentativa de encontrar possíveis tendências de argumentação. Portanto, observou-se o desenho de cada estudo e a adequação das análises descritivas e inferenciais utilizadas no caso dos estudos quantitativos. Para critérios de exclusão analisou-se referências bibliográficas, testes, dissertações, monografias e estudos impróprios e/ou plagiados.  E na primeira busca com os seguintes descritores: autismo, esportes, escolas, inclusão; alternativas pedagógicas e, verificou-se que em apenas 16 foram condizentes com o objetivo do estudo.

 

 

 

 

 

 

 


 

RESULTADOS 

[Digite uma citação do documento ou o resumo de uma questão interessante. Você pode posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a formatação da caixa de texto da citação.] 


Figura 01. Fluxograma do processo de seleção e inclusão dos artigos

 

 

 

Os artigos foram extraídos das bases de dados:
Latindex - 10 artigos
SciELO - 14 artigos
Google Acadêmico – 15 artigos
39 artigos incluídos
Restaram 27 artigos para análise
Após a leitura dos títulos e resumos 12 artigos foram excluídos
Restaram 25 artigos para análise
2 duplicatas foram retiradas
 9 artigos foram retirados após a leitura do texto na íntegra
Restaram 16 artigos para análise
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


                                                                

 

 

 

                                                               Fonte: Próprio autor

 

 

 

 

Quadro 1 – Descrição dos objetivos, métodos e principais resultados dos artigos selecionados

Artigo/Autor

Objetivo

Métodos

Principais Resultados

Percepção dos responsáveis por crianças com autismo sobre a importância das aulas de Educação Física escolar. Barbosa et al. (2022).

 

O objetivo da pesquisa é verificar qual a importância das aulas de Educação Física para crianças com TEA a partir da percepção dos seus pais/responsáveis.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo. Participaram da pesquisa respondendo a um questionário por meio do Google Forms nove pais/responsáveis por crianças com TEA. Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa.

Verificou-se que as aulas de Educação Física para crianças com TEA são relevantes para o desenvolvimento motor, cognitivo e social, porém, há desafios na consecução do ensino, sendo eles: a qualificação dos profissionais; características individuais das crianças com TEA; e, inclusão social. Manifestou-se que as aulas atuam/ajudam diretamente na interação com outras crianças, no equilíbrio, trabalho em equipe e proporcionam sentimento de felicidade.

Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional.; Brasil (1998).

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Art. 1o A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional.

Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional.

Saúde de A à Z: quem são as pessoas com deficiência? Brasil (2023).

Atualizada por meio da Portaria GM/MS nº 1.526, de 11 de outubro de 2023, a nova PNAISPD tem como objetivo promover e proteger a saúde da pessoa com deficiência, por meio da ampliação do acesso ao cuidado integral no âmbito do SUS, em articulação com as demais políticas e ações intersetoriais, contribuindo para sua autonomia, qualidade de vida e inclusão social, bem como prevenindo diferentes agravos à saúde em todos os ciclos de vida.

Cartilha Acessibilidade e Inclusão.

 

Cartilha Acessibilidade e Inclusão.

 

Manual dos Direitos da Criança com Autismo. Nokano et al. (2021)

O objetivo deste documento é possibilitar que o Poder Judiciário compreenda, acolha e atue na promoção dos direitos das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Manual dos Direitos da Criança com Autismo.

Manual dos Direitos da Criança com Autismo.

 

CHICON, José Francisco et al. Brincando e aprendendo: aspectos relacionais da criança com autismo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, p. 169-175, 2019.

Compreender os aspectos relacionais de uma criança com autismo na relação com outras crianças em situações de brincadeiras.

Tratase de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. A coleta de dados foi feita por meio da observação participante, vídeo gravação dos atendimentos e registros em diário de campo.

Constatar que o trabalho desenvolvido em ambiente social inclusivo, potencializado pela ação mediadora dos adultos e colegas mais experientes, favorece que as crianças com autismo apresentem atitudes que apontam sua predisposição para compartilhar brincadeiras com os colegas.

Silva, S. G. et al. Os benefícios da atividade física para pessoas com autismo. Diálogos em Saúde, v. 1, n. 1. 2019.

Demonstrar a importância e benefícios advindos da prática atividades físicas voltadas a pessoas com autismo, bem como as dificuldades do profissional de educação física para trabalhar com este tipo de público.

Bibliográfico com revisão de conceitos, quanto abordagens e objetivos através do método qualitativo.

Conclui-se que as atividades físicas proporcionam uma melhor qualidade de vida a pessoa com autismo, melhorando seu convívio social e interação com outras pessoas

Almeida Pereira, D. A.; Almeida, Angélica Leal. Processos de Adaptação de crianças com transtorno do espectro autista à natação: um estudo comparativo. Revista Educação Especial em Debate, n. 4, p. 79-91, 2017.

Investigar o processo ensino-aprendizado de crianças autistas, com idade de 05 a 07 anos, praticantes de natação expostas a brincadeiras. Metodologicamente é um estudo qualitativo, do tipo descritivo, de intervenção.

Trata-se de uma pesquisa de campo com amostra composta por 14 crianças autistas, divididas em dois grupos: um, exposto a brincadeiras como método de ensino; outro, exposto a aulas com demonstrações e sem o auxílio das brincadeiras.

Conclui-se que o grupo das crianças que brincaram aprendeu os exercícios de iniciação ao meio aquático melhor do que o grupo que não brincou. No grupo em que não houve brincadeiras, algumas crianças conseguiram realizar alguns dos movimentos propostos, porém não houve êxito em sua completude.

SOUSA, Michelline Nunes Alves; BEZERRA, André Luiz Dantas. Atividades esportivas para indivíduos com transtorno do espectro autista. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 11, n. 1, p. 90-96, 2021.

Identificar as implicações das atividades esportivas para indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA).

Adotou-se o método de Revisão Integrativa de Literatura, com buscas entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 na Biblioteca Virtual em Saúde, World Wide Science, U. S. National Library of Medicine e Scientific Electronic Library Online.

Embora tenha se percebido carências de pesquisas sobre o objeto de estudo, deve-se estimular a participação ativa dos indivíduos com TEA em atividades físicas e esportivas. Ademais, o profissional de Educação Física tem importância fundamental neste processo, sendo indispensável sua atuação junto ao grupo.

FALKENBACH, Atos Prinz; DIESEL, Daniela; DE OLIVEIRA, Lidiane Cavalheiro. O jogo da criança autista nas sessões de psicomotricidade relacional.

 

Os objetivos do estudo foram investigar a trajetória do brincar em diferentes situações da criança durante as sessões: as situações de jogo e de exercício.

 A metodologia utilizada foi o estudo de um caso. A coleta de informações utilizou-se das observações da trajetória de brincar do menino nas sessões e da análise documental.

Com a coleta de informações evidenciam as situações de relação da criança autista com os professores e colegas; iniciativa para brincar; e as situações de jogo e de exercício.

GAROZZI, Gabriel Vighini et al. Brincando e aprendendo: aspectos relacionais da criança com autismo. In: XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII Congresso Internacional de Ciências do Esporte. 2017.

Compreender os aspectos relacionais de uma criança com autismo na relação com outras crianças em situações de brincadeiras.

Tratase de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. A coleta de dados foi feita por meio da observação participante, vídeo gravação dos atendimentos e registros em diário de campo.

Constatar que o trabalho desenvolvido em ambiente social inclusivo, potencializado pela ação mediadora dos adultos e colegas mais experientes, favorece que as crianças com autismo apresentem atitudes que apontam sua predisposição para compartilhar brincadeiras com os colegas.

Fonte: Própria autor

 

 

 DISCUSSÃO

Atualmente,  existem crianças atípicas na escola que são considerados “normais”, estes mesmos com suas monitoras e/ou professores de apoio mostram grande desenvolvimento e capacidade.

Apesar de muitas vezes a sua comunicação não ser tão fácil de entender sendo até comparado com idiomas estrangeiros, incentiva tanto aos pais como a instituição a aperfeiçoar para trabalharem com os desafios que possam surgir.

O professor de educação física tem uma grande influência no processo de desenvolvimento podendo ser construtivo ou destrutivo, ele é responsável pela interação do aluno e deixar as aulas mais interativas e participativas, além de fazer com que os alunos se interessem mais pela prática do esporte. (Oliveira et al., 2022).

Todos os pais de crianças e adolescentes autistas desejam que estes se desenvolvam a ponto de conquistar o seu lugar na sociedade, mas muitos por acreditarem que eles (autistas) não sabem e não entendem o que se espera deles, pode deixar o filho fazer o que quiser, deixá-lo solto, acreditar que isso pode ser uma estratégia eficaz. (Silva et al., 2019).

Daí, vem a controvérsia que, tornar isso um ponto de partida para crescimento pessoal e profissional é fazer com que esses alunos aprendam a conviver em sociedade. A instituição de ensino é uma verdadeira aliada dos pais, pois contribui ao inserir essa criança em grupos maiores de convívio. Dando assim, a possibilidade de a criança mudar hábitos, costumes e interagir com os demais apesar das suas características e personalidades próprias.

São várias as controvérsias sobre o autismo e a cada dia, diante de cada estudo e aperfeiçoamento, lidamos com fatos diferentes de um assunto que tanto nos fascina e que devemos estar sempre abertos a novas descobertas e aprendizado.

Diante disso, já que se fala tanto que o autista vive em mundo só dele e despovoado, como conseguir fazer com que este aluno seja inserido de modo positivo dentro das atividades cotidianas de uma instituição de ensino, onde estão inseridos principalmente a socialização? Como os profissionais se capacitam para lidar com essa grande demanda escolar de alunos autistas? E como os educadores físicos lidam diante desse desafio de juntar alunos típicos e atípicos, no mesmo ambiente afim de todos participarem ativamente das aulas?

 

CONCLUSÃO

Todos os artigos pesquisados nos dão ideias claras do qual a Educação Física é importante não apenas para crianças atípicas, mas para todos os públicos. Portanto, foi possível concluir que o aluno autista tem direito a educação e à participação de atividades sem nenhum tipo de discriminação. Logo, sabe-se que a escola não pode diminuir a demanda de conhecimento em sua totalidade por causa da demanda de alunos especiais.

As condições de inclusão com certeza variam de escola para escola, mas alguns fatores que influenciam essa inclusão são a Infraestrutura, o currículo adaptado e a capacitação dos profissionais. Além disso, o apoio individualizado e um ambiente positivo e inclusivo são fatores determinantes nesse processo. O profissional da educação deve sempre se lembrar que ao promover a inclusão, não só contribui para o desenvolvimento holístico destes alunos, mas também enriquece a experiência educativa de toda a turma.

A construção humana seja ela de crianças típicas ou atípicas é um trunfo indispensável para que haja construção de ideais, liberdade e justiça social para todos. Dessa maneira, quando se fala em aprender, sabe-se que cada um tem as suas limitações e o seu tempo, principalmente crianças atípicas.

Por isso, os profissionais devem ser treinados para lidar tanto com as mudanças do cotidiano da educação em si, como também com relação ao ensinar para os atípicos, de forma lúdica, na qual a criança sinta prazer no aprender.

São grandes as conquistas alcançadas dentro da educação para as crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais. Cada conquista é comemorada, mas ainda temos muito que progredir nesse sentido. Assim, a escola deve ser vista como um espaço de inclusão, onde não deve existir o saber mais ou o saber menos, mas sim o saber diferente.

 

 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA Pereira; ALMEIDA, Deyliane Aparecida; Leal, Angélica. Processos de Adaptação de crianças com transtorno do espectro autista à natação: um estudo comparativo. Revista Educação Especial em Debate, n. 4, p. 79-91, 2017. Acesso em 24 maio de 2023.

BARBOSA, Lucas; GALLINA, Isadora; NUNES, Camila Cunha. Percepção dos responsáveis por crianças com autismo sobre a importância das aulas de educação física escolar. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 20, 2022. https://doi.org/10.36453/cefe.2022.28800 . Acesso em 16 maio de 2023.

BRASIL, Lei nº 9.394/1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 1996.Diponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 16 maio de 2023.

BRASIL. Saúde de A à Z: Quem são as pessoas com deficiência? Disponível em: http://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-da-pessoa-com-deficiencia. Acesso em: 28 mar. 2023.

BERTIN. Carla; NOKANO, Claudia ET.al. Manual dos Direitos da Criança com Autismo. São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.leg.br/escoladoparlamento/wp-content/uploads/sites/5/2021/11/Manual-dos-Direitos-da-Pessoa-com-Autismo.pdf.  Acesso em: 26 mar. 2023.

CHICON, José Francisco et al. Brincando e aprendendo: aspectos relacionais da criança com autismo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, p. 169-175, 2019. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.01.017.  Acesso em: 23 mar. de 2023.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 24 de maio de 2023.

FALKENBACH, Atos Prinz; DIESEL, Daniela; DE OLIVEIRA, Lidiane Cavalheiro. O jogo da criança autista nas sessões de psicomotricidade relacional. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 31, n. 2, 2010. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=401338541014.  Acesso em: 24 maio de 2023

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.

GAROZZI, Gabriel Vighini et al. Brincando e aprendendo: aspectos relacionais da criança com autismo. In: XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII Congresso Internacional de Ciências do Esporte. 2017. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.01.017.  Acesso em 13 junho de 2023.

KRAMER, S. Direitos da Criança e projeto político pedagógico de educação infantil. In. BAZÌLIO, L.C: KRAMER, S. Infância, educação e direitos humanos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

OLIVEIRA, Reinaldo Conceição et al. Benefícios do Esporte para a Inclusão de Crianças Autistas. Revista Faipe, v. 12, n. 1, p. 43-53, 2022 – Acesso em: 02 junho de 2023.

SÁ, Maria das Graças Carvalho Silva de; SIQUARA, Zelinda Orlandi; CHICON, José Francisco. Representação simbólica e linguagem de uma criança com autismo no ato de brincar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 37, p. 355-361, 2015. https://www.scielo.br/j/rbce/a/gvkfQ6BQmV7bt88jySzwVPw/dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.08.004.  Acesso em: 14 jun. 2023.

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SILVA, S. G. et al. Os benefícios da atividade física para pessoas com autismo. Diálogos em Saúde, v. 1, n. 1, 2019. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://periodicos.iesp.edu.br/dialogosemsaude/article/view/204/181&ved=2ahUKEwj6tKyBjfWJAxWFqpUCHZNUOXsQFnoECDgQAQ&usg=AOvVaw1gb2_4R7Xve8_wbazum-TL.  Acesso em: 13 maio 2023.

SOUZA, M. G. de; Martins, M. M. S.; SILVA, C. D. A Educação Inclusiva: Os Aspectos e princípios da inclusão social no âmbito educacional. Educação & Linguagem. ISSN: 2359-277X. ano 5. nº 1. mai. p. 61-76. 2018.

SOUSA, M. N. A.; BEZERRA, A. L. D. Atividades esportivas para indivíduos com transtorno do espectro autista. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 11, n. 1, p. 90-96, 2021.  https://doi.org/10.18378/rebes.v11i1.8703 . Acesso em: 24 de maio 2023.

TEIXEIRA, G. Manual do autismo. São Paulo: Editora Best Seller, 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AVALIAÇÃO

Avaliação por pares duplo-cega (double blind peer review)

 

HISTÓRICO

Submetido: 15 de setembro  de 2025.

Aprovado: 16 de setembro de 2025.

Publicado: 17 de setembro de 2025.



[1] Acadêmica da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0009-1267-2334.  Lattes: http://lattes.cnpq.br/6300311618069693.

E-mail: karladias2007@hotmail.com

[2] Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4154-041X.  

Lattes: http://lattes.cnpq.br/0826619873617682.  E-mail: alenicealiane@gmail.com.

[3] Professora na Escola Estadual Dep. João de Almeida – Secretaria Estadual de Educação – Minas Gerais. Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0007-6449-2242. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0299484585941002.  

E-mail: dayana.ayres@hotmail.com.

[4] Professor na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8817-3779.  Lattes: http://lattes.cnpq.br/5522125591965285.

 E-mail: alexsanderfreitas3@gmail.com.