https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v29n1p174-189
Vol. 29, n. 1, jan/jun, 2023
ISSN: 2179-6807 (online)
Revista Desenvolvimento Social, vol. 29, n. 1, jan/jun, 2023
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AGRICULTURA URBANA E SEGURANÇA ALIMENTAR: UMA ANÁLISE
ECONÔMICA
Cleber José Bosetti
1
Recebido em: 26/10/2022
Aprovado em: 20/12/2022
Resumo: o objetivo desse trabalho é avaliar o potencial da agricultura urbana enquanto
ferramenta para geração de valor e melhoria da segurança alimentar. O estudo empírico foi
realizado no espaço experimental biodinâmico do Centro de Ciências Rurais-CCR da Universidade
Federal de Santa Catarina-UFSC, localizada no município de Curitibanos-SC. A metodologia da
pesquisa foi constituída por duas etapas: a primeira foi o cultivo de um canteiro de 5m² durante o
período de 1 ano, conduzido pelo manejo agrícola biodinâmico; a segunda foi a contabilização dos
fatores de produção e a realização de análises econômicas de viabilidade da agricultura urbana no
formato de jardins residenciais. Os resultados indicaram que a agricultura urbana possui potencial
para contribuir com a segurança alimentar e que suas práticas, sob manejos agrícolas resilientes,
também possuem viabilidade econômica.
Palavras-chave: agricultura urbana; microeconomia; segurança alimentar.
URBAN AGRICULTURE AND FOOD SECURITY: AN ECONOMIC ANALYSIS
Abstract: the objective of this work is to evaluate the potential of urban agriculture as a tool for
generating value and improving food security. The empirical study was carried out in the
biodynamic experimental space of the Rural Sciences Center-CCR of the Federal University of
Santa Catarina-UFSC, located in the city of Curitibanos-SC. The research methodology consisted of
two stages: the first was the cultivation of a 5m² plot for a period of 1 year, conducted by
biodynamic agricultural management; the second was the accounting of production factors and
carrying out economic analyzes of the viability of urban agriculture in the form of residential
gardens. The results indicated that urban agriculture has the potential to contribute to food
security and that its practices, under resilient agricultural management, also have economic
viability.
Keywords: urban agriculture; microeconomics; food security.
AGRICULTURA URBANA Y SEGURIDAD ALIMENTARIA: UN ANÁLISIS ECONÓMICO
Resumen: el objetivo de este trabajo es evaluar el potencial de la agricultura urbana como
herramienta para generar valor y mejorar la seguridad alimentaria. El estudio empírico se llevó a
cabo en el espacio experimental biodinámico del Centro de Ciencias Rurales (CCR) de la
Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC), ubicado en la ciudad de Curitibanos-SC. La
metodología de investigación constó de dos etapas: la primera fue el cultivo de una parcela de
1
Professor de Desenvolvimento e Extensão Rural no Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-3117-8998.
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5m² por un período de 1 año, realizada mediante manejo agrícola biodinámico; el segundo fue la
contabilización de los factores de producción y la realización de análisis económicos de viabilidad
de la agricultura urbana en forma de huertos residenciales. Los resultados indicaron que la
agricultura urbana tiene potencial para contribuir a la seguridad alimentaria y que sus prácticas,
bajo un manejo agrícola resiliente, también tienen viabilidad económica.
Palabras clave: agricultura urbana; microeconomia; seguridad alimentaria.
INTRODUÇÃO
O acesso da população aos alimentos de qualidade é um dos principais problemas
socioeconômicos e de saúde pública a ser resolvido no século XXI. Apesar de todo o
desenvolvimento tecnológico da engenharia agrícola, os alimentos saudáveis e de
qualidade nem sempre chegam às mesas das famílias. De forma concomitante, o
processo de concentração da população nas cidades e a desigualdade de renda tem
intensificado a insegurança alimentar de parte da população. Diante disso, a agricultura
urbana ganhou visibilidade como uma possível ferramenta para melhorar as condições de
segurança alimentar da população urbana.
A segurança alimentar é um conceito em disputa e em construção, que foi
reivindicado como questão de segurança nacional no contexto pós II Guerra Mundial e
serviu para legitimar os pacotes tecnológicos da Revolução Verde centrados no aumento
da oferta de alimentos (MALUF, 2000). Atualmente, o conceito de segurança alimentar
leva em conta a quantidade, a qualidade e a regularidade no acesso aos alimentos como
componentes do Direito Humano à alimentação (BELIK, 2003; CONSEA, 2006; BRASIL,
2014).
Apesar do aumento na oferta de alimentos, as dificuldades de acesso afetam uma
fatia representativa da população mundial (FAO, 2012). O regime agroalimentar
contemporâneo, operacionalizado por grandes corporações, controla os preços e
estimula a elaboração de alimentos processados (MCMICHAEL, 2016). Tal configuração
gerou uma deslocalização das dietas alimentares e tem tornado a alimentação mais
deficitária (POLLAN, 2013; ALBALA, 2017). Ademais concentração da população nos
centros urbanos e a desigualdade de renda tornam-se agravantes da problemática da
segurança alimentar contemporânea (BRICAS; CONARÉ, 2019). Diante dessa problemática
sistêmica, a agricultura urbana pode ser vista como uma das ferramentas que se pode
mobilizar para mitigar a problemática da segurança alimentar.
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Em linhas gerais, a agricultura urbana pode ser entendida como o cultivo de
plantas e/ou criação de pequenos animais destinados à alimentação realizada em
territórios urbanos (MOUGEOT, 1999). Seus formatos são muito variados, contemplando
fazendas comerciais, comunitárias ou institucionais, jardins comunitários, jardins de casa
ou residenciais (LUCENA; SILVA, 2018; CAROLAN; HALE, 2016). Sob essa ótica, pode
contribuir para a segurança alimentar e geração de renda nas cidades.
A Agricultura urbana também pode ser concebida como um dos componentes
para a sustentabilidade territorial (AQUINO; ASSIS, 2007; TENDERO; PHUNG, 2019), pois
pode inserir-se na lógica de uma economia circular (RAWORTH, 2019) através da
utilização ótima dos recursos existentes no território (NATTASSHA; et. al, 2020). A
compostagem dos resíduos domésticos é um dos exemplos dessa circularidade ótima.
Não obstante, há uma série de dificuldades para se fazer agricultura nos territórios
urbanos: a restrição do acesso à terra motivada pela especulação imobiliária (CARNEIRO;
PEREIRA; GONÇALVES, 2016); a vulnerabilidade socioeconômica e a desmotivação
psicossocial da população em condição de insegurança alimentar (BOSETTI; et. al, 2018;
PEIXER; et. al, 2019); a indisponibilidade de bens tangíveis e intangíveis como o saber
fazer (CHAMBERS, 1995; PERONDI; SCHNEIDER, 2012); a ausência de políticas públicas,
dentre outros.
Além dessas problemáticas já estudadas pela literatura, uma questão fundamental
motivou a realização do presente trabalho de pesquisa: é viável economicamente realizar
a agricultura urbana? O pragmatismo dessa pergunta não visa à concordância irrestrita ao
pensamento econômico do agente maximizador de utilidades, mas para fazer duas
reflexões fundamentais acerca da viabilidade econômica da agricultura urbana: a) pela
ótica das motivações individuais, a demonstração da viabilidade pode servir de estímulo
para a realização das práticas de cultivo; b) a operacionalização de políticas públicas de
agricultura urbana precisa amparar-se em estudos quantitativos que sinalizem sua
eficiência.
Para responder às questões anteriores foi desenvolvido um estudo de caso com
enfoque na microeconomia, ou seja, com a contabilização do balanço entre insumos e
produtos (SILVA, 2011; MIGUEL e MACHADO, 2010), bem como com a avaliação do custo
de oportunidade, isto é, quanto determinada atividade está remunerando o agente
econômico ao compará-la com outras que ele está deixando de realizar dentro do seu
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horizonte de possibilidades reais (SILVA, 2011; BARROS, 2019). Assim, um canteiro
experimental de 5m² foi manejado durante o período de 1 ano (junho de 2020 a julho de
2021), sob manejo orgânico-biodinâmico, com o intuito de avaliar os aspectos
quantitativos e qualitativos da agricultura urbana enquanto um dos instrumentos para
melhorar a segurança alimentar. A seguir, tem-se a descrição metodológica detalhada e a
análise dos resultados obtidos.
METODOLGOGIA
A metodologia desse trabalho se divide em duas partes: a primeira diz respeito à
metodologia de condução do experimento agrícola que deu origem aos dados analisados;
a segunda refere-se à metodologia de análise microeconômica.
Em termos de sistemas agronômicos, a agricultura urbana pode ser edificada em
formatos muito variados: espaços abertos, fechados (estufas), quintais, vasos, hortas
horizontais, hortas verticais, sistema orgânico, hidropônico ou convencional etc. O
experimento que serviu de base analítica para o presente trabalho foi conduzido no
formato de jardim residencial, com o cultivo de um canteiro com a metragem de 5m²,
2
localizado na área experimental biodinâmica do CCR da UFSC no município de
Curitibanos-SC.
A escolha do sistema de cultivo pautou-se nos princípios de uma agricultura de
baixo custo e ancorada nos princípios da sustentabilidade. Para isso, os manejos
utilizados foram os da agricultura orgânica e biodinâmica. O manejo orgânico de
produção consiste na utilização de tecnologias ecológicas de modo a se obter a
conservação dos recursos naturais e o equilíbrio ecossistêmico (PAULUS, et. al., 2000;
PRIMAVESI, 2014). Por sua vez, o manejo biodinâmico orienta-se pelo calendário
astronômico biodinâmico (THUM, 1986), pelas práticas de cultivos integrados e pelo uso
dos Preparados Biodinâmicos (STEINER, 2017). Em ambos, pode-se fazer uma agricultura
com alta sustentabilidade, com baixo custo e geradora de alimentos saudáveis.
2
Essa medida foi utilizada como parâmetro para o experimento agrícola. A configuração da metragem dos
terrenos urbanos é muito variada em função da localização, dos Planos Diretores de cada cidade e da renda
dos proprietários. Em algumas residências o espaço ocioso para cultivo pode ser maior; em outras, menor;
em muitas é inexistente. O que se pretende com a medida aqui utilizada é ter um parâmetro mínimo para
se avaliar o potencial de produção de alimentos e a viabilidade econômica para esse tipo de arranjo
agrícola.
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A adubação do canteiro foi feita com a elaboração da compostagem, produzida
através resíduos domésticos em sistemas de vermicompostagem (SOUZA, et. al., 2020).
Parte das sementes e mudas foi produzida na própria área experimental, outra parte foi
adquirida no mercado local. Os cultivos foram conduzidos conforme os princípios de
consorciamento, por este possibilitar um melhor aproveitamento do solo, da captação da
luz solar e por auxiliar no controle biológico dos insetos (PAULUS; et. al., 2000;
PRIMAVESI, 2014; STEINER, 2017). Esse sistema de cultivo pode ser considerado de fácil
operacionalização e de baixo custo, afinal, a grande maioria dos insumos pode ser
produzida em casa.
Após 1 ano de condução do manejo agrícola e anotação dos dados em diário de
campo, a segunda etapa metodológica refere-se ao tratamento dos dados. A pesquisa
configura-se como um estudo de caso, ou seja, uma investigação empírica e abrangente
de um fenômeno específico cuja descrição permite compreender o objeto enquanto tal e
realidades similares (YIN, 2001). A abordagem analítica da pesquisa pode ser considerada
quali/quantitativa, isto é, baseada em instrumentos qualitativos e quantitativos
combinados de forma complementar (MINAYO; SANCHES, 1993).
A dimensão qualitativa consistiu na coleta de dados em diário de campo no
período entre julho de 2020 a junho de 2021, através da técnica de observação
sistemática (GIL, 2008) em que os eventos agronômicos ocorridos foram registrados por
meio de um memorial fotográfico, incluindo as práticas de cultivo e os produtos colhidos.
A dimensão quantitativa consistiu na anotação em uma planilha do Excel de todos
os insumos utilizados, bem como da pesagem de todos os alimentos colhidos. Esses
dados serviram para a realização dos cálculos microeconômicos. Os insumos dos custos
fixos e variáveis foram mensurados com base nos preços praticados no mercado local e os
produtos colhidos foram contabilizados conforme a cotação de preço da Central de
Abastecimento do Estado de Santa Catarina (CEASA).
Em seguida foram calculados o Produto Bruto (PB) e o Valor Agregado Bruto
(VAB), os Custos Totais (CT), o Lucro Contábil (LC) e o Custo de Oportunidade (COPOR) do
trabalho. Esses últimos foram feitos a partir do Valor da Hora Trabalhada (VHT) nas
atividades da agricultura urbana em relação ao Valor da Hora Trabalhada com base na
média do salário mínimo (VHTm), parâmetro escolhido por representar uma medida
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objetiva de mensuração do valor do trabalho. Todos os valores mensurados foram
contabilizados conforme os preços vigentes a época (junho 2020/junho 2021).
As fórmulas utilizadas para fazer os cálculos referidos foram as seguintes:
(PB representa o produto Bruto; ƩQ representa a quantidade de
produtos colhidos; ƩP representa os preços).
(VAB representa o Valor Agregado Bruto; PB representa o Produto
Bruto da Produção; CI representa o valor do consumo intermediário de insumos).
(CT representa o custo total; CV os custos variáveis; CF os custos
fixos).
(LC representa o lucro contábil; RC a receita total; CT os custos totais).
(DA representa a depreciação anual; VN representa o valor novo; VR
representa o valor residual; N representa o tempo de duração estipulado).
(VHT: Valor Hora Trabalhada (em R$); LC: Produto Bruto; QHT: Quantidade
Horas Trabalhadas).
(VHTm: Valor da hora trabalho salário mínimo; SBm= Salário
Mínimo Base; QHTm= Quantidade de horas trabalhadas/mês).
Se VHT > VHTm significa que as atividades da agricultura urbana remuneram
positivamente o tempo de trabalho.
(CARP: Custo anual de recuperação do patrimônio; VP: valor
total do terreno; ACT: área de cultivo total; r: taxa anual de juros calculada aqui com
simulações baseadas nos rendimentos do CDI e da Conta Poupança no ano de 2021). Se
LC>CARP significa que o negócio é sustentável em longo prazo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O sistema de cultivo orgânico/biodinâmico com consorciamento de culturas
demonstrou-se viável em termos de manejo agronômico. Por ser aplicado em uma área
relativamente pequena, não houve problemas significativos em termos de pragas e
doenças agrícolas. O sistema também é de baixo custo e fácil operacionalização, sendo,
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portanto, adequado para a implantação em territórios urbanos. Os resultados qualitativos
do experimento podem ser visualizados nas imagens a seguir:
Imagem 1: Espaço do experimento (canteiro, composteira e cultivos)
Fonte: Autor (2021)
Pode-se perceber pelos registros que os cultivares apresentaram crescimento
vegetativo satisfatório e o manejo consorciado possibilitou a produção de uma
diversidade de alimentos. A reciclagem de nutrientes, feita pelo processo da
compostagem, reduz os custos de produção e fornece nutrição satisfatória aos ciclos
produtivos das cultivares, aspecto que pode contribuir para a redução de materiais
orgânicos nos aterros sanitários e nutrir o solo para a produção de alimentos orgânicos.
Outro aspecto importante foi a diversidade nutritiva dos alimentos produzidos.
Sem a pretensão de analisar a dimensão nutricional individualizada, buscou-se ilustrar os
aspectos gerais das propriedades nutritivas dos alimentos produzidos com base na
metodologia de classificação nutricional por cores (EMBRAPA, 2012). Essa abordagem
permite ilustrar as principais propriedades nutritivas presentes nos grupos de alimentos,
bem como ressalta seus respectivos benefícios à saúde. Isso vem ao encontro das
perspectivas contemporâneas de segurança alimentar e nutricional (BRASIL, 2014). O
Quadro a seguir ilustra os alimentos com base na metodologia das cores.
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Quadro 1: Aspectos nutricionais dos alimentos produzidos no experimento
Alimentos
Cor
Principais propriedades nutritivas e de saúde
Alface crespa
As hortaliças verdes apresentam uma série de nutrientes: pró-
vitamina A, luteína, vitamina B2, vitamina B5, vitamina B9,
vitamina C, vitamina K, cálcio, ferro, magnésio e potássio. No geral,
elas auxiliam no crescimento e na manutenção da pele, ossos,
cabelos e visão; contribuem para os sistemas digestório, nervoso,
imunológico e sexual; e reduzem o colesterol e o risco de doenças
cardiovasculares. Ervilha também é fonte de proteína.
Alface lisa
Alface americana
Brócolis
Rúcula
Chicória
Ervilha
Cenoura
Os alimentos com essas tonalidades contêm pró-vitamina A,
vitamina C, carotenoides e „flavonoides. O bom funcionamento
dos sistemas imunológico e sexual e a proteção contra doenças
cardíacas e certos tipos de câncer estão entre os benefícios
gerados pelas hortaliças desta cor. Assim como as hortaliças
verdes, também contribuem para o crescimento e para melhoria
da visão e da pele. Cenoura também é fonte de carboidrato.
Phizales
Tomate cereja
As hortaliças vermelhas são ricas em licopeno, vitamina C e ácidos
fenólicos. Entre os benefícios para a saúde estão: redução do risco
de câncer (próstata, estômago, mama); manutenção da saúde da
pele, gengivas e vasos sanguíneos; formação de colágeno; redução
do colesterol, do risco de aterosclerose e de doenças
cardiovasculares; e fortalecimento do sistema imunológico.
Pimenta
Berinjela
A tonalidade roxa indica a presença de antocianina, uma
substância com propriedades anticancerígenas que também atua
na preservação da memória e na proteção contra doenças do
coração. Entre as hortaliças deste grupo, a beterraba
especificamente ajuda na redução da pressão arterial e na
melhoria do sistema circulatório.
Beterraba
Cebola Roxa
Repolho Roxo
Repolho Branco
As hortaliças brancas possuem predominância de flavonoides,
selênio e organossulfurados. Essas substâncias atuam contra
processos inflamatórios e alergias; fortalecem os sistemas
imunológico e circulatório; e protegem contra doenças crônicas
associadas ao envelhecimento. Batata e batata andina (inglesa)
também são fontes de carboidratos.
Batata
Batata andina
Fonte: Autor (2021); Embrapa (2012)
Pelo que se observa no Quadro 1, a agricultura urbana pode produzir, em
pequenos espaços, uma diversidade de alimentos de qualidade para melhorar a
alimentação e a saúde das pessoas. Assim, a implantação de hortas domésticas constitui
uma tecnologia de baixo custo e que possui um potencial significativo para produção de
alimentos, especialmente os ricos em vitaminas e minerais, fundamentais à segurança
alimentar (PANGARIBOWO; GERBER, 2016).
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Contudo, o desenvolvimento das práticas agrícolas urbanas depende de uma serie
de fatores culturais, econômicos e sociais. Um desses fatores é uma percepção muito
conhecida nos jargões populares: “vale apena plantar”? Essa singela pergunta possui
grande relevância tanto para mensurar as disposições individuais quanto para
instrumentalizar possíveis políticas públicas em agricultura urbana. Por isso, a segunda
etapa das análises está voltada para a análise econômica do experimento.
O primeiro aspecto mensurado foi o Produto Bruto (PB) ao longo do ano agrícola
do experimento.
Tabela 1: Produto Bruto (PB)
Produto
Quantidade
(Kg, unidade)
Valor total unitário pago
ao produtor (R$)
Alface lisa
49 und
2,50
122,50
Alface crespa
18 und
1,00
18,00
Alface amer.
14 und
1,00
14,00
Chicória
02 und
1,00
2,00
Brócolis ram.
08 und
2,50
20,00
Beterraba
5,1 Kg
5,80
29,58
Cenoura
6,4 kg
6,50
41,60
Batata Andina
2,5 Kg
7,70
19,25
Tomate cereja
3,0 kg
8,33
24,99
Rúcula
20 und
1,00
20,00
Pimenta
4,8 kg
5,80
27,84
Repolho Roxo
3 und
2,50
7,50
Repolho branco
4 und
1,75
7,00
Cebola Roxa
0,3 kg
3,50
1,00
Ervilha
0,3 kg
8,00
2,40
Berinjela
0,6 kg
8,50
5,10
Phizales
0,6 kg
7,50
4,50
Sementes div.
0,1 kg
40,00
4,00
Batata doce
0,7 Kg
4,50
3,15
Total
374,41
Fonte: autor (2021)
Os itens da Tabela 1 foram sistematizados e calculados da seguinte maneira: os
preços dos produtos pagos ao produtor foram cotados a partir da tabela de preços da
Central de Abastecimentos do Estado de Santa Catarina (CEASA) no mês de junho de
2021, quando foi encerrada a coleta de dados. Como o experimento foi conduzido com o
manejo orgânico/biodinâmico, os preços foram cotados preferencialmente de acordo
com essa tipificação, exceto daqueles produtos que a CEASA não possuía.
O PB de 374,41R$ corresponde, em termos contábeis, à Receita Total obtida. Para
se deduzir o VAB e o LC foram subtraídos os custos variáveis ou intermediários (CI),
compostos pelos insumos necessários para realizar a produção agrícola.
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Tabela 2: Custos Variáveis
Insumo
Quantidade (kg/und)
Valor (R$) kg/und
Total (R$)
Adubo ovelha
20 kg
0,20
4,00
Adubo composteira
50Kg
0,00
0,00
Ingredientes/ biofertilizante
3 und
1,00
3,00
Semente cenoura
0,5
5,00
2,50
Semente Repolho Roxo
0,5
2,50
1,25
Semente Alface
0,4
2,00
0,80
Semente beterraba
0,4
2,00
0,80
Mudas de cebola roxa
10
0,10
1,00
Mudas berinjelas
03
2,00
6,00
Calcário
02
0,5
1,00
Sementes próprias diversas
2
2
4,00
Mudas hortaliças
10
0,18
1,80
Mão de obra
26,04h
5,95
154,93
Água para irrigação
4m³
1,96
7,84
Total
188,92 R$
Fonte: autor (2021)
O valor dos insumos foi contabilizado com base nos preços pagos por eles no
mercado local. Para o adubo, produzido na composteira com resíduos domésticos, foi
contabilizado apenas o valor da mão de obra, pois se trata de um produto de descarte
com custo zero. Além disso, tal prática traz muitos benefícios que podem ser
considerados no âmbito das contribuições da agricultura urbana para a sustentabilidade
do ecossistema urbano. Algumas sementes e mudas, como as de alface, cenoura, tomate
e pimenta foram produzidas no próprio experimento e foram contabilizadas como
sementes diversas. A mão de obra foi estipulada com uma média de 30 minutos por
semana para 1 indivíduo adulto, o que daria 2h e 17min por mês e 26,04 horas por ano.
Ao contabilizar somente os custos variáveis, isto é, a relação insumo produto, tem-
se o seguinte VAB:
Quanto aos custos fixos (CF) foram contabilizados os itens da infraestrutura do
canteiro e as ferramentas necessárias para viabilizar as atividades agrícolas.
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Tabela 3: Custos fixos
Itens de custo
Quantidade
Valor
unitário (R$)
Valor Total (R$)
Valor Residual
(R$)
Sombrite para cerca
12 m
1,09
13,08
1,30
Moirões para cerca
4 und
10,00
40,00
4,00
Enxada
1und
11,00
11,00
1,10
Pregos
0,1und
10,00
1,00
1,00
Balde
1 und
2,00
2,00
0,20
Regador
1 und
2,00
2,00
0,20
Total
69,08
7,80
Fonte: autor (2021)
O cálculo dos custos fixos implica deduzir a depreciação, pois seus componentes
precisam ser diluídos ao longo do período de vida útil. Por padrão, considerou-se o Valor
Residual (VR) de 10% de depreciação e a vida útil dos objetos em 6 anos, esta última com
base na experiência de trabalho a campo. Assim, teve-se o seguinte custo fixo anual:
Com isso, os Custos Totais (CT) para a referida área durante o período de julho de
2020 a junho de 2021 foram:
Assim, chegou-se no seguinte Lucro Contábil (LC):
Portanto, em termos contábeis o sistema de cultivo aplicado no experimento
apresentou rentabilidade positiva.
Entretanto, é preciso avaliar também o Custo de Oportunidade (COPOR) da mão
de obra utilizada, ou seja, a mensuração daquilo que se está abrindo mão de realizar ao
se fazer determinada escolha. Para mensurar o valor da mão de obra foi feito o cálculo do
Valor da Hora de Trabalho (VHTm) com base no salário mínimo (SBm). Considerando-se
que o valor do salário mínimo no ano de 2021 era de 1.100,00R$; que a média de horas
trabalhadas por semana é de 44 horas ao longo de 21 dias por mês, o que corresponde à
média de 8,8 horas por dia de trabalho, tem-se a quantidade de 184,8 horas de trabalho
mensal (QHTm).
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O VHTm de 5,95R$/h, para o caso hipotético de um trabalhador que recebe salário
mínimo, pode ser comparado ao VHTm do trabalho no canteiro. Para isso, foi dividido o
LC anual do canteiro pela QHT no período e chegou-se ao seguinte resultado:
Dessa forma, VHT > VHTm, ou seja, a remuneração por hora trabalhada na
agricultura urbana é maior do que a remuneração que um trabalhador com salário
mínimo recebe, logo, o COPOR do trabalho pode ser avaliado como positivo sob as
condições referidas. Destarte, o COPOR é uma medida relativa e variável conforme as
distintas realidades dos agentes sociais.
De maneira similar, procurou-se avaliar o COPOR da terra. Para isso, foi feita uma
pesquisa em cinco (5) imobiliárias de Curitibanos-SC, município em que se realizou o
experimento agrícola urbano. Nessa pesquisa, em que foi levantado o preço dos terrenos
urbanos, chegou-se ao valor médio de 361,13R$/m², o que equivale ao valor médio de
126.395,00R$ para a área total dos terrenos com metragem aproximada de 350m².
Como a medida do COPOR pressupõe a comparação com outra atividade, o que
elevaria a subjetividade da análise, optou-se por calcular o Custo Anual de Recuperação
Patrimonial (CARP). Essa medida avalia o quanto um determinado patrimônio, neste caso
a terra, é remunerado em função do COPOR do seu valor enquanto capital. Para isso,
utilizaram-se como parâmetro duas aplicações financeiras: a Conta Poupança e o CDI.
(r com base na Conta Poupança/2021)
(r com base no CDI/2021)
Em ambas as simulações LC>CARP, logo, as atividades da agricultura urbana
remuneram minimamente o COPOR da terra, bem como o patrimônio investido tendo em
vista a sustentabilidade das atividades. De toda forma é importante ressaltar que o
COPOR é uma medida relativa e que sua efetividade, no caso dos jardins residenciais
agrícolas, é mais aderente quando relacionada a espaços ociosos.
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Por fim, foi analisado o quanto os produtos obtidos representariam em termos de
economia no orçamento familiar destinado à alimentação. Para isso, foi estipulado qual o
valor que seria gasto caso o agricultor urbano, na condição de consumidor, fosse comprar
os itens produzidos.
Tabela 4: Impactos no orçamento do consumidor
Produto
Quantidade
(Kg, unidade)
Valor unitário pago pelo
consumidor
(R$)
Valor total unitário pago
pelo consumidor (R$)
Alface lisa
49 und
3,00
147,00
Alface crespa
18 und
1,80
32,40
Alface amer.
14 und
2,80
39,20
Chicória
02 und
2,80
5,60
Brócolis ram.
08 und
4,00
80,00
Beterraba
5,1 kg
4,50
22,95
Cenoura
6,4 kg
4,00
25,60
Batata Andina
2,5 kg
4,50
11,25
Tomate cereja
3,0 kg
6,50
19,50
Rúcula
20 und
3,00
60,00
Pimenta
4,8 kg
6,50
31,20
Repolho Roxo
3,0 und
5,00
15,00
Repolho branco
4,0 und
4,00
16,00
Cebola Roxa
0,3 kg
7,00
2,10
Ervilha
0,3 kg
8,00
2,40
Berinjela
0,6 kg
5,50
3,30
Phizales
0,6 kg
7,50
4,50
Sementes div.
0,1 kg
40,00
4,00
Batata doce
0,7 kg
4,50
3,15
Total
525,15
Fonte: autor (2021)
O preço pago pelo consumidor foi cotado a partir de uma média feita através de
uma pesquisa de preços no mercado local, sendo utilizado o mesmo critério aplicado ao
PB na Tabela 1. Do mesmo modo, nem todos os alimentos colhidos possuíram oferta
como orgânicos, logo, foram contabilizados conforme sua disponibilidade no mercado
local. Apesar de isso ter gerado algumas discrepâncias na relação em termos de valor
recebido e valor pago pelo mesmo produto, a metodologia pautou-se pelo realismo dos
preços pagos pelo consumidor local. Conforme se observa na Tabela 4, ao cultivar os
alimentos que supostamente compraria, o cidadão urbano economizaria o valor de
525,15R$. Para famílias em condições de vulnerabilidade em termos de segurança
alimentar, esse valor pode ser representativo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas análises qualitativas realizadas nesse estudo de caso, pode se dizer
que a agricultura urbana, no formato de jardins alimentares, é uma das ferramentas
possíveis para melhorar as condições de segurança alimentar das populações urbanas.
Além disso, foi possível identificar a viabilidade econômica desse tipo de
empreendimento, aspecto que pode ser aderente tanto para as motivações individuais
em praticar a agricultura urbana quanto para subsidiar a edificação de políticas blicas
nesse campo.
O presente estudo de caso não teve como pretensão apresentar uma resposta à
complexa problemática da segurança alimentar, mas introduzir uma importante questão
empírica e metodológica para ser aperfeiçoada em novos estudos a fim de subsidiar
possíveis tecnologias sociais voltadas à agricultura urbana e segurança alimentar. Mais do
que prender-se aos cálculos realizados, o que importa aqui é considerar a relevância deles
para a edificação de possíveis estratégias de desenvolvimento da agricultura urbana. A
agricultura urbana é uma ferramenta que pode auxiliar na melhoria da segurança
alimentar, mas só exercerá esse papel se for feita com planejamento e instrumentalização
adequada.
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