https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v27n1p30-47



Vol. 27, n. 1, jan/jun, 2021

ISSN: 2179-6807 (online)




DESAFIOS E APRENDIZADOS FRENTE AO CYBERBULLYING EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES LGBT’S NO AMBIENTE ESCOLAR: CONFLITO REAL EM UM MUNDO VIRTUAL


Vanessa Andriani Maria1


Recebido em: 12/03/2021

Aprovado em: 22/06/2021


Resumo: Na contemporaneidade, por meio do uso das tecnologias de comunicação e de informação e dos dispositivos agregados, o cyberbullying possui o potencial para extrapolar os obstáculos de tempo e espaço do bullying tradicional entre crianças e adolescentes LGBT’s causando sérias consequências na vida destas pessoas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar a temática do cyberbullying, suas repercussões provocadas nas vítimas e as formas de prevenção. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória, que utilizou procedimentos de coleta de dados bibliográficos em publicações periódicas de cunho científico. Os resultados ressaltaram que as medidas para combater ou minimizar o cyberbullying serão mais eficientes se cada usuário da internet adotar a ética no ambiente virtual. É fundamental salientar que o cyberbullying deve ser amplamente estudado, pois é através da problematização do assunto, que será possível a elaboração de ações preventivas e medidas de combate ao problema; permitindo à população uma maior elucidação sobre o tema e, por conseguinte, maior qualidade nas relações sociais entre crianças e adolescentes.

Palavras-Chave: Cyberbullying. Internet. Diversidade. LGBT.


CHALLENGES AND LEARNING FACING CYBERBULLYING IN LGBT CHILDREN AND ADOLESCENTS IN THE SCHOOL ENVIRONMENT: REAL CONFLICT IN A VIRTUAL WORLD


Abstract: Nowadays, through the use of communication and information technologies and aggregated devices, cyberbullying has the potential to extrapolate the time and space obstacles of traditional bullying among LGBT children and adolescents causing serious consequences in the lives of these people. In this sense, the objective of this work is to present the theme of cyberbullying, its repercussions on victims and forms of prevention. This is an exploratory research, which used procedures for collecting bibliographic data in periodic publications of a scientific nature. The results emphasized that measures to combat or minimize cyberbullying will be more efficient if each internet user adopts ethics in the virtual environment. It is essential to point out that cyberbullying should be widely studied, as it is through the problematization of the subject that it will be possible to develop preventive actions and measures to combat the problem, allowing the population to better elucidate the subject and, consequently, higher quality in social relations between children and adolescents.

Keywords: Cyberbullying. Internet. Diversity. LGBT.


DESAFÍOS Y APRENDIZAJE FRENTE AL CIBERACOSO EN NIÑOS Y ADOLESCENTES LGBT EN EL ENTORNO ESCOLAR: CONFLICTO REAL EN UN MUNDO VIRTUAL


Resumen: En los tiempos contemporáneos, a través del uso de las tecnologías de la comunicación y la información y los dispositivos agregados, el ciberacoso tiene el potencial de extrapolar los obstáculos del tiempo y el espacio del acoso tradicional entre los niños y adolescentes LGBT que causan graves consecuencias en la vida de estas personas. En este sentido, el objetivo de este trabajo es presentar el tema del ciberacoso, sus repercusiones en las víctimas y las formas de prevención. Se trata de una investigación exploratoria, que utilizó procedimientos bibliográficos de recopilación de datos en publicaciones periódicas de carácter científico. Los resultados enfatizaron que las medidas para combatir o minimizar el ciberacoso serán más eficientes si cada internauta adopta ética en el entorno virtual. Es esencial destacar que el ciberacoso debe ser ampliamente estudiado, ya que es a través de la problemática del tema que será posible desarrollar acciones preventivas y medidas para combatir el problema; permitiendo a la población dilucidar más sobre el tema y, en consecuencia, una mayor calidad en las relaciones sociales entre niños y adolescentes.

Palabras clave: ciberacoso. Internet. Diversidad. LGBT.



INTRODUÇÃO


Tanto as crianças quanto os adolescentes, hodiernamente, exibem sua identidade em diversas plataformas digitais. Tais jovens, com a finalidade de aumentar sua interação participando das redes sociais, criam perfis públicos e compartilham diversas informações pessoais, através destes dispositivos tecnológicos.

É notadamente perceptível a existência de particularidades comuns do cyberbullying com o bullying tradicional. A intencionalidade do/da agressor/agressora, o caráter recorrente das agressões e o desequilíbrio de poder entre o/a agressor/agressora e a vítima são aspectos que se mantêm no cyberbullying (BUELGA et al., 2010).

O cyberbullying pode ser definido como um comportamento intencional, agressivo e repetido, através da utilização de variados dispositivos eletrônicos que permitem estabelecer contato com outrem, e em que existe uma relação desigual de poder agravada pelo fato de muitas vezes a vítima não saber quem a está a agredir/violentar (SMITH et al, 2006).

O bullying presencial e o virtual ocorrem lado a lado com constância. Salienta-se, entretanto, que o cyberbullying deixa um vestígio ou rastro digital, sendo que tal registro pode ser benéfico e fornecer indicações para ajudar a dar fim ao abuso.

Com relação aos aspectos teóricos e conceituais que circundam o fenômeno em sua complexidade, não existe uma consonância (LANGOS, 2012). Uma suposição para a ausência de uma definição precisa do cyberbullying está relacionada ao fato em que se observa uma significativa proliferação de novas tecnologias, no qual surgem novos comportamentos e modos de agir diante de tais inovações (SPEARS et al, 2009).

Diversas inquirições já realizadas acerca da temática situa o cyberbullying como um fator de risco expressivo para o desenvolvimento subsequente de crianças e adolescentes. Entendido como "um tipo de bullying que utiliza a tecnologia" (SHARIFF, 2011, p. 59)

A prática do cyberbullying é facilitada pela diversidade de meios proporcionados pelas tecnologias de informação e comunicação: e-mails, grupos de discussão, mensagens de texto/digitais blogs, salas de chats, mensagens instantâneas, redes sociais, sites de crítica de cinema, sites de partilha de vídeos ou jogos online (PESCITELLI, 2013).

O cyberbullying gera uma amplificação das suas consequências e do seu impacto nas vítimas, contribuindo desta forma para a abrangência da gravidade deste tipo de agressão (MATOS et al., 2011, p.186).

Nestes ambientes dotados de tecnologia de informação com internet, ações hostis, humilhantes e reiteradas descrevem mais recentemente o bullying eletrônico ou cyberbullying. Os instrumentos utilizados no cyberbullying estão em expansão juntamente com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação. Os instrumentos mais utilizados são: o “SMS” (mensagem de texto) e o WhatsApp os quais são usados para a emissão de mensagens atemorizantes, difamatórias ou ofensivas contendo inclusive fotografias ou vídeos. O e-mail (com probabilidade de envio de anexos – fotos ou vídeos), as redes sociais, os chats, os jogos online e as chamada telefónicas via internet.

Excluídos de suas famílias, censurados pela sociedade e isolados de seus amigos, muitas crianças e adolescentes LGBT’s apelam para a internet procurando solidariedade. Através da internet, estes veem uma forma de evadir-se de seus conflitos e serem imediatamente conduzidos para um local repleto de pessoas semelhantes e acolhedoras. Ali, podem buscar seu rumo sobre como revelar sua orientação sexual e melhor compreender sua sexualidade e identidade de gênero. De certa forma, a internet promove o senso de comunidade nos indivíduos LGBT’s, independentemente da distância física entre eles.

Os espaços online são importantes para o abrandamento do estigma social vivido por crianças e adolescentes LGBT. O fato de haver apoio mútuo entre os participantes possibilita a vivência da orientação sexual com menos conflitos. Nessas comunidades, tanto crianças quanto adolescentes encontram um lugar no qual podem se expor como desejam, sem serem agredidos, etiquetados, estigmatizados. O ambiente virtualizado representa, para estes jovens, um espaço onde, é possível reconhecer ou familiarizar-se com a sua orientação sexual, sendo de uma importância mais que significativa em suas vidas.

Em um ambiente virtual, práticas discriminatórias e discursos de ódio são cada vez mais cíclicos. As redes sociais digitais tornaram-se um ambiente de constante interação humana e, portanto, de dispersão de opiniões a respeito de tudo e de todos, de um modo geral. O problema reside que muitas destas opiniões, desqualificam e inferiorizam as crianças e adolescentes por serem LGBT’s.

A rede constitui um espaço de socialização como qualquer outro, sendo mediada por atos de indivíduos que fazem parte dela: logo o cyberbullying se expressa como sendo a violação dos direitos humanos neste ambiente, através de tecnologias digitais.

Os critérios estabelecidos na metodologia adotada no estudo permitiram a seleção de referências com as seguintes características: livros, artigos científicos, e periódicos. Foram atendidos todos os critérios necessários para a realização de uma revisão de literatura com excelência.

Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória, que utilizou procedimentos de coleta de dados bibliográficos em publicações periódicas de cunho científico, analisando através de vários referenciais teóricos como histórias de vida enquadram-se no ambiente que as circunda e junto às pessoas com quem convivem.

Evidências sugerem que a vítima, criança ou adolescente LGBT resista a comunicar aos adultos porque receiam a perda do acesso às tecnologias e uma represália maior por parte do agressor, também acham que os adultos não poderiam fazer nada para mudar a situação; mesmo que tentassem.

Este estudo tem por objetivo geral analisar estratégias de trabalho do professor para o enfrentamento do bullying homofóbico na escola, adotando como referência para a análise um conjunto de publicações científicas.

Apesar de ser um tema sério e demandar respostas urgentes, destaca-se que são poucas as pesquisas que relacionam cyberbullying homofóbico no contexto escolar; e ainda escassas as que tratam sobre as estratégias de trabalho do professor para o enfrentamento dessa problemática.

Para CANDAU (2008, p. 181), “a interculturalidade orienta processos que têm por base o reconhecimento do direito à diferença e a luta contra todas as formas de discriminação e desigualdade social”.

A questão relacionada à LGBTfobia no Brasil sempre existiu desde a edificação de nossa sociedade. Atualmente, a situação se agravou.


A SOBRECARGA QUE ENVOLVE OS GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS



Crianças com deficiências, crianças excluídas socialmente, que estão fora da escola, pertencentes a minorias ou afetadas pela migração são mais propensas a não terem acesso à internet, ficando impossibilitadas de aprender sobre segurança online. De modo que, ao terem acesso corre maior risco de sofrer cyberbullying. (UNESCO, 2015)

Outro grupo de vulneráveis são os mais pobres ou provenientes de minorias étnicas, linguísticas ou culturais, migrantes ou que fazem parte de comunidades de refugiados ou pessoas com deficiências físicas, apresentam maiores riscos de sofrer violência escolar e bullying. Crianças e adolescentes cuja orientação sexual, identidade ou expressão de gênero não se conforma às normas sociais ou de gênero tradicionais são afetados de modo desproporcional. (UNESCO, 2019, p.9)

Wiederhold (2014) na sua investigação observou que os (as) jovens que se identificam como não heterossexuais ou que questionam a sua identidade sexual são, o grupo mais afetado pelo cyberbullying.

Compreender o espaço da escola e a sua dinâmica significa discuti-la sob o ponto de vista da constituição e da difusão de conteúdos cognitivos e simbólicos, assim como a partir das suas características intrínsecas, sua linguagem, seu imaginário, entre outros. A escola necessita ser compreendida por meio de um processo de reconstrução acerca dos discursos e dos saberes sobre o gênero, o mercado de trabalho, a sexualidade, a classe social, a geração e a etnia, além de outras categorias que possam surgir no processo de ensino e aprendizagem. Premente, se faz a necessidade de se entender a questão do gênero dentro do universo escolar, como assim explicita Santana (2014).

As crianças e os adolescentes mais vulneráveis, incluindo os mais pobres ou provenientes de minorias étnicas, linguísticas ou culturais, migrantes ou pertencentes a comunidades de refugiados ou pessoas com deficiências físicas, apresentam maiores riscos de sofrer violência escolar e bullying. Crianças e adolescentes cuja orientação sexual, identidade ou expressão de gênero não se conforma às normas sociais ou de gênero tradicionais são afetados de modo desproporcional.

O ambiente escolar compreende um dos locais onde a discriminação é mais observada (ANTÓNIO et al, 2012). Para muitos (as) jovens LG, ou que não se mostram em consonância com as normas de gênero, a rotina diária escolar está repleta de episódios de assédio e vitimização (ANTÓNIO et al., 2012; RODRIGUES et al., 2015).

A escola enquadra-se como um lugar de preconceitos e discriminações, onde há um abissal quadro de violência a que estão submetidas muitas crianças, adolescentes, jovens e adultos LGBT’s, vítimas de homofobia. Logo, o ambiente escolar deve assumir um papel de diferenciador frente a esses e outros tipos de violência. Salienta-se que a escola não está imune de produzir violência. Acredita-se que tal instituição reproduza mais a violência, mesmo que de forma velada e repleta de sutilezas.

Alguns jovens usam a internet para ajudar na sua autocompreensão e também compreensão de sua sexualidade, dessa maneira, é imprescindível que crianças e adolescentes estejam cientes que a divulgação dos conteúdos no ambiente virtual é ao mesmo tempo instantânea e permanente (Korenis, Billick, 2014).

Crianças e adolescentes cuja orientação sexual, identidade ou expressão de gênero não se enquadram às normas tradicionais de gênero (estereótipos de gêneros) também são mais predispostas a sofrerem violência escolar e bullying. Alguns meninos podem ser importunados quanto a sua falta de masculinidade ou as meninas, quanto a sua falta de feminilidade.

Os praticantes de cyberbullying se utilizam de todas as possibilidades que os recursos da moderna tecnologia lhes oferecem... Valendo-se do anonimato, os bullies virtuais inventam mentiras, espalham rumores, boatos depreciativos e insultos sobre outros estudantes, os familiares destes e até mesmo professores e outros profissionais da escola. “Todos podem se tornar alvos de um bombardeio maciço de ofensas, que se multiplicam e se intensificam de forma veloz e instantânea, quando disparadas via celular... e internet.” (SILVA, 2010, p. 127)

Um fator agravante desta forma de bullying é que os agressores ganham uma “blindagem” poderosa, em razão da garantia de anonimato que eles adquirem ao se utilizar de perfis falsos para perpetuar o assédio (SILVA, 2010).

Em relação ao cyberbullying, a escola acredita que seja como um espaço apenas de instrução onde valores não são discutidos. Assuntos mais polêmicos como preconceito, racismo, sexismo, homofobia e intolerância religiosa também não estão na pauta da escola. (GARCEZ, 2014, p. 163) “Talvez o cyberbullying não seja de fato um problema que esteja afetando a escola, mas a sua omissão em relação a este fenômeno é apenas a ponta do iceberg.”(ib.)

Algumas crianças e adolescentes vivenciam a violência e o bullying em casa e na escola, tanto no mundo real como no virtual. Quase não existem mais limites entre o mundo real e o virtual, devido às novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) que passam a integrar o dia a dia de crianças e adolescentes LGBT’s. As crianças têm acessado a internet cada vez mais cedo e em maior número, e a idade média para o início do uso da internet tem diminuído. Embora a maior parte dos dados disponíveis sobre a prevalência do cyberbulling seja proveniente de pesquisas conduzidas em países industrializados, o uso da internet tem crescido no mundo todo.

O bullying homofóbico visa estudantes lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) e também estudantes não LGBT que não se enquadram aos padrões tradicionais de gênero. Estudantes LGBT são mais propensos a sofrer bullying homofóbico na escola do que na comunidade, sendo a violência psicológica, que inclui a exclusão social e o bullying verbal, entre as mais relatadas pelos estudantes. (UNESCO, 2017).

A internet também pode ser um lugar ameaçador e perigoso, principalmente ameaçadora à comunidade LGBT, considerando-se o fato de que grande parte desses comentários odiosos inclui ofensas homofóbicas e agressões desorientadas.

Freitas e Castro (2013) conceituam os discursos de ódio como manifestações ofensivas normalmente dirigidas a grupos já segregados socialmente com a intenção de atingir-lhes a dignidade, de violar e de restringir o acesso dessas pessoas à cidadania. Ou seja, não é porque um segmento é vulnerável que ele é vítima de discursos de ódio, mas é justamente o discurso de ódio que produz a vulnerabilidade.

Muitos discursos de ódio ultrapassam os limites da liberdade de expressão, havendo ataques on-line contra pessoas socialmente vulneráveis, envolvendo na realidade, a sociedade como um todo e aos direitos humanos e fundamentais. Desse modo, a liberdade de expressão, deve ser tutelada com maior restrição, e o discurso do ódio, por se tratar de manifestação do pensamento com vistas a humilhar e a calar grupos minoritários, passa a ser repudiado e proibido pelos ordenamentos jurídicos, como forma de garantir a expressão das minorias e o exercício da cidadania (FREITAS, CASTRO, 2013, p. 329).

Observa-se que algumas pessoas não se sentem suficientemente seguras para revelar sua orientação sexual, ou preferem não revelar determinados aspectos de sua identidade, caso se sintam ameaçadas.

Assumir para a sociedade a orientação sexual ocasiona a imposição de limites aos seus desejos, deixando esses indivíduos mais propensos ao desrespeito, à discriminação e à relação da pessoa LGBT à doença, ao desvio, ao crime e à oposição. (DAVI, BRUNS, 2015, p. 521)

Estudantes não-LGBT’s considerados atípicos segundo as normas de gênero, também são alvos de violência homofóbica. Na Tailândia, por exemplo, 24% dos estudantes heterossexuais sofreram violência porque sua expressão de gênero era percebida como atípica, e no Canadá 33% dos estudantes do sexo masculino sofreram violência verbal relacionada a sua orientação sexual real ou percebida, incluindo aqueles que não se identificavam como gays ou bissexuais.(ibid.)


CYBERBULLYING E SUA RELAÇÃO COM O BULLYING


Nas referências pesquisadas, em sua maioria, o cyberbullying é definido como uma modalidade ou variação do bullying, é representado frequentemente, como uma novidade. O bullying é retratado como algo que sempre existiu, enquanto o cyberbullying é uma nova modalidade, particularidade do tempo em que vivemos. Dessa forma, o bullying tradicional, frequentemente praticado nas escolas, ganha o ambiente virtual na forma de cyberbullying.

De acordo com Mazzotti (2012, p.156): “Compara-se alguma coisa que se quer conhecer ou ressignificar utilizando outra que já se conhece. Se o que se quer conhecer não encontra-se no repertório do grupo, então é uma novidade.”

Devido ao amplo alcance da Internet na sociedade atual, o cyberbullying não é restrito a algumas partes do mundo, mas um fenômeno global que avança contra grupos em diferentes civilizações e modos de vida.

Fante e Pedra (2008, p. 65) conceituam o cyberbullying como “a forma virtual de praticar bullying”, sendo utilizados recursos como a internet e outras tecnologias de informação e comunicação (emails, blogs, facebook, entre outras ferramentas), mas sempre com o intuito de maltratar, humilhar e constranger.

A probabilidade das informações serem compartilhadas e o atinente anonimato que as redes sociais proporcionam, faz com que alguns indivíduos e grupos tornem públicas suas posições e ideias. Desse modo, pessoas que recriminam o comportamento da população LGBT entram em grupo e/ou página do Facebook, por um exemplo, voltado para tal público (LGBT), com a finalidade de fazer posts de caráter homofóbico.

Um único ataque pode permanecer online ou no celular das testemunhas por muito tempo, prolongando a exposição e o sofrimento das vítimas (BALDRY et al, 2015)).

Por serem as redes sociais digitais um ambiente de interação humana e de dispersão de conceitos e opiniões a respeito de outrem, o grande ponto dessa questão consiste no fato de que esses julgamentos, frequentemente desqualificam e inferiorizam determinado sujeito por ser LGBT, ateu, negro, gordo ou por ser mulher negra. Os discursos de ódio racistas, sexistas e LGBTfóbicos imperam além de pregarem a discriminação social.

Salienta-se que a homofobia praticada online não difere da que pode ser observada em outros ambientes. A escola, os serviços de saúde, outros serviços públicos e privados, e outras instituições da vida offline reproduzem o preconceito. (NATIVIDADE, OLIVEIRA, 2009)

Temos ainda de acordo com dados da UNESCO (2019, p. 12,) que:


A violência escolar e o bullying também acarretam altos custos sociais e econômicos, e seus efeitos exercem um impacto a longo prazo que persistem até a vida adulta. Praticar o bullying na escola pode ser um fator de predição de futuro comportamento antissocial e criminoso, bem como de problemas de relacionamento. Além disso, a violência escolar é um fator que contribui significativamente para a sub-representação das meninas na educação.



Nesse aspecto, é de essencial valia que a escola e toda sociedade esteja atenta ao assédio sexual, a pornografia infantil e a divulgação desses materiais pela internet bem como as mensagens de ódio contra minorias.


O IMPACTO DO CYBERBULLYING NA VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES LGBT’S


Assim como ocorre com o bullying praticado fora do ambiente virtual, o cyberbullying pode acarretar sérias consequências para os jovens vitimados. Geralmente, ocorre um quadro inicial de isolamento e tristeza, o qual pode evoluir para sérios quadros de depressãotranstorno de ansiedade e síndrome do pânico.

O Cyberbullying pode ser ainda mais desumano comparado ao preconceito tradicional, pois registra marcas de inferioridade sem que muitas vezes sobrevenha a probabilidade de identificar o responsável pelo ato, isto é, no mundo virtual, as informações podem ser instituídas por meio de identidades falsas ou até mesmo anonimato.

A relação foi negativa quando relacionada à saúde, percebida nos seguintes pontos: sedentarismo, tabagismo e ingestão ou abuso de bebidas alcoólicas. (SILVA et al, 2007, p.1115)

De acordo com dados da UNESCO (2017, p.8), alunos que são alvo de bullying são mais propensos a se sentir inseguros na escola, perder ou desistir das aulas. Ainda, alunos que sofrem violência homofóbica e transfóbica podem atingir piores resultados escolares comparados a seus colegas.

Tanto as vítimas quanto os agressores apresentam problemas adaptativos na escola, com seus os pares, baixo rendimento escolar, tendem a consumir substâncias psicoativas, possuem baixa autoestima, fobia social, estresse, depressão, e apresentam mais condutas autolesivas (LI, 2006; SCHNEIDER et al.; 2012, p. 171; HINDUJA; PATCHIN, 2008).

Outros problemas listados para os que sofrem de cyberbullying e vivenciam experiências negativas em sua saúde psicológica e comportamental, podem refletir inclusive na evasão escolar, isolamento social, depressão, ideação suicida e suicídio. (FERREIRA; DESLANDES; 2018, p. 3369) Grande parte dos estudos cita que o cyberbullying está associado à depressão, uso de drogas, ideação suicida e suicídio, estresse, solidão e ansiedade (EL ASAM; SAMARA, 2016; HINDUJA; PATCHIN, 2011; GINI; ESPELAGE, 2014) com consequências psiquiátricas que afetam a saúde mental e o desenvolvimento escolar (CARPENTER; HUBBARD, 2014), principalmente dos adolescentes.

Jovens que se identificam como LGBT ou que questionam a sua identidade sexual compreendem o grupo mais afetado pelo cyberbullying (WIEDERHOLD, 2014). As formas manifestas de homofobia e transfobia online incluem ameaças, insultos, discurso de ódio e assédio, enquanto as formas mais subtis são expressas por comentários heteronormativos e heterossexistas (PESCITELLI, 2013).

No estudo de Cooper e Blumenfeld (2012), os/as participantes LGBT reportaram sentirem-se deprimidos devido à cybervitimização, ter apresentado má imagem corporal, ter-se isolado dos seus amigos, ter-se isolado da família, ter medo de ir à escola e ter tido ideias suicidas pelo mesmo motivo. Toomey et al (2010) afirmam que adolescentes LGBT apresentaram níveis superiores de depressão e menor satisfação com a vida quando adultos.

Sivashanker (2013) argumenta que, precisamos repensar acerca da socialização on-line e que a exploração da identidade digital tende a aumentar:


Não somos mais "humanos", mas sim ciborgues incipientes: uma mistura de tecnologia e biologia, que é cada vez mais interligada e interdependente. Próteses, marca-passos, cartões de memória (quando foi a última vez que você saiu de casa sem o seu smartphone?) são apenas o começo de uma transformação fundamental da humanidade. Da mesma forma, nosso self offline está cada vez mais ligado ao nosso self online. A amputação do último pode ser potencialmente traumática, tal como a remoção de um dos membros. Embora limitar ou impedir o acesso à Internet possa funcionar para alguns indivíduos, outros podem experimentar subsequente dor fantasma na forma de angústia, depressão e até mesmo aumento na ideação suicida. (p. 114)


Em relação às emoções das vítimas, a respeito do sentimento de infração moral pelos agressores, evidenciam-se emoções como a humilhação (23,6%) e a injustiça (11,8%). As vítimas muito raramente atribuem a si próprias sentimentos de culpa (2,2%), não se reconhecendo responsáveis pelas situações vividas, ao contrário do que noutro tipo de situações de vitimização parece acontecer (GRAHAM; JUVONEN, 1998).

Alguns motivos para o silêncio incluem não saber a identidade do agressor, não confiar na capacidade dos educadores de compreender ou resolver a situação de forma adequada, bem como temer ser julgado mentiroso ou culpado pela própria resposta agressiva ao cyberbullying. Temem que a situação seja banalizada e se preocupam em serem rotulados como medrosos (CASSIDY; FAUCHER; 2013, p. 575).

No tocante às causas que induzem a esse tipo de violência são extremamente variadas e geralmente vinculadas com as experiências que cada aluno tem em sua família ou grupo que convive, o que abrange além dos fatores econômicos, sociais e culturais, ainda a própria personalidade do indivíduo e as influências da rede social. Algumas possíveis causas são: a convivência em ambientes agressivos; relações familiares sem diálogo e sem afetividade; presença de violência doméstica no contexto familiar; a influência da mídia e a exposição a jogos violentos e destrutivos (VIEIRA, et al. 2009).


COMO PREVENIR O CYBERBULLYING


As “novas tecnologias” de comunicação oferecem tantos benefícios como malefícios para a vida quotidiana. Da mesma forma facilitam a comunicação e troca de conhecimento, tais tecnologias podem influenciar de modo prejudicial o comportamento dos indivíduos, existindo a possibilidade de incitarem atitudes geradoras de violência nos meios virtuais (MATOS et al, 2011).

Designar um espaço específico para o debate do uso da internet tanto em casa quanto na escola e através de telefones celulares (principalmente), faz parte do uso seguro da tecnologia com a finalidade de prevenção ao cyberbullying para crianças e adolescentes LGBT’s: "o desenvolvimento de hábitos relacionados ao uso seguro de tecnologia deve ser estimulado desde muito cedo na vida das crianças na atualidade, de modo a garantir a efetiva internalização desses comportamentos. (HINDUJA; PATCHIN; 2009, p. 148).

A determinação de limite de tempo ou restrição de acesso a determinado(s) conteúdo(s) foi investigado e comparado ao uso da internet por parte dos filhos no estudo de LEE E CHAE (2011, p. 640). Tais autores encontraram relações expressivas entre o tempo gasto na internet e uma redução da convivência familiar. Analisaram ainda, que quando os pais exibiam práticas como "recomendar um site positivo ao filho" ou "navegar junto do filho", os filhos acabavam gastando mais tempo envolvidos em atividades educativas online e, deste modo, menos predispostos ao cyberbullying.

Ressalta-se que os pais não precisam ser especialistas em tecnologia para proteger os filhos em situações de cyberbullying, e podem rebater essa situação do modo que lhes é familiar e compatível com os valores parentais e sociais bem fundados.

Uma questão muito importante a ser analisada, diz respeito ao papel das escolas, que admitem a proibição de aparelhos celulares em seus espaços com a finalidade de não tumultuar o ambiente escolar através do uso indiscriminado das redes sociais, com jogos e aplicativos que não são de uso didático. Esta seria uma maneira eficaz de minimizar o cyberbullying? Fica a pergunta “no ar” para ser respondida em próximas pesquisas.

Outro procedimento favorável é implantar um modelo de prática restaurativa, visando a resolução de conflitos por meio do diálogo, da colaboração e da cooperação.

As estruturas construídas no seio das escolas e a melhoria da convivência escolar devem servir de suporte para colaborar na resolução dos casos de cyberbullying. A mediação, o trabalho cooperativo, as aulas de convivência, os programas de acompanhamento e mais programas e estruturas que aprofundem na filosofia da resolução colaborativa e cooperativa dos conflitos são suportes muito aproveitáveis para prevenir as condutas de cyberbullying no contexto escolar (AVILÉS 2013, p. 234).

Nem sempre é fácil identificar o cyberbullying, tanto para crianças quanto adolescentes, entanto, frisa-se que dois indicativos podem ajudar a reconhecer tal prática: sentimento da vítima e frequência das ameaças (quando alguém se sente ridicularizado, exposto ou inferiorizado).

Como parte de seu trabalho em prevenção em violência nas escolas, encontra-se a violência homofóbica e transfóbica nas escolas, fundamental para uma aprendizagem eficaz, para o cumprimento dos compromissos de direitos humanos, incluindo o direito à educação e os direitos da criança, bem como para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e garantir uma educação inclusiva e equitativa de qualidade, promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. (UNESCO, 2017)


CONSIDERAÇÕES FINAIS



cyberbullying contra crianças e adolescentes LGBT’s apresenta características específicas tornando-o ainda mais prejudicial que as formas convencionais de bullying e que devem ser reconhecidas para traçar táticas de intervenção mais apropriadas. A revisão de estudos realizada permite concluir que se trata de um fenômeno, que pode acarretar sérios prejuízos sociais, emocionais e cognitivos aos envolvidos, especialmente pela amplitude de sua abrangência.

É de extrema relevância tornar este tipo de violência visível e conhecido, permitindo desse modo a sua avaliação e a possibilitando intervenções preventivas. Torna-se relevante da mesma forma explorar de forma mais profunda as consequências derivadas deste fenómeno

O cyberbullying é uma prática trágica ao desenvolvimento salutar de crianças e adolescentes. Pode acarretar consequências deletérias na fase adulta, se negligenciado. Quando se almeja coibir a violência de gênero, homofobia, assédio moral no ambiente de trabalho, preconceito e racismo, o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA deve ser aplicado integralmente.

Os meios e formas de ofensas e agressões utilizadas são variados e demandam uma constante atualização para que esta realidade seja melhor estudada e avaliada, pois sabemos que os problemas de âmbito virtual não se exaurem e que a educação visando o uso adequado da tecnologia precisa ser ininterrupta.

A principal ferramenta de combate ao cyber­bullying ainda é a prevenção e deve abranger os jovens (crianças e adolescentes LGBT’s), que deverão ser ensinados para a utilização das tecnologias de intercessão, e os seus responsáveis, que deverão monitorar o seu uso de forma racional. Apesar dos jovens terem maior domínio sobre o uso das novas tecnologias que seus responsáveis legais, esses possuem um dever de zelar pelo bem estar e saúde daqueles que estão sobre sua responsabilidade. É importante considerar que certo monitoramento de atividade tem um aspecto positivo relacionado à proteção.

Importante da mesma forma é manter um diálogo aberto e monitorar as atividades on-line do seu filho, ajudando-o a ficar seguro.

Pesquisas sugerem que o incentivo a uma cultura inclusiva, por parte das escolas, com práticas inclusivas sobre diversidade tornam as crianças e adolescentes mais preparados para reconhecer situações de violência ou abuso, sentindo-se mais confortáveis em reportar incidentes de violência ou cyberbullying sofridos para um professor, ou outro adulto de confiança.

É de extrema importância asseverar que as crianças e jovens aprendam como protegerem-se a si próprios e a sua privacidade on-line, aprendendo a desenvolver métodos que os ajudem a suportar o cyberbullying: como bloquear contatos, não expor informações pessoais, procurar dicas de segurança, bloquear spams, e usar sites seguros.

Ainda é insuficiente o conhecimento sobre programas eficazes contra o cyberbullying. Novas pesquisas podem fornecer informações valiosas sobre o melhor foco de intervenção e como intervir de modo mais eficaz.


REFERÊNCIAS


ANTÓNIO, R.; PINTO, T.; PEREIRA, C.; FARCAS, D.; MOLEIRO, C. Bullying homofóbico no contexto escolar em Portugal. Psicologia, 26, 17-32. 2012. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874 20492012000100002. Acesso em: 08 de dezembro de 2020.

AVILÉS, J. M. Bullying: Guia para educadores. 1 ed. Campinas-SP. Mercado de Letras, 2013.

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1 Graduada em Agronomia pela UFSM e Mestre em Ciência e Tecnologia Agroindustrial pela UFpel, graduada em Direito pela ULBRA, Graduanda em Formação Pedagógica em Geografia (UNIASSELVI). Doutoranda em Educação UNIT/Sergipe. E-mail: vanessamariaadvs@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3492-8512?lang=em.

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R evista Desenvolvimento Social, Vol. 27, n. 1, jan/jun, 2021

PPGDS/Unimontes-MG