A interpretação em Martin Heidegger

Entre o como hermenêutico e o apofântico

Autores

  • Igor Nunes Costa Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

Estrutura como. Hermenêutico. Apofântico. Interpretação. Heidegger.

Resumo

Proponho pensar a concepção de interpretação (Auslegung) em Martin Heidegger como exposição do real na articulação das dimensões hermenêutica e apofântica da “estrutura como” (Als struktur), exposto por ele, principalmente, nos parágrafos 32 e 33 de Ser e Tempo. Auslegung é composta pela preposição “aus”, que significa movimento de ir para fora, e “legung”, do verbo “legen”, que significa por, ou seja, a interpretação é o pôr do real, sua apresentação, é a compreensão expondo-se em formas gestuais, artísticas, científicas por esse ente que é a presença, como re-união entre o como hermenêutico, que abre a presença em seu horizonte de possibilidades de ser e do como apofântico, condição de possibilidade de predicação, de formalização dos entes e de sua determinação na comunicação. A ex-posição na significância orienta-se no horizonte do como hermenêutico, mostrando a realidade na sua significação e, assim, revelando o sentido de ser da presença, cujo modo de ser projetado em possibilidades realiza-se na articulação da interpretação e em sua exposição formal. Assim, quando a presença humana interpreta, ela mesma se expõe no modo como compreende ser numa conjuntura significativa, exposição que ocorre de forma modal, que é a própria temporalização, revelando que a presença é um modo de ser do tempo que retoma o passado de diversos modos projetando-se para futuros possíveis a partir do modo de realização do presente. Como, porém, se situa a interpretação na estrutura como? De que modo se constituem e o que re-úne o como apofântico e o hermenêutico e, reunindo, possibilita diferenciar as interpretações? Ou seja, o que significa interpretar para Heidegger?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Igor Nunes Costa, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Referências

FOGEL, Gilvan. Homem, realidade, interpretação. In. Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, v1, n 1, 2012.

_____. Sentir, ver, dizer: cismando coisas de arte e filosofia. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Interpretaciones fenomenológicas sobre Aristóteles – Indicacion Hermeneutica. Madri: Editorial Trotta, 2002.

____. O conceito de tempo. Lisboa: Ed. Fim de século, 2008.

____. O princípio da identidade. São Paulo, SP: Abril, 2005a.

____. Que é Metafísica? In: Conferências e escritos filosóficos. Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

_____. Ser e Tempo. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2005.

MELO, Rebeca Furtado de. Entre compreensão e interpretação: para uma hermenêutica filosófica no pensamento de Heidegger. In. Ekstasis. Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, v. 2, n. 1, 2013.

PESSOA, Fernando. Verdade, liberdade e destino no pensamento de Heidegger. São Paulo, SP: Ed. Chiado Books, 2016.

STEIN, Ernildo. Aproximações sobre Hermenêutica. Porto Alegre: Edipucrs, 2004.

____. Introdução ao pensamento de Martin Heidegger. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.

Downloads

Publicado

2021-05-13

Como Citar

Nunes Costa, I. (2021). A interpretação em Martin Heidegger: Entre o como hermenêutico e o apofântico. Revista Poiesis, 18(1), 134–149. Recuperado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/poiesis/article/view/4199