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Produção do espaço urbano em Ituiutaba-MG: análise da expansão territorial e dinâmica demográfica no período 2010-2019
Production of urban space in Ituiutaba-MG: analysis of territorial expansion and demographic dynamics in the period 2010-2019
Producción de espacio urbano en Ituiutaba-MG: análisis de la expansión territorial y dinámicas demográficas en el período 2010-2019
Revista Cerrados (Unimontes), vol. 21, núm. 01, pp. 42-74, 2023
Universidade Estadual de Montes Claros



Recepción: 23 Noviembre 2022

Aprobación: 21 Febrero 2023

Publicación: 01 Marzo 2023

DOI: https://doi.org/10.46551/rc24482692202303

Resumo: Vivenciamos um cenário de significativa defasagem em relação aos dados censitários disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, uma vez que o último Censo Demográfico foi realizado em 2010. O adiamento do levantamento, inicialmente previsto para 2020, levou ao desconhecimento de muitas transformações ocorridas ao longo dos anos, sobretudo considerando-se a produção habitacional expressiva por meio do Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV, iniciado em 2009. A cidade de Ituiutaba-MG enquadra-se nesta conjuntura, uma vez que recebeu quase cinco mil unidades habitacionais por meio da implantação de doze conjuntos habitacionais a partir de 2010. Tal contexto gerou impactos relevantes, já que a cidade possuía, em 2010, pouco mais de 93 mil habitantes. Sendo assim, procuramos levantar informações que pudessem contribuir para a análise destas transformações e, neste caso, encontramos na base de dados do Centro de Controle de Zoonoses do município uma solução alternativa. A partir destas informações, foram produzidos mapas e tabelas que compatibilizaram os recortes territoriais dos setores censitários e bairros. Os resultados contribuem para elucidar as expressivas transformações ocorridas no âmbito da produção do espaço urbano em Ituiutaba no período 2010-2019, principalmente no que se refere à expansão territorial e a distribuição populacional, mesmo diante da ausência de dados censitários atualizados.

Palavras-chave: Produção do espaço urbano, Programa Minha Casa Minha Vida, Expansão territorial, Distribuição populacional, Ituiutaba-MG.

Abstract: We experience a scenario of significant lag in relation to the census data made available by the Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, since the last Demographic Census was carried out in 2010. The postponement of the survey, initially scheduled for 2020, led to the ignorance of many changes over the years, especially considering the expressive housing production through the Minha Casa Minha Vida Program – PMCMV, started in 2009. This situation is evident in Ituiutaba, Minas Gerais, where almost five thousand housing units were implemented through twelve housing projects as of 2010. This context generated relevant impacts, since the city had, in 2010, just over 93 thousand inhabitants. Therefore, we sought to gather information that could contribute to the analysis of these transformations and, in this case, we found an alternative solution in the database of the Municipal Zoonosis Control Center. From this information, maps and tables were produced that made the territorial cuts of the census sectors and neighborhoods compatible. The results contribute to elucidate the significant transformations that occurred in the context of the production of urban space in Ituiutaba in the period 2010-2019, especially in relation to territorial expansion and population distribution, even in the absence of updated census data.

Keywords: Production of urban space, Minha Casa Minha Vida Program, Territorial expansion, Population distribution, Ituiutaba-MG.

Resumen: Vivimos un escenario de rezago significativo en relación a los datos censales puestos a disposición por el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística - IBGE, desde que se realizó el último Censo Demográfico en 2010. La postergación de la encuesta, inicialmente prevista para 2020, llevó a el desconocimiento de muchos cambios a lo largo de los años, sobre todo considerando la importante producción de vivienda a través del Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV, iniciada en 2009. Esta situación es evidente en Ituiutaba, Minas Gerais, donde se implementaron casi cinco mil viviendas a través de doce proyectos habitacionales a partir de 2010. Este contexto generó impactos relevantes, ya que la ciudad contaba, en 2010, con poco más de 93.000 habitantes. Por lo tanto, buscamos recopilar información que pudiera contribuir al análisis de estas transformaciones y, en este caso, encontramos una alternativa de solución en la base de datos del Centro Municipal de Control de Zoonosis. A partir de esta información se elaboraron mapas y tablas que compatibilizaron los cortes territoriales de los sectores censales y barrios. Los resultados contribuyen a dilucidar las transformaciones significativas ocurridas en la producción del espacio urbano en Ituiutaba en el período 2010-2019, especialmente en lo que se refiere a la expansión territorial y distribución de la población, aún en ausencia de datos censales actualizados.

Palabras clave: Producción del espacio urbano, Programa Minha Casa Minha Vida, Expansión territorial, Distribución de la población, Ituiutaba-MG.

Introdução

Considerando-se a intensificação do processo de urbanização nas últimas décadas, torna-se imprescindível compreender as transformações territoriais e demográficas das cidades para um melhor diagnóstico e conhecimento da realidade local, o que pode contribuir, por exemplo, para a gestão e o planejamento urbano na busca por melhores condições de vida da população.

Além disso, ressalta-se que o ritmo das transformações decorrentes do processo de urbanização tem se intensificado, o que resulta, em muitos casos, em modificações importantes em curtos períodos de tempo, com impactos na expansão territorial das cidades e na redistribuição populacional na escala intraurbana.

Tendo em vista estes aspectos iniciais, cabe ressaltar que com o adiamento da realização do Censo Demográfico 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE[1], atualmente deparamo-nos com dados censitários significativamente desatualizados, tendo em vista que já se passaram mais de 11 anos desde a realização do último levantamento oficial, em 2010.

Neste sentido, levando em conta que desde 2009, com a implementação do Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV, muitas cidades brasileiras passaram por transformações relevantes em seus espaços, sendo que tais modificações não foram captadas pelo Censo Demográfico de 2010. Na cidade de Ituiutaba, por exemplo, foram implantados dez conjuntos populares que totalizaram mais de quatro mil unidades habitacionais, números extremamente representativos, considerando-se o porte da cidade, que possuía pouco mais de 93 mil habitantes em 2010.

É a partir deste contexto que exploramos, neste texto[2], uma análise sobre as transformações ocorridas na cidade de Ituiutaba-MG entre os anos de 2010 e 2019, mesmo diante da ausência de dados censitários atualizados. Para tanto, recorremos a dados disponibilizados na escala local, mais especificamente pelo Centro de Controle de Zoonoses de Ituiutaba – CCZ, por meio do banco de dados intitulado “Reconhecimento Geográfico”. Esta base de dados apresenta, como veremos no decorrer do texto, informações demográficas por bairros de Ituiutaba. Complementarmente, optamos por explorar a análise da expansão territorial da cidade, uma vez que é possível acompanhar este crescimento analisando imagens de satélite de alta resolução espacial, com boa cobertura temporal e disponibilizadas gratuitamente. A leitura da expansão territorial, somada aos dados demográficos anteriormente mencionados, permitiu uma caracterização e atualização do processo de produção do espaço urbano em Ituiutaba no período de 2010 a 2019.

Portanto, a nossa análise teve como foco dois aspectos principais: a expansão territorial urbana e as alterações no âmbito da distribuição demográfica da população entre os diferentes bairros e setores da cidade. Dessa forma, o desenvolvimento deste estudo foi importante no sentido de analisar a realidade de Ituiutaba, principalmente pelo fato de ser uma cidade de porte médio e que passou por modificações significativas ao longo dos últimos anos, sobretudo após a implantação de vários conjuntos habitacionais por meio do PMCMV. Partimos da hipótese de que estes empreendimentos, somados a outros de iniciativa privada, impactaram significativamente no processo de expansão territorial e na redistribuição da população pelos diferentes setores.

Por fim, consideramos que, diante do adiamento do Censo Demográfico de 2020 e da inexistência de dados oficiais atualizados, a caracterização apresentada neste trabalho pode contribuir para um olhar mais atual da cidade e subsidiar outros estudos que eventualmente venham a focar a cidade de Ituiutaba. Ou ainda, estes resultados poderiam até mesmo subsidiar a gestão pública e as políticas públicas na escala local.

Feita esta contextualização inicial, o objetivo geral deste trabalho foi de realizar uma análise das transformações verificadas no âmbito do processo de produção do espaço urbano em Ituiutaba-MG, considerando-se a expansão territorial urbana e o crescimento demográfico no período de 2010 a 2019. Além disso, foi possível demonstrar a importância e a viabilidade da utilização de fontes de informações alternativas para o diagnóstico e análise das cidades, explorando, para o caso de Ituiutaba, a base de informações do CCZ como alternativa à defasagem dos dados censitários.

Para tanto, este artigo encontra-se organizado e três partes principais. Inicialmente realizamos uma revisão de literatura sobre temas diretamente ligados à esta proposta de pesquisa. Em seguida, partimos para a análise empírica, com base nas imagens de satélite de alta resolução espacial (para a análise da expansão territorial da cidade) e os dados demográficos levantados. Para viabilizar uma análise temporal e comparativa, foi realizada a compatibilização dos recortes territoriais de análise entre bairros e setores censitários a partir do Censo Demográfico de 2010, além da organização dos dados e posterior mapeamento. Por fim, apresentamos as considerações finais levando em consideração: a) a caracterização e a atualização de características relativas à produção do espaço urbano em Ituiutaba no período de 2010 a 2019; b) uma avaliação da potencialidade dos dados disponibilizados na escala local para suprir a inexistência de informações censitárias atualizadas.

Da produção do espaço urbano ao olhar das transformações territoriais e demográficas nas cidades

Neste texto, partimos do princípio de que a cidade deve ser compreendida enquanto espaço produzido, segundo os interesses diversos dos diferentes agentes que atuam neste processo, individual ou coletivamente, nos termos já apresentados por autores como Corrêa (1989 e 2011), Carlos (2008 e 2011), entre outros.

Sendo assim, neste item abordaremos inicialmente uma discussão geral a respeito da produção do espaço para, em seguida, tratarmos especificamente das frentes de análise empreendidas nesta pesquisa, pautadas na expansão territorial da cidade e na distribuição populacional por bairros.

Iniciamos com as colocações apresentadas por Villaça (2011, p.37), para quem o espaço urbano “é socialmente produzido, ou seja, não é dado pela natureza, mas é produto produzido pelo trabalho humano”. Esta concepção, portanto, atrelada à ideia de espaço social, subsidia o debate a respeito da produção do espaço.

Sendo assim, concordamos com Corrêa (1989, p.11), quando afirma que:

O espaço urbano capitalista – fragmentado, articulado, reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de lutas – é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que produzem e consomem o espaço.

A definição apresentada pelo autor contempla as complexas relações que marcam o espaço urbano, evidenciando, dessa maneira, os diferentes aspectos que precisam ser levados em consideração num olhar mais cuidadoso sobre as cidades. Como este trabalho tem como objetivo compreender aspectos da produção do espaço urbano em Ituiutaba, consideramos que tal perspectiva é fundamental.

Sobre o assunto, Souza (2005) também contribui para esta discussão quando enfatiza a importância de se compreender a estrutura interna das cidades, ao afirmar que tal tarefa é necessária para:

[...] chegarmos aos processos sociais que animam o núcleo urbano e que estão envolvidos na dinâmica da produção do espaço, e que é, ao mesmo tempo, uma chave privilegiada para observarmos e decifrarmos a sua complexidade enquanto produto social (SOUZA, 2005, p.63).

Um dos caminhos para se compreender a produção do espaço urbano é apresentado por Corrêa (1989 e 2011). Para o autor, a produção do espaço:

[...] não é resultado da ‘mão invisível do mercado’, nem de um Estado hegeliano, visto como entidade supraorgânica, ou de um capital abstrato que emerge de fora das relações sociais. É consequência da ação de agentes sociais concretos, históricos, dotados de interesses, estratégias e práticas espaciais próprias, portadores de contradições e geradores de conflitos entre eles mesmos e com outros segmentos da sociedade (CORRÊA, 2011, p.43).

Tal afirmação reforça a ideia aqui apresentada sobre a necessidade de compreender a cidade enquanto espaço produzido, evidenciando, neste caso, os agentes sociais que atuam neste processo de produção. Em outra obra, Corrêa (1989) detalha os principais agentes produtores do espaço, sendo eles: os proprietários dos meios de produção, principalmente as grandes industriais; os proprietários fundiários; os agentes imobiliários; o Estado; e os grupos socialmente excluídos. Cada um destes agentes sociais, por meio da combinação de seus interesses e de suas ações, atua na produção de cada cidade. Enquanto uns focam na exploração da renda da terra, outros na incorporação imobiliária, outros ainda na regulação e fiscalização, cada agente, da sua maneira, participa do processo de produção e reprodução do espaço urbano.

Carlos (2011), por sua vez, também reforça que a noção de produção do espaço nos leva à necessidade de considerar os sujeitos da ação, sendo eles:

O Estado, como aquele da dominação política; o capital, com suas estratégias objetivando sua reprodução continuada (e aqui nos referimos às frações do capital, o industrial, o comercial e o financeiro e suas articulações com os demais setores da economia, como o mercado imobiliário); os sujeitos sociais que, em suas necessidades e seus desejos vinculados à realização da vida humana, têm o espaço como condição, meio e produção de sua ação (CARLOS, 2011, p.64).

Posteriormente, Corrêa (2011) atualiza este debate ao acrescentar na discussão as estratégias e as práticas espaciais, que podem ser distintas em um único agente, semelhantes entre diferentes agentes, ou mesmo com papeis múltiplos. Ou seja, o autor demonstra que há uma complexidade na atuação dos agentes sociais, de maneira individual ou coletiva, por meio da combinação entre lógicas e interesses diversos.

Vale lembrar que na cidade capitalista as práticas atinentes à produção do espaço urbano devem ser compreendidas a partir das desigualdades sociais e espaciais, sendo que certos agentes ou grupos acabam tendo maior protagonismo sobre outros, impondo suas lógicas e interesses. Este cenário leva à produção de uma cidade desigual, um espaço heterogêneo, marcado pelas diferenças. Sobre o assunto, Corrêa (1989) elucida estas características ao demonstrar que o espaço urbano é caracterizado por estas diferenças, próprias do capitalismo, compreendendo-o assim como reflexo e condicionante social.

Nesta direção, para elucidar as desigualdades sociais existentes nas cidades, consideramos importante a abordagem apresentada por Melazzo (2006, p.127), quando afirma que a “dinâmica urbana reflete a estrutura social no mesmo sentido em que constitui-se como um mecanismo específico de reprodução das desigualdades das oportunidades de participar na distribuição da riqueza gerada na sociedade”.

Portanto, evidenciam-se as relações existentes entre a estrutura social e a produção das cidades, que passam a ser marcadas pelas desigualdades sociais e espaciais. Inclusive, a respeito deste tema, estudos têm apontado para a ampliação das desigualdades nas cidades a partir do final do século XX e início do XXI (MELAZZO, 2006), o que amplia os desafios para melhor compreensão e caracterização das cidades.

Feitas estas ponderações, consideramos que a ideia da produção do espaço urbano é fundamental para a compreensão das dinâmicas que configuram as cidades. A produção do espaço urbano leva em consideração aspectos históricos e sociais, além de elucidar o papel dos diferentes agentes que o produzem, a partir de interesses diversos.

Por isso, neste trabalho, tomamos esta perspectiva como base para as nossas análises, porém, conscientes de que esta abordagem contempla uma visão ampla de diversos aspectos da realidade urbana. Para esta pesquisa, conforme já exposto anteriormente, focaremos apenas em duas frentes de análise: a expansão territorial da cidade e as mudanças ocorridas em relação à distribuição da população pelos diferentes bairros.

Ao se analisar o processo de produção do espaço urbano, é muito comum os estudos que se referem ao crescimento das cidades. Para este trabalho, tratamos especificamente do crescimento horizontal, que muitos costumam denominar como “expansão urbana”. O termo “expansão”, acompanhado do adjetivo “urbana”, pode soar como bastante genérico ao abordar a ideia de ampliação, porém, sem detalhar.

Por isso, optamos por adotar o termo “expansão territorial urbana”, utilizada por Sposito (2004) para se referir à produção material da cidade. Primeiramente, destacamos as considerações iniciais da autora, quando afirma que as “formas como uma sociedade produz e se apropria do espaço geram múltiplas formas de territórios e territorialidades, porque essas relações não são homogêneas nem no espaço nem no tempo” (SPOSITO, 2004, p.61). Portanto, nesta perspectiva, a abordagem relativa à expansão territorial urbana está devidamente contextualizada no processo mais amplo de produção do espaço urbano.

Além disso, a autora destaca que o território urbano vai além do sítio urbano, pois contempla também três dimensões: a jurídica (transformação da gleba rural em área urbana por meio do parcelamento), as condições infraestruturais e a análise da representação que os moradores têm do processo de incorporação de novas áreas à cidade.

A partir destas três dimensões apresentadas pela autora, é possível compreender melhor a proposta de utilizar a expressão “expansão territorial urbana” para se referir à dimensão material da cidade. Além de qualificar melhor o processo de expansão urbana, dá visibilidade às diferentes condicionantes do processo de crescimento horizontal da cidade. Ainda, poderíamos dizer que tal proposta vai muito além da dimensão material, já que leva em consideração até mesmo as territorialidades resultantes da subjetividade dos moradores em relação às áreas recém incorporadas à cidade.

Feita estas considerações, ressaltamos, agora, que diante da intensificação da urbanização, sobretudo ao longo das últimas décadas, muitas transformações ocorreram no âmbito da expansão territorial urbana. Em linhas gerais, observa-se que características basilares às cidades, desde a sua origem, têm sido modificadas, como nos casos da concentração e da continuidade territorial.

Sobre o assunto, recorremos às observações feitas por Souza (2005, p.86), ao mencionar que a “expansão urbana, em vez de acompanhar eixos bem definidos”, acaba por avançar “em todas as direções como uma mancha de óleo, embora, ao mesmo tempo, avance aos ‘saltos’, devido à presença de ‘vazios urbanos’ a serem debitados na conta da especulação imobiliária.

Conforme já demonstrado anteriormente, com a intensificação da urbanização, houve um crescimento considerável das cidades. Porém, o que chamamos atenção aqui é o fato de que muitas vezes a expansão territorial da cidade tem ocorrido muito além das reais demandas e necessidades.

Sposito (2004, p.77) lembra que, ao longo das últimas décadas, verificou-se uma “ruptura das morfologias urbanas integradas e contínuas, na direção da constituição de tecidos urbanos expandidos e descontínuos”. Miyazaki (2013, p.59) também chama atenção para este aspecto quando afirma que “cidades que antes eram caracterizadas por certa continuidade territorial, hoje se expandem de forma cada vez mais descontínua e dispersa”.

Portanto, a intensificação do processo de expansão territorial urbana não ocorre somente em termos quantitativos, mas também em relação aos conteúdos, dada as diferentes maneiras com que a expansão passa a ocorrer. Inclusive, diante destas transformações nas configurações territoriais urbanas, Sposito (2004) se refere a uma contradição existente entre a ideia de concentração, característica da urbanização em seu sentido mais amplo, e a “tendência inversa de emergência de territorialidades marcadas pela extensão das áreas urbanas, por meio de formas espaciais mais dispersas e, muitas vezes, descontínuas” (SPOSITO, 2004, p.11).

Por fim, é preciso considerar que o processo de expansão territorial pode reconfigurar diferentes características da cidade, principalmente quando ocorre de maneira intensa e rápida. Entre estas características, podemos citar o caso da dinâmica demográfica, fundamental para se compreender as modificações em relação à distribuição da população em um dado recorte territorial. Carmo e D’antona (2011, p.18), embora se refiram a uma visão mais geral sobre o tema, lembram que “Um aspecto básico para compreensão das mudanças demográficas em curso é o entendimento dos componentes da dinâmica demográfica e da relação que se estabelece entre esses componentes”.

Estamos considerando que o processo de expansão territorial urbana pode impactar, por exemplo, na redistribuição da população, pois com a criação de novos loteamentos e conjuntos habitacionais, parte dos moradores é realocada dentro da cidade. Trata-se do que, na demografia, é denominada como mobilidade espacial da população. Sobre o assunto, Marandola Júnior (2008, apud MANETTA, 2011, p.31) destaca que a “Mobilidade abrange tanto os deslocamentos com mudança de residência (entre municípios ou dentro de um mesmo município) quanto os deslocamentos de caráter cotidiano ou temporário, sem a necessidade de alteração do domicílio”. Nesta análise, estamos considerando a mobilidade espacial da população que supõe a mudança de residência dentro da área urbana, num esforço de relacionar este aspecto com o processo de expansão territorial da cidade.

O simples fato da produção de novas áreas residenciais com repercussões na expansão territorial da cidade poderia supor que os impactos na mobilidade espacial da população são pequenos, dependendo do intervalo temporal analisado. Porém, para esta pesquisa, consideramos que tal abordagem pode se constituir em uma análise importante, dada as circunstâncias em que ocorreu a expansão territorial nos últimos anos, principalmente a partir do PMCMV em Ituiutaba, como veremos no próximo item.

Expansão territorial e dinâmica demográfica em Ituiutaba no período 2010-2019

Com base na discussão teórica apresentada anteriormente, nesta parte do texto focaremos na análise da produção do espaço urbano em Ituiutaba, com ênfase na expansão territorial urbana e na dinâmica demográfica da cidade no período de 2010 a 2019.

Na introdução deste texto já adiantamos alguns aspectos a respeito da escolha do tema e dos recortes temporal e espacial desta pesquisa. Reforçamos aqui o fato da escolha de Ituiutaba, município localizado no interior de Minas Gerais, mais especificamente na Região Geográfica Intermediária de Uberlândia (figura 1). Dentro da Região Geográfica Intermediária de Uberlândia, o município está situado na Região Geográfica Imediata de Ituiutaba, juntamente com outros cinco municípios que também fazem parte de sua área de influência: Cachoeira Dourada, Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu e Santa Vitória (IBGE, 2020a).


Figura 1
Localização do município de Ituiutaba-MG
Nepomuceno; Miyazaki, 2020.

No último levantamento censitário, realizado pelo IBGE em 2010, o município de Ituiutaba possuía 97.171 habitantes, sendo 93.125 residentes na área urbana. Seguindo a tendência verificada no cenário nacional, a partir de 1970 a população urbana de Ituiutaba supera a rural, ampliando-se ao longo das décadas seguintes, até alcançar 95,84% de taxa de urbanização em 2010. Para 2021, a população estimada é de 105.818 habitantes (IBGE, 2021a).

Diante destas informações, nota-se que Ituiutaba é uma cidade de porte médio, com aproximadamente 100 mil habitantes, mas que recebeu grande investimento por meio do PMCMV a partir de 2010, principalmente em relação a conjuntos habitacionais populares. Jorge e Miyazaki (2020) apontam que foram construídas 4.940 unidades habitacionais distribuídos em 12 conjuntos faixa 1 do PMCMV. Trata-se de um número bastante representativo em um município com cerca de 100 mil habitantes. Partimos da hipótese de que estes empreendimentos, somados a outros de iniciativa privada, impactaram significativamente no processo de expansão territorial e na redistribuição da população pelos diferentes setores.

Neste ponto enfatizamos a questão do recorte temporal desta análise. Foi a partir de 2010 que Ituiutaba passou por transformações importantes em relação à produção de conjuntos habitacionais, com impactos diretos na expansão territorial da cidade. Porém, desde 2010, não tivemos nenhum outro levantamento censitário oficial. Por isso, não temos dados atualizados que retratem as transformações verificadas ao longo destes últimos anos. Diante disso, optamos por explorar as informações disponibilizadas pelo Centro de Controle de Zoonoses de Ituiutaba, referentes aos anos de 2016 e 2019, com o intuito de atualizar a situação populacional dos diferentes bairros da cidade desde 2010.

No que se refere à análise da expansão territorial urbana, foram utilizadas imagens de satélite de alta resolução espacial disponibilizadas gratuitamente pelo Google Earth, para diferentes datas. Como veremos mais adiante, os dados demográficos levantados se referem aos anos de 2010, 2016 e 2019. A proposta inicial era que as imagens de satélite pudessem representar a área urbana destes mesmos anos. Porém, não há imagens disponíveis para os diferentes setores da cidade para todos os anos, sobretudo antes de 2013. Por isso, dependendo do setor da cidade, optamos por representar as áreas urbanas dos anos de 2007, 2011 e 2013, que são os que mais se aproximam do contexto de 2010, retratado pelos dados demográficos do Censo. Já para os anos de 2016 e 2019 havia imagens de satélite disponíveis para todos os setores da cidade. Por fim, acrescentamos a imagem de satélite mais atual disponível, referente ao ano de 2021. Por isso, as comparações que serão realizadas em relação à expansão territorial urbana serão realizadas a partir de imagens de cinco momentos diferentes: 2007, 2011/2013, 2016, 2019 e 2021, a depender da área representada. Se as imagens de satélite possibilitaram elucidar a expansão territorial da cidade, necessitávamos ainda de outros elementos que pudessem ser incorporados à análise para um estudo mais detalhado das transformações ocorridas na cidade.

Como já destacado anteriormente, a não realização do Censo Demográfico do IBGE em 2020 impossibilitou a obtenção de dados atualizados, e isso justamente em um período em que a cidade passou por transformações importantes, ficando sem a cobertura de um levantamento censitário detalhado. Em decorrência dos dados do IBGE apresentarem uma defasagem de cerca de 11 anos, investigamos sobre a disponibilidade de alguma outra fonte alternativa e, nesta busca, nos deparamos com o levantamento denominado “Reconhecimento Geográfico”, realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses de Ituiutaba – CCZ, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Ituiutaba. Esta base de informações apresenta dados coletados pelos agentes municipais quando realizam a visita nos domicílios, estabelecimentos comerciais, espaços públicos e outras instituições em geral ao longo do ano, em todos os bairros da cidade. Sendo assim, apresenta um conjunto de variáveis por bairros da cidade, como número de quarteirões, de imóveis, de residências, de estabelecimentos comerciais, de terrenos baldios, entre outros, inclusive informações sobre o número de moradores[3]. Esta última variável, de número de habitantes por bairro, foi explorada neste estudo com o intuito de associá-la ao processo de expansão territorial urbana.

Neste ponto, foram obtidos os levantamentos referentes aos anos de 2016 e 2019. Em 2020 este levantamento não foi atualizado em decorrência das medidas de restrições impostas pela pandemia de COVID-19. Já o levantamento de 2021 ainda não foi disponibilizado. Com as informações de 2016 e 2019 em mãos, a proposta foi comparar os dados com aqueles disponibilizados pelo IBGE em 2010, o que demandou a compatibilização dos recortes territoriais entre setores censitários (utilizados pelo IBGE) e bairros (utilizados pelo CCZ). Este procedimento se pautou na utilização da base cartográfica disponibilizada pelo IBGE para o Censo de 2010 e sua comparação com o mapa da área urbana de Ituiutaba que, por sua vez, foi obtido em formato CAD. Por isso, foi preciso georreferenciar o mapa com a delimitação dos bairros utilizando-se o software QGIS e compatibilizar com os setores censitários[4].

Ao final, os produtos resultantes desta compatibilização e sua posterior análise com base nos dados do CCZ permitiram a visualização geral e atualizada da redistribuição populacional intraurbana em Ituiutaba. Sabemos que apenas a variável relativa ao número de habitantes não é suficiente, porém, já nos ajuda a ter uma primeira aproximação com a realidade atual da cidade. Por exemplo, vários estudos foram realizados ao longo dos últimos anos (como aqueles apresentados por Jorge (2020), Jorge e Miyazaki (2020), Parreira (2018), Parreira e Miyazaki (2019), entre outros), não tiveram acesso a informações que pudessem demonstrar o contingente demográfico dos bairros analisados, sobretudo conjuntos habitacionais implantados a partir de 2010, no âmbito do PMCMV.

Em um período de 11 anos muitas transformações podem ter ocorrido em Ituiutaba, pois se verificou modificações relevantes com a instalação de grande quantidade de unidades habitacionais pelo PMCMV, conforme exposto anteriormente. Sendo assim, consideramos que o adiamento do Censo Demográfico e da inexistência de dados atualizados prejudica em muito a realização de uma caracterização inicial, mesmo que a partir de variáveis como a expansão territorial urbana. Apenas para ilustrar, as transformações quanto à distribuição populacional dos moradores podem contribuir para um olhar mais atual da cidade e subsidiar outros estudos ou mesmo respaldar o poder público quanto à discussão e implementação de políticas em geral.

Sendo assim, com base nos dados descritos anteriormente, procuraremos analisar as transformações ocorridas em Ituiutaba por meio de mapeamentos que consideraram tanto a expansão territorial da cidade quanto a dinâmica populacional. Ressaltamos que a expansão territorial urbana em Ituiutaba ocorreu de maneira relativamente contínua e compacta por muitos anos. Porém, a partir da década de 1990, passou-se a verificar uma dispersão territorial mais expressiva, inclusive por meio da produção de áreas urbanas descontínuas, cenário que foi intensificado a partir dos anos 2000 (MIYAZAKI, 2018). É justamente no período mais recente que focaremos a nossa análise, principalmente a partir de 2010, quando teve início a implantação dos conjuntos habitacionais do PMCMV e o lançamento de alguns loteamentos privados.

Ressaltamos ainda que na última década não houve novos loteamentos ou produção de conjuntos habitacionais em direção ao norte da cidade. Os empreendimentos imobiliários concentraram-se nos setores leste, sul e oeste e, por isso, nas figuras a seguir concentramos os nossos olhares nestas áreas. Inicialmente, na figura 2, observamos como ocorreu a expansão territorial da cidade em direção ao setor leste. Os primeiros conjuntos habitacionais implantados pelo PMCMV em Ituiutaba foram construídos nesta área. Embora as obras tenham sido iniciadas em 2009, elas só foram concluídas em 2011, quando as unidades habitacionais foram entregues para a população. Foram os casos dos residenciais Buritis, Canaã I e Canaã II.


Figura 2
Localização do município de Ituiutaba-MG
Google Earth (2007, 2011, 2016, 2019 e 2021). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Posteriormente, em 2014 foram entregues os conjuntos habitacionais Nadime Derze Jorge I e Nadime Derze Jorge II, também pelo PMCMV, o que intensificou a expansão territorial da cidade nesta direção. A soma destes cinco conjuntos da faixa 1 instalados nesta área da cidade corresponde a 2.159 unidades habitacionais, segundo Jorge e Miyazaki (2020). Se somarmos este montante a outros empreendimentos imobiliários implantados na área, como no caso do Residencial Portal dos Ipês (faixa 2 do PMCMV), que corresponde a cerca de 483 unidades habitacionais, assim como os novos loteamentos em implantação no entorno, nota-se que houve uma expansão significativa para o setor leste de Ituiutaba. A comparação entre as imagens de 2007 e 2021 da figura 2 ilustra bem esta expansão.

Também tivemos expansão territorial urbana em direção ao sul da cidade (figura 3), inclusive por meio de conjuntos habitacionais do PMCMV. Ao se comparar as imagens de 2011 e 2016 da figura 3 destaca-se a área onde foram implantados os residenciais Nova Ituiutaba I, II, III e IV. Na realidade, até o momento apenas os conjuntos Nova Ituiutaba I e III, num total de 997 unidades habitacionais, foram entregues e ocupados. Os residenciais Nova Ituiutaba II e IV, que totalizam 800 casas, estão sendo concluídos no momento. O que chama atenção neste caso dos residenciais Nova Ituiutaba é a descontinuidade territorial que caracterizou a expansão nesta área. Embora se tenha o campus da Universidade Federal de Uberlândia - UFU e o Parque Municipal do Goiabal nesta área, os conjuntos Nova Ituiutaba foram produzidos em áreas distantes do tecido urbano já consolidado.

Ainda entre os conjuntos habitacionais, podemos mencionar o Residencial Gilca Vilela Cancella, com 364 unidades e implantado em 2014. Na figura 3, ela passa a comparecer na imagem de 2016, mais a leste, mas por meio de continuidade territorial ao tecido urbano já existente. Os outros empreendimentos que demonstram a expansão territorial urbana na direção sul da cidade se referem a loteamentos privados. Podemos citar o caso do bairro Gerson Baduy, que foi implantado por um grupo local que doou uma área para a implantação do campus da UFU ao lado. Considerando-se a possível valorização imobiliária das terras do entorno do campus, as áreas foram loteadas para a produção deste residencial.

Mais ao sul, ao lado dos residenciais Nova Ituiutaba, também foi implantado o loteamento Jardim Sul II, que comparece na figura 3 a partir da imagem de 2019. Trata-se de uma iniciativa lançada após a entrega e ocupação dos conjuntos habitacionais Nova Ituiutaba I e III. Por fim, podemos notar, ainda na figura 3, o Condomínio Ituiutaba. Embora seja possível observar as obras desde a imagem de 2016, ela passou a ser ocupada mais recentemente, com as primeiras residências aparecendo na imagem de 2021. Trata-se de um empreendimento de alto padrão, mas que foi construído ao lado do conjunto habitacional Gilca Vilela Cancella, já mencionado anteriormente.


Figura 3
Setor sul: expansão territorial urbana – 2007-2021
Google Earth (2007, 2011, 2016, 2019 e 2021). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Para o setor oeste também observamos um processo de expansão territorial urbana significativo (figura 4), resultantes inclusive de políticas habitacionais.


Figura 4
Setor oeste: expansão territorial urbana – 2007-2021
Google Earth (2007, 2011, 2016, 2019 e 2021). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Os conjuntos habitacionais também se fazem presentes, como nos casos do Jardim Europa II (390 unidades) e Residencial Doutor Marcondes Bernardes Ferreira (230 unidades). Ambos os conjuntos foram entregues pelo PMCMV em 2015 e, por isso, estão presentes na figura 4 a partir das imagens de 2013 (quando estavam sendo construídos).

Outra modalidade que se faz presente nesta área de maneira expressiva diz respeito à faixa 2 do PMCMV, como é o caso do Residencial Camilo Chaves, que corresponde a mais de 930 casas, e o Jardim Estados Unidos, com aproximadamente 200 unidades. Trata-se de uma expansão bastante significativa somente nesta faixa do PMCMV. Além disso, outro empreendimento que se destaca nesta área da cidade diz respeito ao loteamento Cidade Jardim, que passa a comparecer na figura 4 com algum tipo de ocupação a partir da imagem de 2016.

Em linhas gerais, considerando-se a expansão territorial urbana evidenciada por meio do conjunto de imagens de satélite, é possível observar que houve um crescimento horizontal significativo nas direções leste, sul e oeste. Em alguns casos, como dos conjuntos habitacionais e residenciais implantados a partir do PMCMV, é possível ter um certo dimensionamento dos empreendimentos por meio dos dados de número de unidades implantadas. Porém, para o caso dos loteamentos privados, não há parâmetros que possam dimensionar este crescimento.

Além disso, para o c

Além disso, para o caso dos conjuntos e residenciais entregues pelo PMCMV, temos apenas os dados referentes ao número de unidades habitacionais, já apresentados por Jorge e Miyazaki (2020) com base em informações da Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério do Desenvolvimento Regional. Porém, sabemos que o número de moradores por residência pode variar muito e, dessa maneira, também não temos a possibilidade de analisar a distribuição da população após a instalação destes empreendimentos.

Ademais, por meio da observação das imagens de satélite apresentadas nas figuras 2, 3 e 4, é possível notar diferenças em relação à densidade de ocupação das novas áreas urbanas que compõem a expansão territorial observada. Enquanto nos conjuntos habitacionais as casas foram construídas mais próximas umas das outras e rapidamente ocupadas, em alguns loteamentos os terrenos são maiores e poucas casas foram construídas até o momento.

Para tentar elucidar melhor estes aspectos, buscamos, como já citado anteriormente, outras variáveis que pudessem caracterizar estas áreas resultantes da expansão territorial observada nos últimos anos. E foi neste contexto que recorremos aos dados sobre número de habitantes disponibilizados pelo CCZ de Ituiutaba. A partir das figuras a seguir apresentaremos os mapas produzidos com base nestes dados. Iniciamos pela figura 5, que representa a distribuição da população do Censo Demográfico de 2010.


Figura 5
Ituiutaba: população por bairros - 2010
IBGE, 2010. Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Em 2010 os bairros mais populosos na cidade eram: Centro, Natal, Alcides Junqueira e Setor Sul. Enquanto o Centro possuía mais de 10 mil habitantes, os outros três bairros mais populosos tinham cerca de 5 mil habitantes cada. Além disso, estes quatro bairros estão localizados próximos um dos outros.

Um segundo grupo, com população entre 3 e 4 mil habitantes aproximadamente, contempla os bairros: Progresso, Novo Tempo II, Pirapitinga, Brasil, Platina, Setor Norte e Alvorada. Neste caso, já se observam tanto bairros mais centrais como também periféricos. No geral, os bairros mais periféricos apresentavam, em 2010, os menores contingentes demográficos da cidade.

Já a figura 6 representa o cenário para 2016, já com base nos dados do CCZ. Entre os bairros mais populosos, não notamos muitas transformações. O Centro continuou sendo o bairro mais populoso (com pouco mais de 12 mil habitantes), seguido por Natal, Alcides Junqueira e Setor Sul (todos acima de 4 mil moradores). Porém, o destaque fica para o bairro Independência, que praticamente dobra de população no período e passa a se aproximar do grupo mais populoso, com mais de 3,5 mil habitantes.

Além disso, em 2016 temos os primeiros dados relativos aos bairros resultantes de conjuntos habitacionais implantados a partir de 2010 pelo PMCMV. Neste grupo, podemos destacar o Canaã (que já figura com 3,2 mil habitantes), Nova Ituiutaba (com quase 2,5 mil habitantes) e Nadime Derze Jorge (com quase 2,4 mil habitantes).

Ainda por meio da figura 6, fica evidente o crescimento significativo no setor leste da cidade, já demonstrado anteriormente por meio da expansão territorial urbana. Somente a soma da população dos residenciais Nadime Derze Jorge e Canaã totaliza um montante de 5,6 mil habitantes, sem considerar ainda os outros bairros do seu entorno.

Em termos populacionais, o setor oeste não havia passado ainda por transformações tão significativas, mas os novos empreendimentos residenciais passam a destacar em relação ao número de moradores. Este cenário começou a mudar um pouco mais em 2019, conforme se observa na figura 7. Isto porque, para além dos residenciais resultantes do PMCMV, o loteamento Cidade Jardim passa a ser mais ocupado, alcançando uma população de aproximadamente 1,1 mil habitantes (em 2016 eram apenas 19 moradores).


Figura 6
Ituiutaba: população por bairros - 2016
CCZ, 2016. Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Na realidade, se somarmos a população distribuída ao longo das novas áreas residenciais situadas na porção oeste da cidade, teríamos mais de 3 mil habitantes somente na área que compreende aos bairros Cidade Jardim, Camilo Chaves e Doutor Marcondes Bernardes Ferreira, que não apresentava ocupação urbana em 2010. Ainda na porção oeste, destaca-se o aumento populacional expressivo verificado no bairro Jardim Estados Unidos, que passa de 80 habitantes em 2016 para 533 em 2019.


Figura 7
Ituiutaba: população por bairros - 2019
CCZ, 2019. Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021

Ainda ao observarmos a figura 7, nos outros setores da cidade houve uma certa manutenção do número de habitantes nas áreas de expansão territorial urbana mais recentes, apenas com pequenas oscilações. Enquanto houve pequeno aumento populacional em bairros como o Nadime Derze Jorge e Nova Ituiutaba, houve leve queda no número de moradores de bairros como Canaã e Buritis, por exemplo. Conforme alertado pela servidora do CCZ, pequenas oscilações podem acontecer em decorrência de dificuldades do agente de encontrar o morador ou visitar os imóveis.

Porém, para além da distribuição geral do número de habitantes por bairros, consideramos importante avaliar as variações, ou seja, em quais bairros verificamos maiores aumentos ou diminuições na população. Neste sentido, apresentamos a seguir os mapas que representam estas oscilações. Ao observarmos as figuras 8 a 11, é possível notar as principais variações em relação ao número de moradores por bairros, tanto em valores absolutos (no que se refere ao número de habitantes) quanto em valores relativos (referentes à variação em percentual).


Figura 8
Ituiutaba: variação da população por bairros (habitantes) 2010-2016
IBGE (2010) e CCZ (2016). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.


Figura 9
Ituiutaba: variação da população por bairros (percentual) 2010-2016
IBGE (2010) e CCZ (2016). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

No caso das figuras 8 e 9, relativas ao período entre 2010 e 2016, é possível notar que as três áreas onde houve maior crescimento absoluto no número de habitantes se referem a bairros novos, constituídos a partir de conjuntos habitacionais da faixa 1 do PMCMV (Canaã, Nadime Derze Jorge e Nova Ituiutaba), situados em áreas mais periféricas da cidade (setores leste e sul), com variação entre 1814 e 3200 moradores.

Num segundo nível destacam-se outros bairros resultantes do PMCMV, tanto faixa 1 (Buritis, Jardim Europa II, Doutor Marcondes Bernardes Ferreira e Gilca Vilela Cancella) quanto faixa 2 (Camilo Chaves e Portal dos Ipês), mas também alguns voltados para a população de renda mais alta, como nos casos do Drummond e Independência. Inclusive, estes dois últimos bairros são os que apresentaram a maior variação em termos percentuais (figura 9).


Figura 10
Ituiutaba: variação da população por bairros (habitantes) 2016-2019
CCZ (2016 e 2019). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.


Figura 11:
Ituiutaba: variação da população por bairros (percentual) 2016-2019
CCZ (2016 e 2019). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

No caso das informações a respeito da renda na escala intraurbana, não temos ainda dados atualizados. O último levantamento diz respeito ao Censo Demográfico de 2010 e, por isso, na figura 12 apresentamos o cenário daquele momento para pelo menos contextualizar os bairros que citamos como sendo de alta renda, assim como entender em quais áreas foram implantados os conjuntos habitacionais do PMCMV.

Retomando as figuras 8 e 9, as maiores perdas populacionais em termos percentuais foram verificadas em alguns bairros situados na zona sul da cidade (Alcides Junqueira, Brasil, Santa Maria e Natal), oeste (Guimarães, Marta Helena, Novo Mundo e Ribeiro) e norte (Cristina, Nossa Senhora Aparecida e Tiradentes). Porém, a maior queda em termos absolutos foi verificada no bairro Brasil, com uma perda de mais de 2,3 mil habitantes. Trata-se de uma variação muito grande e que merece atenção, uma vez a diferença é muito expressiva, inclusive quando for realizado o próximo Censo Demográfico. Ao mesmo tempo, o Centro perdeu 2,2 mil habitantes, destacando-se uma perda populacional também bastante significativa.

No período de 2016 a 2019, por sua vez, nota-se uma maior estabilidade em relação à variação do número de habitantes por bairros. Os destaques estão no grande crescimento, em termos percentuais, da população nos bairros Cidade Jardim e Jardim Estados Unidos. Inclusive são estes os bairros que passaram por maior aumento populacional em números absolutos, acrescentando-se o Drummond. O que chama atenção neste ponto é que estas áreas que passaram por maior aumento populacional apresentam localização periférica, porém, não se referem a conjuntos habitacionais (faixa 1) do PMCMV, como ocorreu no período anterior. Inclusive, ao observarmos a figura 12, nota-se que o bairro Drummond já se inseria eu uma área caracterizada por renda mais alta.

Por fim, ressaltamos as principais quedas verificadas no contingente demográfico por bairros no período de 2016 a 2019. O maior destaque está na redução do número de habitantes do bairro Centro, representando quase 2,5 mil pessoas. Este aspecto, somado à queda já verificada no período 2010-2016, aponta para uma tendência de perda populacional expressiva no bairro Centro. Em um segundo nível, observou-se uma redução também em bairros situados ao norte (Paranaíba, Bela Vista, Maria Vilela, Santo Antônio, Progresso, entre outros).

Embora tenhamos dados que demonstram claramente os bairros com maiores perdas e outros com maiores ganhos populacionais, não é possível definir os fluxos e os deslocamentos que ocorreram no contexto da expansão territorial da cidade nos últimos anos. Porém, com tais dados, é possível inferir algumas informações. Por exemplo, o fato de o bairro Centro ter perdido população entre desde 2010 é algo representativo, uma vez que justamente neste período houve aumento do número de moradores em novos bairros periféricos. Se considerarmos a renda média mais alta dos moradores do bairro Centro, podemos supor que estes moradores estejam se deslocando para bairros periféricos voltados para esse público, como o Drummond, Cidade Jardim e Gerson Baduy, incluindo-se espaços residenciais fechados. Ao mesmo tempo, sabemos que os dados de renda apresentados na figura 12 se referem à média e, por isso, não se tratam de bairros totalmente homogêneos. Por meio da análise destes dados, destaca-se o aumento populacional verificado nos bairros resultantes de conjuntos habitacionais do PMCMV no período 2010 a 2016, que podem ser relacionadas com diferentes áreas da cidade que passaram por maiores perdas demográficas.


Figura 12
Ituiutaba: rendimento médio mensal das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes (em salários mínimos) - 2010
IBGE (2010). Org.: Miyazaki e Fidelis, 2021.

Por fim, os dados aqui apresentados e mapeados permitem, a despeito da ausência de informações atualizadas, uma caracterização atual da cidade de Ituiutaba diante da expansão territorial da cidade e da redistribuição da população considerando-se os novos bairros produzidos ao longo dos últimos anos.

Considerações finais

Compreender as diferentes facetas do processo de produção do espaço urbano é algo fundamental para conhecermos melhor as nossas cidades, uma vez que isto amplia as possibilidades de leitura e compreensão da dinâmica urbana local, além de poder contribuir para a gestão pública e o planejamento urbano.

Foi neste contexto que buscamos compreender as transformações ocorridas em Ituiutaba nos últimos anos, considerando-se a expansão territorial urbana e a dinâmica da distribuição populacional por bairros. Esta leitura foi importante, pois permitiu atualizar os dados relativos ao contingente demográfico dos diferentes bairros da cidade, incluindo-se os mais novos, que foram implantados após a realização do último Censo Demográfico em 2010.

Além disso, por meio da realização da compatibilização dos recortes entre setores censitários de 2010 e a delimitação dos bairros, pudemos comparar os dados disponibilizados pelo IBGE com aqueles fornecidos pelo CCZ de Ituiutaba para os anos de 2016 e 2019. Posteriormente, quando os resultados do Censo Demográfico do IBGE de 2022 forem divulgados, poderemos estabelecer novas comparações para apontar limites e potencialidades na utilização destes dados. Não se trata de buscar criticar ou supervalorizar as informações do CCZ, uma vez que seus procedimentos para coleta de dados são diferentes daqueles adotados pelo IBGE. Trata-se de apresentar esta fonte como alternativa importante para a atualização de parte das informações em períodos intercensitários, sobretudo quando há atraso na realização do Censo. A partir dos dados aqui explorados, já ficou evidente que a base de informações na escala local é relevante, principalmente para ajudar na caracterização demográfica dos novos bairros, implantados após o último levantamento censitário.

Por fim, diante dos resultados aqui explorados, procuramos demonstrar como os dados secundários, sejam eles levantados pelo IBGE ou por outras instituições na escala local, são importantes para permitir a leitura e o diagnóstico das dinâmicas inerentes ao processo de produção do espaço urbano e suas transformações. Dessa maneira, amplia-se a possibilidade de contribuir junto às pesquisas e estudos sobre as cidades, bem como para subsidiar o poder público em relação ao planejamento e políticas públicas.

Agradecimentos

Agradecemos ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG (Processo APQ-03169-18 – Demanda Universal), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Processo 315474/2021-1 – Bolsa de Produtividade em Pesquisa) e ao Centro de Controle de Zoonoses de Ituiutaba.

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Notas

[1] O adiamento do Censo Demográfico de 2020 foi anunciado oficialmente em 17 de março de 2020, pelo Conselho Diretor do IBGE, “Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de saúde pública causado pelo COVID-19” (IBGE, 2020b). Na ocasião, foi anunciado o adiamento para 2021. Porém, posteriormente, em 23 de abril de 2021, o IBGE (2021b) divulgou nova nota no qual anunciou novo adiamento do Censo em decorrência de orçamento insuficiente, conforme amplamente noticiado por vários veículos de comunicação.
[2] Artigo elaborado a partir dos resultados obtidos por meio de pesquisa intitulada “Produção do espaço urbano em Ituiutaba-MG: uma análise da expansão territorial e do crescimento populacional no período 2010-2019”, apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso e desenvolvida no âmbito do projeto maior “Forma, morfologia e tipologias urbanas: estudo sobre cidades de porte médio do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG.
[3] Agradecemos à Senhora Alcione Lima, servidora do Centro de Controle de Zoonoses de Ituiutaba, que ofereceu uma explicação detalhada a respeito do banco de dados disponibilizado.
[4] Mais detalhes a respeito desta compatibilização podem ser verificados em Fidélis (2021).
Willyam Batista Martins Fidelis É Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Endereço: Rua Vinte, 1600, Bairro Tupã, CEP: 38.307-070. Ituiutaba-MG.

Vitor Koiti Miyazaki É Graduado, Mestre e Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente é Professor dos cursos de Graduação E Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Campus Pontal, e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.

Endereço: Rua Vinte, 1600, Bairro Tupã, CEP: 38.307-070. Ituiutaba-MG.



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